segunda-feira, 4 de julho de 2016

INTRIGA






            Sórdida comensal da perturbação, a intriga é enfermidade da alma que tem de ser combatida a qualquer esforço.

            Sua ação nefanda consegue conspurcar as mais puras esperanças e destruir as mais sólidas edificações do esforço nobre.

            Insinua-se e se estabelece, arrimada à leviandade e, normalmente, à ociosidade que nela encontra excelente campo para a fermentação da sua virulência.

            Com habilidade, converte palavras ingênuas em punhais afiados e altera fatos que se tornam tragédias, com objetivos de denegrir e malsinar.

            O intrigante, por viver açulado pela peçonha que o envenena, compraz-se em espezinhar, agredir, adulterar a verdade.

            Tem sempre de que falar mal.

            Julga os outros por si.

            Transfere das próprias imperfeições os complexos infelizes com que adorna os outros.

            É fiscal impenitente.

            Não ama.

            Cultiva a irritabilidade, porque se intoxica com o que vitaliza intimamente.

            Agressivo, também sabe dissimular.

            Rude, por temperamento rebelde, estima as cenas chocantes e faz-se vulgar.

            Não se atemoriza ante o escândalo, até mesmo o estima.

            Não se constrange em se apresentar como se nada houvesse acontecido.

            O Cidadão verdadeiro não dá guarida à intriga.

            O cristão deve detestá-la.

            O homem de bem não pode ser conivente com o intrigante.

            O cristão não o escuta.

            A pessoa educada silencia no algodão da dignidade o verbo intrigante.

            O cristão anula sua ação na prece, mediante o esquecimento do mal.

            A pessoa sadia moralmente repudia a intriga e não dá acesso ao intrigante.

            O cristão interrompe o intrigante e não permite que a intriga influencie suas decisões.

            Não te descuides.

            A intriga chega-te ao ouvido muitas vezes disfarçada como queixa, noutras situações assume a máscara de vítima com que te ilude.

            Preserva o teu coração em paz, a fim de que vivas com alegria.

            Coloca o ácido da verdade na ferida da intriga e ela cicatrizará.

            Silencia as informações doentias que de forma alguma te ajudarão, mesmo que sejam verídicas, não permitindo que a palavra impiedosa do intrigante te arruíne interiormente.

            O mal sempre faz mal a quem se conduz de forma infeliz.

            Opera com Jesus onde estejas e esforça-te por identificar, apenas, o lado bom de todos e de todas as coisas que facilmente descobrirás, prosseguindo, tranqüilo e ditoso, no cometimento a que foste chamado e que executas com abnegação, conservando tua felicidade de servir sem te preocupares com as imperfeições alheias que te tragam ao conhecimento.




Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis
In: Rumos libertadores

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