J. Herculano Pires
Estamos todos entrosados no Esquema de Deus. Esse esquema nos leva, através do
tempo, à paz da eternidade. Mas o conceito estático de eternidade não prevalece
no Espiritismo, onde ela aparece como duração. O tempo é a visão fragmentária
da duração, um recorte do absoluto para o uso das nossas percepções relativas.
Os que se apegam ao relativo, às ilusões do temporário, esquecidos de sua
própria transcendência, vivem na inquietação e, portanto, em guerra consigo
mesmos e com o mundo.
O Esquema de Deus é o plano universal da evolução do qual vemos apenas alguns
pedaços acessíveis aos nossos sentidos. Mas a nossa mente, que é o cérebro da
alma, pode perceber além dos sentidos. Por isso, nas experiências
parapsicológicas já se comprovou, cientificamente, que podemos ver com nitidez
o passado e o futuro, confirmando-se, assim, as pesquisas espíritas de mais de
um século. Os que aprendem a se libertar do relativo para vislumbrar a duração
(que é a eternidade em conceito dinâmico) aprendem a superar a inquietação e
encontrar a paz.
Pela evolução, nossa mente se abre, como uma flor que desabrocha, para a
percepção progressiva do absoluto que nos proporciona a paz. Não a paz do
mundo, como ensinou Jesus, mas a paz do espírito. A percepção individual dessa
paz se transforma aos poucos, em conquista coletiva, na proporção em que a
humanidade se eleva e o mundo se transforma. Assim, pela evolução dos homens e
do mundo, a paz do espírito, que parece individual, as revelará coletiva e
universal. É importante sempre nos lembrarmos de que nada e ninguém nos poderá
arredar do Esquema de Deus.
Livro: Astronautas do Além - J. Herculano Pires
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