terça-feira, 31 de maio de 2016

NA SENDA DO CRISTO






“Amai os vossos inimigos e orai pelos
que vos perseguem.” – Jesus. (Mateus. 5:44.)


O caminho de Jesus é de vitória da luz sobre as trevas e, por isso mesmo, repleto de obstáculos a vencer.
Senda de espinhos gerando flores, calvário e cruz indicando ressurreição...
O próprio Mestre, desde o início do apostolado, desvenda às criaturas o retiro da elevação pelo sacrifício.
Sofre, renunciando ao divino esplendor do Céu, para acomodar-se à sombra terrestre na estrebaria.
Experimenta a incompreensão de sua época.
Auxilia sem paga.
Serve sem recompensa.
Padece a desconfiança dos mais amados.
Depois de oferecer sublime espetáculo de abnegação e grandeza, é içado ao madeiro por malfeitor comum.
Ainda assim, perdoa aos verdugos, olvida as ofensas e volta do túmulo para ajudar.
Todos os seus companheiros de ministério, restaurados na confiança, testemunharam a Boa Nova, atravessando dificuldade e luta, martírio e flagelação.
Inúteis, desse modo, nos círculos de nossa fé, os petitórios de protecionismo e vantagens inferiores.
Ressurgindo no Espiritismo, o Evangelho faz-nos sentir que tornamos à carne para regenerar e reaprender.
Com o corpo físico, retomamos nossos débitos, nossas deficiências, nossas fraquezas e nossas aversões...
E não superaremos os entraves da própria liberação, providenciando ajuste inadequado com os nossos desejos inconseqüentes.
Acusar, reclamar, queixar-se, não são verbos conjugáveis no campo de nossos princípios.
Disse-nos o Senhor – "Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.”
Isso não quer dizer que devamos ajoelhar em pranto de penitência aos pés de nossos adversários, mas sim que nos compete viver de tal modo que eles se sintam auxiliados por nossa atitude e por nosso exemplo, renovando-se para o bem, de vez que, enquanto houver crime e sofrimento, ignorância e miséria no mundo, não podemos encontrar sobre a Terra a luz do Reino do Céu.


Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.
In: Palavras de Vida Eterna

segunda-feira, 30 de maio de 2016

ANO APÓS ANO





Ninguém evolui num dia ou para um dia apenas.
Carecemos de tempo para entender o bem e praticá-lo diuturnamente, absorvendo-o em profundidade, na alma, para o eterno futuro.
Um só pensamento bom, um só ato digno, uma só lição assimilada, não nos bastam à melhoria.
Necessário repetir testemunhos de aprendizado e renovação.
A fraternidade há de avivar-nos o raciocínio, vincar-nos a memória, calejar-nos a mãos, modelar-nos a vida.
Eis porque o espírita, na experi6encia terrestre, precisa repisar atitudes, transpirar no dever e persistir no posto individual de trabalho, ano após ano, para só então se sentir realmente sintonizado com os Bons Espíritos e com os desígnios do Alto, mantidos a seu respeito.
No setor administrativo da instituição doutrinária, há de conhecer tão bem o seu mister, que nenhuma decepção não mais o surpreenda.
No estudo, há de desarticular tantas mesas, consumir tantas cadeiras e deformar tantos livros e material correspondente, sem perceber, que duvidará de semelhantes desgastes.
Na mediunidade, há de amar e compreender tanto os espíritos e os homens que qualquer incompreensão não mais lhe fará perder a paciência.
Na exemplificação da verdade, há de se familiarizar tanto com as necessidades das criaturas que penetrará os anseios do próximo, em muitas ocasiões, apenas por vê-lo.
Na assistência social, há de se inteirar tanto dos menores problemas que lhe dizem respeito, segundo as épocas do ano, as pessoas, os desfavorecidos e os sofrimentos, que se espantará ao perceber o quanto conhece de ciência mental e vida prática.
No culto do Evangelho, há de abordar tantos temas e lições, enfrentando tantos imprevistos e dificuldades, que o terá para si na condição de tarefa claramente imprescindível.
Na imprensa e na tribuna espíritas, há de se habituar tanto com o manejo e os efeitos das palavras que as cultivará e selecionará com devotamento espontâneo.
No campo das provas necessárias, há de exercitar tanto entendimento e tanta paciência diante da dor, que acabará sofrendo todas as humilhações e tribulações da romagem terrestre com o equilíbrio de quem atingiu inarredável serenidade.
Confronta o teu período de conhecimento espírita com o serviço que apresentas na existência humana.
Lógica disciplinando diretrizes, esperança enriquecendo ideais, entendimento clareando destinos, o Espiritismo faz o máximo por nós, sendo sempre o mínimo o esforço que fazemos por ele, nos empreendimentos que nos cabem em auxílio a nós mesmos, no seio da Humanidade.



ANDRÉ LUIZ -  "Sol nas Almas"
Francisco Cândido Xavier, CEC

sexta-feira, 27 de maio de 2016

ANTES, PORÉM...






Você pede melhoras de saúde.
Antes, porém, socorra o enfermo em condições mais graves.

Você pede em favor do seu filho.
Antes, porém, proteja a criança alheia em necessidade maior.

Você pede providência determinada.
Antes, porém, alivie a preocupação de outra pessoa, em prova mais contundente que a sua.

Você pede concurso fraterno contra a obsessão que o persegue.
Antes, porém, estenda as mãos ao obsidiado que sofre sem os recursos de que você já dispõe.

Você pede perdão pela falta cometida.
Antes, porém, desculpe incondicionalmente aqueles que lhe feriram o coração.

Você pede apoio à existência.
Antes, porém, seja consolo e refúgio para o irmão que chora em seu caminho.

Você pede felicidade.
Antes, porém, semeie nalgum gesto simples de amor a alegria do próximo.

Você pede solução a esse ou aquele problema.
Antes, porém, busque suprimir essa ou aquela pequenina dificuldade dos semelhantes.

Você pede cooperação.
Antes, porém, colabore a benefício dos que suam e gemem na retaguarda.

Você pede a assistência dos bons espíritos.
Antes, porém, seja você mesmo um espírito bom, ajudando aos outros.

Toda solicitação assemelha-se, de algum modo, à ordem de pagamento, que, para ser atendida, reclama crédito.
A casa não se equilibra sem alicerce.
Uma fonte ampara outra.
Se queremos auxílio, aprendamos a auxiliar.

André  Luiz
De “Ideal Espírita”, de Francisco Cândido Xavier
Autores diversos

quarta-feira, 25 de maio de 2016

ACEITEMOS A DOR





          Aceitemos realmente a dor na condição de apoio celeste com que a Divina Providência nos enriquece o caminho.
          Toda a natureza para ajudar a experiência do homem, alimentando-o e amparando-o, padece constantes dilacerações.
          Para transformar-se em sementeira proveitosa, morre o grão aquecido no solo.
          Para converter-se a espiga em farinha, humilha-se, asfixiada, sob a mó que a tritura.
          Para dar-se em pão abençoado á mesa, submete-se a farinha à elevada tensão no forno.
          Para servir no levantamento do edifício, sofre a pedra a pressão do martelo.
          Para oferecer-se em beleza e brilho, obedece o seixo bruto ao buril que aprimora.
          Para responder às necessidades do conforto, desce o tronco aos insultos da lâmina.
          Para contribuir no progresso, encontra o metal as injúrias do fogo.
          A responsabilidade na oficina do caráter é a luz que engrandece todo o espírito que lhe atente a obrigação.
          Não lamentes a dificuldade e nem amaldiçoes o sofrimento que porventura te busquem.
          Não temas a dor, na escola da vida, e recolhe, em silêncio, as bênçãos de que se faz emissária.
          Não te enganes com as aparências.
          Quando te vejas no usufruto dessa ou daquela promoção, atento às circunstâncias do mundo, às imposições em que a existência se te condiciona, escolhe a senda da abnegação, em auxílio aos outros, porque o Senhor nos ensinou, em espírito e verdade, que somente a preço do esforço máximo pela vitória do bem com o esquecimento de todo o egoísmo, é que escalaremos o monte da paz com a nossa própria renovação.


Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Nascer e Renascer

PERANTE A VIDA

       Em verdade, o sistema solar — vasto e sublime edifício, de que somos reduzido apartamento — é um império maravilhoso de luz e de vi...