sexta-feira, 30 de outubro de 2015

DIANTE DE DEUS




"Pai nosso..."- Jesus. (Mateus, 6:9.)


Para Jesus, a existência de Deus não oferece motivo para contendas e altercações.

Não indaga em torno da natureza do Eterno.

Não pergunta onde mora.

Nele não vê a causa obscura e impessoal do Universo.

Chamam-lhe simplesmente "nosso Pai".

Nos instantes de trabalho e de prece, de alegria e de sofrimento, dirige-se ao Supremo Senhor, na posição de filho amoroso e confiante.

O mestre padroniza para nós a atitude que nos cabe, perante Deus.

Nem pesquisa indébita.

Nem inquirição precipitada.

Nem exigência descabida.

Nem definição desrespeitosa.

Quando orares, procura a câmara secreta da consciência e confia-te a Deus, como nosso Pai Celestial.

Sê sincero e fiel.

Na condição de filhos necessitados, a Ele nos rendamos lealmente.

Não perguntes se Deus é um foco gerador de mundos ou se é uma força irradiando vidas.

Não possuímos ainda a inteligência suscetível de refletir-lhe a grandeza, mas trazemos o coração capaz de sentir-lhe o amor.

Procuremos, assim, nosso Pai, acima de tudo, e Deus, nosso Pai nos escutará.




Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Fonte Viva



quinta-feira, 29 de outubro de 2015

AGRADECIMENTO




Agradeço, alma irmã, o clima da alegria
A que a tua bondade nos conduz
Os brindes de ternura que nos deste
E as palavras de luz.

Agradeço-te o campo de trabalho
Em que me renovaste a noção de valor,
Fizeste-me enxergar em minha própria vida
A fonte de serviço a meu dispor.

Agradeço o remédio que me estendes
Para que eu possa agir,
Sendo mais forte para ser mais útil
Em demanda ao porvir

Agradeço o ambiente em que me acolhes
Onde aprendo a servir e onde posso cantar
Resguardando-me, em tudo, o júbilo bendito
De que me encontro no meu próprio lar!...

Mas, acima de tudo, alma querida,
Estou feliz porque me deste as mãos
Fazendo-me sentir que a luz do amor existe
E que na luz do amor todos somos irmãos.



Referência: Espírito: Maria Dolores - Médium: Francisco Cândido Xavier

CARMA DE SOLIDÃO




Caminhas, na Terra, experimentando carência afetiva e aflição, que acreditas não ter como superar.
***
Sorris, e tens a impressão de que é um esgar que te sulca a face.
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Anelas por afetos e constatas que a ninguém inspiras amor, atormentando-te, não poucas vezes, e resvalando na melancolia injustificável.
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Planejas a felicidade e lutas por consegui-la, todavia, descobres-te a sós, carpindo rude angústia interior.

Gostarias de um lar em festa, abençoado por filhos ditosos e um amor dedicado que te coroassem a existência com os louros da felicidade.
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Sofres e consideras-te desditoso.
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Ignoras, no entanto, o que se passa com os outros, aqueles que se te apresentam felizes, que desfilam nos carros do aparente triunfo, sorridentes e engalanados.

Também eles experimentam necessidades urgentes, em outras áreas, não menos afligentes que as tuas.

Se os pudesses auscultar, perceberias como te invejam alguns daqueles cuja felicidade cobiças.

A vida, na Terra, é feita de muitos paradoxos. E isto se dá em razão de ser um planeta de provações, de experiências reeducativas, de expiações redentoras.
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Assim, não desfaleças, porquanto este é o teu carma de solidão.
***
Faze, desse modo, uma pausa, nas tuas considerações pessimistas e muda de atitude mental, reintegrando-te na ação do Bem.

O que ora te falta, malbarataste. Perdeste, porque descuraste enquanto possuías, o de que agora tens necessidade.

A invigilância levou-te ao abuso, e delinquiste contra o amor.

A tua consciência espiritual sabe que necessitas de expungir e de reparar, o que te leva, nas vezes em que o júbilo te visita, a retornar à tristeza, rememorar sofrimentos, fugindo para a tua solidão...

Além disso, é muito provável que, aqueles a quem magoaste, não se havendo recuperado, busquem-te, psiquicamente, assim te afligindo.
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Reage com otimismo à situação e enriquece-te de propósitos superiores, que deves pôr em execução.
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Ama, sem aguardar resposta.
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Serve, sem pensar em recompensa.
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O que ora faças no Bem, atenuará, liberará o que realizaste equivocadamente e, assim, reencontrar-te-ás com o amor, em nome d’Aquele que permanece até agora entre nós como sendo o Amor não Amado, porém, amoroso de sempre.

Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis. In: Viver e amar


terça-feira, 27 de outubro de 2015

VINCULAÇÕES



Emmanuel

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. ("O Evangelho Segundo o Espiritismo", XIV, item 8.)

Estudos e pesquisas se multiplicam, nos domínios da psicologia, quanto às complexidades do mundo infantil, e o exame das vinculações se destaca à vista.
Cada pequenino é um campo de tendências inatas, com tamanha riqueza de material para a observação do analista, que, debalde, se lhe penetrará os meandros da individualidade, Baseando-nos no trabalho biológico de construção do ser, assente em milênios numerosos, é indubitável que surpreenderemos na criança todo o equipamento dos impulsos sexuais prontos à manifestação, quando a puberdade lhe assegure mais amplo controle do carro físico.
E, com esses impulsos, eis que lhe despontam do espírito as inclinações para maior ou menor ligação com esse ou aquele companheiro do núcleo familiar.
O jogo afetivo, porém, via de regra se desenrola mais intensivamente entre ela e os pais, reconhecendo-se para logo se os laços das existências passadas estão mais fortemente entretecidos com o genitor ou a genitora.
Debitando-se ao impulso sexual quase todos os alicerces da evolução sobre os quais se nos levanta a formação de espírito, é compreensível que o sexo apareça nas cogitações dos pequeninos em seu desenvolvimento natural, e, nesse território de criações da mente infantil, ser-nos-á fácil definir a direção dos arrastamentos da criança, se para os ascendentes paternos ou maternos, porquanto aí revelará precisamente as tendências trazidas de estâncias outras que o passado arquivou.
Com frequência, mas não sempre, as filhas propendem mais acentuadamente para a ligação com os pais, enquanto que os filhos se pronunciam por mais entranhado afeto para com as mães.
Subsistirá, no entanto, qualquer estranheza nisso, quando não ignoramos que toda a estrutura psicológica, em que se nos erguem os destinos, foi manipulada com os ingredientes do sexo, através de milhares de reencarnações e, aceitando os princípios de causa e efeito que nos lastreiam a experiência, desconheceremos, acaso, que os instintos sexuais nos orientaram a romagem, por milênios e milênios, no reino animal, edificando a razão que hoje nos coroa a inteligência? Apreciando isso, recordemos o cipoal das relações poligâmicas de que somos egressos, quanto aos evos transcorridos, e entenderemos, com absoluta naturalidade, os complexos da personalidade infantil.
Assim sucede, porque herdamos espiritualmente de nós mesmos, pelas raízes do renascimento físico, reencontrando, matematicamente, na posição de filhos e filhas, aqueles mesmos companheiros de experiência sentimental, com os quais tenhamos contas por acertar.
Atentos a semelhante realidade, somos logicamente impulsionados a concluir que os vínculos da criança, de uma forma ou de outra, em qualquer distrito de progresso e em qualquer clima afetivo, solicitam providências e previdências, que sintetizaremos tão somente numa palavra única: educação.

Do livro "Vida e Sexo", Emmanuel e Francisco C. Xavier


sábado, 24 de outubro de 2015

PACIFICAÇÃO



— “Bem-aventurados os pacificadores, porque, serão chamados filhos de Deus.” JESUS – MATEUS, 5:9.

— “Mas que queria Jesus dizer por estas palavras: “Bem-aventurados os que são brandos porque possuirão a Terra” tendo recomendado aos homens que renunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes prometido os do Céu?

Enquanto aguarda os bens do Céu, tem o homem necessidade dos da Terra para viver. Apenas, o que Ele lhe recomenda é que não ligue a estes últimos mais importância que nos primeiros. ” — Cap. IX, 5 de O Evangelho segundo o Espiritismo.



Escutaste interrogações condenatórias, em torno do amigo ausente.
Informaste algo, com discrição e bondade, salientando a parte boa que o distingue, e, sem colocar o assunto no prato da intriga, edificaste em silêncio, a harmonia possível.
*
Surpreendeste pequeninos deveres a cumprir, na esfera de obrigações que te não competem.
Sem qualquer impulso de reprimenda, atendeste a semelhantes tarefas, por ti mesmo, na certeza de que todos temos distrações lamentáveis.
*
Anotaste a falta do companheiro.
Esqueceste toda preocupação de censura, diligenciando substitui-lo em serviço, sem alardear superioridade.
Assinalaste o erro do vizinho.
Foges de divulgar-lhe a infelicidade e dispões-te a auxiliá-lo no momento preciso, sem exibição de virtude.
*
Recebeste queixas amargas a te ferirem injustamente.
Sabes ouvi-las com paciência, abstendo-te de impelir os irmãos do caminho às telas da sombra, trabalhando sinceramente por desfazê-las.
*
Caluniaram-te abertamente, incendiando-te  vida.
Toleras serenamente todos os golpes, sem animosidade ou revide e, respondendo com mais ampla abnegação, no exercício das boas obras, dissipas a conceituação infeliz dos teus detratores.
*
Descobriste a existência de companheiros iludidos ou obsidiados que se fazem motivos de perturbação ou de escândalo, no plantio do bem ou na seara da luz.
Decerto não lhe aplaudes a inconsciência, mas não lhe agravas o desequilíbrio, através do sarcasmo, e oras por eles, amparando-lhes o reajuste, pelo pensamento renovador.
*
Se assim procedes, classificas-te, em verdade, entre os pacificadores abençoados pelo Divino Mestre, compreendendo, afinal, que a criatura humana, isoladamente, não consegue garantir a paz do mundo, no entanto, cada um de nós pode e deve manter a paz dentro de si.


De “Livro da Esperança”, de Francisco Cândido Xavier,
pelo Espírito Emmanuel



sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A PRECE DE ISMÁLIA





“Senhor! dignai-vos assim os nossos humildes tutelados, enviando-nos a luz de vossas bênçãos santificantes, nós estamos, prontos para executar vossa vontade, sinceramente, de secundar vossos altos desígnios convosco, Pai, reúnem-se os irmãos que ainda dormem, anestesiados pela negação espiritual a que se entregaram no mundo.
Desperta Senhor, se é de vossos desígnios sábios e misericordiosos, despertai-os do sono doloroso e infeliz.
Acordai-os para a responsabilidade, para a noção dos deveres justos!...
Magnânimo Rei, apiedai-vos de vossos filhos sofredores; Criador compassivo, levantai as vossas criaturas; Pai Justo, desculpai vossos filhos desventurados! Permiti caia o orvalho do vosso amor infinito sobre o nosso modesto Posto de Socorro!...
Seja feita a vossa vontade acima da nossa, mas se for possível Senhor, deixai que os nossos doentes recebam um raio vivificante da vossa bondade! A voz
“Temos, ao nosso lado, Senhor, infortunadas mães que não souberam descobrir o sentido sublime da fé, resvalando, imprudentemente, nos despenhadeiros da indiferença criminosa; pais que não conseguiram ultrapassar a materialidade no curso da existência humana, incapazes de ver a formosa missão que lhes confiastes; cônjuges desventurados pela incompreensão de vossas leis augustas e generosas; jovens que se entregaram, de corpo e alma aos alvitres da ilusão!...
Muitos deles, atolaram-se no pantanal do crime, agravando destinos dolorosos! Agora dormem, Pai, à espera de vossos desígnios santos.
Sabemos, contudo, Senhor, que este sono não traduz repouso do pensamento.
Quase todos os nossos asilados são vítimas de terríveis pesadelos, por terem olvidado, no mundo material, os vossos mandamentos de amor e sabedoria.
Sob a imobilidade aparente, movimenta-se-lhes o Espírito, entre aflições angustiosas que, por vezes, não podemos sondar.
Perdoe-os, Pai, vossos filhos transviados e nossos companheiros de luta, necessitados de vossa mão paternal para o caminho! Quase todos se desviaram da senda reta, pelas sugestões da ignorância que, como aranha gigantesca, tece os fios da miséria, enredando destinos e corações! Deprecando vossa misericórdia para eles, rogamos, para nós, a verdadeira noção da fraternidade universal! Ensinai-nos a transpor as fronteiras de separação para que vejamos em cada enfermo o irmão necessitado do nosso entendimento! Ajudai-nos a com preensão, a fim de que venhamos a perder todo impulso de acusação nas estradas da vida! Ensinai-nos a amar como Senhor nos amou? Também nós, Senhor, que aqui vos rogamos, fomos leprosos espirituais, cegos do entendimento, paralíticos da vontade, filhos pródigos do vosso amor!...
Também nós dormimos, em tempos idos, nos Postos de Socorro da vossa misericórdia!...
Somos simples devedores, ansiosos de resgatar imensos débitos! Sabemos que vossa bondade nunca falha e esperamos contemplar a bênção de vida e luz!..


livro: Os Mensageiros – André Luiz- Francisco Cândido Xavier

NA AUSÊNCIA DO AMOR

    Se não sabes cultivar a verdadeira fraternidade, serás atacado fatalmente pelo pessimismo, tanto quanto a terra seca sofrerá o acumulo d...