quarta-feira, 17 de setembro de 2014

MISERICÓRDIA DIVINA



Havia um tempo em que tudo era movido por sonhos... A imaginação criava coisas impossíveis aos olhos de um adulto com tal maturidade que não os permitia sonhar. Era fácil ter desejos que talvez nunca se realizassem. Tudo era fantasia, mágica, um mundo lúdico cheio de vida e esperança. Pensamentos fluíam sem mesmo nos darmos conta, tudo era possível, tudo estava logo ali, era só abrir os olhos e esticar nossas mãos e tornar o impossível em realidade. Éramos o centro das atenções, éramos bajulados, parecia que éramos mais amados... o que não era verdade! Tratados como reis, o que talvez não fosse errado! Ainda não sabíamos nos expressar, não sabíamos ao certo o que queríamos, mas sabíamos inconscientemente nossa missão. Éramos observados por gestos e ignorados em palavras, o que estava errado! Eu tinha direito a palavra, era digna dela... já era dono de conhecimentos tão pouco vistos, tinha sonhos esquecidos pela carne, pois essa sim, nos fazia nascer de novo! Era um ser pequeno que para muitos uma comunicação inteligente e honrada seria impossível. Honra. Ate mesmo o mais prematuro ser nascido em terra tem sua honra e propósitos gravados em suas batalhas reencarnatórias. Já lutamos em guerras, tal como os mais admiráveis soldados, ergui espadas juntamente aos guerreiros mais astutos, mas sem perder a doçura da criança que há em nós... ainda assim somos tratados como seres que ainda não são capazes de nos mostrarmos superiores, como se tivéssemos acabado de nascer das cinzas, o que é um infeliz pensamento de quem ainda não conhece o verdadeiro significado da vida. Somos nascidos há muito séculos. Já sentimos amarguras, tristezas, temos cicatrizes morais de guerras enfrentadas, ainda sentimos a dor de tempos que a muito não é sentido. Ainda lembramos-nos de sofrimentos que pagamos pelos nossos mais infames erros. Ainda não voltamos totalmente à carne. Nossa alma, pensamentos ainda se encontram um pouco distantes, ainda estamos em harmonia com o bem e o mal de antigas vidas ainda não totalmente esquecidas... Ao mesmo tempo somos luz, esperança, somos o renascer, uma nova chance nos foi dada pela misericórdia divina, trazemos conosco a vontade de crescer, aprender, evoluir, amar ao próximo... somos tomados de uma esperança de um dia sermos dignos das bênçãos jogadas sobre nós. Deus. Levamos ele no peito da maneira mais rústica à mais suave. O levamos na alma. Qual seria o presente mais divino que poderíamos ser dignos do que a benção do Senhor, ainda desconhecido por nós. Levamos sua divindade em nossa existência, pois somos feitos de sua generosidade e compaixão. Que sua bênção possa fazer parte de um iluminado futuro, o futuro das crianças que acabam de começar mais uma batalha, mais uma vida terrena!

Mariana Lara de Souza
01/09/2014                                                                                               

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