Pediste em
oração a cura de doentes amados e a morte apagou-lhes as pupilas, regelando-te
o coração; solicitaste o afastamento da prova e o acidente ocorreu,
esmagando-te as esperanças; suplicaste a sustação da moléstia e a doença chegou
a infligir-te deformidade completa; imploraste suprimentos materiais e a
carência te bate à porta.
Mas se não
abandonares a prece, aliado ao exercício das boas obras, granjearás paciência e
serenidade, entendendo, por fim, que a desencarnação foi socorro providencial,
impedindo sofrimentos insuportáveis; que o desastre se constituiu em medida de
emergência para evitar calamidade contra quedas morais de soerguimento difícil
e que as dificuldades da penúria são lições da vida, a fim de que a finança
demasiada não se faça veneno ou explosivo nas suas mãos.
Da mesma
forma quando suplicamos perdão das próprias faltas à Eterna Justiça, não bastam
o pranto de compunção e a postura de reverência. Após o reconhecimento dos
compromissos que nos são debitados no livro do espírito, continuamos tão
aflitos e tão desditosos quanto antes. Contudo, se perseveramos na prece, com o
serviço das boas ações que nos atestam a corrigenda, a breve trecho
perceberemos que a Lei nos restitui a tranqüilidade e a libertação, com o
ensejo de apagar as conseqüências de nossos erros, reintegrando-nos no respeito
e na estima de todos aqueles que erigimos à condição de credores e adversários.
Se guardas
esse ou aquele problema de consciência, depois de haver rogado perdão á Divina
Bondade, sob o pretexto de continuar no fogo invisível da inquietação, não te
afastes da prece mesmo assim.
Prossegue
orando, fiel ao bem que te revele o espírito renovado.
A prece
forma o campo do pensamento puro e toda construção respeitável começa na idéia
nobre.
Realmente,
sem trabalho que o efetive, o mais belo plano é sempre um belo plano a
perder-se.
Não vale
prometer sem cumprir.
A oração
dentro da alma comprometida em lutas na sombra, assemelha-se à lâmpada que se
acende numa casa desarranjada; a presença da luz não altera a situação do
ambiente desajustado e nem remove os detritos acumulados no recinto doméstico,
entretanto, mostra sem alarde, o serviço que se deve fazer.
(Francisco Cândido Xavier
por Emmanuel. In: Á luz da oração)
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