segunda-feira, 30 de junho de 2014

CARIDADE E RIQUEZA



“Pois somos a feitura dele, criados em Jesus Cristo
para boas obras.” – Paulo – (EFÉSIOS, 2:10)


Se acreditas que apenas o ouro é base corrente da caridade, lembra-te de Jesus, que enriqueceu a terra sem possuir uma pedra onde repousar a cabeça.
Descerrando o próprio coração, ei-lo a espalhar os bens imarcescíveis do Espírito.
Fez luzir a estrela da humildade à frente dos poderosos.
Ensinou aos discípulos a verdade sem afetação.
Deu assistência aos enfermos.
Forneceu coragem aos desalentados.
Ministrou consolação aos aflitos.
Imprimiu visão nova aos olhos de Madalena.
Acendeu súbita claridade no ânimo de Zaqueu.
Envolveu em compassivo entendimento a incompreensão de Judas.
Cercou de bondade o esmorecimento de Simão Pedro.
Endereçou bênçãos de compaixão à turba desenfreada aos pés da cruz.
Brindou o mundo com o esquecimento do mal, retomando-lhe o convívio, depois do túmulo.
Recorda, pois, que também podes distribuir das riquezas que fluem de ti próprio, cuja aquisição é inacessível à moeda comum.
Oferece aprovação e estímulo ao bem, apoio e conforto à dor...
Estende ternura e simpatia, concurso e fraternidade...
Espalha compreensão e esperança entre aqueles com quem convives e recebe com gentileza e bondade aqueles que te procuram...
Não aguardes sobras na bolsa para atender aos planos da caridade.
Lembra-te de que o amor é inesgotável na fonte do coração, e de que Jesus, ainda hoje, com Deus e com o amor, vem multiplicando, dia a dia, os eternos tesouros da Humanidade.




(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.
In: Palavras de Vida Eterna)


sexta-feira, 27 de junho de 2014

A GRANDE TRIBULAÇÃO



        “E Jesus, vendo a multidão ...” informa o evangelista Mateus, no capítulo cinco das suas narrativas.
        Em cada acontecimento da Boa Nova encontramos a figura do Senhor cercada pela multidão:
        — Médico Divino, atendia aos magotes de enfermos de todo matiz, ansiosos das bênção da saúde...
        — Justo Juiz, inspirava a confiança nos corações perturbados pela disputa nos jogos imediatos dos valores perecíveis, de que se faziam mordomos infiéis...
        — Sábio Instrutor, inundava os espíritos sedentos da luz do saber com o verbo eloquente da bondade e do discernimento...
        — Augusto Amigo, socorria as massas desvairadas rumando sem norte...
        — Enviado Celeste, distendia as compassivas mãos em auxílio dos homens, perdidos nas malhas escravizantes da matéria...
        — Sublime Pastor, fez-se o refúgio dos rebanhos humanos sitiados pelos lobos rapazes, em marcha para os abismos da morte.
        Nos lares onde pousava, após as fadigas do dever, demorava-se solicitado pela ansiedade familiar, atendendo aos problemas domésticos.
        No harmonioso cenário da Natureza, acolhia as almas humildes dos discípulos simples, comprometidos com os problemas da carne, entre os desejos do Céu e as necessidades da Terra.
        Nas jornadas pelos longos caminhos, fazia-se alvo das mulheres humildes que Lhe rogavam bênçãos e atenções.
        Somente quando, ocultando-se por entre os ciprestes verdes, desaparecia para mergulhar no oceano da soledade, é que encontrava ensejo para comungar com o Amorável Pai, a fim de logo após descer à multidão desarvorada, aflita e necessitada.
        Materialização do Bem, privou o Excelso Mestre com a decomposição moral da Humanidade.
        Sol esplendente de misericórdia, desceu às furnas do espírito humano comprometido com as sombras.
        Hálito divino nas baixadas terrenas, respirou no clima miasmático das iniquidades daqueles a quem veio servir.
        Jesus é o símbolo e a realidade da vida triunfante.
        Na grande noite que envolve o mundo entre ameaças e conflitos de toda ordem, Sua promessa de ficar conosco até o fim dos tempos é a única esperança que equilibra e conduz as almas ardentes e confiantes.
        “E Jesus, vendo a multidão...” ansiosa, consoante as sábias anotações, abriu sua boca e lhes ensinou, dizendo:
        — “Bem-aventurados...”
        A multidão de hoje, enredada nas mesmas aflições da sociedade de ontem, recebe, no Espiritismo, o Mestre Redivivo, abrindo a boca e ensinando novamente, como outrora:
        — “Toma sobre ti o meu jugo e aprende comigo que sou manso e humilde de coração...”
        Renúncias e sacrifícios são os campos onde se travam as batalhas da redenção.
        Dores e agonias são os tributos exigidos nas guerras continuadas de extermínio ao mal.
        Liberdade e paz serão os lauréis e os espólios a fulgurarem atraentes além das fronteiras bélicas, em que o amor se faz general intimorato, espargindo luz sob o comando do Incansável Lutador, alçando o homem, em triunfo, aos páramos da luz, após a grande tribulação.
        No seio da multidão está a oportunidade de serviço, em nome Daquele que, vendo a multidão, se pôs a ensinar.


(Divaldo Pereira Franco por Amélia Rodrigues.
In:  Sementeira da Fraternidade)


quinta-feira, 26 de junho de 2014

A DOR



“Irmãos e amigos meus! Se o sofrimento
Transpuser os umbrais do vosso lar,
Não levanteis aos céus vosso lamento,
Nem ouseis contra a sorte blasfemar:
São erros de um passado turbulento,
Que ele quer reparar.

Nessa noite trevosa do passado,
Quantos erros deixamos de remir!
E quantos cometemos no agitado
Correr de anos que vimos submergir,
Fantasmas que nos seguem lado a lado,
Na senda do porvir!”

Abel Gomes
 (De “Parnaso do Além-túmulo”, de Francisco Cândido Xavier – Autores espirituais diversos)


quarta-feira, 25 de junho de 2014

GRATIDÃO



Agradeço, alma irmã, por tudo o que me deste,

O auxílio fraternal, generoso e sem preço —

O teto, o lume, o prato, o reconforto, a veste —

Tudo isso agradeço...


Sobretudo, alma boa,

Deus te compense o coração amigo,

Por teu olhar de paz que me alenta e abençoa

Na estrada em que prossigo.


Viste-me em solidão, —

Esperança caída sem ninguém...

Deste-me apoio com teu braço irmão

E ergui-me de alma nova para o bem!...


Não há palavra com que te defina

O reconhecimento que me invade,

Ao sentir-te no amparo a presença divina

Da Celeste Bondade.


Deus te guarde no excelso resplendor

Da luz com que me aqueces todo o ser,

Porque me refizeste a certeza do amor,

A bênção de servir e a força de viver.




(Em: “ANTOLOGIA DA ESPIRITUALIDADE”,

de Francisco Cândido Xavier por Maria Dolores)

terça-feira, 24 de junho de 2014

CORAGEM




A coragem da fé!

Ante o estrugir das lutas ásperas que espocam em toda parte, a coragem desempenha papel preponderante, sem a qual falecem os ideais e se enfraquecem as forças com que se deve pelejar.

Muitos fogem atemorizados e perdem as batalhas antes de enfrentá-las.

Outros se entregam ao desânimo injustificável e se recusam as oportunidades de vitória.

Diversos meditam, receosos, e refugiam-se na insensatez, aguardando triunfos a que não fazem jus, desarticulando as expressivas construções da Lei, fracassando, por isso mesmo, lamentavelmente.

Constituem a caravana dos frustrados, assoberbados pela revolta que os sevicia árdua e penosamente.

Passam em legiões, desarmados de coragem, porque se negam à bênção do esforço em prol da renovação íntima e do entusiasmo sadio.

Essa energia que sustenta, essa força moral que induz ao êxito - a coragem!

A coragem é consequência natural e legítima da fé. Abastecida pela resistência do amor, consubstancia os valores do ideal e eleva o homem às     culminâncias do triunfo.

Coragem, porém, não significa irreflexão, desatino, temeridade, mas, denodo, intrepidez. . .

A coragem é calma, segura, fonte geratriz de equilíbrio que fomenta a vida e eleva o labor às cumeadas da glória.

Não infiras, como resultado dos desaires em que sucumbes, que tais são desavisos ou desarticulações da Providência.

Nada de fora pode impedir a eclosão da coragem, e principalmente, da coragem da fé, a mais relevante.

Dizem que há conjunturas impeditivas, que a obstaculizam. Todavia, irmã da liberdade inerente à consciência de que todos somos dotados, é mister eleger a fé e esposá-la. Para tanto, fundamental alicerçá-la na razão que é vital para a coragem desdobrar-se em dádivas santificantes.

No turbilhão que te envolve, não descoroçoes as concessões da coragem, malbaratando-as na inutilidade.

Não fosse a coragem, os pioneiros, os heróis, os sacerdotes, os santos, os sábios e os mártires da Humanidade não haveriam logrado a grandeza a que se propuseram, alçando o homem aos zênites das conquistas de vária ordem.

Experimentaram o ácido da impiedade generalizada, provaram os acicates da zombaria, sofreram a crueza das perseguições sob as quais elevaram os padrões humanos a excelência da solidariedade, do amor, do conforto, da felicidade.

Ei-la anônima, valorosa em muitas expressões:

·       a coragem da paternidade responsável;
·       a coragem de perseverar na verdade;
·       a coragem de amar desinteressadamente;
·       a coragem de ceder, quando poderia deter;
·       a coragem de dar a vida para que outros a ganhem;
·       a coragem de cultivar a humildade;
·       a coragem de sofrer a injustiça, em silêncio, perseverando enobrecido;
·       a coragem de vencer-se primeiro. . .

Diz-se que há guerras e hediondez; apontam masmorras superlotadas de inocentes; referem-se a populações dizimadas pela fome e vencidas pelas enfermidades. . . Sim, há tudo isso e muito mais. . . Todavia, existem os ideais de redenção, os esforços da abnegação, as obras de engrandecimento moral e social, os gestos de heroísmo e sacrifício e, estoico, o bem em todo lugar cantando poemas de beleza, em nome da coragem da fé, na certeza do amor inefável de Nosso Pai, doando-nos a vida, na direção da Vida Perfeita.


(Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis.

In: Celeiro de Bênçãos)

segunda-feira, 23 de junho de 2014

NA TAREFA DA PAZ


 

..."A minha paz vos dou"... (Jesus)


Todos ambicionam a paz. Raros ajudam-na.
Que fazes por sustentá-la?
Recorda que a segurança dos aparelhos mais delicados depende, quase sempre, de parafusos pequeninos ou de junturas inexcedivelmente singelas.
Não haverá tranquilidade no mundo, sem que as nações pratiquem a tolerância e a fraternidade.
E se a nação é conjunto de cidades, a cidade é um agrupamento de lares, tanto quanto o lar é um ninho de corações.
A harmonia da vida começará, desse modo, no íntimo de nossas próprias almas ou toda harmonia aparente na paisagem humana será sempre simples jogo de inércia.
Comecemos, pois, a sublime edificação no âmago de nós mesmos.
Não transmitas o alarme da crítica, nem estendas o fogo da crueldade.
Inicia o teu apostolado de paz, calando a inquietação no campo do próprio ser.
Onde surjam razões de queixa, sê a cooperação que restaura o equilíbrio; onde medrem espinhos de sofrimento, sê a consolação que refaz a esperança.
Detém-te na Tolerância Divina, e renova para todas as criaturas de teu círculo as oportunidades do bem.
Reafirma o compromisso de servir, silenciando sempre onde não possas agir em socorro do próximo.
Ao preço da própria renunciação, disse-nos o Senhor:
- "A minha paz vos dou"...
E para que a paz se faça, na senda em que marchamos, é preciso que à custa de nosso próprio esforço se faça a paz em nós, a fim de que possamos irradiá-la, em tudo, no amparo vivo aos outros.


(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.

In: Palavras de Vida Eterna)

sexta-feira, 20 de junho de 2014

NO ROTEIRO DA FÉ




"Se alguém quer vir após mim, negue a si
mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me."
Jesus - LUCAS 9:23


O aviso do Senhor é insofismável.
"Siga-me" - diz o Mestre.
Entretanto, há muita gente a lamentar-se de fracassos e desilusões, em matéria de fé, nas escolas do Cristianismo, por não Lhe acatarem o conselho.
Buscam Jesus, fazendo a idolatria em derredor de seus intermediários humanos e, como toda criatura terrestre, os intermediários humanos do Evangelho não podem substituir o Cristo, junto à sede das almas.
Aqui, é o padre católico, caridoso e sincero, contudo, incapaz de oferecer a santidade perfeita.
Ali, é o pastor da Igreja Reformada, atento e nobre, mas inabilitado à demonstração de todas as virtudes.
Acolá, é o médium espírita, abnegado e diligente, todavia distante da própria sublimação.
Mais além, surgem doutrinadores e comentaristas, companheiros e parentes, afeiçoados ao estudo e excelentes amigos, mas ainda longe da integração com o Benfeitor Eterno.
E quase sempre aqueles que o acompanham, na suposição de buscarem o Cristo, ante os mínimos erros a que se arrojam, por força da invigilância ou inexperiência, retiram-se, apressados, do serviço espiritual, alegando desapontamento e amargura.
O convite do Senhor, no entanto, não deixa margem à dúvida.
Não desconhecia Jesus que todos nós, os Espíritos encarnados ou desencarnados que suspiramos pela comunhão com Ele, somos portadores de cicatrizes e aflições, dívidas e defeitos, muitas vezes escabrosos. Daí o recomendar-nos: - "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me".
Se te dispõe, desse modo, a encontrar o Senhor para a edificação da tua felicidade, renuncia com desassombro às bagatelas da estrada, suporta corajosamente as consequências dos teus atos de ontem e de hoje e procura Jesus por Divino Modelo.
Não olvides que há muita diferença entre seguir o Cristo e seguir os cristãos.



(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.

In: Palavras de Vida Eterna)

quarta-feira, 18 de junho de 2014

CALMA PARA O ÊXITO




Em todos os passos da vida, a calma é convidada a estar presente.

Aqui, é uma pessoa tresvairada, que te agride...

Ali, é uma circunstância infeliz, que gera dificuldade...

Acolá, é uma ameaça de insucesso na atividade programada...

Adiante, é uma incompreensão urdindo males contra os teus esforços...

É necessário ter calma sempre.

A calma é filha dileta da confiança em Deus e na Sua justiça, a expressar-se numa conduta reta que responde por uma atitude mental harmonizada.

Quando não se age com incorreção, não há por que temer-se acontecimento infeliz.

A irritação, alma gêmea da instabilidade emocional, é responsável por danos, ainda não avaliados, na conduta moral e emocional da criatura.

A calma inspira a melhor maneira de agir, e sabe aguardar o momento próprio para atuar, propiciando os meios para a ação correta.

Não antecipa, nem retarda.

Soluciona os desafios, beneficiando aqueles que se desequilibram e sofrem.

Preserva-te em calma, aconteça o que acontecer.

Aprendendo a agir com amor e misericórdia em favor do outro, o teu próximo, ou da circunstância aziaga, possuirás a calma inspiradora da paz e do êxito.


(Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)

segunda-feira, 16 de junho de 2014

NO SUSTENTO DA PAZ



"Vivei em Paz uns com os outros"
– Paulo (I Tessalonicenses, 5:13.)


Costumamos referir-nos à guerra, qual se ela fosse um fenômeno de teratologia política, exclusivamente atribuível aos desmandos de ditadores cruéis, quando todos somos intimados pela vida ao sustento da Paz.

Todos agimos uns sobre os outros e, ainda que a nossa influência pessoal se nos figure insignificante, ela não é menos viva na preservação da harmonia geral.

A floresta é um espetáculo imponente da natureza, mas não se agigantou sem o concurso de sementes pequeninas.

Nossa deficiência de análise, quanto à contribuição individual no equilíbrio comum, nasce, via de regra, da aflição doentia com que aguardamos ansiosamente os resultados de nossas ações, sequiosos de destaque pessoal no imediatismo da Terra; isso faz com que procedamos, à maneira de alguém que se decidisse a levantar uma casa com total menosprezo pelas pedras, tijolos, parafusos e vigas, aparentemente sem importância, quando isoladamente considerados, mas indispensáveis à construção.

Habituamo-nos, frequentemente, a maldizer o irmão que se fez delinquente, com absoluta descaridade para com a debilitação de caráter a que chegou, depois de longo processo obsessivo que lhe corroeu a resistência moral, quase sempre após fugirmos da providência fraterna ou da simples conversação esclarecedora, capazes de induzi-lo à vitória sobre as tentações que o levaram à falta consumada.

Lideramos reclamações contra o estridor de buzinas na via pública e não nos pejamos das maneiras violentas com que abalamos os nervos de quem nos ouve.

Todos somos chamados à edificação da Paz que, aliás, prescinde de qualquer impulso vinculado às atividades de guerra e que, paradoxalmente, depende de nossa luta por melhorar-nos e educar-nos, de vez que Paz não é inércia e sim esforço, devotamento, trabalho e vigilância incessantes a serviço do bem. Nenhum de nós está dispensado de auxiliar-lhe a defesa e a sustentação, porquanto, muitas vezes, a tranquilidade coletiva jaz suspensa de um minuto de tolerância, de um gesto, de uma frase, de um olhar...

Não te digas, pois, inabilitado a contribuir na Paz do mundo.

Se não admites o poder e o valor dos recursos chamados menores no engrandecimento da vida, faze um palácio diante de vigorosa central elétrica e procura dotá-lo de luz e força sem a tomada.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.

In: Palavras de Vida Eterna)

quinta-feira, 12 de junho de 2014

INSUPERÁVEL BRANDURA



            Quando você for defrontado por alguém violento, que o agrida verbalmente ou o ameace fisicamente, recorde-se de que ele é muito infeliz.
            Todo aquele que não recebeu amor na infância ou foi vítima de insucessos emocionais, sempre perde o endereço de si mesmo e se torna inimigo dos outros.
            Conceda-lhe a graciosa dádiva da bondade que não o torna mais desventurado. Não há quem resista a um indisfarçável gesto de benevolência.
*
            Surpreendido pela astúcia dos perversos, sempre hábeis na arte de infligir sofrimentos aos outros, tenha em mente que eles são também impiedosos para consigo mesmos.
            A sua desorientação provém de experiências amargas, nas quais sofreram crueldades e abandono.
            Proporcione-lhes o ensejo de despertar, dando-lhes compreensão. Ninguém recusa amor, mesmo que, aparentemente reaja com aspereza, o que é falta de hábito em recebê-lo.
*
            No pandemônio da revolta que grassa violenta em toda parte, anunciando desastres morais e conjunturas físicas dolorosas, reserve-se o direito de permanecer em paz.
            O aturdimento que procede de alguns poucos, facilmente contamina o grupo social que se perturba. O agitador, é alguém que se sentiu desrespeitado nos seus direitos de criança e, na ocasião, não soube administrar a ira nem a frustração, agora tornadas bandeiras de comportamento doentio.
            Seja amistoso para com ele, apresentando-lhe o outro lado da existência humana. O ser carente vive armado contra tudo e todos, até o momento em que se sente rociado pela presença da brandura.
*
            No crepitar das labaredas das acusações e calúnias contra alguém, gerando situações asfixiantes e más, continue portador de generosidade para com a vítima.
            Quem delinqüe, perde-se no labirinto de terríveis alucinações morais.
            Não fustigue mais o desditoso, antes aplique temperança para com ele. O solo que arde, não pode receber mais calor, e sim, água refrescante que lhe diminua e aplaque a temperatura elevada.
            Todos somos sensíveis à compreensão de alguém para conosco.
            Perseguido pela inveja ou malsinado pela insensatez daquele que não gosta de você, resguarde-se na compaixão para com ele.
            A insegurança que o leva a afligi-lo é resultado da família com a qual viveu e de quem somente recebeu lições de impiedade e malquerença.
            Ele gostaria, por certo, de ser como você, e, na impossibilidade de que se dá conta, tenta amargurá-lo.
           Ofereça-lhe o silêncio em resposta de brandura, que o alcançará inexoravelmente, alterando-lhe a atitude interior. Nada pode detê-la, e quem a recebe jamais prossegue como antes.
*
         Na raiz de muitos males, que afligem e desconcertam a criatura, o desamor de que foi objeto, na atual ou em anterior reencarnação, é o responsável pelo seu transtorno.
       Naturalmente, quem lhe experimenta o aguilhão impiedoso deseja libertar-se, defendendo-se e acusando, reagindo.
       Não existe, porém, defesa real quando se agride nem se conquista harmonia quando se entra em debates de violência.
       Nunca aceite as injunções do mal nem as arruaças dos desordeiros, simplesmente deixando de conceder-lhes consideração.
       Você cresce na vertical do amor, tendo por dever levantar caídos e nunca torná-los mais vulneráveis ao mal que neles reside.
       Viva com brandura e esparza-a, tornando o mundo melhor e as criaturas menos desesperadas.
       Somente quem ama e se reveste de bondade pode resistir aos conflitos e desafios perturbadores da sociedade agressiva que prefere ignorar o Bem.


(Divaldo P. Franco por Marco Prisco.

In: Luzes do alvorecer)

quarta-feira, 11 de junho de 2014

NA MEDIUNIDADE



"Temos, porém, este tesouro em
vasos de barro, para que a excelência
do poder seja de DEUS e não de nós”.
- PAULO (II CORÍNTIOS, 4:7.)


Utilizando as faculdades mediúnicas de que foste dotado, não olvides que funcionas à guisa de refletor, cujo material de estrutura nada tem de comum com a luz que retrata.
O espelho, seja de metal ou de vidro, detém os raios solares, sem comungar-lhes a natureza, e o fio simples transmite o remoinho eletrônico, sem partilhar-lhe o poder.
Entretanto, se o espelho jaz limpo consegue reter a benção da claridade e se o fio obedece à inteligência que o norteia converte-se em portador da energia.
Assim também a mediunidade, pela qual, sem maior obstáculo, te eriges em mensageiro de instrução e refazimento, esperança e consolo. Através dela, recolhes o influxo da Esfera Superior sem compartilhar-lhe a grandeza, mas se guardas contigo humildade e correção, converter-te-ás no instrumento ao socorro moral de muitos.
Todavia, assim como, às vezes, o espelho se turva e o fio se rompe, exigindo reajustamentos, também a força mediúnica em tua alma é suscetível de rupturas diversas, reclamando trabalho restaurativo.
Não te afaças, assim, ao desânimo ou à negação se essa ou aquela dificuldade aparece na obra do intercâmbio.
O erro, no clima da sinceridade, é sempre lição.
Afervora-te no trabalho do bem e recolhe-te à humildade do aprendiz atencioso e vigilante, gastando severidade contigo e benevolência para com os outros, porque qualquer dom da Luz Divina na obscuridade do ser humano, qual se expressa na conceituação apostólica, é um “tesouro em vaso de barro, para que a excelência do poder seja de deus e não de nós”.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.
In: Palavras de Vida Eterna)

REFLEXOS

Impressões negativas? Não precisas dizê-las.   Anotando defeitos, Procura as qualidades.   Com motivos de queixa, Não reclames...