“E Jesus, vendo a multidão ...”
informa o evangelista Mateus, no capítulo cinco das suas narrativas.
Em cada acontecimento da Boa Nova
encontramos a figura do Senhor cercada pela multidão:
— Médico Divino, atendia aos magotes
de enfermos de todo matiz, ansiosos das bênção da saúde...
— Justo Juiz, inspirava a confiança
nos corações perturbados pela disputa nos jogos imediatos dos valores
perecíveis, de que se faziam mordomos infiéis...
— Sábio Instrutor, inundava os
espíritos sedentos da luz do saber com o verbo eloquente da bondade e do
discernimento...
— Augusto Amigo, socorria as massas
desvairadas rumando sem norte...
— Enviado Celeste, distendia as
compassivas mãos em auxílio dos homens, perdidos nas malhas escravizantes da
matéria...
— Sublime Pastor, fez-se o refúgio
dos rebanhos humanos sitiados pelos lobos rapazes, em marcha para os abismos da
morte.
Nos lares onde pousava, após as
fadigas do dever, demorava-se solicitado pela ansiedade familiar, atendendo aos
problemas domésticos.
No harmonioso cenário da Natureza,
acolhia as almas humildes dos discípulos simples, comprometidos com os
problemas da carne, entre os desejos do Céu e as necessidades da Terra.
Nas jornadas pelos longos caminhos,
fazia-se alvo das mulheres humildes que Lhe rogavam bênçãos e atenções.
Somente quando, ocultando-se por
entre os ciprestes verdes, desaparecia para mergulhar no oceano da soledade, é
que encontrava ensejo para comungar com o Amorável Pai, a fim de logo após
descer à multidão desarvorada, aflita e necessitada.
Materialização do Bem, privou o
Excelso Mestre com a decomposição moral da Humanidade.
Sol esplendente de misericórdia,
desceu às furnas do espírito humano comprometido com as sombras.
Hálito divino nas baixadas terrenas,
respirou no clima miasmático das iniquidades daqueles a quem veio servir.
Jesus é o símbolo e a realidade da
vida triunfante.
Na grande noite que envolve o mundo
entre ameaças e conflitos de toda ordem, Sua promessa de ficar conosco até o
fim dos tempos é a única esperança que equilibra e conduz as almas ardentes e
confiantes.
“E Jesus, vendo a multidão...”
ansiosa, consoante as sábias anotações, abriu sua boca e lhes ensinou, dizendo:
— “Bem-aventurados...”
A multidão de hoje, enredada nas
mesmas aflições da sociedade de ontem, recebe, no Espiritismo, o Mestre
Redivivo, abrindo a boca e ensinando novamente, como outrora:
— “Toma sobre ti o meu jugo e
aprende comigo que sou manso e humilde de coração...”
Renúncias e sacrifícios são os
campos onde se travam as batalhas da redenção.
Dores e agonias são os tributos
exigidos nas guerras continuadas de extermínio ao mal.
Liberdade e paz serão os lauréis e
os espólios a fulgurarem atraentes além das fronteiras bélicas, em que o amor
se faz general intimorato, espargindo luz sob o comando do Incansável Lutador,
alçando o homem, em triunfo, aos páramos da luz, após a grande tribulação.
No seio da multidão está a
oportunidade de serviço, em nome Daquele que, vendo a multidão, se pôs a
ensinar.
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