Guardemos
o coração na luz do bem, para que nossa alma diariamente, possa banhar-se nas
águas vivas da grande compreensão.
Somente
assim nossos olhos aprenderão a ver ignorância onde presumimos encontrar a
delinquência e apenas desse modo, nossos ouvidos registrarão a dor e o
infortúnio, onde costumamos assinalar a intemperança e a revolta.
*
Não
basta observar as telas do mundo, na conceituação habitual da experiência
terrestre, porque o raciocínio, quase sempre, mora na faixa estreita do cálculo
que se atrela ao egoísmo para entregar-se ao jogo pernicioso das vantagens
imediatas e nem vale criticar com a inteligência, porquanto, muitas vezes, a
apreciação que nos é própria resulta de enganosa exigência do nosso modo de
ser.
*
É
preciso mergulhar o sentimento nas desventuras e necessidades alheias com a
elevação do amor que não apenas situa o defeito, mas acima de tudo busca
extirpá-Io em silêncio, à força de espontânea bondade e justa cooperação.
*
Busquemos
preservar o templo íntimo contra todas as formas de condenação e de crueldade,
procurando, em toda parte, a nossa quota de serviço na exaltação do bem que
esposamos e, socorrendo as vítimas do mal sem nos prendermos à sombra,
aprenderemos com Jesus a retirar a cegueira dos cegos, a enfermidade dos
enfermos, a obsessão dos obsessos, a tristeza dos tristes, a fraqueza dos
fracos, a desesperação dos desesperados e a derrota dos que se sentem vencidos,
restituindo os nossos companheiros à sanidade espiritual e conservando toda a
nossa existência erguida ao amor que tudo aprimora, de vez que é do coração que
partem as fontes da vida.
XAVIER, Francisco Cândido
Viajor, pelo Espírito
Emmanuel
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