Por meio de uma linha de pensamentos de enternecedora sensibilidade, nas páginas de luz de O Evangelho Segundo o Espiritismo, o notável Adolfo, bispo de Argel, trabalha eloquente reflexão sobre a prática da beneficência.
Enaltecendo
os valores que estão enraizados na realização beneficente, o nobre religioso
desencarnado faz pensar todo aquele que passa pelo mundo, muitas vezes sem
atinar para a importância da sua atuação junto às dores e às dificuldades
outras, que aturdem incontáveis filhos de Deus.
Não são
poucos os que afirmam que se as pessoas sofrem é porque fizeram por merecer.
Que não deveríamos intervir para que não as impeçamos de cumprir o seu resgate
com as leis do Sempiterno.
Não caberia
duvidar do fato de que os padecimentos de quaisquer ordens estão alicerçados
sobre necessidades provacionais ou expiatórias. Conviria, porém, cada um
refletisse nas razões que levaram o Criador a situar esses necessitados
exatamente próximos a nós.
Sabemos que
Deus não se equivoca, e, por não se equivocar, aproxima os que necessitam
receber daqueles que necessitam aprender a dar.
É
imprescindível que cada alma reencarnada no planeta desenvolva a sensibilidade
diante dos problemas alheios, tanto quanto gostaria de contar com a
sensibilidade dos outros em suas quadras de sofrimentos morais ou de carências
materiais.
Nessas
atitudes de elaborar o bem do próximo é que a caridade opera os milagres do
amor, propiciando inabordáveis estesias aos corações que a operam.
E tu que
avanças na busca de Deus, pelos caminhos do mundo, praticas a caridade?
Sabes que
numa sociedade complexa como a em que vives, são infinitas as chances de realizares
a caridade, pois não é só de pão, roupa ou medicação que se constituem as
necessidades humanas.
A caridade
da boa palavra chega sempre em boa hora, para alguém aflito, sem nobres
perspectivas para os caminhos.
A caridade
do silêncio será auxílio eficaz na hora do tumulto, quando alguém necessita de
espaço mental para pensar e meditar por si mesmo.
A caridade
da mensagem de esperança, para quem não vê senão desalento e caos na própria
estrada.
A caridade
de dizer não a quem se apresta para mergulhar em pântanos de alucinações
contando com o seu aval.
A caridade
da presença cooperadora, que permita aos irmãos saberem que podem contar
conosco em tempos de abandono e indiferença.
A caridade
da oferta de um livro espírita a alguém que procura caminhos, enovelado nos
cipoais de concepções intelectuais desses tempos.
Pára e pensa
em tudo isso, e inicia ou prossegue o teu esforço por praticar a caridade,
porque é por meio dela que, consoante o bispo de Argel, o mundo encontrará a
felicidade.
(Livro: Revelações da Luz. J. Raul Teixeira por Camilo)
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