Esta passagem de Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, é singularmente expressiva para a nossa luta cotidiana.
Todos experimentamos a
tendência de consagrar a maior estima apenas àqueles que leiam a vida pela
cartilha dos nossos pontos de vista. Nosso devotamento é sempre caloroso para
quantos nos esposem os modos de ver, os hábitos enraizados e os princípios
sociais; todavia, nem sempre nossas interpretações são as melhores, nossos
costumes os mais nobres e nossas diretrizes as mais elogiáveis.
Daí procede o impositivo de
desintegração da concha do nosso egoísmo para dedicarmos nossa amizade e
respeito aos companheiros, não pela servidão afetiva com que se liguem ao nosso
roteiro pessoal, mas pela fidelidade com que se norteiam em favor do bem comum.
Se amamos alguém tão-só pela
beleza física, é provável encontremos amanhã o objeto de nossa afeição a
caminho do monturo.
Se estimamos em algum amigo
apenas a oratória brilhante, é possível esteja ele em aflitiva mudez, dentro em
breve.
Se nos consagramos a
determinada criatura só porque nos obedeça cegamente, é provável estejamos
provocando a queda de outros nos mesmos erros em que temos incidido tantas
vezes.
É imprescindível aperfeiçoar
nosso modo de ver e de sentir, a fim de avançarmos no rumo da vida superior.
Busquemos as criaturas, acima
de tudo, pelas obras com que beneficiam o tempo e o espaço em que nos
movimentamos, porque, um dia, compreenderemos que o melhor raramente é aquele
que concorda conosco, mas é sempre aquele que concorda com o Senhor,
colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de nós.
(Francisco Cândido Xavier por
Emmanuel. In: Fonte Viva)
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