“E caindo em si, disse: Quantos jornaleiros
de meu
pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço
de fome!” – (Lucas, 15:17)
Examinando-se a
figura do filho pródigo, toda gente idealiza um homem rico, dissipando possibilidades
materiais nos festins do mundo.
O quadro, todavia,
deve ser ampliado, abrangendo as modalidades diferentes.
Os filhos pródigos
não respiram somente onde se encontra o dinheiro em abundância.
Acomodam-se em
todos os campos da atividade humana, resvalando de posições diversas.
Grandes cientistas
da Terra são perdulários da inteligência, destilando venenos intelectuais,
indignos das concessões de que foram aquinhoados. Artistas preciosos gastam,
por vezes, inutilmente, a imaginação e a sensibilidade, através de aventuras
mesquinhas, caindo, afinal, nos desvãos do relaxamento e do crime.
Em toda parte vemos
os dissipadores de bens, de saber, de tempo, de saúde, de oportunidades...
São eles que,
contemplando os corações simples e humildes, em marcha para Deus, possuídos de
verdadeira confiança, experimentam a enorme angústia da inutilidade e,
distantes da paz íntima, exclamam desalentados:
– “Quantos
trabalhadores pequeninos guardam o pão da tranquilidade, enquanto a fome de paz
me tortura o espírito!”
O mundo permanece
repleto de filhos pródigos e, de hora a hora, milhares de vozes proferem
aflitivas exclamações iguais a esta.
(De “Pão Nosso”, Francisco
Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel)
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