quinta-feira, 30 de setembro de 2021

IMPEDIMENTOS


“Pondo de lado todo o impedimento...

corramos com perseverança a carreira que

nos está proposta.” – Paulo. (Hebreus, 12:1)

 

Por onde transites, na Terra, transportando o vaso de tua fé a derramar-se em boas obras, encontrarás sempre impedimentos a granel, dificultando-te a ação.

Hoje, é o fracasso nas tentativas iniciais de progresso.

Amanhã, é o companheiro que falha.

Depois, é a perseguição descaridosa ao teu ideal.

Afligir-te-ás com o fel de muitos lábios que te merecem apreço.

Sofrerás, de quando em quando, a incompreensão dos outros.

Periodicamente encontrarás na vanguarda obstáculos mil, induzindo-te à inércia ou à negação.

A carreira que nos está proposta, no entanto, deve desdobrar-se no roteiro do bem incessante...

Que fazer com as pessoas e circunstâncias que nos compelem ao retardamento e à imobilidade?

O apóstolo dos gentios responde, categórico:

“Pondo de lado todo o impedimento.”

Colocar a dificuldade à margem, porém, não é desprezar as opiniões alheias, quando respeitáveis, ou fugir à luta vulgar. É respeitar cada individualidade, na posição que lhe é própria, é partilhar o ângulo mais nobre do bom combate, com a nossa melhor colaboração pelo aperfeiçoamento geral. E, por dentro, na intimidade do coração, prosseguir com Jesus, hoje, amanhã e sempre, agindo e servindo, aprendendo e amando, até que a luz divina brilhe em nossa consciência, tanto quanto inconscientemente já nos achamos dentro dela.

 

  

Fonte Viva. Francisco C. Xavier por Emmanuel

 

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

SEMPRE VIVOS


“Ora, Deus não é de mortos, mas, sim, de

vivos. Por isso, vós errais muito.”

Jesus (Marcos, 12:27)


Considerando as convenções estabelecidas em nosso trato com os amigos encarnados, de quando em quando nos referimos à vida espiritual utilizando a palavra “morte” nessa ou naquela sentença de conversação usual. No entanto, é imprescindível entendê-la, não por cessação e sim por atividade transformadora da vida.

Espiritualmente falando, apenas conhecemos um gênero temível de morte – a da consciência denegrida no mal, torturada de remorso ou paralítica nos despenhadeiros que marginam a estrada da insensatez e do crime.

É chegada a época de reconhecermos que todos somos vivos na Criação Eterna.

Em virtude de tardar semelhante conhecimento nos homens, é que se verificam grandes erros. Em razão disso, a Igreja Católica Romana criou, em sua teologia, um céu e um inferno artificiais; diversas coletividades das organizações evangélicas protestantes apegam-se à letra, crentes de que o corpo, vestimenta material do Espírito, ressurgirá um dia dos sepulcros, violando os princípios da Natureza, e inúmeros espiritistas nos têm como fantasmas de laboratório ou formas esvoaçantes, vagas e aéreas, errando indefinidamente.

Quem passa pela sepultura prossegue trabalhando e, aqui, quanto aí, só existe desordem para o desordeiro. Na Crosta da Terra ou além de seus círculos, permanecemos vivos invariavelmente.

Não te esqueças, pois, de que os desencarnados não são magos, nem adivinhos. São irmãos que continuam na luta de aprimoramento.

Encontramos a morte tão somente nos caminhos do mal, onde as sombras impedem a visão gloriosa da vida.

Guardemos a lição do Evangelho e jamais esqueçamos que Nosso Pai é Deus dos vivos imortais.

 


Emmanuel/Chico Xavier

Livro: Pão Nosso

terça-feira, 28 de setembro de 2021

EM NOSSO TRABALHO

“Porque toda casa é edificada por alguém,

mas o que edificou todas as coisas

é Deus.” – Paulo. (Hebreus, 3:4)


O Supremo Senhor criou o Universo, entretanto, cada criatura organiza o seu mundo particular.

O Arquiteto Divino é o possuidor de todas as edificações, todavia, cada Espírito constrói a habitação que lhe é própria.

O Doador dos Infinitos Bens espalha valores ilimitados na Criação, contudo, cada um de nós outros deverá criar valores que nos sejam inerentes à personalidade.

A natureza maternal, rica de bênçãos, em toda parte constitui a representação do patrimônio imensurável do Poder Divino e, em todo lugar, onde exista alguém, aí palpita a vontade igualmente criadora do homem, que é o herdeiro de Deus.

O Pai levanta fundamentos e estabelece leis.

Os filhos contribuem na construção das obras e operam interferências.

É compreensível, portanto, que empenhemos todo o cuidado em nosso esforço individualista, nas edificações do mundo, convictos de que responderemos pela nossa atuação pessoal, em todos os quadros da vida.

Colaboremos no bem com o entusiasmo de quem reconhece a utilidade da própria ação, nos círculos do serviço, mas sem paixões destruidoras que nos amarrem às ilhas do isolacionismo.

Apresentemos nosso trabalho ao Senhor, diariamente, e peçamos a Ele destrua as particularidades em desacordo com os seus propósitos soberanos e justos, rogando-Lhe visão e entendimento.

Seremos compelidos a formar o campo mental de nós mesmos, a erguer a casa de nossa elevação e a construir o santuário que nos seja próprio.

No desdobramento desse serviço, porém, jamais nos esqueçamos de que todos os patrimônios da vida pertencem a Deus.

  

Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

ATRIBULADOS E PERPLEXOS


“Em tudo somos atribulados, mas

não angustiados; perplexos, mas não

desanimados.” - Paulo. (II Coríntios, 4:8)

 

Desde os primeiros tempos do Evangelho, os leais seguidores de Jesus conhecem tribulações e perplexidades, por permanecerem na fé.

Quando se reuniam em Jerusalém, recordando o Mestre nos serviços do Reino Divino, conheceram a lapidação, a tortura, o exílio e o confisco dos bens; quando instituíram os trabalhos apostólicos de Roma, ensinando a verdade e o amor fraterno, foram confiados aos leões do circo, aos espetáculos sangrentos e aos postes de martírio.

Desde então, experimentam dolorosas surpresas em todas as partes do mundo.

A idade medieval, envolvida em sombras, tentou desconhecer a missão do Cristo e acendeu-lhes fogueiras, conduzindo-os, além disso, a tormentos inesperados e desconhecidos, através dos tribunais políticos e religiosos da Inquisição.

E, ainda hoje, enquanto oram confiantes, exemplificando o amor evangélico, reparam o progresso dos ímpios e sofrem a dominação dos vaidosos de todos os matizes. Enquanto triunfam os maus e os indiferentes, nas facilidades terrestres, são eles relegados a dificuldades e tropeços, à frente das situações mais simples. Apesar da evolução inegável do direito no mundo, ainda são chamados a contas pelo bem que fazem e vigiados, com rudeza, devido à verdade consoladora que ensinam.

Mas todos os discípulos fiéis sabem, com Paulo de Tarso, que “em tudo serão atribulados e perplexos”, todavia, jamais se entregarão à angústia e ao desânimo. Sabem que o Mestre Divino foi o Grande Atribulado e aprenderam com Ele que da perplexidade, da aflição, do martírio e da morte, transfere-se a alma para a Ressurreição Eterna.

  

 

Vinha de Luz. Francisco C Xavier por Emmanuel

domingo, 26 de setembro de 2021

NINGUÉM SE RETIRA


“Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor,

para quem iremos nós? tu tens as palavras

da vida eterna.” (João, 6:68)

 

A medida que o Mestre revelava novas características de sua doutrina de amor, os seguidores, então numerosos, penetravam mais vastos círculos no domínio da responsabilidade.

Muitos deles, em razão disso, receosos do dever que lhes caberia, afastaram-se, discretos, do cenáculo acolhedor de Cafarnaum.

O Cristo, entretanto, consciente das obrigações de ordem divina, longe de violar os princípios da liberdade, reuniu a pequena assembléia que restava e interrogou aos discípulos:

– Também vós quereis retirar-vos?

Foi nessa circunstância que Pedro emitiu a resposta sábia, para sempre gravada no edifício cristão.

Realmente, quem começa o serviço de espiritualidade superior com Jesus jamais sentirá emoções idênticas, a distância d’Ele. A sublime experiência, por vezes, pode ser interrompida, mas nunca aniquilada. Compelido em várias ocasiões por impositivos da zona física, o companheiro do Evangelho sofrerá acidentes espirituais submetendo-se a ligeiro estacionamento, contudo, não perderá definitivamente o caminho.

Quem comunga efetivamente no banquete da revelação cristã, em tempo algum olvidará o Mestre amoroso que lhe endereçou o convite.

Por este motivo, Simão Pedro perguntou com muita propriedade: Senhor, para quem iremos nós?

É que o mundo permanece repleto de filósofos, cientistas e reformadores de toda espécie, sem dúvida respeitáveis pelas concepções humanas avançadas de que se fazem pregoeiros; na maioria das situações, todavia, não passam de meros expositores de palavras transitórias, com reflexos em experiências efêmeras.

Cristo, porém, é o Salvador das almas e o Mestre dos corações e, com Ele, encontramos os roteiros da vida eterna.

 

 

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

 

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

QUE DESPERTAS?


“De sorte que transportavam os enfermos

para as ruas e os punham em leitos e em

camilhas para que ao menos a sombra

de Pedro, quando este passasse, cobrisse

alguns deles.” (Atos, 5:15)

 

 O conquistador de glórias sanguinolentas espalha terror e ruínas por onde passa.

O político astucioso semeia a desconfiança e a dúvida.

O juiz parcial acorda o medo destrutivo.

O revoltado espalha nuvens de veneno sutil.

O maledicente injeta disposições malignas nos ouvintes, provocando o verbo desvairado.

O caluniador estende fios de treva na senda que trilha.

O preguiçoso adormece as energias daqueles que encontra, inoculando-lhes fluidos entorpecentes.

O mentiroso deixa perturbação e insegurança, ao redor dos próprios passos.

O galhofeiro, com a simples presença, inspira e encoraja histórias hilariantes.

Todos nós, através dos pensamentos, das palavras e dos atos, criamos atmosfera particular, que nos identifica aos olhos alheios.

A sombra de Simão Pedro, que aceitara o Cristo e a Ele se consagrara, era disputada pelos sofredores e doentes que encontravam nela esperança e alívio, reconforto e alegria.

Examina os assuntos e as atitudes que a tua presença desperta nos outros.

Com atenção, descobrirás a qualidade de tua sombra e, se te encontras interessado em aquisição de valores iluminativos com Jesus, será fácil descobrires as próprias deficiências e corrigi-las.

 

 

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

 

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

ORAÇÃO


“Perseverai em oração, velando nela com ação

de graças.” Paulo (Colossenses, 4:2)

Muitos crentes estimariam movimentar a prece, qual se mobiliza uma vassoura ou um martelo.

Exigem resultados imediatos, por desconhecerem qualquer esforço preparatório. Outros perseveram na oração, mantendo-se, todavia, angustiados e espantadiços. Desgastam-se e consomem valiosas energias nas aflições injustificáveis. Enxergam somente a maldade e a treva e nunca se dignam examinar o tenro broto da semente divina ou a possibilidade próxima ou remota do bem.

Encarceram-se no “lado mau” e perdem, por vezes, uma existência inteira, sem qualquer propósito de se transferirem para o ‘‘lado bom’’.

Que probabilidade de êxito se reservará ao necessitado que formula uma solicitação em gritaria, com evidentes sintomas de desequilíbrio? O concessionário sensato, de início, adiará a solução, aguardando, prudente, que a serenidade  volte ao pedinte.

A palavra de Paulo é clara, nesse sentido.

É indispensável persistir na oração, velando nesse trabalho com ação de graças. E forçoso é reconhecer que louvar não é apenas pronunciar votos brilhantes.

É também alegrar-se em pleno combate pela vitória do bem, agradecendo ao Senhor os motivos de sacrifício e sofrimento, buscando as vantagens que a adversidade e o trabalho nos trouxeram ao espírito.

Peçamos a Jesus o dom da paz e da alegria, mas não nos esqueçamos de glorificar-lhe os sublimes desígnios, toda vez que a sua vontade misericordiosa e justa entra em choque com os nossos propósitos inferiores. E estejamos  convencidos de que oração intempestiva, constituída de pensamentos desesperados e descabidas exigências, destina-se ao chão renovador qual acontece à flor improdutiva que o vento leva.

 

 Emmanuel/Chico Xavier

Livro: Pão Nosso

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

QUANDO A COMPREENSÃO ESTIVER CONOSCO


          Quando a compreensão estiver em nossos olhos, fixaremos na cicatriz do próximo a dificuldade respeitável de um irmão.

*
          Quando a compreensão morar em nossos ouvidos, receberemos a injúria e a maldade, nelas sentindo o incêndio e o infortúnio que ainda lavram no espírito daqueles que nos observam, sem exato conhecimento.
*
          Quando a compreensão se nos aninhar no próprio verbo, o falso julgamento surgirá, junto de nós, por enfermidade lamentável, de quem nos procura, e saberemos fazer o silêncio bendito com que se possa, tanto quanto possível, impedir a extensão do mal.
*
          Quando a compreensão se nos associar ao raciocínio, identificaremos nos pensamentos infelizes a deplorável visitação da sombra, diante da qual acenderemos a luz da fé para a justa resistência.
*
          Quando a compreensão clarear-nos o sentimento, a rigidez espiritual jamais encontrará guarida em nós outros, porque o calor da benevolência irradiar-se-nos-á do espírito, estimulando a alegria dos bons e reduzindo a infelicidade dos companheiros que ainda se confiam à ignorância.
*
          Quando a compreensão brilhar em nossas mãos, a preguiça não nos congelará a boa vontade e aproveitaremos as mínimas oportunidades do caminho para as tarefas do amor que o Mestre nos legou.
*
          “Bem-aventurados os limpos de coração!” — proclamou o Excelso Amigo.
          Sim, bem-aventurados os que esposam o bem para sempre, porque semelhantes trabalhadores da luz sabem converter a treva em claridade, os espinhos em flores, as pedras em pães e a própria derrota em vitória, criando invariavelmente o Céu onde se encontram e apagando os variados infernos que a ignorância inflama na Terra para tormento da vida.



(De “Luz e Vida”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

 

terça-feira, 21 de setembro de 2021

UNIÃO FRATERNAL


“Procurando guardar a unidade do espírito

pelo vínculo da paz.” – Paulo. (Efésios, 4:3)

 

À frente de teus olhos, mil caminhos se descerram, cada vez que te lembras de fixar a vanguarda distante.

São milhões de sendas que marginam a tua. Não olvides a estrada que te é própria e avança, destemeroso.

Estimarias, talvez, que todas as rotas se subordinassem à tua e reportas-te à união, como se os demais viajores da vida devessem gravitar ao redor de teus passos...

Une-te aos outros, sem exigir que os outros se unam a ti.

Procura o que seja útil e belo, santo e sublime e segue adiante...

A nascente busca o regato, o regato procura o rio e o rio liga-se ao mar.

Não nos esqueçamos de que a unidade espiritual é serviço básico da paz.

Observas o irmão que se devota às crianças?

Reparas o companheiro que se dispôs a ajudar aos doentes?

Identificas o cuidado daquele que se fez o amigo dos velhos e dos jovens?

Assinalas o esforço de quem se consagrou ao aprimoramento do solo ou à educação dos animais?

Aprecias o serviço daquele que se converteu em doutrinador na extensão do bem?

Honra a cada um deles, com o teu gesto de compreensão e serenidade, convencido de que só pelas raízes do entendimento pode sustentar-se a árvore da união fraterna, que todos ambicionamos robusta e farta.

Não admitas que os outros estejam enxergando a vida através de teus olhos.

A evolução é escada infinita. Cada qual abrange a paisagem de acordo com o degrau em que se coloca.

Aproxima-te de cada servidor do bem, oferecendo-lhe o melhor que puderes, e ele te responderá com a sua melhor parte.

A guerra é sempre o fruto venenoso da violência.

A contenda estéril é resultado da imposição.

A união fraternal é o sonho sublime da alma humana, entretanto, não se realizará sem que nos respeitemos uns aos outros, cultivando a harmonia, à face do ambiente que fomos chamados a servir. Somente alcançaremos semelhante realização “procurando guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz”.

 

 

Fonte Viva. Francisco Candido Xavier por Emmanuel

ORAÇÃO

“Perseverai em oração, velando nela com ação de graças.” Paulo (Colossenses, 4:2) Muitos crentes estimariam movimentar a prece, qu...