“Querendo
ser doutores da lei, e não entendendo
nem
o que dizem nem o que afirmam.”
-
Paulo. (I Timóteo, 1:7)
Em
todos os lugares surgem multidões que abusam da palavra.
Avivam-se
discussões destrutivas, na esfera da ciência, da política, da filosofia, da
religião. Todavia, não somente nesses setores da atividade intelectual se
manifestam semelhantes desequilíbrios.
A
sociedade comum, em quase todo o mundo, é campo de batalha, nesse particular,
em vista da condenável influência dos que se impõem por doutores em informações
descabidas. Pretensiosas autoridades nos pareceres gratuitos, espalham a
perturbação geral, adiam realizações edificantes, destroem grande parte dos germens
do bem, envenenam fontes de generosidade e fé e, sobretudo, alterando as
correntes do progresso, convertem os santuários domésticos em trincheiras da
hostilidade cordial.
São
esses envenenadores inconscientes que difundem a desarmonia, não entendendo o
que afirmam.
Quem
diz, porém, alguma coisa está semeando algo no solo da vida, e quem determina
isto ou aquilo está consolidando a semeadura.
Muitos
espíritos nobres são cultivadores das árvores da verdade, do bem e da luz;
entretanto, em toda parte movimentam-se também os semeadores do escalracho da
ignorância, dos cardos da calúnia, dos espinhos da maledicência. Através deles
opera-se a perturbação e o estacionamento. Abusam do verbo, mas pagam a
leviandade a dobrado preço, porquanto, embora desejem ser doutores da lei e por
mais intentem confundir-lhe os parágrafos e ainda que dilatem a própria
insensatez por muito tempo, mais se aproximam dos resultados de suas ações, no
círculo das quais essa mesma lei lhes impõe as realidades da vida eterna,
através da desilusão, do sofrimento e da morte.
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
In: Vinha de
Luz)
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