“Mas agora
o meu reino não é daqui”
Jesus
(João, 18:36)
Desde os primórdios do Cristianismo, observamos aprendizes que se
retiram deliberadamente do mundo, alegando que o Reino do Senhor não pertence à
Terra.
Ajoelham-se, por tempo indeterminado, nas casas de adoração, e acreditam
efetuar na fuga a realização da santidade.
Muitos cruzam os braços à frente dos serviços de regeneração e, quando
interrogados, expressam revolta pelos quadros chocantes que a experiência
terrena lhes oferece, reportando-se ao Cristo, diante de Pilatos, quando o
Mestre asseverou que o seu reino ainda não se instalara nos círculos da luta
humana.
No entanto, é justo ponderar que o Cristo não deserdou o planeta.
A palavra d’Ele não afiançou a negação absoluta da felicidade celeste
para a Terra, mas apenas definiu a paisagem então existente, sem esquecer a
esperança no porvir.
O Mestre esclareceu: – “Mas agora o meu reino não é daqui.”
Semelhante afirmativa revela-lhe a confiança.
Jesus, portanto, não pode endossar a falsa atitude dos operários em
desalento, tão só porque a sombra se fez mais densa em torno de problemas
transitórios ou porque as feridas humanas se fazem, por vezes, mais dolorosas.
Tais ocorrências, muita vez, obedecem a pura ilusão visual.
A atividade divina jamais cessa e justamente no quadro da luta benéfica
é que o discípulo insculpirá a própria vitória.
Não nos cabe, pois, a deserção pela atitude contemplativa e, sim,
avançar, confiantemente, para o grande futuro.
Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso
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