sexta-feira, 29 de novembro de 2019

NÓS E CÉSAR




“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai,
pois, a César o que é de César, e a Deus o
que é de Deus.” (Marcos, 12:17)

Em todo lugar do mundo, o homem encontrará sempre, de acordo com os seus próprios merecimentos, a figura de César, simbolizada no governo estatal.
Maus homens, sem dúvida, produzirão maus estadistas.
Coletividades ociosas e indiferentes receberão administrações desorganizadas.
De qualquer modo, a influência de César cercará a criatura, reclamando-lhe a execução dos compromissos materiais.
É imprescindível dar-lhe o que lhe pertence.
O aprendiz do Evangelho não deve invocar princípios religiosos ou idealismo individual para eximir-se dessas obrigações.
Se há erros nas leis, lembremos a extensão de nossos débitos para com a Providência Divina e colaboremos com a governança humana, oferecendo-lhe o nosso concurso em trabalho e boa vontade, conscientes de que desatenção ou revolta não nos resolvem os problemas.
Preferível é que o discípulo se sacrifique e sofra a demorar-se em atraso, ante as leis respeitáveis que o regem, transitoriamente, no plano físico, seja por indisciplina diante dos princípios estabelecidos ou por doentio entusiasmo que o tente a avançar demasiadamente na sua época.
Há decretos iníquos?
Recorda se já cooperaste com aqueles que te governam a paisagem material.
Vive em harmonia com os teus superiores e não te esqueças de que a melhor posição é a do equilíbrio.
Se pretendes viver retamente, não dês a César o vinagre da crítica acerba.
Ajuda-o com o teu trabalho eficiente, no sadio desejo de acertar, convicto de que ele e nós somos filhos do mesmo Deus.



Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

RESISTE À TENTAÇÃO




“Bem aventurado o homem que sofre a
tentação.” (Tiago, 1:12)


Enquanto nosso barco espiritual navega nas águas da inferioridade, não podemos aguardar isenção de ásperos conflitos interiores.
Mormente na esfera carnal, toda vez que empreendemos a melhoria da alma, utilizando os trabalhos e obstáculos do mundo, devemos esperar a multiplicação das dificuldades que se nos deparam, em pleno caminho do conhecimento iluminativo.
Contra o nosso anseio de claridade, temos milênios de sombra.
Antepondo-se-nos à mais humilde aspiração de crescer no bem, vigoram os séculos em que nos comprazíamos no mal.
É por isto que, de permeio com as bênçãos do Alto, sobram na senda dos discípulos as tentações de todos os matizes.
Por vezes, o aprendiz acredita-se preparado a vencer os dragões da animalidade que lhe rondam as portas; todavia, quando menos espera, eis que as sugestões degradantes o espreitam de novo, compelindo-o
a porfiada batalha.
Claro, portanto, que nem mesmo a sepultura nos exonera dos atritos com as trevas, cujas raízes se nos alastram na própria organização espiritual. Só a morte da imperfeição em nós livrar-nos-á delas.
Haja, pois, tolerância construtiva em derredor da caminhada humana, porque as insinuações malignas nos cercarão em toda parte, enquanto nos demoramos na realização parcial do bem.
Somente alcançaremos libertação, quando atingirmos plena luz.
Entendendo a transcendência do assunto, o apóstolo proclama bem aventurado aquele “que sofre a tentação”. Impossível, por agora, qualquer referência ao triunfo absoluto, porque vivemos ainda muito distantes da condição angélica; entretanto, bem aventurados seremos se bem sofremos esse gênero de lutas, controlando os impulsos do sentimento menos aprimorado e aperfeiçoando-o, pouco
a pouco, à custa do esforço próprio, a fim de que não nos entreguemos inermes às sugestões inferiores que procuram converter-nos em vivos instrumentos do mal.


Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

RENDAMOS GRAÇAS




“Em tudo dai graças, porque esta é a vontade
de Deus em Cristo Jesus para convosco.”
Paulo (I Tessalonicenses, 5:18)

A pedra segura.
O espinho previne.
O fel remedeia.
O fogo refunde.
O lixo fertiliza.
O temporal purifica a atmosfera.
O sofrimento redime.
A enfermidade adverte.
O sacrifício enriquece a vida.
A morte renova sempre.
Aprendamos, assim, a louvar o dia pelas bênçãos que nos confere.
Bom é o calor que modifica, bom é o frio que conserva.
A alegria que estimula é irmã da dor que aperfeiçoa.
Roguemos à Providência Celeste suficiente luz para que nossos olhos identifiquem o celeiro da graça em que nos encontramos.
É a cegueira íntima que nos faz tropeçar em obstáculos, onde só existe o favor divino.
E, sobretudo, ao enunciar um desejo nobre, preparemo-nos a recolher as lições que nos cabe aproveitar, a fim de realizá-lo segundo os propósitos superiores que nos regem os destinos.
Não nos espantem dificuldades ou imprevistos dolorosos.
Nem sempre o Socorro de Cima surge em forma de manjar celeste.
Comumente, aparece na feição de recurso menos desejável.
Lembremo-nos, porém, de que o homem sob o perigo de afogamento, nas águas profundas que cobrem o abismo, por vezes só consegue ser salvo ao preço de rudes golpes.
Rendamos graças, pois, por todas as experiências do caminho evolutivo, na santificante procura da Vontade Divina, em Jesus Cristo, Nosso Senhor.


Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

terça-feira, 26 de novembro de 2019

COM ARDENTE AMOR




“Mas, sobretudo, tende ardente caridade
uns para com os outros.” Pedro (I Pedro, 4:8)

Não basta a virtude apregoada em favor do estabelecimento do Reino Divino entre as criaturas.
Problema excessivamente debatido – solução mais demorada... Ouçamos, individualmente, o aviso apostólico e enchamo-nos de ardente caridade, uns para com os outros.
Bem falar, ensinar com acerto e crer sinceramente são fases primárias do serviço.
Imprescindível trabalhar, fazer e sentir com o Cristo.
Fraternidade simplesmente aconselhada a outrem constrói fachadas brilhantes que a experiência pode consumir num minuto.
Urge alcançarmos a substância, a essência...
Sejamos compreensivos para com os ignorantes, vigilantes para com os transviados na maldade e nas trevas, pacientes para com os enfermiços, serenos para com os irritados e, sobretudo, manifestemos a bondade para com todos aqueles que o Mestre nos confiou para os ensinamentos de cada dia.
Raciocínio pronto, habilitado a agir com desenvoltura na Terra, pode constituir patrimônio valioso; entretanto, se lhe falta coração para sentir os problemas, conduzi-los e resolvê-los, no bem comum, é suscetível de converter-se facilmente em máquina de calcular.
Não nos detenhamos na piedade teórica.
Busquemos o amor fraterno, espontâneo, ardente e puro.
A caridade celeste não somente espalha benefícios. Irradia também a divina luz.


Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

EVITA CONTENDER




“Ao servo do Senhor não convém contender.”
Paulo (II Timóteo, 2:24)

Foge aos que buscam demanda no serviço do Senhor.
Não estão eles à procura de claridade divina para o coração.
Apenas disputam louvor e destaque no terreno das considerações passageiras. Analisando as letras sagradas, não atraem recursos necessários à própria iluminação e, sim, os meios de se evidenciarem no personalismo inferior. Combatem os semelhantes que lhes não adotam a cartilha particular, atiram-se contra os serviços que lhes não guardam o controle direto, não colaboram senão do vértice para a base, não enxergam vantagens senão nas tarefas de que eles mesmos se incumbem. Estimam as longas discussões a propósito da colocação de uma vírgula e perdem dias imensos para descobrir as contradições aparentes dos escritores consagrados ao ideal de Jesus. Jamais dispõem de tempo para os serviços da humildade cristã, interessados que se acham na evidência pessoal. Encontram sempre grande estranheza na conjugação dos verbos ajudar, perdoar e servir. Fixam-se, invariavelmente, na zona imperfeita da humanidade e trazem azorragues nas mãos pelo mau gosto de vergastar. Contendem acerca de todas as particularidades da edificação evangélica e, quando surgem perspectivas de acordo construtivo, criam novos motivos de perturbação.
Os que se incorporam ao Evangelho Salvador, por espírito de contenda, são dos maiores e dos mais sutis adversários do Reino de Deus.
É indispensável a vigilância do aprendiz, a fim de que se não perca no desvario das palavras contundentes e inúteis.
Não estamos convocados a querelar e, sim, a servir e a aprender com o Mestre; nem fomos chamados à entronização do “eu”, mas, sim, a cumprir os desígnios superiores na construção do Reino Divino em nós.


Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

CONSERVA O MODELO




“Conserva o modelo das sãs palavras.”
Paulo (II Timóteo, 1:13)

Distribui os recursos que a Providência te encaminhou às mãos operosas, todavia, não te esqueças de que a palavra confortadora ao aflito representa serviço direto de teu coração na sementeira do bem.
O pão do corpo é uma esmola pela qual sempre receberás a justa recompensa, mas o sorriso amigo é uma bênção para a eternidade.
Envia mensageiros ao socorro fraternal, contudo, não deixes, pelo menos uma vez por outra, de visitar o irmão doente e ouvi-lo em pessoa.
A expedição de auxílio é uma gentileza que te angariará simpatia, no entanto, a intervenção direta no amparo ao necessitado conferir-te-á preparação espiritual à frente das próprias lutas.
Sobe à tribuna e ensina o caminho redentor aos semelhantes; todavia, interrompe as preleções, de vez em quando, a fim de assinalar o lamento de um companheiro na experiência humana, ainda mesmo quando se trata de um filho do  desespero ou da ignorância, para que não percas o senso das proporções em tua marcha.
Cultiva as flores do jardim particular de tuas afeições mais queridas, porque, sem o canteiro de experimentação, é muito difícil atender à lavoura nobre e intensiva, mas não fujas sistematicamente à floresta humana, com receio dos vermes e monstros que a povoam, porquanto é imprescindível te prepares a avançar, mais tarde, dentro dela.
Nos círculos da vida, não olvides a necessidade do ensinamento gravado em ti mesmo.
Assim como não podes tomar alimento individual, através de um substituto, e nem podes aprender a lição, guardando-lhe os caracteres na memória alheia, não conseguirás comparecer, ante as Forças Supremas da Sabedoria e do Amor, com realizações e vitórias que não tenham sido vividas e conquistadas por ti mesmo.
“Conserva”, pois, contigo, “o modelo das sãs palavras”.



Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

BEM AVENTURANÇAS




“Bem aventurados sereis quando os homens
vos aborrecerem, e quando vos separarem,
vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome
como mau, por causa do Filho do homem.”
Jesus (Lucas, 6:22)


O problema das bem aventuranças exige sérias reflexões, antes de interpretado por questão líquida, nos bastidores do conhecimento.
Confere Jesus a credencial de bem aventurados aos seguidores que lhe partilham as aflições e trabalhos; todavia, cabe-nos salientar que o Mestre categoriza sacrifícios e sofrimentos à conta de bênçãos educativas e redentoras.
Surge, então, o imperativo de saber aceitá-los.
Esse ou aquele homem serão bem aventurados por haverem edificado o bem, na pobreza material, por encontrarem alegria na simplicidade e na paz, por saberem guardar no coração longa e divina esperança.
Mas... e a adesão sincera às sagradas obrigações do título?
O Mestre, na supervisão que lhe assinala os ensinamentos, reporta-se às bemaventuranças eternas; entretanto, são raros os que se aproximam delas, com a perfeita compreensão de quem se avizinha de tesouro imenso. A maioria dos menos favorecidos no plano terrestre, se visitados pela dor, preferem a lamentação e o desespero; se convidados ao testemunho de renúncia, resvalam para a exigência
descabida e, quase sempre, ao invés de trabalharem pacificamente, lançam-se às aventuras indignas de quantos se perdem na desmesurada ambição.
Ofereceu Jesus muitas bemaventuranças.
Raros, porém, desejam-nas.
É por isto que existem muitos pobres e muitos aflitos que podem ser grandes necessitados no mundo, mas que ainda não são benditos no Céu.
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Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

JUSTAMENTE POR ISSO




“Não vos escrevi porque ignorásseis a verdade,
mas porque a conheceis.” (I João, 2:21)

O intercâmbio cada vez mais intensivo entre os chamados “vivos” e “mortos” constitui grande acontecimento para as organizações evangélicas de modo geral.
Não é tão somente realização para a escola espiritista; pertence às comunidades do Cristianismo inteiro.
Por enquanto, anotamos aqui e ali protestos do dogmatismo organizado, entretanto, a revivescência da verdade assim o exige.
Toda aquisição tem seu preço e qualquer renovação encontra obstáculos espontâneos.
Dia virá em que as várias subdivisões do evangelismo compreenderão a divina finalidade do novo concerto.
O movimento de troca espiritual entre as duas esferas é cada vez mais dilatado. O devotamento dos desencarnados provoca a atenção dos encarnados.
O Senhor permitiu mundial Pentecostes para o reajustamento da realidade eterna.
Convém notar, contudo, que as vozes comovedoras e revigorantes do Além repetem, comumente, velhas fórmulas da Revelação e relembram o passado da Sabedoria terrestre, a fim de extrair conceituação mais respeitável referentemente à vida.
É neste ponto que recordamos as palavras de João, interrogando sinceramente: comunicar-se-ão os “mortos” com os “vivos”, porque os homens ignoram a verdade?
Isso não.
Se os que partem falam novamente aos que ficam é que estes conhecem o caminho da redenção com Jesus, mas não se animam, nem se decidem a trilhá-lo.


Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

terça-feira, 19 de novembro de 2019

ESTA É A MENSAGEM




“Porque esta é a mensagem que ouvistes
desde o princípio: que nos amemos uns
aos outros.” (I João, 3:11)


Em todo o mundo sentimos a enorme inquietação por novas mensagens do Céu. Forças dinâmicas do pensamento insistem em receber modernas expressões de velhas verdades, ensaiando-se criações mentais diferentes. Notamos, porém, que a arte procura novas experimentações e se povoa de imagens negativas, que a política inventa ideologias e processos inéditos de governar e dilata o curso da guerra
destruidora, que a ciência busca desferir vôos mais altos e institui teorias dissolventes da concórdia e do bem estar.
Grandes facções religiosas efetuam trabalho heróico na demonstração da eternidade da vida, suplicando sinais espetaculares do reino invisível ao homem comum.
Convenhamos que haverá sempre benefício nas aspirações elevadas do espírito humano, quando sinceramente procura as vibrações de natureza divina; todavia, necessitamos reconhecer que se há inúmeras mensagens substanciosas, edificantes e iluminadas na Terra, a maior e mais preciosa de todas, desde o princípio da organização planetária, é aquela da solidariedade fraternal, no “amemo-nos uns aos outros”.
Esta é a recomendação primordial. Sentindo-a, cada discípulo pode examinar, nos círculos da luta diária, o índice de compreensão que já possui, acerca dos Desígnios Divinos.
Mesmo que esse ou aquele irmão ainda não a tenha entendido, inicia a execução do paternal conselho em ti mesmo.
Ama sempre. Faze todo bem. Começa estimando os que te não compreendem, convicto de que esses, mais depressa, te farão melhor.


Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

AMOR SEMPRE

       Que faremos da caridade, quando todas as questões econômicas forem resolvidas?        Esta é a indagação que assinalamos, todos nós...