sexta-feira, 28 de setembro de 2018

BOAS MANEIRAS




“E assenta-te no último lugar.”
Jesus (Lucas, 14:10)


O Mestre, nesta passagem, proporciona inolvidável ensinamento de boas maneiras.
Certo, a sentença revela conteúdo altamente simbólico, relativamente ao banquete paternal da Bondade Divina; todavia, convém deslocarmos o conceito a fim de aplicá-lo igualmente ao mecanismo da vida comum.
A recomendação do Salvador presta-se a todas as situações em que nos vejamos convocados a examinar algo de novo, junto aos semelhantes. Alguém que penetre uma casa ou participe de uma reunião pela primeira vez, timbrando demonstrar que tudo sabe ou que é superior ao ambiente em que se encontra, torna-se intolerável aos circunstantes.
Ainda que se trate de agrupamento enganado em suas finalidades ou intenções, não é razoável que o homem esclarecido, aí ingressando pela vez primeira, se faça doutrinador austero e exigente, porquanto, para a tarefa de retificar ou reconduzir almas, é indispensável que o trabalhador fiel ao bem inicie o esforço, indo ao encontro dos corações pelos laços da fraternidade legítima.
Somente assim, conseguirá alijar a imperfeição eficazmente, eliminando uma parcela de sombra, cada dia, através do serviço constante.
Sabemos que Jesus foi o grande reformador do mundo, entretanto, corrigindo e amando, asseverava que viera ao caminho dos homens para cumprir a Lei.
Não assaltes os lugares de evidência por onde passares. E, quando te detiveres com os nossos irmãos em alguma parte, não os ofusques com a exposição do quanto já tenhas conquistado nos domínios do amor e da sabedoria. Se te encontras decidido a cooperar pelo bem dos outros, apaga-te, de algum modo, a fim de que o próximo te possa compreender. Impondo normas ou exibindo poder, nada conseguirás senão estabelecer mais fortes perturbações.



Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel


quinta-feira, 27 de setembro de 2018

SEMPRE VIVOS




“Ora, Deus não é de mortos, mas, sim,
de vivos. Por isso, vós errais muito.”
Jesus (Marcos, 12:27)


Considerando as convenções estabelecidas em nosso trato com os amigos encarnados, de quando em quando nos referimos à vida espiritual utilizando a palavra “morte” nessa ou naquela sentença de conversação usual. No entanto, é imprescindível entendê-la, não por cessação e sim por atividade transformadora da vida.
Espiritualmente falando, apenas conhecemos um gênero temível de morte – a da consciência denegrida no mal, torturada de remorso ou paralítica nos despenhadeiros que marginam a estrada da insensatez e do crime.
É chegada a época de reconhecermos que todos somos vivos na Criação Eterna.
Em virtude de tardar semelhante conhecimento nos homens, é que se verificam grandes erros. Em razão disso, a Igreja Católica Romana criou, em sua teologia, um céu e um inferno artificiais; diversas coletividades das organizações evangélicas protestantes apegam-se à letra, crentes de que o corpo, vestimenta material do Espírito, ressurgirá um dia dos sepulcros, violando os princípios da
Natureza, e inúmeros espiritistas nos têm como fantasmas de laboratório ou formas esvoaçantes, vagas e aéreas, errando indefinidamente.
Quem passa pela sepultura prossegue trabalhando e, aqui, quanto aí, só existe desordem para o desordeiro. Na Crosta da Terra ou além de seus círculos, permanecemos vivos invariavelmente.
Não te esqueças, pois, de que os desencarnados não são magos, nem adivinhos. São irmãos que continuam na luta de aprimoramento.
Encontramos a morte tão somente nos caminhos do mal, onde as sombras impedem a visão gloriosa da vida.
Guardemos a lição do Evangelho e jamais esqueçamos que Nosso Pai é Deus dos vivos imortais.
  

Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel


quarta-feira, 26 de setembro de 2018

NO FUTURO



 

“E não mais ensinará cada um a seu próximo,
nem cada um a seu irmão, dizendo: – Conhece
o Senhor! porque todos me conhecerão, desde
o menor deles até ao maior.” Paulo. (Hebreus, 8:11)


Quando o homem gravar na própria alma
Os parágrafos luminosos da Divina Lei,
O companheiro não repreenderá o companheiro,
O irmão não denunciará outro irmão.
O cárcere cerrará suas portas,
Os tribunais quedarão em silêncio.
Canhões serão convertidos em arados,
Homens de armas volverão à sementeira do solo.
O ódio será expulso do mundo,
As baionetas repousarão,
As máquinas não vomitarão chamas para o incêndio e para a morte,
Mas cuidarão pacificamente do progresso planetário.
A justiça será ultrapassada pelo amor.
Os filhos da fé não somente serão justos,
Mas bons, profundamente bons.
A prece constituir-se-á de alegria e louvor
E as casas de oração estarão consagradas ao trabalho sublime da fraternidade suprema.
A pregação da Lei
Viverá nos atos e pensamentos de todos,
Porque o Cordeiro de Deus
Terá transformado o coração de cada homem
Em tabernáculo de luz eterna,
Em que o seu Reino Divino
Resplandecerá para sempre.




Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel


terça-feira, 25 de setembro de 2018

EM PREPARAÇÃO




“Diz o Senhor: Porei as minhas leis no seu entendimento
e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por
Deus e eles me serão por povo.” – Paulo. (Hebreus, 8:10)


Traduziremos o Evangelho
Em todas as línguas,
Em todas as culturas,
Exaltando-lhe a grandeza,
Destacando-lhe a sublimidade,
Semeando-lhe a poesia,
Comentando-lhe a verdade,
Interpretando-lhe as lições,
Impondo-nos ao raciocínio,
Aprimorando o coração
E reformando a inteligência,
Renovando leis,
Aperfeiçoando costumes
E aclarando caminhos...
Mas, virá o momento
Em que a Boa Nova deve ser impressa, em nós mesmos,
Nos refolhos da mente,
Nos recessos do peito,
Através das palavras e das ações.
Dos princípios e ideais,
Das aspirações e das esperanças,
Dos gestos e pensamentos.
Porque, em verdade,
Se o Céu nos permite espalhar-lhe a Divina Mensagem no mundo,
Um dia, exigirá nos convertamos
Em traduções vivas do Evangelho na Terra.



Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

CONVITE AO BEM



 

“Mas, quando fores convidado, vai.”

– Jesus. (Lucas, 14:10)

 

Em todas as épocas, o bem constitui a fonte divina, suscetível de fornecer-nos valores imortais.
O homem de reflexão terá observado que todo o período infantil é conjunto de apelos ao sublime manancial.
O convite sagrado é repetido, anos a fio. Vem através dos amorosos pais humanos, dos mentores escolares, da leitura salutar, do sentimento religioso, dos amigos comuns.
Entretanto, raras inteligências atingem a juventude, de atenção fixa no chamamento elevado.
Quase toda gente ouve as requisições da natureza inferior, olvidando deveres preciosos.
Os apelos, todavia, continuam...
Aqui, é um livro amigo, revelando a verdade em silêncio; ali, é um companheiro generoso que insiste em favor das realidades luminosas da vida...
A rebeldia, porém, ainda mesmo em plena madureza do homem, costuma rir inconscientemente, passando, todavia, em marcha compulsória, na direção dos desencantos naturais, que lhe impõem mais equilibrados pensamentos.
No Evangelho de Jesus, o convite ao bem reveste-se de claridades eternas. Atendendo-o, poderemos seguir ao encontro de Nosso Pai, sem hesitações.
Se o clarim cristão já te alcançou os ouvidos, aceita-lhe as clarinadas sem vacilar.
Não esperes pelo aguilhão da necessidade.
Sob a tormenta, é cada vez mais difícil a visão do porto.
A maioria dos nossos irmãos na Terra caminha para Deus, sob o ultimato das dores, mas não aguardes pelo açoite de sombras, quando podes seguir, calmamente, pelas estradas claras do amor.




Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

CONTA PARTICULAR




“Ah! se tu conhecesses também, ao menos
neste teu dia, o que à tua paz pertence!”
– Jesus. (Lucas, 19:42)


A exclamação de Jesus, junto de Jerusalém, aplica-se muito mais ao coração do homem – templo vivo do Senhor – que à cidade de ordem material, destinada à ruína e à desagregação nos setores da experiência.
Imaginemos o que seria o mundo, se cada criatura conhecesse o que lhe pertence à paz íntima.
Em virtude da quase geral desatenção a esse imperativo da vida, é que os homens se empenham em dolorosos atritos, assumindo escabrosos débitos.
Atentemos para a assertiva do Mestre – “ao menos neste teu dia”. Estas palavras convidam-nos a pensar na oportunidade de serviço de que dispomos presentemente e a refletir nos séculos que perdemos; compelem-nos a meditar quanto ao ensejo de trabalho, sempre aberto aos espíritos diligentes.
O homem encarnado dispõe dum tempo glorioso que é provisoriamente dele, que lhe foi proporcionado pelo Altíssimo em favor de sua própria renovação.
Necessário é que cada um conheça o que lhe toca à tranquilidade individual. Guarde cada homem digna atitude de compreensão dos deveres próprios e os fantasmas da inquietude estarão afastados. Cuide cada pessoa do que se lhe refira à conta particular e dois terços dos problemas sociais do mundo surgirão naturalmente resolvidos.
Repara as pequeninas exigências de teu círculo e atende-as, em favor de ti mesmo.
Não caminharás entre as estrelas, antes de trilhares as sendas humildes que te competem.






Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

SERIA INÚTIL




“Respondeu-lhes: Já vo-lo disse e não ouvistes;
para que o quereis tornar a ouvir?” – (João, 9:27)


É muito frequente a preocupação de muitos religiosos, no sentido de transformarem os amigos compulsoriamente, conclamando-os às suas convicções particularistas. Quase sempre se empenham em longas e fastidiosas discussões, em contínuos jogos de palavras, sem uma realização sadia ou edificante.
O coração sinceramente renovado na fé, entretanto, jamais procede assim.
É indispensável diluir o prurido de superioridade que infesta o sentimento de grande parte dos aprendizes, tão logo se deixam conduzir a novos portos de conhecimento, nas revelações gradativas da sabedoria divina, porque os discutidores de más inclinações se incumbem de interceptar-lhes a marcha.
A resposta do cego de nascença aos judeus argutos e inquiridores é padrão ativo para os discípulos sinceros.
Lógico que o seguidor de Jesus não negará um esclarecimento acerca do Mestre, mas se já explicou o assunto, se já tentou beneficiar o irmão mais próximo com os valores que o felicitam, sem atingir o alheio entendimento, para que discutir? Se um homem ouviu a verdade e não a compreendeu, fornece evidentes sinais de paralisia espiritual. Ser-lhe-á inútil, portanto, escutar repetições imediatas, porque ninguém enganará o tempo, e o sábio que desafiasse o ignorante rebaixar-se-ia ao título de insensato.
Não percas, pois, as tuas horas através de elucidações minuciosas e repetidas para quem não as pode entender, antes que lhe sobrevenham no caminho o sol e a chuva, o fogo e a água da experiência.
Tens mil recursos de trabalhar em favor de teu amigo, sem provocá-lo ao teu modo de ser e à tua fé.




Livro: Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel


quarta-feira, 19 de setembro de 2018

A META






       Está distante a meta, mas a minha atenção não se prende a ela, e sim à rota que tracei para alcançá-la.
       Que sei eu de distância, quando meus sentidos se enganam com miragens? Como me poderei capacitar da distância da meta que hei de alcançar um dia?
       Hei de alcançar porque eu quero alcançar, e eu quero porque Deus em mim assim o quer.
       Fortalecido por essa certeza, que poderá me deter ou me retirar do caminho?
       Sei que terei precipícios a transpor, que avalanche de pedras poderão rolar ainda sobre mim, que talvez mergulhe nos lodaçais do caminho, pela minha imprevidência, que às vezes me desorienta, mas à proporção que sair da cada experiência, estarei mais encorajado para prosseguir, porque eu quero chegar ao meu destino, e lá chegarei, com a ajuda de Deus.
       Aboli pieguismo e choros não me revolto nem me lamento, porque aquele que me criou não necessita que lhe peça nada. Ele sabe tudo que eu preciso e me dará suas dádivas à medida que eu precisar ou souber usá-las; e, à minha súplica, me retirará da lama em que estiver mergulhado, levado por minhas paixões; me erguerá iluminado, e se eu lhe pedir, como anseio de minha vida, me dará o sol o seu pura amor. Ele me dará na hora exata tudo o que eu precisar, e não o que eu lhe pediria em minha ignorância.
       Portanto, não gasto energia em pedidos pueris, reservando-a para alimentar meu propósito de chegar aos “pés do Mestre”.
       Adiante, amigos e companheiros de caminhada terrena. Se não estou mais entre vós, estou em lugar onde também luto e anseio por alcançar o mesmo ideal vosso.
       Não esmoreçais, ainda que a tempestade mais assustadora vos surpreenda na estrada.. A tempestade experimenta apenas a vossa fé e a vossa convicção. Se não fugirdes apavorados, ela passará e contemplareis a calmaria onde o céu é mais azul e a brisa mansa e amena vos acariciará a alma.




De “...A Verdade e a Vida”, de Cenyra Pinto

REFLEXOS

Impressões negativas? Não precisas dizê-las.   Anotando defeitos, Procura as qualidades.   Com motivos de queixa, Não reclames...