“E
assenta-te no último lugar.”
Jesus
(Lucas, 14:10)
O Mestre, nesta passagem, proporciona inolvidável
ensinamento de boas maneiras.
Certo, a sentença revela conteúdo altamente
simbólico, relativamente ao banquete paternal da Bondade Divina; todavia,
convém deslocarmos o conceito a fim de aplicá-lo igualmente ao mecanismo da
vida comum.
A recomendação do Salvador presta-se a todas as situações
em que nos vejamos convocados a examinar algo de novo, junto aos semelhantes.
Alguém que penetre uma casa ou participe de uma reunião pela primeira vez,
timbrando demonstrar que tudo sabe ou que é superior ao ambiente em que se
encontra, torna-se intolerável aos circunstantes.
Ainda que se trate de agrupamento enganado em suas
finalidades ou intenções, não é razoável que o homem esclarecido, aí
ingressando pela vez primeira, se faça doutrinador austero e exigente,
porquanto, para a tarefa de retificar ou reconduzir almas, é indispensável que
o trabalhador fiel ao bem inicie o esforço, indo ao encontro dos corações pelos
laços da fraternidade legítima.
Somente assim, conseguirá alijar a imperfeição
eficazmente, eliminando uma parcela de sombra, cada dia, através do serviço
constante.
Sabemos que Jesus foi o grande reformador do mundo,
entretanto, corrigindo e amando, asseverava que viera ao caminho dos homens
para cumprir a Lei.
Não assaltes os lugares de evidência por onde
passares. E, quando te detiveres com os nossos irmãos em alguma parte, não os
ofusques com a exposição do quanto já tenhas conquistado nos domínios do amor e
da sabedoria. Se te encontras decidido a cooperar pelo bem dos outros,
apaga-te, de algum modo, a fim de que o próximo te possa compreender. Impondo
normas ou exibindo poder, nada conseguirás senão estabelecer mais fortes
perturbações.
Pão
Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel