segunda-feira, 31 de outubro de 2016

CONSCIÊNCIA





“Guardando o mistério da fé numa consciência pura.”  
Paulo. (I TIMÓTEO, 3:9.)


       Curiosidade ou sofrimento oferecem portas à fé, mas não representam o vaso divino destinado à sua manutenção. Em todos os lugares, observamos pessoas que, em seguida a grandes calamidades da sorte, correm pressurosas aos templos ou aos oráculos novos, manifestando esperança no remédio das palavras.

       O fenômeno, entretanto, muitas vezes, é apenas verbal. O que lhes vibra no coração é o capricho insatisfeito ou ferido pelos azorragues de experiências cruéis...

       Claro que semelhante recurso pode constituir um caminho para a edificação da confiança, sem ser, contudo, a providência ideal.

       Paulo de Tarso, em suas recomendações a Timóteo, esclarece o problema com traço firme.

       É imprescindível guardar a fé e a crença em sentimentos puros. Sem isso, o homem oscilará, na intranquilidade, pela insegurança do mundo íntimo.

       À consciência obscura ou tisnada inclina-se, invariavelmente, para as retificações dolorosas, em cujo serviço podem nascer novos débitos, quando a criatura se caracteriza pela vontade frágil e enfermiça.

       Os aprendizes do Evangelho devem recordar o conselho paulino que se reveste de profunda importância para todas as escolas do Cristianismo.

       O divino mistério da fé viva é  problema de consciência cristalina. Trabalhemos, portanto, por apresentarmos ao Pai a retidão e a pureza dos pensamentos.



De “Vinha de Luz”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

VISITAÇÃO A DOENTES





A visita ao doente pede tato e compreensão.
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Abster-se de dar a mão ao enfermo quando a pessoa for admitida à presença dele, com exceção dos casos em que seja ele quem tome a iniciativa.
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Se o visitante não é chamado espontaneamente para ver o doente, não insistirá nisso, aceitando tacitamente os motivos imanifestos que lhe obstam semelhante contato.
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Toda conversa ao pé de um doente exige controle e seleção.
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Evitar narrações ao redor de moléstias, sintomas, padecimentos alheios e acontecimentos desagradáveis.
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Um cartão fraterno ou algumas flores, substituindo a presença, na hipótese de visitação repetida, em tratamentos prolongados, constituem mananciais de vibrações construtivas.
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Conquanto a oração seja bênção providencial, em todas as ocasiões, o tipo de assistência médica, em favor desse ou daquele enfermo, solicita apreço e acatamento.
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Nunca usar voz muito alta em hospital ou em quarto de enfermo.
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Por mais grave o estado orgânico de um doente, não se lhe impor vaticínios acerca da morte, porquanto ninguém, na Terra, possui recursos para medir a resistência de alguém, e, para cada agonizante que desencarna funciona a misericórdia de Deus, na Vida Maior, através de Espíritos benevolentes e Sábios que dosam a verdade em amor, em benefício dos irmãos que se transferem de plano.
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Toda visita a um doente — quando seja simplesmente visita — deve ser curta.



De “Sinal Verde”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz

terça-feira, 25 de outubro de 2016

MINUTOS DE DEUS




 
Bastas vezes, perguntas, alma boa,
Qual a razão do sofrimento...
Porque a treva da angústia na pessoa...
E também vezes muitas
A recear a justa explicação,
Foges de coração cansado e desatento...

Enquanto podes fazer isso,
Satisfazendo a impulso vão,
Ausentas-te dos quadros de amargura,
Como quem busca o reboliço
Para esquecer o assombro e a inquietação
Que observas nos outros
De alma triste e insegura
Quando colhidos pela provação...

Mas se um dia chegar em que não possas
Distanciar-te do recanto,
Em que a tristeza se conhece
Por neblina de pranto,
Por maiores as dores e os problemas,
Acende a luz da prece
E, esperando por Deus,
Não te aflijas, nem temas...

Ora, detém-te, anota, pensa e escuta
Sob as tribulações em que a sombra domina,
Quando estamos a sós, dentro da própria luta,
Rodeados, ao longe,
De constrangidos cireneus
É que achamos na vida
Os minutos de Deus,
Nos quais se pode registrar
A palavra divina.

Nas estações difíceis do caminho,
Que todos conhecemos
Por solidão, angústia, desengano,
À distância de todo burburinho
Em que o prazer humano
Lembra incêndio de sons que explode e estala,
Nessas pausas de dor do pensamento,
Em que o tempo parece amargo e lento
É que o verbo de Deus nos envolve e nos fala...
Mesmo sem qualquer força a que te arrimes,
Presta a própria atenção
À voz que te procura o coração
Nessas horas sublimes.

Entretanto, não creias,
Perante a aceitação a que te levas
Que Deus te reterá na mágoa que te invade,
Nas teias abismais da crueldade
Ou no bojo das trevas...

Logo após o celeste entendimento
Em que a bênção do Céu se te anuncia,
Ressurgirás em novo nascimento,
A dentro de ti mesmo,
Como quem se revê ao sol de novo dia...

Lembra o próprio Jesus,
Se consegues cismar, em torno disso;
Do berço em louvações
A última páscoa em festa, brilho e luz,
A vida do Senhor
Foi um hino de júbilo e de amor
Em música de paz e de serviço...

Mas chegando ao Jardim das Oliveiras,
Ei-la escutando o Pai, horas inteiras...
E, através do diálogo divino,
Colocado em si mesmo, solitário,
Encontra o sacrifício por destino,
Desde a prisão injusta às pedras do Calvário...

Entretanto, depois
Da renúncia suprema,
Qual se guardasse em si o fel da humana escória,
No suplício final, perante a multidão,
Fez-se o Cristo Imortal do Amor e da Vitória,
Na luz divina da ressurreição.



Pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: A Vida Conta
Médium: Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

QUESTÃO 212





Questão 212 – O homem sem grandes possibilidades intelectuais é sempre um homem medíocre?



      O conceito de mediocridade modifica-se no plano de nossas conquistas universalistas, depois das transições da morte.
      Aí no mundo, costumais enaltecer o escritor que enganou o público, o político que ultrajou o direito, o capitalista que se enriqueceu sem escrúpulos de consciência, colocados na galeria dos homens superiores. Exaltando-lhes os méritos individuais com elogios extravagantes, muitos falais em “mediocridade”, em “rebanho”, em “rotina”, em “personalidade superior”.

      Para nós, a virtude da resignação dos pais de família, criteriosos e abnegados, no extenso rebanho de atividades rotineiras da existência terrestre, não se compara em grandeza com os dotes de espírito do intelectual que gesticula desesperado de uma tribuna, sem qualquer edificação séria, ou que se emaranha em confusões palavrosas na esfera literária, sem a preocupação sincera de aprender com os exemplos da vida.

      O trabalhador que passa a vida inteira trabalhando ao Sol no cultivo da terra, fabricando o pão saboroso da vida, tem mais valor para Deus que os artistas de inteligência viciada, que outra coisa não fazem senão perturbar a marcha divina das suas leis.

      Vede, portanto, que a expressão de intelectualidade vale muito, mas não pode prescindir dos valores do sentimento em sua essência sublime, compreendendo-se afinal, que o “homem medíocre” não é o trabalhador das lides terrestres, amoroso de suas realizações do lar e do sagrado cumprimento de seus deveres, sobre cuja abnegação edificou-se a organização maravilhosa do patrimônio mundano.



Do livro “O Consolador” – Emmanuel/Chico Xavier

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

TRIO DE AMOR




Queres saber acertar
Quando a luta se avizinha...
Atende ao trio de amor:
Perdoa, Serve e Caminha.

Há provação no teu campo,
Recordando erva daninha...
Replanta o chão que te coube,
Perdoa, serve e caminha.

Ris-te à força, disfarçando,
A dor que te desalinha...
Escora-te à paciência
Perdoa, serve e caminha.

A injúria fere-te o nome,
Envolta em sombra mesquinha...
Não chores, nem te defendas,
Perdoa serve e caminha.

Padeces inquietações,
De alma cansada e sozinha...
Trabalha com mais ardor,
Perdoa, serve e caminha...

Ouviste maledicência,
Denúncia, intriga, picuinha...
Detém-te no bem que possas,
Perdoa, serve e caminha.

Viste quedas, deserções,
Amigos perdendo a linha...
Não lamentes, nem censures,
Perdoa, serve e caminha.

Suspiras pelo refúgio,
Onde a paz surge e se aninha...
Simplifica a própria estrada,
Perdoa, serve e caminha.

Se indagares do Senhor
Como honrar-lhe a Glória e a Vinha,
Jesus te responderá:
“Perdoa, Serve e Caminha”.



Pelo Espírito Casimiro Cunha
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Livro: Correio Fraterno

NAS PALAVRAS

“Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados...” (TIAGO, 5:9)   Mergulhar o divino dom da palavra no v...