Na fase terminal de nossas tarefas na
noite
de 10 de junho de 1954, tivemos a
afetuosa
visita de Meimei, a nossa companheira
de
sempre, que, utilizando os recursos psicofônicos
do médium, falou-nos sobre os méritos
do
silêncio, em nossa construção
espiritual.
Repara a melodia do silêncio nas
criações divinas.
No Céu, tudo é harmonia sem
ostentação de força.
O Sol brilhando sem ruído...
Os mundos em movimento sem
desordem...
As constelações refulgindo sem
ofuscar-nos...
E, na Terra, tudo assinala a música
do silêncio, exaltando o amor infinito de Deus.
A semente germinando sem bulício...
A árvore ferida preparando sem
revolta o fruto que te alimenta...
A água que hoje se oculta no coração
da fonte, para dessedentar-te amanhã...
O metal que se deixa plasmar no fogo
vivo, para ser-te mais útil.
O vaso que te obedece sem refutar-te
as ordens...
Que palavras articuladas lhes
definiriam a grandeza?
É por isso que o Senhor também nos
socorre, através das circunstâncias que não falam, por intermédio do tempo, o
sábio mudo.
Não quebres a melodia do silêncio,
onde tua frase soaria em desacordo com a Lei de Amor que nos governa o caminho!
Admira cada estrela na luz que lhe é
própria...
Aproveita cada ribeiro em seu
nível...
Estende os braços a cada criatura
dentro da verdade que lhe corresponda à compreensão...
Discute aprendendo, mas, porque
desejes aprender, não precisas ferir.
Fala auxiliando, mas não te antecipes
ao juízo superior, veiculando o verbo à maneira do azorrague inconsciente e
impiedoso.
«Não saiba tua mão esquerda o que deu
a direita» — disse-nos o Senhor.
Auxilia sem barulho onde passes.
Recorda a ilimitada paciência do Pai
Celestial para com as nossas próprias faltas e ajudemos, sem alarde, ao
companheiro da romagem terrestre que, muitas vezes, apenas aguarda o socorro de
nosso silêncio, a fim de elevar-se à comunhão com Deus.
Do livro: Instruções Psicofônicas, Médium: Francisco
Cândido Xavier
Nenhum comentário:
Postar um comentário