Ei-los
na retaguarda. Não puderam acompanhar o ritmo que a renovação impunha.
Enquanto
os Sábios Mensageiros, à maneira de narradores de histórias, falavam das
construções celestes, eles se detinham extasiados. Compraziam-se na expectativa
de fáceis triunfos, antevendo-se coroados de êxitos nas lutas do caminho comum,
sem qualquer esforço nobre.
Supunham
que o Espiritismo fosse apenas uma Doutrina Consoladora, cujo mister se
resumisse na coleta de náufragos morais e mendigos, para os alentar,
enxugando-lhes as lágrimas sem qualquer compromisso de os estimular para o
trabalho e o sacrifício.
Esqueceram-se
de que a morte física não é o fim.
Olvidaram
que além do sepulcro não há repouso nem paraíso, senão para quem converteu a
própria paz em paz para os outros e dirigiu a felicidade pessoal para a
felicidade de todos.
A
morte não apresenta soluções definitivas para problemas que a reencarnação não
solveu.
A
Terra, por isso mesmo, é o grande campo de realizações, aguardando a dedicação
dos lidadores da esperança, do bem e da verdade.
Ninguém
a deixará livremente, mantendo compromissos com a retaguarda.
Os
que ficaram atrás, preferiram o céu fantasioso da ilusão.
Fizeram-se
apologistas do heroísmo de mão beijada e pretendem a glória de um trabalho
apanagiado por padrinhos terrenos, passageiros detentores do prestígio social e
político.
Deixaram
à margem os problemas gigantes que defrontarão mais tarde, complicados e
insolváveis.
Tentaram
o recuo à hora do avanço e se detiveram a distância.
Não
os incrimines nem os lamentes.
São
almas fracas, incapazes de uma resistência maior.
A
vida, a grande mestra, com mãos de mãe devotada e gentil, conduzi-los-á de
retorno à realidade, da qual ninguém foge impunemente.
Segue
adiante, porém.
Esquece
a fantasia das narrativas atraentes e enfrenta o campo que se desdobra
convidativo.
Aqui,
concede a benção de uma fonte e o deserto se converterá em jardim.
Ali,
remove o charco, e o pântano se transformará em horta dadivosa.
Acolá,
afasta as pedras, e a estrada surgirá oferecendo fácil acesso.
E
faze o bem em toda a parte, com as mãos e o coração, orando e esclarecendo, a
fim de que o trabalho da verdade fulgure em teus braços como estrelas
luminescentes em forma de mãos.
E,
ligado aos Espíritos da Luz, construirás, com o suor e o esforço incessante,
enquanto na carne, a ponte sobre o abismo, pela qual atravessarás, em breve,
formoso e deslumbrado, em busca dos amores felizes que te aguardam, jubilosos,
“do outro lado”.
Divaldo Franco – Joana de Ângelis
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