Estudos e dissertações em torno da
substância
religiosa da Questão Nr. 290, de “O
Livro dos Espíritos”,
de Allan Kardec, pelo Espírito
Emmanuel.
Entre familiares e amigos, encontras,
na Terra, a oficina do teu burilamento.
Com raras exceções, todos apresentam
problemas a resolver.
Problemas na emoção e no pensamento.
Problemas na palavra e na ação.
Problemas no lar e no trabalho.
Problemas no caminho e nas relações.
Prossegues, assim, junto deles, como
quem respira ao pé de múltiplos instrutores num instituto de ensino.
Muitos reclamam trabalho,
lecionando-te paciência, enquanto outros te ferem a sensibilidade,
diplomando-te em sacrifício. Há os que te escandalizam incessantemente,
adestrando-se em piedade, e aqueles que te golpeiam a alma, com as lâminas
invisíveis da ingratidão, para que aprendas a perdoar.
E as lições vão surgindo, à maneira
de testes inevitáveis.
Agora, é o esposo que deserta,
dobrando-te a carga de obrigações, ou, noutras circunstâncias, é a esposa que
se rebela aos compromissos, agoniando-te as horas... Hoje, ainda, são os pais
que te contrariam as esperanças, os filhos que te aniquilam os sonhos ou os
amigos que se transformam em duros entraves no serviço a fazer.
Nenhum problema, entretanto, aparece
ao acaso, por isso, é imperioso te armes de amor para a luta íntima.
Fugir da dificuldade é, muitas vezes,
a ideia que te nasce como sendo o melhor remédio. Semelhante atitude, porém,
seria o mesmo que debandar, menosprezando as exigências da educação.
Carrega, pois, com serenidade e valor
o fardo de aflições que o pretérito te situa nos ombros, convicto de que os
associados complexos do destino são antigos parceiros de tuas experiências, a
repontarem do caminho, solicitando contas e acertos.
Seja qual for o ensinamento de que se
façam intérpretes, roga à Sabedoria Divina te inspire a conduta, a fim de
que não percas o merecimento a escola a que a vida te conduziu.
Ainda mesmo em lágrimas, lê, sem
revolta, no livro do coração, as páginas de dor que te imponham, ofertando-lhes
por resposta as equações do amor puro, em forma de tolerância e bondade,
auxílio e compreensão.
Recorda que o próprio Cristo, sem
débito algum, transitou, cada dia, na Terra, entre esses professores diferentes
do Espírito. E, solucionando, na base da humildade, os problemas que recebia na
atitude e no comportamento de cada um, submeteu-se, a sós, à prova final da
suprema renúncia, à qual igualmente te submeterás, um dia, na conquista da
própria sublimação — o único meio de te elevares ao clima glorioso dos
companheiros, já redimidos que te aguardam, vitoriosos, nas eminências da
Espiritualidade.
De “Religião dos Espíritos”, de Francisco Cândido Xavier,
pelo Espírito Emmanuel
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