segunda-feira, 29 de setembro de 2014

PELA BOCA



Aquilo que sai da boca — diz-nos o Evangelho — precisa merecer-nos tratamento especial.
-x-
As viandas com que o homem, muitas vezes, ameaça a própria saúde, prejudicam apenas a ele mesmo, quando a frase contundente ou o grito de cólera podem alcançar toda uma assembleia de corações, determinando enfermidade e desequilíbrio.
-x-
É pela boca que vazamos da alma desprevenida os tóxicos da maledicência e é ainda por ela que arrojamos de nosso desespero os espinhos da discórdia que levantam trincheiras sombrias, entre irmãos chamados por Jesus à sementeira do amor.
-x-
É da boca que saltam de nosso sentimento mal conduzido as serpentes invisíveis da calúnia, envenenando a vida por onde passam e é ainda por intermédio dela que operamos o exame insensato das consciências alheias, apressando julgamentos da esfera exclusiva d’Aquele Justo Juiz que prendeu a morte na cruz para não condenar-nos em toda a extensão de nossas fraquezas.
-x-
Mas também é pela boca que exteriorizamos a ternura e a compreensão que restauram e fortalecem e é ainda por ela que externamos a fraternidade que nos imanta uns aos outros, à frente da Lei.
-x-
É pela boca que aprendemos a auxiliar aos nossos semelhantes e é ainda por ela que clamamos para o Céu, suplicando socorro e misericórdia.
-x-
Vejamos, assim, o que fazemos da palavra para que a palavra não nos destrua.
-x-
Mobilizemos nossos valores verbalísticos na exaltação do bem, com esquecimento de todo o mal.
-x-
A língua revela o conteúdo do coração.
-x-
Saibamos, então, modular nossa voz na bênção da serenidade e elevar nossa frase sobre o pedestal do amor que nos cabe estender ao próximo.
-x-
Caridade que não sabe começar pela boca dificilmente se expressará com segurança, através das mãos.
-x-
Entronizemos o verbo respeitoso e digno em nosso campo íntimo e estruturemos nossa frase no santo estímulo ao melhor que possuímos, para que possamos receber dos outros o melhor que possuem e estaremos com Jesus, construindo pela nossa conversação os sólidos alicerces de nossa alegria e de nossa paz.


(De ”Indulgência”, de Francisco Cândido Xavier,

pelo Espírito Emmanuel)

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

SE PROCURAS O MELHOR



“Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita
para que sejais perfeitos e completos,
sem faltar em coisa alguma.”
(TIAGO, 1:4)


A paciência vive na base de todas as boas obras.
Acalentarás sublime ideal; contudo, se não tens paciência de realizá-lo...
Sonhas cumprir elevada missão; mas, se não tens paciência de sofrê-la...
Levantarás preciosa instituição; contudo, se não tens paciência de sustentá-la...
Queres a felicidade no lar; mas, se não tens paciência
de construí-la...
Planejas belo futuro para teu filho, contudo, se não tens paciência de educá-lo...
Aspiras a determinada profissão; mas, se não tens paciência de aprendê-la...
Sem paciência, os mais altos projetos resultam em frustração.
Observa o pomicultor que deseja fruto na árvore.
Primeiro, a paciência de preparar a gleba. Em seguida, a paciência de plantar, de cultivar, de defender, de auxiliar e de esperar a colheita madura.
O tempo não respeita as edificações que não ajudou a fazer.
Se procuras o melhor, não desprezes a paciência de trabalhar para que o melhor te encontre e ilumine.
Em todo caminho, sem paciência perfeita, não há possibilidade de perfeição.



(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.

In: Palavras de Vida Eterna)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

SOCORRAMOS



“...Com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir.”
–Jesus. (Mateus, 7:2.)


Decerto observarás, em toda parte, desacordos, desentendimentos, desajustes, discórdias...
Junto do próprio coração, surpreenderás os que parecem residir em regiões morais diferentes. Entes amados desertam da estrada justa, amigos queridos abraçam perigosas experiências.
Como ajudar aos que nos parecem mergulhados no erro?
Censurar é fazer mais distância, desprezá-los será perdê-los.
É imprescindível saibamos socorrê-los, através do bem efetivo e incessante.
Para começar, sintamo-nos na posição deles, a comungar-lhes a luta.
Situemo-nos aos pés dos problemas em que se encontram e atendamos à prestação do serviço silencioso.
Se aparece oportunidade, algo façamos para testemunhar-lhes apreço.
No pensamento, guardemo-los todos em vibrações de entendimento e carinho.
Na palavra, envolvamo-los na benção do verbo nobre.
Na atitude, amparemo-los quanto seja possível.
Em todo e qualquer processo de ação, fortalecê-los para o bem é o nosso dever maior.
À frente, pois, daqueles que se te afiguram desnorteados, estende o coração e as mãos para auxiliar, porque todos estamos no caminho da evolução e, segundo a assertiva do nosso Divino Mestre, "com a medida com que tivermos medido nos hão-de medir a nós".


(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.
In: Palavras de Vida Eterna)


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

LIBERTEMOS



“Disse-lhes Jesus: desatai-o
e deixai-o ir.” (JOÃO, 11:44.)


É importante pensar que Jesus não apenas arrancou Lázaro à sombra do túmulo.
Trazendo-o, de volta, à vida, pede para que seja restituído à liberdade.
“Desatai-o e deixai-o ir” – diz o Senhor.
O companheiro redivivo deveria estar desalgemado para atender às próprias experiências.
Também nós temos, no mundo da própria alma, os que tombam na fossa da negação.
Os que nos dilaceram os ideais, os que nos arrastam à desilusão, os que zombam de nossas esperanças e os que nos lançam em abandono assemelham-se a mortos na cripta de nossas agoniadas recordações.
Lembrá-los é como reavivar velhas úlceras.
Entretanto, para que nos desvencilhemos de semelhantes angústias, é imperioso retirá-los do coração e devolvê-los ao sol da existência.
Não basta, porém, esse gesto de libertarão para nós. É imprescindível haja de nossa parte auxílio a eles, para que se desagrilhoem.
Nem condená-los, nem azedar-lhes o sentimento, mas sim exonerá-los de todo compromisso, ajustando-os a si próprios.
Aqueles que libertamos de qualquer obrigação para conosco, entregando-os à bondade de Deus, mais cedo regressam à luz da compreensão.
Se alguém, assim, caiu na morte do mal, diante de ti, ajuda-o a refazer-se para o bem; entretanto, além disso, é preciso também desatá-lo de qualquer constrangimento e deixa-la ir.


(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.

In: Palavras de Vida Eterna)

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

CAMINHO CERTO



 Não te esqueças de que a tua vida toma a direção dos teus passos.
O caminho que percorrer é o de teus interesses e necessidades.
Existem caminhos para os cimos e estradas para o abismo.
Acautela-te contra os atalhos — caminhos de aparência tranquila mas repletos de desilusões.
É penoso recomeçar a jornada, depois de longo trecho percorrido.
Certifica-te de que estejas no rumo certo.
Facilidades extremas são indícios de caminhos sinuosos.
Muitas pedras de tropeço são degraus de ascensão, escoras para os teus pés.
Não te apresses. Passo a passo, avança sustentando a cruz.



(De “Vigiai e orai”, de Carlos A. Baccelli,
pelo Espírito Irmão José)


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

EXCESSO



Pois que aproveitaria ao homem ganhar
o mundo todo e perder a sua alma?"
- JESUS (Marcos, 8:36)


Enquanto a criatura permanecer no corpo terrestre, é natural que se preocupe com o problema da própria manutenção.
Vigilância não exclui previdência.
Mas não podemos olvidar que o apego ao supérfluo será sempre introdução à loucura.
Tudo aquilo que o homem ajunta abusivamente, no campo exterior, é motivo para aflição ou inutilidade.
Patrimônios físicos sem proveito, isca de sombra atraindo inveja e discórdia.
Alimentos guardados, valores a caminho da podridão.
Roupa em desuso, asilo de traças.
Demasiados recursos amoedados, tentações para os descendentes.
Todo excesso é parede mental isolando aqueles que o criam, em cárceres de orgulho, egoísmo, vaidade e mentira.
Observa, assim, o material que amontoas.
Tudo o que está fora de ti representa caminho em que transitas.
Agarrar-se, pois, ao efêmero é prender-se à ilusão.
Mas todos os bens espirituais que ajuntares em ti mesmo, como sejam virtude e educação, constituem valores inalienáveis a brilharem contigo, aqui ou alhures, sublimação para a vida eterna.


(Francisco Cândido Xavier por
Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna)

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

OUVIDOS



“Quem tem ouvidos de ouvir, ouça.”
– Jesus. (MATEUS, 11 : 15.)


Ouvidos... Toda gente os possui.
Achamos, no entanto, ouvidos superficiais em toda a parte.
Ouvidos que apenas registram sons.
Ouvidos que se prendem a noticiários escandalosos.
Ouvidos que se dedicam a boatos perturbadores.
Ouvidos de propostas inferiores.
Ouvidos simplesmente consagrados à convenção.
Ouvidos de festa.
Ouvidos de mexericos.
Ouvidos de pessimismo.
Ouvidos de colar às paredes.
Ouvidos de complicar.
Se desejas, porém, sublimar as possibilidades de acústica da própria alma, estuda e reflete, pondera e auxilia, fraternalmente, e terás contigo os "ouvidos de ouvir”, a que se reportava Jesus, criando em ti mesmo o entendimento para a assimilação da Eterna Sabedoria.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.

In: Palavras de Vida Eterna)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

MISERICÓRDIA DIVINA



Havia um tempo em que tudo era movido por sonhos... A imaginação criava coisas impossíveis aos olhos de um adulto com tal maturidade que não os permitia sonhar. Era fácil ter desejos que talvez nunca se realizassem. Tudo era fantasia, mágica, um mundo lúdico cheio de vida e esperança. Pensamentos fluíam sem mesmo nos darmos conta, tudo era possível, tudo estava logo ali, era só abrir os olhos e esticar nossas mãos e tornar o impossível em realidade. Éramos o centro das atenções, éramos bajulados, parecia que éramos mais amados... o que não era verdade! Tratados como reis, o que talvez não fosse errado! Ainda não sabíamos nos expressar, não sabíamos ao certo o que queríamos, mas sabíamos inconscientemente nossa missão. Éramos observados por gestos e ignorados em palavras, o que estava errado! Eu tinha direito a palavra, era digna dela... já era dono de conhecimentos tão pouco vistos, tinha sonhos esquecidos pela carne, pois essa sim, nos fazia nascer de novo! Era um ser pequeno que para muitos uma comunicação inteligente e honrada seria impossível. Honra. Ate mesmo o mais prematuro ser nascido em terra tem sua honra e propósitos gravados em suas batalhas reencarnatórias. Já lutamos em guerras, tal como os mais admiráveis soldados, ergui espadas juntamente aos guerreiros mais astutos, mas sem perder a doçura da criança que há em nós... ainda assim somos tratados como seres que ainda não são capazes de nos mostrarmos superiores, como se tivéssemos acabado de nascer das cinzas, o que é um infeliz pensamento de quem ainda não conhece o verdadeiro significado da vida. Somos nascidos há muito séculos. Já sentimos amarguras, tristezas, temos cicatrizes morais de guerras enfrentadas, ainda sentimos a dor de tempos que a muito não é sentido. Ainda lembramos-nos de sofrimentos que pagamos pelos nossos mais infames erros. Ainda não voltamos totalmente à carne. Nossa alma, pensamentos ainda se encontram um pouco distantes, ainda estamos em harmonia com o bem e o mal de antigas vidas ainda não totalmente esquecidas... Ao mesmo tempo somos luz, esperança, somos o renascer, uma nova chance nos foi dada pela misericórdia divina, trazemos conosco a vontade de crescer, aprender, evoluir, amar ao próximo... somos tomados de uma esperança de um dia sermos dignos das bênçãos jogadas sobre nós. Deus. Levamos ele no peito da maneira mais rústica à mais suave. O levamos na alma. Qual seria o presente mais divino que poderíamos ser dignos do que a benção do Senhor, ainda desconhecido por nós. Levamos sua divindade em nossa existência, pois somos feitos de sua generosidade e compaixão. Que sua bênção possa fazer parte de um iluminado futuro, o futuro das crianças que acabam de começar mais uma batalha, mais uma vida terrena!

Mariana Lara de Souza
01/09/2014                                                                                               

OLHOS


  
" ...Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz..."
- Jesus. (Mateus, 6:22.)

Olhos...Patrimônio de todos.
Encontramos, porém, olhos diferentes em todos os lugares.
Olhos de malícia...
Olhos de crueldade...
Olhos de ciúme...
Olhos de ferir...
Olhos de desespero...
Olhos de desconfiança...
Olhos de atrair a viciação...
Olhos de perturbar...
Olhos de registrar males alheios...
Olhos de desencorajar as boas obras...
Olhos de frieza...
Olhos de irritação...
Se aspiras, no entanto, a enobrecer os recursos da visão, ama e ajuda, aprende e perdoa sempre, e guardarás contigo os "olhos bons", a que se referia o Cristo de Deus, instalando no próprio espírito a grande compreensão suscetível de impulsionar-te à glória da Eterna Luz.


(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.

In: Palavras de Vida Eterna)

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

AGRADEÇO, SENHOR!



                 Agradeço, Senhor,
                 Quando me dizes “não”
                 Às súplicas indébitas que faço,
                 Através da oração.

                 Muitas daquelas dádivas que peço,
                 Estima, concessão, posse, prazer,
                 Em meu caso talvez fossem espinhos,
                 Na senda que me deste a percorrer.

                 De outras vezes, imploro-te favores,
                 Entre lamentação, choro, barulho,
                 Mero capricho, simples algazarra,
                 Que me escapam do orgulho...

                 Existem privilégios que desejo,
                 Reclamando-te o “sim”,
                 Que, se me florescessem na existência,
                 Seriam desvantagens contra mim.

                 Em muitas circunstâncias, rogo afeto,
                 Sem achar companhia em qualquer parte,
                 Quando me dás a solidão por guia
                 Que me inspire a buscar-te.

                 Ensina-me que estou no lugar certo,
                 Que a ninguém me ligaste de improviso,
                 E que desfruto agora o melhor tempo
                 De melhorar-me em tudo o que preciso.

                 Não me escutes as exigências loucas,
                 Faze-me perceber
                 Que alcançarei além do necessário,
                 Se cumprir meu dever.

                 Agradeço, meu Deus,
                 Quando me dizes “não” com teu amor,
                 E sempre que te rogue o que não deva,
                 Não me atendas, Senhor!...

(De “Antologia da Espiritualidade”,
de Francisco Cândido Xavier,

pelo Espírito Maria Dolores)

NAS PALAVRAS

“Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados...” (TIAGO, 5:9)   Mergulhar o divino dom da palavra no v...