É do costume
ocidental perguntar em demasia e meditar pouquíssimo.
Uma
ansiedade por respostas prontas, absolutas, que possam servir a todas e
quaisquer situações, parece tomar conta das pessoas.
Pouco
se cogita de formar uma ordem de concepções e de ideias, com base não só no
material intelectual coletado de textos variados, de falas valorosas, mas, tudo
isso apoiado em claras reflexões desenvolvidas ao longo do tempo, capacitando o
indivíduo ao amadurecimento dos seus argumentos, das suas
decisões, da sua vida.
É,
daí, importantíssimo o ato de estudar e de estudar-se, com o fim de melhor
situar-se o indivíduo no campo da lucidez.
Tens
estudado? Ou segues conformado com as possibilidades de perguntar isso e aquilo
a fulano ou a beltrano?
Não
podemos desprezar o valor da pergunta didática, do questionamento científico ou
da indagação filosófica. O que não deveremos aplaudir ou alimentar é esse gosto
irrefletido de interrogar por interrogar, sem nenhuma coragem de mergulhar nos
vastos oceanos do conhecimento formalizado pelas diversas áreas do conhecimento
humano, que permite sistematizar as informações, recrutando-as dos
pesquisadores mais respeitáveis, evitando amarrar-se a teias de opiniões de
pessoas que, muitas vezes, acham-se inseguras para darem respostas,
mas dão-nas mesmo assim aos conformados e inveterados perguntadores.
Estuda,
pois, e estuda muito.
Na
esfera dos conhecimentos espíritas, que desvendam realidades do mundo invisível
para que se façam informadas as criaturas, encontrarás formidáveis conteúdos,
imbatíveis argumentações, avultada claridade, alicerçados em pujante lógica,
capazes, assim, de tornarem onusta de bênçãos de saber a tua
intimidade sequiosa de verdades, aquelas verdades que o mundo já pode suportar.
Pergunta,
sim. Mas, não te conformes com isso. Alevanta-te desse desastroso
comodismo; ergue-te dessa inércia para o autoaprimoramento; lança-te aos
textos, analisa os contextos, elabora teus raciocínios e discute-os,
amadurecidamente, podando as arestas e firmando posições sempre abertas às
complementações, aos enriquecimentos aos quais a tua continuada e feliz
inquietação intelectual deverá conduzir-te.
(Do “Revelações de Luz”, de J. Raul Teixeira, pelo Espírito
Camilo)
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