quarta-feira, 31 de julho de 2024

ILUMINEMOS O CORAÇÃO


Guardemos o coração na luz do bem, para que nossa alma diariamente, possa banhar-se nas águas vivas da grande compreensão.

Somente assim nossos olhos aprenderão a ver ignorância onde presumimos encontrar a delinquência e apenas desse modo, nossos ouvidos registrarão a dor e o infortúnio, onde costumamos assinalar a intemperança e a revolta.

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Não basta observar as telas do mundo, na conceituação habitual da experiência terrestre, porque o raciocínio, quase sempre, mora na faixa estreita do cálculo que se atrela ao egoísmo para entregar-se ao jogo pernicioso das vantagens imediatas e nem vale criticar com a inteligência, porquanto, muitas vezes, a apreciação que nos é própria resulta de enganosa exigência do nosso modo de ser.

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É preciso mergulhar o sentimento nas desventuras e necessidades alheias com a elevação do amor que não apenas situa o defeito, mas acima de tudo busca extirpá-Io em silêncio, à força de espontânea bondade e justa cooperação.

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Busquemos preservar o templo íntimo contra todas as formas de condenação e de crueldade, procurando, em toda parte, a nossa quota de serviço na exaltação do bem que esposamos e, socorrendo as vítimas do mal sem nos prendermos à sombra, aprenderemos com Jesus a retirar a cegueira dos cegos, a enfermidade dos enfermos, a obsessão dos obsessos, a tristeza dos tristes, a fraqueza dos fracos, a desesperação dos desesperados e a derrota dos que se sentem vencidos, restituindo os nossos companheiros à sanidade espiritual e conservando toda a nossa existência erguida ao amor que tudo aprimora, de vez que é do coração que partem as fontes da vida.

 

 

XAVIER, Francisco Cândido

Viajor, pelo Espírito Emmanuel

terça-feira, 30 de julho de 2024

RENOVA-TE SEMPRE


“Ainda que o nosso homem exterior se corrompa,
o interior, contudo, se renova, dia a dia.”
– Paulo. (2ª Epístola aos Coríntios, 4:16)

Cada dia tem a sua lição.

Cada experiência deixa o valor que lhe corresponde.

Cada problema obedece a determinado objetivo.

Há criaturas que, torturadas por temores contraproducentes, proclamam a inconformação que as possui à frente da enfermidade ou da pobreza, da desilusão ou da velhice.

Não faltam, no quadro da luta cotidiana, os que fogem espetacularmente dos deveres que lhes cabem, procurando, na desistência do bom combate e no gradual acordo com a morte, a paz que não podem encontrar.

Lembra-te de que as civilizações se sucedem no mundo, há milhares de anos, e que os homens, por mais felizes e por mais poderosos, foram constrangidos à perda do veículo de carne para acerto de contas morais com a eternidade.

Ainda que a prova te pareça invencível ou que a dor se te afigure insuperável, não te retires da posição de lidador, em que a Providência Divina te colocou.

Recorda que amanhã o dia voltará ao teu campo de trabalho.

Permanece firme, no teu setor de serviço, educando o pensamento na aceitação da Vontade de Deus.

A moléstia pode ser uma intimação transitória e salutar da Justiça Celeste.

A escassez de recursos terrestres é sempre um obstáculo educativo.

O desapontamento recebido com fervorosa coragem é trabalho de seleção do Senhor, em nosso benefício.

A senectude do corpo físico é fixação da sabedoria para a felicidade eterna.

Sê otimista e diligente no bem, entre a confiança e a alegria, porque, enquanto o envoltório de carne se corrompe pouco a pouco, a alma imperecível se renova, de momento a momento, para a vida imortal.

 

 

Fonte Viva. Francisco C. Xavier por Emmanuel

segunda-feira, 29 de julho de 2024

A ESCORA INFALÍVEL

 

Quando estiveres sob o eclipse total da esperança, não te deixes vencer pela sombra.

Segue adiante, fazendo o bem que possas.

É possível que pedras e espinhos te firam na estrada, quando estejas tateando na escuridão.

Conserva, porém, a serenidade e a coragem porque os agentes contrários à tua marcha são elementos que te analisam as conquistas de humildade e paciência.

Sofre, mas serve e segue.

Se te falharam todos os recursos de proteção do mundo, não te esqueças de que tens contigo a escora infalível de Deus.



(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. Distribuição “Os Mensageiros”)

sexta-feira, 26 de julho de 2024

LÓGICA DA PROVIDÊNCIA

 

“Depois que fostes iluminados,
suportastes grande combate de
aflições.” Paulo (Hebreus, 10:32)

Os cultivadores da fé sincera costumam ser indicados, no mundo, à conta de grandes sofredores.

Há mesmo quem afirme afastar-se deliberadamente dos círculos religiosos, temendo o contágio de padecimentos espirituais.

Os ímpios, os ignorantes e os fúteis exibem-se, espetacularmente, na vida comum, através de traços bizarros da fantasia exterior; todavia, quando se abeiram das verdades celestes, antes de adquirirem acesso às alegrias permanentes da espiritualidade superior, atravessam grandes túneis de tristeza, abatimento e taciturnidade. O fenômeno, entretanto, é natural, porquanto haverá sempre ponderação após a loucura  e remorso depois do desregramento.

O problema, contudo, abrange mais vasto círculo de esclarecimentos.

A misericórdia que se manifesta na Justiça de Deus transcende à  compreensão humana.

O Pai confere aos filhos ignorantes e transviados o direito às experiências mais fortes somente depois de serem iluminados. Só após aprenderem a ver com o espírito eterno é que a vida lhes oferece valores diferentes. Nascer-lhes-á nos corações, daí em diante, a força indispensável ao triunfo no grande combate das aflições.

Os frívolos e oportunistas, não obstante as aparências, são habitualmente almas frágeis, quais galhos secos que se quebram ao primeiro golpe da ventania. Os espíritos nobres, que suportam as tormentas do caminho terrestre, sabem disto.

Só a luz espiritual garante o êxito nas provações.

Ninguém concede a responsabilidade de um barco, cheio de preocupações e perigos, a simples crianças.

 

 

 

Livro: Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel

quinta-feira, 25 de julho de 2024

NO SOLO DO ESPÍRITO

 

"E outra caiu em boa terra e deu fruto; um a cem,
outro a sessenta e outro a trinta" -
Jesus ( Mateus, 13:8)

Referindo-nos à parábola do semeador, narrada pelo Divino Mestre, lembremo-nos de que o campo da vida é assim como a terra comum.

Nele encontramos criaturas que expressam glebas espirituais de todos os tipos.

Homens-calhaus...

Homens-espinheiros...

Homens-milhafres...

Homens-parasitas...

Homens-charcos...

Homens-furnas...

Homens-superfícies...

Homens-obstáculos...

Homens-venenos...

Homens-palhas...

Homens-sorvedouros...

Homens-erosões...

Homens-abismos...

Mas surpreendemos também, com alegria, os homens-searas, aqueles que reunindo consigo o solo produtivo do caráter reto, a água pura dos sentimentos nobres, o adubo da abnegação, a charrua do esforço próprio e o suor do trabalho constante, sabem albergar as sementes divinas do conhecimento superior, produzindo as colheitas do bem para os semelhantes.

Reparemos a vasta paisagem que nos rodeia, através da meditação, e, com facilidade, por nossa atitude perante os outros, reconheceremos de pronto que espécie de terreno estamos sendo nós."

 

 

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.
In: Palavras de Vida Eterna)

quarta-feira, 24 de julho de 2024

QUESTÕES A MEDITAR

 

Você dominará sempre as palavras que não disse, entretanto, se subordinará àquelas que pronuncie.
Zele pela tranquilidade de sua consciência, sem descuidar de sua apresentação exterior.
No que se refere à alimentação, é importante recordar a afirmativa dos antigos romanos: "há homens que cavam a sepultura com a própria boca".
Tanto quanto possível, em qualquer obrigação a cumprir, esteja presente, pelo menos dez minutos antes, no lugar do compromisso a que você deve atender.
A inação entorpece qualquer faculdade.
O sorriso espontâneo é uma bênção atraindo outras bênçãos.
Servir, além do próprio dever, não é bajular e sim ganhar segurança.
Cada pessoa a quem você preste auxílio, é mais uma chave na solução de seus problemas.
É natural que você faça invejosos, mas não inimigos.
Cada boa ação que você pratica, é uma luz que você acende, em torno dos próprios passos.
Quem fala menos ouve melhor, e quem ouve melhor aprende mais.

 


André Luiz/Francisco Cândido Xavier, livro "Sinal Verde"

terça-feira, 23 de julho de 2024

PIEDADE


“Mas é grande ganho a piedade com
contentamento.” Paulo (I Timóteo, 6:6)

Fala-se muito em piedade na Terra, todavia, quando assinalamos referências a semelhante virtude, dificilmente discernimos entre compaixão e humilhação.

– Ajudo, mas este homem é um viciado.

– Atenderei, entretanto, essa mulher é ignorante e má.

– Penalizo-me, contudo, esse irmão é ingrato e cruel.

– Compadeço-me, todavia, trata-se de pessoa imprestável.

Tais afirmativas são reiteradas a cada passo por lábios que se afirmam cristãos.

Realmente, de maneira geral, só encontramos na Terra essa compaixão de voz macia e mãos espinhosas.

Deita mel e veneno.

Balsamiza feridas e dilacera-as.

Estende os braços e cobra dívidas de reconhecimento.

Socorre e espanca.

Ampara e desestimula.

Oferece boas palavras e lança reptos hostis.

Sacia a fome dos viajores da experiência com pães recheados de fel.

A verdadeira piedade, no entanto, é filha legítima do amor.

Não perde tempo na identificação do mal.

Interessa-se excessivamente no bem para descurar-se dele em troca de ninharias e sabe que o minuto é precioso na economia da vida.

O Evangelho não nos fala dessa piedade mentirosa, cheia de ilusões e exigências. Quem revela energia suficiente para abraçar a vida cristã, encontra recursos de auxiliar alegremente. Não se prende às teias da crítica destrutiva e sabe semear o bem, fortificar-lhe os germens, cultivar-lhe os rebentos e esperar-lhe a frutificação.

Diz-nos Paulo que a “piedade com contentamento” é “grande ganho” para a alma e, em verdade, não sabemos de outra que nos possa trazer prosperidade ao coração.

 


Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

segunda-feira, 22 de julho de 2024

ADVERSÁRIOS E DELINQUENTES


“Reconcilia-te depressa com o teu adversário,
Enquanto estás a caminho com ele...”
– Jesus. (MATEUS, 5:25)

Jesus nos solicitou a imediata reconciliação com os adversários, para que a nossa oração se dirija a Deus, escolmada de qualquer sentimento aviltante.

Não ignoramos que os adversários são nossos opositores ou, mais apropriadamente, aqueles que alimentam pontos de vista contrários aos nossos. E muitos deles, indiscutivelmente, se encontram em condições muito superiores às nossas, em determinados ângulos de serviço e merecimento. Não nos cabe, assim, o direito de espezinhá-los e sim o dever de respeitá-los e cooperar com eles, no trabalho do bem comum, embora não lhes possamos abraçar o quadro integral das opiniões.

Há companheiros, porém, que, atreitos ao comodismo sistemático, a pretexto de humildade, se ausentam de qualquer assunto em que se procura coibir a dominação do mal, esquecidos de que os nossos irmãos delinquentes são enfermos necessitados de amparo e intervenção compatíveis com os perigos que apresentem para a comunidade.

Todos aqueles que, exercem algum encargo de direção sabem perfeitamente que é preciso velar em defesa da obra que a vida lhes confiou.

Imperioso manter-nos em harmonia com todos os que não pensam por nossos princípios, entretanto, na posição de criaturas responsáveis, não podemos passar indiferentes diante de um irmão obsediado, que esteja lançando veneno em depósitos de água destinada à sustentação coletiva.

Necessitamos acatar os condôminos do edifício que nos serve de residência, toda vez que não consigam ler os problemas do mundo pela cartilha de nossas ideias, todavia, não será justo desinteressar-nos da segurança geral, se vemos um deles ateando fogo no prédio.

Cristo, em verdade, no versículo 25 do capítulo 5, do Evangelho de Mateus, nos afirma: “reconcilia-te depressa com o teu adversário”, mas no versículo 2 do capítulo 16, do Evangelho de Lucas, não se esqueceu de acrescentar: “dá conta de tua mordomia”.

 


Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna

domingo, 21 de julho de 2024

A FORÇA DO EXEMPLO


     — Tenho sério problema com minha esposa. Acha que Espiritismo é coisa do diabo.

     —  Ela conhece a Doutrina?

     — Que nada! Nem se dá ao trabalho de folhear jornais e livros que levo para casa.

     — Sugeriu que participe de uma reunião doutrinária para superar a impressão negativa?

     — Não admite sequer falar a respeito e acha ruim quando saio. Sou obrigado a dar uma “engrossada” para que respeite meus compromissos.

     —  Experimente instituir o Culto do Evangelho no Lar. É valiosa oportunidade de trocar ideias em torno das lições de Jesus, harmonizando o ambiente doméstico.

     —    Conheço minha mulher. Acabaríamos em pancadaria verbal.

     —    E o relacionamento entre vocês?

     —    Ela é feminista de carteirinha. Vive a proclamar igualdade de direitos, esperando que eu assuma encargos domésticos. Comigo não! Mulher tem que ser submissa ao marido. Por isso brigamos muito.

     —    Experimente exercitar cooperação, compreensão e tolerância, como ensina o Espiritismo.

     —    Aí será demais! Se demonstrar fraqueza ela toma conta.

       —    É mais provável que com seu exemplo a esposa se convença de que o Espiritismo é algo muito bom. Faz de você um verdadeiro cristão. Pense nisso...

***

       Vós sois a luz do Mundo.

       Não se pode esconder uma cidade edificada sobre o monte.

       Nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, a iluminar todos os que se encontram na casa.

       Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que esta nos Céus. Mateus, 5:14-16

 

 

De “O CÉU AO NOSSO ALCANCE

Manual perfeito de auto-ajuda, de Richard Simonetti

sexta-feira, 19 de julho de 2024

A LOUCURA DA VIOLÊNCIA


Entre as expressões do primarismo, no mercado das paixões humanas, destaca-se com realce a violência, espalhando angústia e dor.

 

Remanescente dos instintos agressivos, ela estiola as mais formosas florações da vida, estabelecendo o caos.

 

Em onda volumosa arrasa, deixando destroços por onde passa, alucinada.

 

*

 

Na raiz da violência encontra-se a falta de desenvolvimento do senso moral, que o espírito aprimora através da educação, do exercício dos valores éticos, da amplitude de consciência.

 

Atavismo cruel, demora de ser transformada em ação edificante, face às suas vinculações com os reflexos instintivos do período animal, que se prolongam, perturbadores.

 

Não apenas gera aflição, quando desencadeada, como também provoca reações equivalentes em sucessão quase incontrolável, arrebentando tudo quanto se lhe opõe no percurso destrutivo.

 

Todo o empenho em favor da preservação dos valores morais deve ser colocado a serviço da paz, como antídoto à força devastadora da violência.

 

*

 

Pequenos exercícios de autocontrole terminam por criar hábitos de não-violência.

 

Disciplinas mentais e silêncios fortalecidos pela confiança em Deus geram a harmonia que impede a instalação desse desequilíbrio.

 

Atividades de amor, visando o bem e o progresso da criatura humana e da sociedade, constituem patamar de resistência às investidas dessa agressividade.

 

Reflexões em torno dos deveres morais produzem a conscientização do bem, gerando o clima que preserva os sentimentos da fraternidade.

 

A violência é adversária do processo de evolução, fomentadora da loucura. Quem lhe tomba nas garras exaure-se, e, sem forças, termina no abismo do auto-aniquilamento ou do assassínio...

 

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A violência disfarça-se no lar, quando os cônjuges não respeitam os espaços, os direitos que lhes cabem reciprocamente;

 

quando os filhos se sentem preteridos por falsos valores do trabalho, do dinheiro, do poder...

 

Na sociedade, quando os preços escorcham os necessitados;

 

quando os interesses pessoais extrapolam os seus limites e perturbam os outros;

 

quando a comodidade e os prazeres de alguns agridem os compromissos e os comportamentos alheios;

 

quando as injustiças sociais estiolam os fracos a benefício dos fortes aparentes;

 

quando os sentimentos inferiores da maledicência, da calúnia, da inveja, da traição, do suborno de qualquer tipo, da hipocrisia, disseminam suas infelizes sementes;

 

quando os pendores asselvajados não encontram orientação;

 

quando as ilusões e fugas, os vícios e aliciamentos levam às drogas, ao sexo desvairado, às ambições absurdas, explodindo nas ruas do mundo e invadindo os lares;

 

quando os governantes perdem a dignidade e estimulam a prevalência da ignorância, provocando guerras nacionais e internacionais...

 

A violência, de qualquer natureza, é atraso moral, síndrome do primitivismo humano remanescente.

 

*

 

O homem e a mulher estão fadados à paz, à glória estelar.

 

Assim, liberta-te daqueles remanescentes agressivos que terminam insuflando-te reações infelizes.

 

Se te compraz ainda mantê-los, tem a coragem de te violentares, superando-os ou domando-os, e contribuirás para o apressar do progresso humano.

 

Como não te é lícito conivir com o erro, ensina pela retidão os mecanismos da felicidade, evitando a ira, a cólera, o ódio.

 

A ira é fagulha que ateia o fogo da violência. A cólera é combustível que a mantém, e o ódio é labareda que a amplia.

 

Pensa em Jesus, e, em qualquer circunstância, interroga-te como Ele agiria, se estivesse no teu lugar. Tentando-o, lograrás imitá-lO, fazendo como Ele, sem nenhuma violência.

 

 

(Divaldo Pereira Franco por Joanna de Ângelis. In: Momentos Enriquecedores)

NO CAMPO FÍSICO

“Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual.” - Paulo. (I Coríntios, 15:44) Ninguém menospreze a expressão animal da vi...