“Para a liberdade Cristo nos
libertou;
permanecei, pois, firmes
e não
vos dobreis novamente a um jugo de
escravidão.” - Paulo. (GÁLATAS, 5:1)
Disse o apóstolo Paulo, com
indiscutível acerto, que “para a liberdade Cristo nos libertou”.
E não são poucos aqueles que na opinião
terrestre definem o Senhor como sendo um revolucionário comum.
Não raro, pintam-no à feição de
petroleiro vulgar, ferindo instituições e derrubando princípios.
Entretanto, ninguém no mundo foi mais
fiel cultor do respeito e da ordem.
Através de todas as circunstâncias,
vemo-lo interessado, acima de tudo, na lealdade a Deus e no serviço aos homens.
Não exige berço dourado para ingressar
no mundo.
Aceita de bom grado a infância humilde
e laboriosa.
Abraça os companheiros de ministério,
quais se mostram, sem deles reclamar certidão de heroísmo e de santidade.
Nunca se volta contra a autoridade
estabelecida.
Trabalha na extinção da crueldade e da
hipocrisia, do simonismo e da delinquência, mas em momento algum persegue ou
golpeia os homens que lhes sofrem o aviltante domínio.
Vai ao encontro dos enfermos e dos
aflitos para ofertar - lhes o coração.
Serve indistintamente.
Sofre a incompreensão alheia,
procurando compreender para ajudar com mais segurança.
Não espera recompensa, nem mesmo aquela
que surge em forma de simpatia e entendimento nos círculos afetivos.
Padece a ingratidão de beneficiados e
seguidores, sem qualquer ideia de revide.
Recebe a condenação indébita e
submete-se aos tormentos da cruz, sem recorrer à justiça.
E ninguém se fez mais livre que Ele -
livre para continuar servindo e amando, através dos séculos renascentes.
Ensinou-nos, assim, não a liberdade que
explode de nossas paixões indomesticadas, mas a que verte, sublime, do
cativeiro consciente às nossas obrigações, diante do Pai Excelso.
Nas sombras do “eu”, a liberdade do
“faço o que quero” frequentemente cria a desordem e favorece a loucura.
Na luz do Cristo, a liberdade do “devo
servir” gera o progresso e a sublimação.
Assimilemos do Mestre o senso da
disciplina.
Se quisermos ser livres, aprendamos a
obedecer.
Apenas através do dever retamente
cumprido, permaneceremos firmes, sem nos dobrarmos diante da escravidão a que,
muitas vezes, somos constrangidos pela inconsequência de nossos próprios
desejos.
Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.
In: Palavras de Vida Eterna