“O meu reino não é deste mundo.”
(João: capítulo 18º,
versículo 36)
Desnecessária a
fortuna a fim de frui-la.
Secundária a
juventude de modo a gozá-la.
Dispensável o poder
para experimentá-lo.
A felicidade
independe dos valores externos, sempre transitórios, sem maior significação,
além daquela que se lhes atribuem quando na velhice, o homem repassa as
evocações, os sucessos e lamenta a juventude vencida.
Na enfermidade,
considera os tesouros da saúde e sofre-lhe a ausência.
Diante da constrição
da pobreza lembra as dádivas das moedas e experimenta amargura por não as
possuir.
Sob condições de
dependência, padece não ser forte no mundo dos negócios ou da política,
deixando-se afligir desnecessariamente.
Acicatado por
problemas morais, angustia-se ao verificar o júbilo alheio daqueles que
transitam guindados a situações de destaque ou exibindo sorrisos de
tranquilidade.
Isto por ignorar o
testemunho de aflição que cada um deve doar no panorama da evolução inadiável,
de que ninguém se pode eximir.
Felicidade é
construção demorada, que se realiza interiormente a tributo de laboriosa ação
sacrificial.
Sem características
externas, a seu turno, quando invade o ser, exterioriza-se qual luz brilhante
aprisionada em redoma de delicado cristal...
Mesmo quando o homem
consegue adicionar a juventude, o poder, a fortuna e a saúde aparente a
felicidade não está implicitamente com ele.
Por essa razão,
lecionou Jesus que o Seu Reino não é deste mundo, como a corroborar que a
felicidade não pode ser encontrada na Terra, por ser ainda o Orbe o domicílio
expiatório e de provações onde todos forjamos a felicidade real, que virá só
futuramente.
Realiza o teu
quinhão de dever com devotamento e faze sempre o melhor a fim de que o aplauso
da consciência tranquila te conduza ao pórtico da felicidade real.
Não te exasperes
face à desdita aparente. Nem te apegues ao júbilo momentâneo também ilusório.
De tudo e todos os
estados retira o proveito da aprendizagem e, assim fazendo, a pouco e pouco
perceberás que a felicidade é consequência da autoiluminação libertadora, como
decorrência do amor exercido em plenitude fraternal.
Convites
da Vida. Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis