“Mas se alguém te bater na face
direita, oferece-lhe também a outra.”
– Jesus. (Mateus, 5:39)
Alguns humoristas pretendem descobrir na advertência do
Mestre uma exortação à covardia, sem noção de respeito próprio.
O parecer de Jesus, no entanto, não obedece apenas aos
ditames do amor, essência fundamental de seu Evangelho. É igualmente uma peça
de bom senso e lógica rigorosa.
Quando um homem investe contra outro, utilizando a força
física, os recursos espirituais de qualquer espécie já foram momentaneamente
obliterados no atacante.
O murro da cólera somente surge quando a razão foi
afastada. E sobrevindo semelhante problema, somente a calma do adversário
consegue atenuar os desequilíbrios, procedentes da ausência de controle.
O homem do campo sabe que o animal enfurecido não regressa
à naturalidade se tratado com a ira que o possui.
A abelha não ferretoa o apicultor, amigo da brandura e da
serenidade.
O único recurso para conter um homem desvairado,
compelindo-o a reajustar-se dignamente, é conservar-se o contendor ou os
circunstantes em posição normal, sem cair no mesmo nível de inferioridade.
A recomendação de Jesus abre-nos abençoado avanço...
Oferecer a face esquerda, depois que a direita já se
encontra dilacerada pelo agressor, é chamá-lo à razão enobrecida,
reintegrando-o, de imediato, no reconhecimento da perversidade que lhe é
própria.
Em qualquer conflito físico, a palavra reveste-se de
reduzida função nos círculos do bem. O gesto é a força que se expressará
convenientemente.
Segundo reconhecemos, portanto, no conselho do Cristo não
há convite à fraqueza, mas apelo à superioridade que as pessoas vulgares ainda
desconhecem.
Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por
Emmanuel
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