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E, como enxameiam em nosso pretérito
próximo ou remoto gravames deploráveis e contas obscuras que nos compete apagar
ou ressarcir, na maioria das circunstâncias, a atuação dessa natureza é
deprimente e perturbadora, muita vez constrangendo-nos a incidir nos mesmos
erros que nos tisnam as consciências e nos dilaceram os corações.
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É por isso que, durante a viagem na
esfera física, somos habitualmente assaltados por aflitivas surpresas do plano
oculto, em qualquer idade e em toda situação.
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Há quem se veja enrodilhado nas suas
malhas esfogueantes, em plena juventude corpórea, quem lhe conheça o sabor
amargo no matrimônio, quem lhe experimente o impacto de angústia nas mais
nobres tarefas do lar, quem lhe sinta a presença na esfera da profissão e quem
lhe receba a nuvem desnorteante na hora da madureza ou da senectude, em
dolorosas inquietações.
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Para todos os problemas desse jaez,
entretanto, é preciso reconhecer que só o bem puro e espontâneo é remédio justo
e eficaz.
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Somos, em verdade, seguidos pela
influência que aliciamos, como quem apenas recolhe da gleba plantada aquilo que
semeou.
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E, assim como apenas a lances de
suor e trabalho digno, preservamos a lavoura de nosso compromisso contra a hera
que lhe sufoca os rebentos ou contra os vermes que lhe devoram as flores,
somente ao preço de perdão e renúncia, amor e desinteresse, por vezes com o
sacrifício de nossa própria felicidade, é que operaremos em nossos associados
da sombra de ontem a necessária renovação, para que a liberdade nos favoreça na
reconquista da luz.
Francisco Cândido Xavier/Emmanuel. Livro: Trilha de Luz
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