quarta-feira, 30 de setembro de 2020

COOPEREMOS FIELMENTE

  


“Pois somos cooperadores de Deus.”

– Paulo. (I Coríntios, 3:9)

 

O Pai é o Supremo Criador da Vida, mas o homem pode ser fiel cooperador dEle.

Deus visita a criatura pela própria criatura.

Almas cerradas sobre si mesmas declarar-se-ão incapazes de serviços nobres; afirmar-se-ão empobrecidas ou incompetentes.

Há companheiros que atingem o disparate de se proclamarem tão pecadores e tão maus que se sentem inabilitados a qualquer espécie de concurso sadio na obra cristã, como se os devedores e os ignorantes não necessitassem trabalhar na própria melhoria.

As portas da colaboração com o divino amor, porém, permanecem constantemente abertas e qualquer homem de mediana razão pode identificar a chamada para o serviço divino.

Cultivemos o bem, eliminando o mal.

Façamos luz onde a treva domine.

Conduzamos harmonia às zonas em discórdia.

Ajudemos a ignorância com o esclarecimento fraterno.

Seja o amor ao próximo nossa base essencial em toda construção no caminho evolutivo.

Até agora, temos sido pesados à economia da vida.

Filhos perdulários, ante o Orçamento Divino, temos despendido preciosas energias em numerosas existências, desviando-as para o terreno escuro das retificações difíceis ou do cárcere expiatório.

Ao que nos parece, portanto, segundo os conhecimentos que possuímos, por “acréscimo de misericórdia”, já é tempo de cooperarmos fielmente com Deus, no desempenho de nossa tarefa humilde.

  

                        Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Vinha de Luz

terça-feira, 29 de setembro de 2020

SABER COMO CONVÉM

 


 

“E se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não

sabe como convém saber.” - Paulo. (I Coríntios, 8:2)

 

A civilização sempre cuida saber excessivamente, mas, em tempo algum, soube como convém saber.

É por isto que, ainda agora, o avião bombardeia, o rádio transmite a mentira e a morte, e o combustível alimenta maquinaria de agressão.

Assim também, na esfera individual, o homem apenas cogita saber, esquecendo que é indispensável saber como convém.

Em nossas atividades evangélicas, toda a atenção é necessária ao êxito na tarefa que nos foi cometida.

Aprendizes do Evangelho existem que pretendem guardar toda a revelação do Céu, para impô-la aos vizinhos; que se presumem de posse da humildade, para tiranizarem os outros; que se declaram pacientes, irritando a quem os ouve; que se afirmam crentes, confundindo a fé alheia; que exibem títulos de benemerência, olvidando comezinhas obrigações domésticas.

Esses amigos, principalmente, são daqueles que cuidam saber sem saberem de fato.

Os que conhecem espiritualmente as situações ajudam sem ofender, melhoram sem ferir, esclarecem sem perturbar. Sabem como convém saber e aprenderam a ser úteis. Usam o silêncio e a palavra, localizam o bem e o mal, identificam a sombra e a luz e distribuem com todos os dons do Cristo. Informam-se quanto à Fonte da Eterna Sabedoria e ligam-se a ela como lâmpadas perfeitas ao centro da força. Fracassos e triunfos, no plano das formas temporárias, não lhes modificam as energias. Esses sabem porque sabem e utilizam os próprios conhecimentos como convém saber.

 

Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

CREDORES DIFERENTES

  


“Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos.”

– Jesus. (Mateus, 5:44)

 

O problema do inimigo sempre merece estudos mais acurados.

Certo, ninguém poderá aderir, de pronto, à completa união com o adversário do dia de hoje, como Jesus não pôde rir-se com os perseguidores, no martírio do Calvário.

Entretanto, a advertência do Senhor, conclamando-nos a amar os inimigos, reveste-se de profunda significação em todas as facetas pelas quais a examinemos, mobilizando os instrumentos da análise comum.

Geralmente, somos devedores de altos benefícios a quantos nos perseguem e caluniam; constituem os instrumentos que nos trabalham a individualidade, compelindo-nos a renovações de elevado alcance que raramente compreendemos nos instantes mais graves da experiência. São eles que nos indicam as fraquezas, as deficiências e as necessidades a serem atendidas na tarefa que estamos executando.

Os amigos, em muitas ocasiões, são imprevidentes companheiros, porquanto contemporizam com o mal; os adversários, porém, situam-no com vigor.

Pela rudeza do inimigo, o homem comumente se faz rubro e indignado uma só vez, mas, pela complacência dos afeiçoados, torna-se pálido e acabrunhado, vezes sem conta.

Não queremos dizer com isto que a criatura deva cultivar inimizades; no entanto, somos daqueles que reconhecem por beneméritos credores quantos nos proclamam as faltas.

São médicos corajosos que nos facultam corretivo.

É difícil para muita gente, na Terra, a aceitação de semelhante verdade; todavia, chega sempre um instante em que entendemos o apelo do Cristo, em sua magna extensão.

 

 

Vinha de Luz. Francisco Cândido Xavier por Emmanuel

 

domingo, 27 de setembro de 2020

SERVICINHOS

 


 

“Antes sede uns para com os outros benignos.”  

Paulo. (Efésios, 4:32)

Grande massa de aprendizes queixa-se, por vezes, da ausência de grandes oportunidades nos serviços do mundo.

Aqui, é alguém desgostoso por não haver obtido um cargo de alta relevância; além, é um irmão inquieto porque ainda não conseguiu situar o nome na grande imprensa.

A maioria anda esquecida do valor dos pequenos trabalhos que se traduzem, habitualmente, num gesto de boas maneiras, num sorriso fraterno e consolador... Um copo de água pura, o silêncio ante o mal que não comporta esclarecimentos imediatos, um livro santificante que se dá com amor, uma sentença carinhosa, o transporte de um fardo pequenino, a sugestão do bem, a tolerância em face de uma conversação fastidiosa, os favores gratuitos de alguns vinténs, a dádiva espontânea ainda que humilde, a gentileza natural, constituem serviços de grande valor que raras pessoas tomam à justa consideração.

Que importa a cegueira de quem recebe? que poderá significar a malevolência das criaturas ingratas, diante do impulso afetivo dos bons corações? Quantas vezes, em outro tempo, fomos igualmente cegos e perversos para com o Cristo, que nos tem dispensado todos os obséquios, grandes e pequenos?

Não te mortifiques pela obtenção do ensejo de aparecer nos cartazes enormes do mundo. Isso pode traduzir muita dificuldade e perturbação para teu espírito, agora ou depois.

Sê benevolente para com aqueles que te rodeiam.

Não menosprezes os servicinhos úteis.

Neles repousa o bem-estar do caminho diário para quantos se congregam na experiência humana.

 

Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel

 

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

NÃO BASTA VER

 


“E logo viu, e o foi seguindo, glorificando a

Deus. E todo o povo, vendo isto, dava

louvores a Deus.” - (Lucas, 18:43)

 

A atitude do cego de Jericó representa padrão elevado a todo discípulo sincero do Evangelho.

O enfermo de boa-vontade procura primeiramente o Mestre, diante da multidão. Em seguida à cura, acompanha Jesus, glorificando a Deus. E todo o povo, observando o benefício, a gratidão e a fidelidade reunidos, volta-se para a confiança no Divino Poder.

A maioria dos necessitados, porém, assume posição muito diversa. Quase todos os doentes reclamam a atuação do Cristo, exigindo que a dádiva desça aos caprichos perniciosos que lhes são peculiares, sem qualquer esforço pela elevação de si mesmos à bênção do Mestre.

Raros procuram o Cristo à luz meridiana; e, de quantos lhe recebem os dons, raríssimos são os que lhe seguem os passos no mundo.

Daí procede a ausência da legítima glorificação a Deus e a cura incompleta da cegueira que os obscurecia, antes do primeiro contacto com a fé.

Em razão disso, a Terra está repleta dos que creem e descreem, estudam e não aprendem, esperam e desesperam, ensinam e não sabem, confiam e duvidam.

Aquele que recebe dádivas pode ser somente beneficiário.

O que, porém, recebe o favor e agradece-o, vendo a luz e seguindo-a, será redimido.

É óbvio que o mundo inteiro reclama visão com o Cristo, mas não basta ver simplesmente; os que se circunscrevem ao ato de enxergar podem ser bons narradores, excelentes estatísticos, entretanto, para ver e glorificar o Senhor é indispensável marchar nas pegadas do Cristo, escalando, com Ele, a montanha do trabalho e do testemunho.

 

Vinha de Luz. Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

DE ÂNIMO FORTE



“Porque Deus não nos deu o espírito de

temor, mas de fortaleza, amor e moderação.”

Paulo. (II Timóteo, 1:7)

 

Não faltam recursos de trabalho espiritual a todo irmão que deseje reerguer-se, aprimorar-se, elevar-se.

Lacunas e necessidades, problemas e obstáculos desafiam o espírito de serviço dos companheiros de fé, em toda parte.

A ignorância pede instrutores, a dor reclama enfermeiros, o desespero suplica orientadores.

Onde, porém, os que procuram abraçar o trabalho por amor de servir?

Com raras exceções, observamos, na maioria das vezes, a fuga, o pretexto, o retraimento.

Aqui, há temor de responsabilidade; ali, receios da crítica; acolá, pavor de iniciativa a benefício de todos.

Como poderá o artista fazer ouvir a beleza da melodia se lhe foge o instrumento?

Nesse caso, temos em Jesus o artista divino e em nós outros, encarnados e desencarnados, os instrumentos dEle para a eterna melodia do bem no mundo.

Se algemamos o coração ao medo de trabalhar em benefício coletivo, como encontrar serviço feito que tranquilize e ajude a nós mesmos? como recolher felicidade que não semeamos ou amealhar dons de que nos afastamos suspeitosos?

Onde esteja a possibilidade de sermos úteis, avancemos, de ânimo forte, para a frente, construindo o bem, ainda que defrontados pela ironia, pela frieza ou pela ingratidão, porque, conforme a palavra iluminada do apóstolo aos gentios, “Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação”.

 

 

 

Espírito: Emmanuel - Psicografia: Chico Xavier - Livro: Vinha de Luz

 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

ORAÇÃO E RENOVAÇÃO

 


 

“Holocaustos e oblações pelo pecado não te

agradaram.” - Paulo. (Hebreus, 10:6)

 

É certo que todo trabalho sincero de adoração espiritual nos levanta a alma, elevando-nos os sentimentos.

A súplica, no remorso, traz-nos a bênção das lágrimas consoladoras. A rogativa na aflição dá-nos a conhecer a deficiência própria, ajudando-nos a descobrir o valor da humildade. A solicitação na dor revela-nos a fonte sagrada da Inesgotável Misericórdia.

A oração refrigera, alivia, exalta, esclarece, eleva, mas, sobretudo, afeiçoa o coração ao serviço divino. Não olvidemos, porém, de que os atos íntimos e profundos da fé são necessários e úteis a nós próprios.

Na essência, não é o Senhor quem necessita de nossas manifestações votivas, mas somos nós mesmos que devemos aproveitar a sublime possibilidade da repetição, aprendendo com a sabedoria da vida.

Jesus espera por nossa renovação espiritual, acima de tudo.

Se erraste, é preciso procurar a porta da retificação.

Se ofendeste a alguém, corrige-te na devida reconciliação.

Se te desviaste da senda reta, volta ao caminho direito.

Se te perturbaste, harmoniza-te de novo.

Se abrigaste a revolta, recupera a disciplina de ti mesmo.

Em qualquer posição de desequilíbrio, lembra-te de que a prece pode trazer-te sugestões divinas, ampliar-te a visão espiritual e proporcionar-te consolações abundantes; todavia, para o Senhor não bastam as posições convencionais ou verbalistas.

O Mestre confere-nos a Dádiva e pede-nos a iniciativa.

Nos teus dias de luta, portanto, faze os votos e promessas que forem de teu agrado e proveito, mas não te esqueças da ação e da renovação aproveitáveis na obra divina do mundo e sumamente agradáveis aos olhos do Senhor.


Livro: Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

PORTA ESTREITA

 


 

“Porfiai por entrar pela porta estreita, porque

eu vos digo que muitos procurarão entrar,

e não poderão.” - Jesus. (Lucas, 13:24)

 

Antes da reencarnação necessária ao progresso, a alma estima na “porta estreita” a sua oportunidade gloriosa nos círculos carnais.

Reconhece a necessidade do sofrimento purificador. Anseia pelo sacrifício que redime. Exalta o obstáculo que ensina. Compreende a dificuldade que enriquece a mente e não pede outra coisa que não seja a lição, nem espera senão a luz do entendimento que a elevará nos caminhos infinitos da vida.

Obtém o vaso frágil de carne, em que se mergulha para o serviço de retificação e aperfeiçoamento.

Reconquistando, porém, a oportunidade da existência terrestre, volta a procurar as “portas largas” por onde transitam as multidões.

Fugindo à dificuldade, empenha-se pelo menor esforço.

Temendo o sacrifício, exige a vantagem pessoal. Longe de servir aos semelhantes, reclama os serviços dos outros para si.

E, no sono doentio do passado, atravessa os campos de evolução, sem algo realizar de útil, menosprezando os compromissos assumidos.

Em geral, quase todos os homens somente acordam quando a enfermidade lhes requisita o corpo às transformações da morte.

“Ah! se fosse possível voltar!...” - pensam todos.

Com que aflição acariciam o desejo de tornar a viver no mundo, a fim de aprenderem a humildade, a paciência e a fé!... com que transporte de júbilo se devotariam então à felicidade dos outros!...

Mas... é tarde. Rogaram a “porta estreita” e receberam-na, entretanto, recuaram no instante do serviço justo. E porque se acomodaram muito bem nas “portas largas”, volvem a integrar as fileiras ansiosas daqueles que procuram entrar, de novo, e não conseguem.

  

 

Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Vinha de Luz

 

domingo, 20 de setembro de 2020

EXECUTAR BEM

 


 

“E ele lhes disse: - Não peçais mais do que o que vos

está ordenado.” - João Batista. (Lucas, 3:13)

 

A advertência de João Batista à massa inquieta é dos avisos mais preciosos do Evangelho.

A ansiedade é inimiga do trabalho frutuoso. A precipitação determina desordens e recapitulações consequentes.

Toda atividade edificante reclama entendimento.

A palavra do Precursor não visa anular a iniciativa ou diminuir a responsabilidade, mas recomenda espírito de precisão e execução nos compromissos assumidos.

As realizações prematuras ocasionam grandes desperdícios de energia e atritos inúteis.

Nos círculos evangélicos da atualidade, o conselho de João Batista deve ser especialmente lembrado.

Quantos pedem novas mensagens espirituais, sem haver atendido a sagradas recomendações das mensagens velhas? quantos aprendizes aflitos por transmitir a verdade ao povo, sem haver cumprido ainda a menor parcela de responsabilidade para com o lar que formaram no mundo? Exigem revelações, emoções e novidades, esquecidos de que também existem deveres inalienáveis desafiando o espírito eterno.

O programa individual de trabalho da alma, no aprimoramento de si mesma, na condição de encarnada ou desencarnada, é lei soberana.

Inútil enganar o homem a si mesmo com belas palavras, sem lhes aderir intimamente, ou recolher-se à proteção de terceiros, na esfera da carne ou nos círculos espirituais que lhe são próximos.

De qualquer modo, haverá na experiência de cada um de nós a ordenação do Criador e o serviço da criatura.

Não basta multiplicar as promessas ou pedir variadas tarefas ao mesmo tempo. Antes de tudo, é indispensável receber a ordenação do Senhor, cada dia, e executá-la do melhor modo.


Vinha de Luz

Francisco Cândido Xavier

Emmanuel

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

NÃO ENTENDEM

 

“Querendo ser doutores da lei, e não entendendo

nem o que dizem nem o que afirmam.”

- Paulo. (I Timóteo, 1:7)

 

Em todos os lugares surgem multidões que abusam da palavra.

Avivam-se discussões destrutivas, na esfera da ciência, da política, da filosofia, da religião. Todavia, não somente nesses setores da atividade intelectual se manifestam semelhantes desequilíbrios.

A sociedade comum, em quase todo o mundo, é campo de batalha, nesse particular, em vista da condenável influência dos que se impõem por doutores em informações descabidas. Pretensiosas autoridades nos pareceres gratuitos, espalham a perturbação geral, adiam realizações edificantes, destroem grande parte dos germens do bem, envenenam fontes de generosidade e fé e, sobretudo, alterando as correntes do progresso, convertem os santuários domésticos em trincheiras da hostilidade cordial.

São esses envenenadores inconscientes que difundem a desarmonia, não entendendo o que afirmam.

Quem diz, porém, alguma coisa está semeando algo no solo da vida, e quem determina isto ou aquilo está consolidando a semeadura.

Muitos espíritos nobres são cultivadores das árvores da verdade, do bem e da luz; entretanto, em toda parte movimentam-se também os semeadores do escalracho da ignorância, dos cardos da calúnia, dos espinhos da maledicência. Através deles opera-se a perturbação e o estacionamento. Abusam do verbo, mas pagam a leviandade a dobrado preço, porquanto, embora desejem ser doutores da lei e por mais intentem confundir-lhe os parágrafos e ainda que dilatem a própria insensatez por muito tempo, mais se aproximam dos resultados de suas ações, no círculo das quais essa mesma lei lhes impõe as realidades da vida eterna, através da desilusão, do sofrimento e da morte.

 


Francisco Cândido Xavier

Emmanuel

In: Vinha de Luz)


NAS PALAVRAS

“Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados...” (TIAGO, 5:9)   Mergulhar o divino dom da palavra no v...