quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

INCERTEZA – CERTEZA




A incerteza, quanto ao momento da ocorrência da morte, deve constituir para o homem a mais séria advertência a respeito da transitoriedade do corpo físico.
Dentro de cinco minutos, através de uma parada cardíaca; de cinco anos, em um acidente de veículo; ou de cinquenta anos, por uma enfermidade de longo prazo, dolorosa, ninguém sabe quando acontecerá o desprendimento da alma em relação à matéria.
Uma compleição física, sadia, nem sempre compete com segurança ante uma organização frágil e enfermiça, porquanto a primeira pode interromper-se, enquanto a outra, talvez, permaneça desafiadora.
Um corpo juvenil, atraente e promissor, cede campo para que fique um ser caquético, deficiente físico e mental.
A criança rica de energias deperece, ao tempo que o enfermo desenganado recupera-se...
*
O Espírito é o que conta, no processo reencarnatório.
Os seus atos pretéritos geram-lhe os mecanismos de prolongamento, ou abreviação da vilegiatura carnal.
Nenhuma exceção, porém, produzindo clima de privilégio, ante a morte.
As doenças visitam ricos e pobres com a mesma indiferença; belos e deformados com igual liberdade; moços e idosos de maneira equivalente; bons e maus com naturalidade...
Decompõem-se os corpos sob condições idênticas, nivelando-se as formas e assumindo os mesmos critérios transformadores.
*
A mente, refletindo o estado de evolução intelecto-moral, responde pela maneira como cada pessoa enfrenta a vicissitude do desgaste e o fenômeno da morte.
Morrer, portanto, é acontecimento inevitável.
Bem morrer ou morrer bem, depende da conduta de cada indivíduo.
Aqueles que vivem bem, desfrutam dos favores terrestres, nem sempre morrerão felizes.
Quantas pessoas se deixaram desequilibrar pelos insucessos, que lhes cabia vencer, enfrentam a morte em estado de desventura.
Somente quem soube aplicar a patrimônio do tempo com eficiência, bem morre, libertando-se e sendo ditoso.
*
Pensa na morte, como te preocupas com a vida.
Harmoniza-te ante a sua realidade, permanecendo preparado para a sua ocorrência.
Se forem breves as teus dias terrestres, busca vivê-los com intensidade positiva e se te forem longos as anos, utiliza-os com sabedoria.
Esta incerteza de quando se dará e esta certeza de que a morte virá, são o díptico da vida orgânica, na qual te movimentas.
Faze a luz do discernimento íntimo com o Evangelho de Jesus e, seja em que situação for, permanece em paz e feliz.



FRANCO, Divaldo Pereira
Momentos de Coragem.
pelo Espírito Joanna de Ângelis

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

PALAVRAS E PALAVRAS




"Jesus lho ensina, dizendo: Não te preocupes
com o corpo, pensa antes no espírito;
vai ensinar o reino de Deus; vai dizer aos
homens que a Pátria deles não é a Terra,
mas o Céu, porquanto somente lá transcorre
a verdadeira vida."
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Capítulo 22º - Item 8.

Modulação inteligível é a palavra o veículo de compreensão entre os homens.
Entretanto há palavras que geram guerras hediondas e palavras portadoras da mensagem de paz, que amainam convulsões interiores e serenam corações em combates de extermínio.
Palavras que têm o poder de transformar o mundo alçando-o à condição de paraíso e palavras que têm a magia macabra de o precipitar em perigosos redutos do crime onde o homem recua aos primeiros estados da animalidade.
Expressões que arrancam sorrisos e vocábulos que promovem lágrimas.
Elocuções que conduzem multidões aos páramos da luz e termos que espezinham sentimentos superiores.
Na palavra está a força do pensamento exteriorizado. Por isso é a palavra perigoso instrumento em bocas viciadas manipuladas por espíritos atormentados.
No entanto, a palavra em si mesma é construção divina a serviço da vida inteligente sobre a Terra. Quantos a exteriorizam, expressam a condição de vida mental em que se demoram.
O criminoso fala "amor" quando desejaria dizer paixão pela posse.
O artista cita o "amor" quando gostaria de expressar a visão que o emociona.
O cristão recorda o "amor" quando pensa em renovar o mundo.
Em todos os casos "amor" é a mesma palavra em todas as bocas, variando, todavia, na vibração que a envolve.
Educa, então, o teu modo de pensar para expressares na palavra o teu real modo de ser.
"Eu não vim trazer a paz" disse Jesus. Move guerra à má palavra, não a pronunciando, não lhe dando valor, vencendo-a em silêncio.
Não dês paz ao erro.
Com tuas palavras, inspiradas na Boa Nova, decepa a árvore da criminalidade onde esteja e, afeiçoado ao serviço, difunde a luz na crença, seguindo para Aquele que é "a luz do mundo".
Enriquecido por esse tesouro, - a palavra que vibra, sonora, em teus lábios, - estende esperança em volta, donde te encontras.
Há dores e desesperos gritantes junto a ti, ansiedades e angústias inumeráveis.
Desencarcera dos lábios a boa palavra e "ensina o Reino de Deus". Talvez não possas fazer muito pelos corpos enfermos, mas podes dizer-lhes "que a Pátria deles não é a Terra, mas o Céu, porquanto somente lá transcorre a verdadeira vida". Podes informar-lhes que estão em trânsito, devendo valorizar sofrimentos e desesperações como quem sabe identificar nos quartzos grosseiros as esmeraldas valiosas e escondidas, e nos cristais despedaçados as crisálidas de consciências em libertação.
Valoriza, dessa forma, tuas palavras, fazendo-as verter bênçãos, em nome de Deus, o Excelso Verbo.


FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida.
Pelo Espírito Joanna de Ângelis

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

FAÇAMOS NOSSA LUZ




"Assim resplandeça a vossa luz diante
dos homens." - Jesus.
(MATEUS, capítulo 5, versículo 16)


Ante a glória dos mundos evolvidos, das esferas sublimes que povoam o Universo, o estreito campo em que nos agitamos, na Crosta Planetária, é limitado círculo de ação.
Se o problema, no entanto, fosse apenas o de espaço, nada teríamos a lamentar.
A casa pequena e humilde, iluminada de Sol e alegria, é paraíso de felicidade.
A angústia de nosso plano procede da sombra.
A escuridão invade os caminhos em todas as direções. Trevas que nascem da ignorância, da maldade, da insensatez, envolvendo povos, instituições e pessoas. Nevoeiros que assaltam consciências, raciocínios e sentimentos.
Em meio da grande noite, é necessário acendamos nossa luz. Sem isso é impossível encontrar o caminho da libertação. Sem a irradiação brilhante de nosso próprio ser, não poderemos ser vistos com facilidade pelos Mensageiros Divinos, que ajudam em nome do Altíssimo, e nem auxiliaremos efetivamente a quem quer que seja.
É indispensável organizar o santuário interior e iluminá-lo, a fim de que as trevas não nos dominem.
É possível marchar, valendo-nos de luzes alheias. Todavia, sem claridade que nos seja própria, padeceremos constante ameaça de queda. Os proprietários das lâmpadas acesas podem afastar-se de nós, convocados pelos montes de elevação que ainda não merecemos.
Vale-te, pois, dos luzeiros do caminho, aplica o pavio da boa-vontade ao óleo do serviço e da humildade e acende o teu archote para a jornada. Agradece ao que te ilumina por uma hora, por alguns dias ou por muitos anos, mas não olvides tua candeia, se não desejas resvalar nos precipícios da estrada longa!...
O problema fundamental da redenção, meu amigo, não se resume a palavras faladas ou escritas. É muito fácil pronunciar belos discursos e prestar excelentes informações, guardando, embora, a cegueira nos próprios olhos.
Nossa necessidade básica é de luz própria, de esclarecimento íntimo, de auto-educação, de conversão substancial do "eu" ao Reino de Deus.
Podes falar maravilhosamente acerca da vida, argumentar com brilho sobre a fé, ensinar os valores da crença, comer o pão da consolação, exaltar a paz, recolher as flores do bem, aproveitar os frutos da generosidade alheia, conquistar a coroa efêmera do louvor fácil, amontoar títulos diversos que te exornem a personalidade em trânsito pelos vales do mundo...
Tudo isso, em verdade, pode fazer o espírito que se demora, indefinidamente, em certos ângulos da estrada.
Todavia, avançar sem luz é impossível.



XAVIER, Francisco Cândido
Caminho, Verdade e Vida
Pelo Espírito Emmanuel

domingo, 24 de fevereiro de 2019

VALORES DA VIDA




Todo intercâmbio entre as almas está em constante processo de renovação no sustento da marcha evolutiva de todos.
Nenhum coração pode viver normalmente sem companhia.
Olhar, gesto e palavra, ocorrências naturais em qualquer recanto da vida terrestre, tem significações profundas para a garantia da felicidade.
O olhar exprime os mais diversos sentimentos na mímica da face.
O gesto pode ser o movimentos inicial de grandes ações.
A palavra constrói ou destrói facilmente e, em segundo, estabelece, por vezes, resultados vitais para muitos anos.
Toda criação da consciência reveste-se de importância particular.
Desde o pensamento isolado a germinar da forja do cérebro à plasmagem respectiva, tudo se afirma com valor específico, registrado, medido e julgado por Leis Inderrogáveis.
Modificam-se os valores da vida externa, segundo os valores do entendimento.
Examinemos semelhante realidade.
O arco e a flecha, preciosos para o selvagem, carecem de proveito nas mãos do homem relativamente instruído.
Uma enciclopédia mostra expressão diferente aos olhos do professor e aos olhos do analfabeto.
As notas musicais são melodias para o músico e vibrações sonoras para o físico.
O desespero desconhece a paz que mora invariavelmente no centro da vida.
A teimosia apenas aprova o que lhe convém às cristalizações.
O egoísmo vê concorrentes em todas as criaturas.
A fraternidade encontra irmãos em todos os companheiros.
A avaliação do bem e do belo varia, portanto, de espírito a espírito, de acordo com o burilamento íntimo de cada um.
Levantemos o pensamento para Jesus.
O Evangelho reúne os valores indestrutíveis.
Aproveita o mínimo ensejo de auxiliar aos semelhantes.
Observa o lado nobre das ocorrências.
Ajusta o colorido do otimismo nas telas do cotidiano.
Confia e espera com paciência.
O objetivo maior da Criação é a felicidade real de todos.
Estuda ao redor de teus passos se os seres e as coisas, os fatos e as vidas permanecem estacionários ou progressistas, na procura de valores eternos e, buscando a tua própria integração com o melhor, caminharás firmemente no rumo da perfeição.



VIEIRA, Waldo. Sol nas Almas
Pelo Espírito André Luiz


sábado, 23 de fevereiro de 2019

RESISTE À TENTAÇÃO




“Bem-aventurado o homem que sofre
a tentação.” – (Tiago, 1:12)


   Enquanto nosso barco espiritual navega nas águas da inferioridade, não podemos aguardar isenção de ásperos conflitos interiores. Mormente na esfera carnal, toda vez que empreendemos a melhoria da alma, utilizando os trabalhos e obstáculos do mundo, devemos esperar a multiplicação das dificuldades que se nos deparam, em pleno caminho do conhecimento iluminativo.
   Contra o nosso anseio de claridade, temos milênios de sombra. Antepondo-se-nos à mais humilde aspiração de crescer no bem, vigoram os séculos em que nos comprazíamos no mal.
   É por isto que, de permeio com as bênçãos do Alto, sobram na senda dos discípulos as tentações de todos os matizes.
   Por vezes, o aprendiz acredita-se preparado a vencer os dragões da animalidade que lhe rondam as portas; todavia, quando menos espera, eis que as sugestões degradantes o espreitam de novo, compelindo-o a porfiada batalha.
   Claro, portanto, que nem mesmo a sepultura nos exonera dos atritos com as trevas, cujas raízes se nos alastram na própria organização espiritual. Só a morte da imperfeição em nós livrar-nos-á delas.
   Haja, pois, tolerância construtiva em derredor da caminhada humana, porque as insinuações malignas nos cercarão em toda parte, enquanto nos demoramos na realização parcial do bem.
   Somente alcançaremos libertação, quando atingirmos plena luz.
   Entendendo a transcendência do assunto, o apóstolo proclama bem-aventurado aquele “que sofre a tentação”. Impossível, por agora, qualquer referência ao triunfo absoluto, porque vivemos ainda muito distantes da condição angélica; entretanto, bem-aventurados seremos se bem sofremos esse gênero de lutas, controlando os impulsos do sentimento menos aprimorado e aperfeiçoando-o, pouco a pouco, à custa do esforço próprio, a fim de que não nos entreguemos inermes às sugestões inferiores que procuram converter-nos em vivos instrumentos do mal.



Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

RENDAMOS GRAÇAS




“Em tudo dai graças, porque esta é a
vontade de Deus em Cristo Jesus
para convosco.” – Paulo. (1ª Epístola
aos Tessalonicenses, 5:18.)

   A pedra segura.
   O espinho previne.
   O fel remedeia.
   O fogo refunde.
   O lixo fertiliza.
   O temporal purifica a atmosfera.
   O sofrimento redime.
   A enfermidade adverte.
   O sacrifício enriquece a vida.
   A morte renova sempre.
   Aprendamos, assim, a louvar o dia pelas bênçãos que nos confere.
   Bom é o calor que modifica, bom é o frio que conserva.
   A alegria que estimula é irmã da dor que aperfeiçoa.
   Roguemos à Providência Celeste suficiente luz para que nossos olhos identifiquem o celeiro da graça em que nos encontramos.
   É a cegueira íntima que nos faz tropeçar em obstáculos, onde só existe o favor divino.
   E, sobretudo, ao enunciar um desejo nobre, preparemo-nos a recolher as lições que nos cabe aproveitar, a fim de realizá-lo segundo os propósitos superiores que nos regem os destinos.
   Não nos espantem dificuldades ou imprevistos dolorosos.
   Nem sempre o Socorro de Cima surge em forma de manjar celeste.
   Comumente, aparece na feição de recurso menos desejável. Lembremo-nos, porém, de que o homem sob o perigo de afogamento, nas águas profundas que cobrem o abismo, por vezes só consegue ser salvo ao preço de rudes golpes.
   Rendamos graças, pois, por todas as experiências do caminho evolutivo, na santificante procura da Vontade Divina, em Jesus-Cristo, Nosso Senhor.



Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel

ORAÇÃO

“Perseverai em oração, velando nela com ação de graças.” Paulo (Colossenses, 4:2) Muitos crentes estimariam movimentar a prece, qu...