quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

CONVITE AO DESPRENDIMENTO





"Não ajunteis para vós tesouros na terra,
onde a traça e a ferrugem os consomem,
e onde os ladrões penetram e roubam..."
(Mateus: capítulo 6º, versículo 19)


Desprendimento na qualidade de desapego, não de estroinice nem dissipação.
Todo e qualquer motivo que ata à retaguarda sob condicionamentos retentivos se transforma em cadeia escravizante.
Os objetos a que o homem se apega valem os preços que lhes são emprestados, constituindo-se elos a impedirem o avanço do possuidor, na direção do futuro...
Desapego, portanto, em forma de libertação do liame pessoal egoístico e tormentoso que constitui presídio e patíbulo para quem se fixa negativamente como para aquele que se faz sua vítima afetiva.
Libertar-se das aflições constritivas, asfixiantes, para marchar com segurança.
Doa com alegria quanto possas, generosamente.
O que distribuis com equilíbrio e lucidez multiplica-se, o que reténs reduz-se.
Abundância, como excesso engendram miséria e loucura.
Distende assim, mão generosa na alfândega da fraternidade, mas libera-te da emotividade desregrada, da posse afetuosa a objetos, animais e pessoas, porquanto mais carinhos que te mereçam, mais devoção que lhes dês, chegará o dia de atravessares o portal do túmulo, fazendo-o em soledade, livre de amarras ou jungido ao que se demorará, a desgastar-se pela ferrugem, pelo azinhavre, corroído ou simplesmente em trânsito por outras mãos ante a tua tormentosa impossibilidade de reter e interferir.



FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida.
Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 12

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

CONVITE AO ESQUILÍBRIO




"... Que cada um de vós saiba possuir o seu
vaso em santidade e Honra".
(1º TESSALONICENSES: capítulo 4º, versículo 4)


Não há como negá-lo. Profundamente vinculados ao espírito, os hábitos decorrem do uso correto ou não que se imprimem às funções desta ou daquela natureza.
No que diz respeito às experiências sexuais, pela imposição procriativa, atendendo à lei de reprodução, o espírito no corpo engendra as grades do presídio em forma de viciações escravizantes ou as asas da sublimação libertadora.
A generalidade das pessoas, no entanto, padece a constrição dos apelos da retaguarda primitiva, fugindo, a princípio impensadamente, e depois em consciência às responsabilidades em relação ao aparelho genésico, mergulhando nos fundos fossos dos vícios cruéis, nos quais a jaula da loucura aprisiona em longo curso aqueles que nela se adentram precipitadamente.
Por isso, sejam quais forem as chamadas liberações morais que te facultem o abuso, resguarda-te no equilíbrio.
Não te permitas fascinar pela falsa tolerância que desborda em conivência de indignidade, porquanto, mesmo que as condições sociais legalizem estes ou aqueles atentados à moral e ao pudor, dando-lhes cidadania, a má aplicação das forças genésicas produzirá em ti mesmo lamentáveis processos de ulceração espiritual de presença demorada...
Homossexualismo, heterossexualismo, obedecem a programas liberativos que ao espírito são impostos por indispensável necessidade de disciplina da vontade e corrigenda moral.
Respeita, assim, nos limites que a vida te coloca ao alcance da evolução, a oportunidade redentora de que não te podes furtar.
E se te encontras em regime liberativo, sem feridas de qualquer natureza não resvales nos compromissos negativos, para que não retornes estigmatizado pelas chagas que hoje são exibidas ao aplauso como ao sarcasmo no desfile das ruas e nos veículos de comunicação, produzindo cinismo e vilania, longe de qualquer terapêutica educativa ou saneadora.
Equilíbrio em qualquer circunstância como sinal de vitória sobre as paixões e de renovação na luta.
Nesse sentido a recomendação do Apóstolo Paulo não dá margem a qualquer eufemismo: "Que vos abstenhais da prostituição."



FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida.
Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 17

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

ISSO É CONTIGO




“E disse: Pequei, traindo o sangue inocente.
Eles, porém, responderam. Que nos
importa? Isso é contigo.” – (Mateus, 27:4)

   A palavra da maldade humana é sempre cruel para quantos lhe ouvem as criminosas insinuações.
   O caso de Judas demonstra a irresponsabilidade e a perversidade de quantos cooperam na execução dos grandes delitos.
   O espírito imprevidente, se considera os alvitres malévolos, em breve tempo se capacita da solidão em que se encontra nos círculos das consequências desastrosas.
   Quem age corretamente encontrará, nos felizes resultados de suas iniciativas, aluviões de companheiros que lhe desejam partilhar as vitórias; entretanto, muito raramente sentirá a presença de alguém que lhe comungue as aflições nos dias da derrota temporária.
   Semelhante realidade induz a criatura à precaução mais insistente.
   A experiência amarga de Judas repete-se com a maioria dos homens, todos os dias, embora em outros setores.
   Há quem ouça delituosas insinuações da malícia ou da indisciplina, no que concerne à tranquilidade interior, às questões de família e ao trabalho comum. Por vezes, o homem respira em paz, desenvolvendo as tarefas que lhe são necessárias; todavia, é alcançado pelo conselho da inveja ou da desesperação e perturba-se com falsas perspectivas, penetrando, inadvertidamente, em labirintos escuros e ingratos. Quando reconhece o equívoco do cérebro ou do coração, volta-se, ansioso, para os conselheiros da véspera, mas o mundo inferior, refazendo a observação a Judas, exclama em zombaria: – “Que nos importa? Isso é contigo.”



Pão Nosso. Francisco C Xavier por Emmanuel

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

LIBERTEMO-NOS




O homem, na essência, é um espírito imortal, usando a vestimenta transitória da vida física.
A existência regular no corpo terrestre é uma série de alguns milhares de dias - átomos de tempo na Imortalidade - concedidos à criatura para o aprendizado de elevação.
A Crosta do Mundo é o campo benemérito, onde cada um de nós realiza a sementeira do próprio destino.
A Ciência é o serviço do raciocínio, erguendo a escola do conhecimento.
A filosofia é o sistema de indagação que auxilia a pensar.
A religião, porém, é a bússola brilhante, indicando, desde a Terra, o caminho da ascensão.
Todos nós somos herdeiros da Sabedoria Infinita e do Amor Universal.
Entretanto, sem o arado do trabalho, com que possamos adquirir valores inalienáveis da experiência, prosseguiremos colados ao seio maternal do Planeta, na condição de lesmas pensantes.
• Não repouses à frente do dia rápido.
• Abre os ouvidos à sinfonia do bem, que se derrama em toda parte.
• Abre os olhos à contemplação da verdade que regenera e edifica.
• Abre a mente aos ideais superiores que refundem a existência.
• Abre os braços ao serviço salutar.
• Descerra o verbo à exaltação da bondade e da luz.
• Abre as mãos à fraternidade, auxiliando ao próximo.
Abre, sobretudo, o coração ao amor que nos redime, convertendo-nos fielmente em companheiros do Amigo Sublime das Criaturas, que partiu do mundo, de braços abertos na cruz, oferecendo-se à Humanidade inteira.
Cada inteligência tocada pela claridade religiosa, nas variadas organizações da fé viva, é uma estrela que ilumina os remanescentes da ignorância e do egoísmo, no caminho terrestre.
Liberta-te e sobe à luz do píncaro, a fim de iluminares a marcha daqueles mais necessitados que tu mesmo, na jornada de aperfeiçoamento e libertação.



ANDRÉ LUIZ - Apostilas da Vida, cap. 2, Francisco Cândido Xavier

domingo, 27 de janeiro de 2019

CAOS DA EMOÇÃO




Cólera  —  caos da emoção.
Aviso de calamidade iminente.
Ingrediente envenenado no alimento da vida.
Aniquila o entendimento.
Expulsa a simpatia.
Desarticula as forças edificantes.
Destrói a fraternidade.
Além disso, prova a total ausência de defesa,  patente regresso aos estados primitivos da evolução.
Onde surge é o dado da violência.
Como surge é o problema da invigilância.
Quando surge é, frequentemente, o anúncio da enfermidade e a vizinhança da morte.
-o-o-
Se a luta evoca essa fera da retaguarda na intimidade de sua alma, courace o pensamento na oração, procurando o equilíbrio.
Somente a harmonia pode instalar você na defensiva, para acertar mais e errar menos.
Peça amparo aos Espíritos Benfeitores contra os ataques desse monstro magnético.
Ele é como o fogo. Para alastrar-se e destruir por um incêndio, basta apenas fagulha.
Serenidade — eis o verdadeiro caminho.




Valérium  
De “Ideal Espírita”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira – 12ª Edição


sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

SUA PEQUENA DÁDIVA




       Meu amigo, experimente acender uma lâmpada, por mais singela que seja, onde vija a escuridade e verá que, repentinamente, o ambiente se converterá num dia de claridade.
       Quando puder, ponha sob a terra passiva uma semente de flor e, onde a devastação tomara conta, você formará jardins e pomares.
       Busque colocar uma gota d’água onde impere a aridez e verá a terra revolvida, trabalhada, transformada, produzindo vida pela força da vitalidade saída de sua mão.
       Quando estiver diante de algum coração sofredor, aquele que padece a decepção, a enfermidade, a perseguição, a orfandade, o abandono de qualquer teor, destile-lhe, no imo do ser, a sua mensagem fraterna, fale-lhe que a vida é um estuário de oportunidades belas que não se deve releixar. Insufle-lhe todas as lições que já aprendeu ao longo da sua trajetória, de um para outro momento, mas fale-lhe de Deus, do amor, da vida abençoada.
       Acenda alegria nos corações lúgubres, desenvolva sensibilidade nas almas semi-endurecidas; afabilidade e atenção nas criaturas ásperas; as letras e a meditação na cabeça vazia e ponha a enxada nas mãos ociosas, e você verá, meu irmão, que dentro de muito pouco tempo, a Terra se converterá numa fulgurante Oficina do Bem, e o trabalho se transfará na ensancha de crescimento e de libertação para todos, a partir do gesto simples e da providência humilde que partiram de você.

Joanes
De “Nossas Riquezas Maiores”, de J. Raul Teixeira

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

O TRABALHADOR DIVINO




“Ele tem a pá na sua mão; limpará a sua eira
e ajuntará o trigo no seu celeiro, mas queimará
a palha com o fogo que nunca se apaga.”
– João Batista. (Lucas, 3:17)

Apóstolos e seguidores do Cristo, desde as organizações primitivas do movimento evangélico, designaram-no através de nomes diversos.
Jesus foi chamado o Mestre, o Pastor, o Messias, o Salvador, o Príncipe da Paz; todos esses títulos são justos e veneráveis; entretanto, não podemos esquecer, ao lado dessas evocações sublimes, aquela inesperada apresentação do Batista. O Precursor designa-o por trabalhador atento que tem a pá nas mãos, que limpará o chão duro e inculto, que recolherá o trigo na ocasião adequada e que purificará os detritos com a chama da justiça e do amor que nunca se apaga.
Interessante notar que João não apresenta o Senhor empunhando leis, cheio de ordenações e pergaminhos, nem se refere a Ele, de acordo com as velhas tradições judaicas, que aguardavam o Divino Mensageiro num carro de glórias magnificentes. Refere-se ao trabalhador abnegado e otimista. A pá rústica não descansa ao seu lado, mas permanece vigilante em suas mãos e em seu espírito reina a esperança de limpar a terra que lhe foi confiada às salvadoras diretrizes.
Todos vós que viveis empenhados nos serviços terrestres, por uma era melhor, mantende aceso no coração o devotamento à causa do Evangelho do Cristo. Não nos cerceiem dificuldades ou ingratidões. Desdobremos nossas atividades sob o precioso estímulo da fé, porque conosco vai à frente, abençoando-nos a humilde cooperação, aquele trabalhador divino que limpará a eira do mundo.



Livro: Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

TAREFAS MÚTUAS






       Porque se rogue na Terra auxílio aos Amigos Espirituais, não admitam estejam eles sem necessidade do teu concurso.
       Os corações se entrelaçam e as vidas se tocam, à feição das estradas e das fontes que se identificam nos mesmos objetivos.
-o-
       Aqui, alguém esmorece na provação abeirando-se do suicídio.
       Nesse mesmo lugar, sentinelas invisíveis de abnegação te aguardam a presença e o apoio, para que inicies a obra socorrista com a frase humanitária e encorajadora que essas mesmas sentinelas saberão suplementar.
-o-
       Ali, esse ou aquele obreiro da beneficência está prestes a cair em desânimo...
       Benfeitores do Mais Além te esperam junto de semelhante trabalhador, de modo a que promovas ligeiro gesto de auxílio, capaz de transferi-lo das cinzas da tristeza para as fontes da esperança.
-o-
       Mães agoniadas estão desfalecentes entre o desalento e a penúria...
       Emissários do Bem contam contigo para alguma demonstração de fraternidade, junto delas, incumbindo-se de te manipular a colaboração em recursos providenciais para socorrê-las.
-o-
       Crianças infelizes se aproximam da delinquência...
       Mensageiro da Vida Superior, em derredor, te pedem amparo que transformarão em reconforto e assistência, em benefício dos pequeninos.
-o-
       Amigos da Caridade, renteando com irmãos enfermos e necessitados em lares e hospitais, recintos de tratamento e instituições outras, te solicitam o socorro possível que se encarregam de converter em colaboração eficiente, no apoio a eles, qualquer que seja a migalha de proteção que lhes possa oferecer.
-o-
       Amor é solidariedade.
       Progresso é intercâmbio.
       Auxilia e auxiliar-se—te-á.
       Ilumina a estrada de alguém e estarás iluminando a ti mesmo.
       Abençoa o próximo e teus caminhos se farão abençoados.
       Ajuda-te sempre, especialmente ajudando aos outros, e o Céu te ajudará.



De “Busca e Acharás”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

PODES, SE QUERES


          Fracassado é aquele que abandona a luta ou nega-se a travá-la.
          Dificilmente logrará vitória quem se recusa a enfrentar os desafios do cotidiano.
          O homem são as suas tarefas, que devem ser enfrentadas com decisão e coragem.
          Em todo cometimento multiplicam-se as dificuldades e as problemáticas se repetem.
          Quedas e aparentes insucessos são experiências que, repetidas, favorecem o homem com o êxito que deve perseguir até o fim.
          Desistir do empreendimento porque se apresente difícil, significa abandonar-se a contínuos insucessos.
          Não recear jamais, nem ceder à tentação da desistência na luta de ascensão.
*
          Se queres, podes.
          Quando te propões realizar os labores que te dizem respeito, abres-te à vitória, que deves colimar na oportunidade própria.
          Simon Bolívar, o excelente Libertador de quase metade da América do Sul não poucas vezes perdeu batalhas  e esteve preso. Porque não desistiu, perseverando nos ideais e lutando, triunfou.
          Benito Juarez, órfão e pobre, humilhado e sob injunções terríveis, contribuiu para a liberdade do México, mais do que  qualquer outro herói.
          Franklin Delano Roosevelt, paralítico, vitimado numa cadeira de rodas não se compadeceu do próprio estado de saúde e desempenhou relevante papel no seu país, como Primeiro Mandatário, revelando-se extraordinário libertador, durante a Segunda Guerra Mundial.
          Édison experimentou quase 10.000 testes para lograr o êxito da lâmpada elétrica e porque insistiu sem desânimo, ofereceu à Humanidade um valioso contributo.
          Faraday, até aos 14 anos, permaneceu numa Gráfica, na condição de encadernador. Lendo um dos livros em que trabalhava, interessou-se pela eletricidade, revelando-se pioneiro nesta tecnologia de grande utilidade para a Humanidade.
          Cervantes sofreu incompreensões e experimentou a miséria, teve os seus escritos desconsiderados, viveu em regime de mendicância para não morrer de fome, não obstante, prosseguindo, legou-nos o "Dom Quixote" de la Mancha" de valor literário e filosófico inegável.
          Camões, sem uma vista, fez-se cantor de "Os Luzíadas".
          Confúcio, aos 55 anos, foi abandonado pelo seu mestre. Sem desânimo, prosseguiu, oferecendo extraordinária contribuição filosófica para o pensamento universal.
          Maomé, na busca de fiéis, padeceu terrivelmente, até que, sem abandonar a luta, espalhou o Alcorão pela Terra.
          Buda, procurando a iluminação, provou solidão e abandono, conseguindo que a mensagem da paz passasse a impregnar as vidas...
          A história de Jesus é por demais conhecida para que se ampliem considerações...
          A galeria daqueles que não desistiram e confiaram na vitória que souberam esperar, é muito grande.
          Não te abatas ante impedimentos nem persigas sucessos improvisados, imediatos, que cedem lugar a terríveis desencantos.
          Se queres vencer superando quaisquer problemas, prossegue em paz, insistindo na ação operosa e confiante, assim conseguindo o fanal que é a meta essencial da tua vida.
          Disse Jesus:  "Aquele que perseverar até o fim, este será salvo."
          É necessário permanecer fiel e otimista.
          Se queres, portanto, a vitória,  insiste.


Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis. In: Otimismo

NAS PALAVRAS

“Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados...” (TIAGO, 5:9)   Mergulhar o divino dom da palavra no v...