domingo, 30 de dezembro de 2018

A SABEDORIA DO ALTO




"Mas a sabedoria que vem do Alto é pura,
pacífica, moderada, tratável, cheia de
misericórdia e de bons frutos, sem
parcialidade e sem hipocrisia". (Tiago, 3:17)


Se o conhecimento da fé gerou veneno para a tua palavra, a desvairar-se em ataques e críticas, a pretexto de preservar a verdade, guarda contigo bastante cautela, porque não é com rixosas interpretações que te farás embaixador da Espiritualidade Sublime.
A inspiração da Vida Superior manifesta-se sem qualquer artifício. Quem fala, em nome do Senhor, não necessita de longos e complicados discursos.
É apaziguante e benevolente, sem qualquer recurso à força.
É moderado, sem inclinar-se ao desequilíbrio.
É compreensivo, sem alardear superioridade contundente.
É repleto de entendimento e carinho, frutificando em bênçãos de alegria e reconforto para os que se aproximem da fonte em que se exterioriza.
Não se apaixona, nem finge.
Compreende as criaturas, no plano em que cada uma se coloca, exerce a bondade, em todas as ocasiões, cultiva a paciência nos obstáculos e distribui o coração, entre a energia que constrói e a gentileza que estimula.
A sabedoria do Alto plasma os verdadeiros valores da educação.
Os orientadores do mundo satisfazem a inteligência e enriquecem o patrimônio intelectual.
Jesus Cristo, contudo, aprimora o sentimento.
A universidade ilustra o cérebro.
O Evangelho aperfeiçoa o coração.
Se desejas, pois, conservar contigo a riqueza espiritual que desce do Plano
Superior, caminha, entre os homens, aplicando as lições de Jesus, no esforço de cada dia.




(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Segue-me)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

INTENTAR E AGIR




“E fazei veredas direitas para os vossos pés,
para que o que manqueja se não desvie inteiramente,
mas antes seja sarado.” – Paulo. (Hebreus, 12:13)


O homem bem-intencionado refletirá intensamente em melhores caminhos, alimentando ideais superiores e inclinando-se à bondade e à justiça.
Convenhamos, porém, que a boa intenção passará sem maior benefício, caso não se ligue à esfera das realidades imediatas na ação reta.
É necessário meditar no bem; todavia, é imprescindível executá-lo.
A Providência Divina cerca a estrada das criaturas com o material de edificação eterna, possibilitando-lhes a construção das “veredas direitas” a que Paulo de Tarso se reporta.
Semelhante realização por parte do discípulo é indispensável, porquanto, em torno de seus caminhos seguem os que manquejam. Os prisioneiros da ignorância e da má-fé arrastam-se, como podem, nas margens do serviço de ordem superior e, de quando em quando, se aproximam dos servidores fiéis do Cristo, propondo-lhes medidas e negócios que se lhes ajustem à mentalidade inferior. Somente aqueles que constroem estradas retas escapam-lhes aos assaltos sutis, defendendo-se e oferecendo-lhes também novas bases a fim de que se não desviem inteiramente dos Divinos Desígnios.
Aplica sempre as tuas boas intenções, no plano das realidades práticas, para que as tuas boas obras se iluminem de amor e para que o teu amor não se faça órfão de boas obras. Faze isso por ti, que necessitas de elevação, e por aqueles que ainda te procuram manquejando.

Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

DISCUSSÕES




"Contenda de homens corruptos de entendimento
e privados de verdade, cuidando que a piedade
seja causa de ganho; aparta-te dos tais".
Paulo - I Timótheo: 6:5


    No amontoada de problemas espirituais que integram o quadro de preocupações do discípulo, destacamos o fenômeno palavroso, como dos mais importantes ao seu bem-estar.
    A contenda verbal tem o seu lado útil ou o seu objetivo elevado, no entanto, é preciso considerar, antes do início, sua verdadeira finalidade.
    Discussões a esmo são ventanias destruidoras. Quando alguém delibere romper o silêncio é indispensável examinar o caráter dessa atitude.
*
    Naturalmente, não estamos falando para o homem vulgar, empenhado em críticas a todas as criaturas e cousas do caminho comum, olvidando a si mesmo, mas para o discípulo de boa e sincera intenção.
*
    A inferioridade com seus tentáculos numerosos convida insistentemente aos atritos, todavia, o aprendiz fiel deve conservar-se  vigilante, em seu posto, sob pena de ser inscrito como servo relapso, indigno da tarefa.
*
    Surgirão, como é justo, horas de esclarecimento, dilatando as luzes espirituais nas sendas retas, contudo, quando se verifique um desafio  à discussão, convém meditar gravemente no assunto, antes de se atirar ao duelo das palavras. Não haverá recurso fora dos elementos de sensacionalismo? Não será falsa piedade, mascarando a causa do ganho?
*
    Nem sempre esse ganho é o dinheiro; pode ser também prepotência de opinião, sectarismo, vaidade.
    Um homem na sua tarefa de realização com Deus, do trabalho mais simples ao mais complicado, pode estar certo de que está no lugar próprio,  atendendo à Vontade do Senhor que ali o colocou sabiamente; mas quando se ponha em contendas, ninguém, nem ele mesmo, pode saber até onde irá e quanto  carvão será depositado em sua alma, após o grande incêndio.


Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Sentinelas da Luz

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

DESFAVORAVELMENTE




"Não imiteis o homem que se apresenta como
modelo e trombeteia ele próprio suas
qualidades a todos os ouvidos complacentes."
(Allan Kardec - E.S.E. Cap. XVII -ltem 8).

Não julgue desfavoravelmente, mesmo que sua observação o ajude na conclusão precipitada.
Você não pode pretender ter examinado o assunto sob todos os ângulos. Muita coisa, que você vê, não é exatamente como você vê...

Não comente desfavoravelmente, mesmo que tenha sobejas razões para fazê-lo.
Você não sabe como se portaria, se estivesse na posição do antagonista. O que você sabe não se deu realmente como você sabe...

Não pense desfavoravelmente, mesmo que encontre apoio na atitude de todos.
Você não conhece o assunto com a consideração devida. O que você conhece não expressa a realidade como você pensa...
Não informe desfavoravelmente, mesmo que você esteja senhor do assunto.
Você não dispõe de possibilidades para prever as mudanças que se operam num minuto. O de que você está informado não é conhecimento bastante para que você informe como foi informado...

Não opine desfavoravelmente, quando você puder ajudar, só porque muitos são contra.
Você não pode discordar, somente para agradar a maioria. O de que você tem notícia não se passou como lhe disseram...

Ouça a opinião de duas pessoas de gostos musicais diferentes, saindo de um concerto de música clássica...
No dia do julgamento de Jesus Cristo, a multidão julgava, comentava, pensava, informava e opinava desfavoravelmente a Ele...
Crucificado, deu ganho de causa aos assassinos e perseguidores.
No entanto, o material com que O julgaram e as testemunhas que O acusaram não representavam a verdade, porque, enquanto todos estavam ligados aos interesses inconfessáveis do mundo, desejavam alijá-lo da Terra.
Ele, que era o Senhor do mundo, ficou, porém, em silêncio, fiel ao Supremo Pai, porfiando até o fim.



Marco Prisco. Psicografia de Divaldo Franco
Da obra: Glossário Espírita-Cristão

sábado, 22 de dezembro de 2018

PERANTE A VIDA




       Em verdade, o sistema solar — vasto e sublime edifício, de que somos reduzido apartamento — é um império maravilhoso de luz e de vida, cuja grandeza mal começamos a perceber.
       Basta lembrar que a sede rutilante desse largo domínio cósmico, representada pelo divino astro do dia, detém o volume correspondente a um milhão e trezentas mil Terras reunidas, e basta recordar que Júpiter, o filho mais importante do Sol, é mais de mil vezes maior que o nosso Planeta.
       Mas, não é somente a massa comparada desses gigantes do Espaço, que precisamos examinar para definir, com segurança, a nossa pequenez.
       Reportemo-nos, igualmente, às distâncias, recordando que Marte, o nosso vizinho mais próximo, quando menos afastado do educandário em que estagiamos, movimenta-se a cinquenta e seis milhões de quilômetros de nós, oferecendo-nos justas reflexões quanto aos estreitos limites de nossa casa terrestre.
       Registre-se ainda que o nosso Sistema, ante a amplidão ilimitada, é insignificante domicílio na cidade imensa da Via-Láctea, na qual milhões de sóis, transportando consigo milhões de mundos, tanto quanto nos ocorre, procuram, através do movimento e do trabalho incessantes, a comunhão com a indefinível Majestade de Deus.
       Veja, Sírius, Canopus e Antares, sóis resplendentes, junto dos quais o nosso não passará de ponto obscuro, à maneira de lâmpada humilde no coro da imortalidade, constituem palácios suspensos, onde a beleza e a perfeição adquirem aspectos inabordáveis, ainda, ao nosso campo de expressão.
       Todavia, é preciso calar, de algum modo, o êxtase que nos assalta, ante a magnificência do Universo, para atender às obrigações que o mundo nos exige.
       Somos demasiadamente pequeninos para arrojar ao Cosmo o escalpelo de nossas indagações descabidas.
       Aves implumes no ninho da vida eterna, achamo-nos, ainda, muito longe das asas com que ultrapassaremos nossas justas e compreensíveis limitações.
       Por isso mesmo, embora aguardando a celeste herança que nos é destinada no curso dos milênios, busquemos construir a casa de nossos destinos sobre a Rocha do Amor, — Jesus Cristo, — o Sol Espiritual que nos acalenta e soergue para o grande futuro.
       Antes da ascensão a outras esferas, atendamos à necessidades de nossa própria moradia.
       Melhoremo-nos para que a nossa residência melhore.
       Ajudemo-nos, uns aos outros, para que a vida, em nosso plano, se faça menos dolorosa e menos inquietante..
       E, convertendo nosso mundo, pouco a pouco, no santuário vivo em que Jesus se manifeste, estejamos convictos de que a Terra, hoje escura, amanhã se transformará no espelho divino em cuja face a glória de Deus se refletirá.



De “Intervalos”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

E O ADÚLTERO?




“E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre,
esta mulher foi apanhada, no próprio ato,
adulterando.” (João, 8:4)

O caso da pecadora apresentada pela multidão a Jesus envolve considerações muito significativas, referentemente ao impulso do homem para ver o mal nos semelhantes, sem enxergá-lo em si mesmo.
Entre as reflexões que a narrativa sugere, identificamos a do errôneo conceito de adultério unilateral.
Se a infeliz fora encontrada em pleno delito, onde se recolhera o adúltero que não foi trazido a julgamento pelo cuidado popular? Seria ela a única responsável? Se existia uma chaga no organismo coletivo, requisitando intervenção a fim de ser extirpada, em que furna se ocultava aquele que ajudava a fazê-la?
A atitude do Mestre, naquela hora, caracterizou-se por infinita sabedoria e inexcedível amor. Jesus não podia centralizar o peso da culpa na mulher desventurada e, deixando perceber o erro geral, indagou dos que se achavam sem pecado.
O grande e espontâneo silêncio, que então se fez, constituiu resposta mais eloquente que qualquer declaração verbal.
Ao lado da mulher adúltera permaneciam também os homens pervertidos, que se retiraram envergonhados.
O homem e a mulher surgem no mundo com tarefas específicas que se integram, contudo, num trabalho essencialmente uno, dentro do plano da evolução universal. No capítulo das experiências inferiores, um não cai sem o outro, porque a ambos foi concedido igual ensejo de santificar.
Se as mulheres desviadas da elevada missão que lhes cabe prosseguem sob triste destaque no caminho social, é que os adúlteros continuam ausentes da hora de juízo, tanto quanto no momento da célebre sugestão de Jesus.


Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

O ORGULHO





       Entre todas as imperfeições humanas, a mais comum e também a mais perniciosa é, sem dúvida, o orgulho.
-o-
       Orgulhamo-nos, todos, da posição que ocupamos na paisagem social, tratando com desdém os que se demoram em planos menos elevados. Não levamos em conta que a vida é cheia de surpresas e que, amanhã ou depois, poderemos sofrer uma queda que ponha por terra toda a nossa altanaria.
-o-
       A Doutrina Espírita, dando-nos a conhecer que não vivemos uma só vez, mas um sem número de vezes, no seio de todas as raças, num e noutro sexo, nas diversas camadas sociais, conhecendo as mais diferentes vicissitudes,  a fim de adquirirmos as experiências que cada uma  dessas condições pode ensejar-nos; lembramo-nos, outrossim, que nada deste mundo nos pertence, pois tudo terá que ser deixado aqui, exceto o que se constitui patrimônio inalienável do espírito; a sabedoria e as boas qualidades morais, mostra-nos a sem razão do orgulho, sob qualquer aspecto em que o analisemos, constituindo-se, destarte, o mais eficaz remédio para combatê-lo, o que vale dizer, para tornar a Humanidade menos soberba e, consequentemente, mais feliz!



De “Páginas de Espiritismo Cristão”, de Rodolfo Calligaris

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

CONFORME O AMOR



 

“Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão,
já não andas conforme o amor.
Não destruas por causa da tua comida
aquele por quem o Cristo morreu.”
 Paulo. (Romanos, 14:15.)

Preconceitos dogmáticos fazem vítimas, em todos os tempos, e os herdeiros do Cristianismo não faltaram nesse concerto de incompreensão.
Ainda hoje, os processos sectários, embora menos rigorosos nas manifestações, continuam ferindo corações e menosprezando sentimentos.
Noutra época, os discípulos procedentes do Judaísmo provocavam violentos atritos, em face das tradições referentes à comida impura; agora não temos o problema das carnes sacrificadas no Templo; entretanto, novos formalismos religiosos substituíram os velhos motivos de polêmica e discordância.
Há sacerdotes que só se sentem missionários em celebrando os ofícios que lhes competem e crentes que não entendem a meditação e o serviço espiritualizante senão em horas domingueiras, com a prece em exclusiva atitude corporal.
O discípulo que já conseguiu sobrepor-se a semelhantes barreiras deve cooperar em silêncio para estender os benefícios de sua vitória.
Constituiria absurdo transpor o obstáculo e continuar, deliberadamente, nas demonstrações puramente convencionalistas, mas seria também ausência de caridade atirar impropérios aos pobres irmãos que ainda se encontram em angustiosos conflitos mentais por encontrarem a si mesmo, dentro da ideia augusta de Deus.
Quando reparares algum amigo prisioneiro dessas ilusões, recorda que o Mestre foi igualmente à cruz por causa dele. Situa a bondade à frente da análise e a tua observação será construtiva e santificante. Toda vez que houver compreensão no cântaro de tua alma, encontrarás infinitos recursos para auxiliar, amar e servir.




Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

EM ESPÍRITO




“Mas, se pelo espírito mortificardes as Obras
da carne, vivereis.” – Paulo. (Romanos, 8:13)


Quem vive segundo as leis sublimes do espírito respira em esfera diferente do próprio campo material em que ainda pousa os pés.
Avançada compreensão assinala-lhe a posição íntima.
Vale-se do dia qual aprendiz aplicado que estima na permanência sobre a Terra valioso tempo de aprendizado que não deve menosprezar.
Encontra, no trabalho, a dádiva abençoada de elevação e aprimoramento.
Na ignorância alheia descobre preciosas possibilidades de serviço.
Nas dificuldades e aflições da estrada recolhe recursos à própria iluminação e engrandecimento.
Vê passar obstáculos como vê correr nuvens. Ama a responsabilidade, mas não se prende à posse.
Dirige com devotamento, contudo, foge ao domínio.
Ampara sem inclinações doentias.
Serve sem escravizar-se.
Permanece atento para com as obrigações da sementeira, todavia, não se inquieta pela colheita, porque sabe que o campo e a planta, o sol e a chuva, a água e o vento pertencem ao Eterno Doador.
Usufrutuário dos bens divinos, onde quer que se encontre, carrega consigo mesmo, na consciência e no coração, os próprios tesouros.
Bem-aventurado o homem que segue vida a fora em espírito! Para ele, a morte aflitiva não é mais que alvorada de novo dia, sublime transformação e alegre despertar!



Livro: Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel

BUSCANDO A FELICIDADE

A felicidade que pode realmente não existir na Terra, enquanto a Terra padecer a dolorosa influenciação de um só gemido de sofrimento, pod...