Evangelho Segundo o
Espiritismo: Cap. X – Item XIII
O Livro dos Espíritos:
Questão 872
Observemos o ensinamento do
Cristo, acerca do perdão.
Note-se que o Senhor afirma,
convincente:
— “Se o vosso irmão agiu
contra vós...”
Isso quer dizer que Jesus
principia considerando-nos na condição de pessoas ofendidas, incapazes de
ofender; ensina-nos a compreender os semelhantes, crendo-nos seguros no trato
fraternal.
Nas menores questões de
ressentimento, sujeitemo-nos a desapaixonado autoexame.
Quem sabe a reação surgida
contra nós terá nascido de ações impensadas, desenvolvidas por nós mesmos?
Se do balanço de consciência
estivermos em débito para com os outros, tenhamos suficiente coragem de
solicitar-lhes desculpas, diligenciando sanar a falta cometida e articulando
serviço que nos evidencie o intuito de reparação.
Se nos sentimos realmente
feridos ou injustiçados, esqueçamos o mal. Na hipótese de o prejuízo
alcançar-nos individualmente e tão somente a nós, reconheçamo-nos igualmente
falíveis e ofertemos aos nossos inimigos imediatas possibilidades de reajuste.
Se, porém, o dano em que fomos envolvidos atinge a coletividade, cabendo à
justiça e não a nós o julgamento do golpe verificado, é claro que não nos
compete louvar a leviandade. Ainda assim, podemos reconciliar-nos com os nossos
adversários, em espírito, orando por eles e amparando-os, por via indireta, a
fim de que se valorizem para o bem geral nas tarefas que a vida lhes reservou.
De qualquer modo, evitemos
estragar o pensamento com o vinagre do azedume. Nem sempre conseguimos
jornadear, nas sendas terrestres, junto de todos, porquanto até que venhamos a
completar o nosso curso de auto-burilamento no instituto da evolução universal,
nem todos renasceremos simultaneamente numa só família e nem lograremos habitar
a mesma casa.
Sigamos, assim, de nossa
parte, vida afora, em harmonia com todos, embora não possamos a todos aprovar,
entendendo e auxiliando, desinteressadamente, aqueles diante dos quais ainda
não possuímos o dom de agradar em pessoa, e rogando a Bênção Divina para
aqueles outros junto de quem não nos será lícito apoiar a delinquência ou
incentivar a perturbação.
Emmanuel - De “Estude e
Viva”,
de Francisco Cândido Xavier
e Waldo Vieira
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