Em sua condição de movimento renovador
das consciências, a Nova Revelação vem despertar o homem para o lugar
determinado que a Providência lhe confere, esclarecendo-o, acima de tudo, de
que o egoísmo, filho da ignorância e responsável pelos desvarios da alma, é
perigosa ilusão. Trazendo-nos a chave dos princípios religiosos, vem
compelir-nos à observância das leis mais simples da vida, revelando-nos o
impositivo de colaboração a que não conseguiremos fugir.
A vida, pródiga de sabedoria em toda
parte, demonstra o princípio da cooperação, em todos os seus planos.
O verme enriquece a terra e a terra
sustenta o verme.
A fonte auxilia as árvores e as árvores
conservam a fonte.
O solo ampara a semente e a semente
valoriza o solo.
As águas formam as nuvens e a nuvens
alimentam as águas.
A abelha ajuda a fecundação das flores e
as flores contribuem com as abelhas no fabrico do mel.
Um pão singelo é gloriosa síntese do
trabalho de equipe da natureza. Sem as lides da sementeira, sem as dádivas do
Sol, sem as bênçãos da chuva, sem a defesa contra os adversários da lavoura,
sem a assistência do homem, sem o concurso do moinho e sem o auxílio do forno,
o pão amigo deixaria de existir.
Um casaco inexpressivo é fruto do esforço
conjugado do fio, do tear, da agulha e do alfaiate, solucionando o problema da
vestidura.
Assim como acontece na esfera das
realizações materiais, a Nova Revelação convida-nos, naturalmente, a refletir
sobre a função que nos cabe na ordem moral da vida.
Cada criatura é peça significativa na
engrenagem do progresso.
Todos possuímos destacadas obrigações no
aperfeiçoamento do espírito.
Alma sem trabalho digno é sombra de
inércia no concerto da harmonia geral.
Cérebros e corações, mãos e pés, em
disponibilidade , palavras ocas e pensamentos estanques constituem congelamento
deplorável do serviço da evolução.
A vida é a força divina que marcha para
diante.
Obstruir-lhe a passagem, desequilibrar-lhe
os movimentos, menoscabar-lhe os dons e olvidar-lhe o valor é criar aflição e
sofrimento que se voltarão, agora ou mais tarde, contra nós mesmos.
Precatem-se, portanto, aqueles que julgam
encontrar na mensagem do Além o elixir do êxtase preguiçoso e improdutivo.
O mundo espiritual não abriria suas
portas para consagrar a ociosidade.
As almas que regressam do túmulo indicam
a cada companheiro da Terra a importância da existência na carne, acordando-lhe
na consciência não só a responsabilidade de viver, mas também a noção do
serviço incessante do bem, como norma de felicidade imperecível.
(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.
In: Roteiro)
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