Um moço de
boas maneiras, incapaz de ofender os que lhe buscavam o concurso amigo, sempre
meditava na Vontade de Deus, disposto a cumpri-la.
Certa vez,
muito preocupado com o horário, aproximou-se de um pequeno ônibus, com a intenção
de aproveitá-lo para a travessia de extenso trecho da cidade em que morava,
mas, no momento exato em que o ia fazer, surgiu-lhe à frente um vizinho, que
lhe prendeu a atenção para longa conversa.
O rapaz
consultava o relógio, de segundo a segundo, deixando perceber a pressa que o
levava a movimentar-se rápido, mas o amigo, segurando-lhe o braço, parecia
desvelar-se em transmitir-lhe todas as minudências de um casoabsolutamente sem
importância.
Contrafeito
com a insistência da conversação aborrecida e inútil, o jovem ouvia o
companheiro, por espírito de gentileza, quando o veículo largou sem ele.
Daí a
alguns minutos, porém, correu inquietante a notícia.
A máquina estava sendo guiada por um condutor embriagado e
precipitara-se num despenhadeiro, espatifando-se.
Ouvindo
com paciência uma palestra incômoda, o moço fora salvo de triste desastre.
O jovem
refletiu sobre a ocorrência e chegou à conclusão de que, muitas vezes, a
Vontade Divina se manifesta, em nosso favor, nas pequenas contrariedades do
caminho, ajudando-nos a cumprir nossos mais simples deveres, e passou a
considerar, com mais respeito e atenção, as circunstâncias inesperadas que nos
surgem à frente, na esfera dos nossos deveres de cada dia.
(Francisco Cândido Xavier
por Meimei. In: Pai Nosso)
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