terça-feira, 22 de janeiro de 2013

CULPA



    A consciência de culpa é um dos algozes mais cruéis daquele que delinque.
    Acompanhando o ser na vida além da vida, estabelece os mecanismos punitivos condizentes à gravidade do delito, a fim de purificar-se, resgatando a culpa mediante sofrimentos indescritíveis.
    A consciência de culpa não permite ao equivocado evadir-se da sua presença, ínsita nele próprio.
    Assoma, aos primeiros instantes após a desencarnação, abrindo espaços a obsessões severas, nas quais as vítimas ressurgem com aspecto deplorável, seja mediante a imaginação que elabora clichês de justiça, ou através da realidade que vincula o endividado ao devedor, estabelecendo os vínculos da aflição sem término.
    Somente quando o ser descobre a necessidade da reparação, utilizando-se dos instrumentos do amor e da edificação íntima, é que luariza a paisagem lúgubre da consciência de culpa, dando lugar a honesta reabilitação propiciadora de paz.
    Elegemos, para o nosso ministério de hoje, os Espíritos portadores de consciência culpada, por serem mais sofridos, mais carentes, batendo às portas de alguém que esteja ungido de compaixão para ajudá-los no trânsito difícil da sua reabilitação e, ao atendê-los, tenhamos todos em mente o ensinamento austero de Jesus advertindo-nos: “Aquele que se encontre isento de culpas atire a primeira pedra.”

(Livro: Suave luz nas sombras. Divaldo Pereira Franco por João Cléofas)

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