quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O HOMEM FLEXÍVEL


    
Nada na Terra pode vencer o homem flexível, pois tudo pode conseguir aquele que não oferece resistência. A propósito, a maioria das coisas muito duras tem grande propensão para quebrar.

    Dizem as tradições orientais que a água é o mais poderoso dos elemen­tos, porque é a excelência no mais alto grau da "não-resistência”.     Ela pode desgastar uma rocha e arrasar tudo à sua frente. Ao mesmo tempo, quando encontra uma pedra pelo caminho, não fica irritadiça, contorna os obstácu­los; e, se pressionada por algum motivo, comprime-se o quanto quer.
    Não fica lá, parada, censurando, pois não vê nenhuma vantagem em perder tempo e energia por causa de um incidente natural. A água se desvia da pedra e segue normalmente seu curso. Por que se estressaria com a ordem regular das coisas?
    As águas de um rio vão para o oceano, para o grandioso. É para isso que ela está em andamento. Isso é que importa. Os detritos são entraves característicos do caminho. Se a água combatesse os pedregulhos, as grandes pedras, árvores submersas, terrenos em declive, ela se consumiria desneces­sariamente e, por consequência, retardaria sua chegada ao mar.
    Assim como o curso natural do rio tem como desígnio levar suas águas para a imensidade do oceano, nós igualmente temos um ministério a cumprir. Se ficarmos inflexíveis, resistindo e nos envolvendo com cada um dos pequenos contratempos do cotidiano, isso só vai redundar em impedi­mento para cumprimos a tarefa evolutiva de nossa existência.
    Os antigos sábios perceberam que, no fato do bem viver,  o que impera é a flexibilidade, tal como faz a água, o melhor modelo de fluxo da Natureza.
    Durante as estações do ano, o que percebemos é seu movimento contínuo em todas as suas manifestações: rios, lençóis freáticos, lagos, mares, neve, degelo, nuvens e evaporação.

    Se a vida é transformação, variação, ciclo e impermanência, o que rege a existência humana também são as oscilações sucessivas e flexíveis que obedecem a uma Ordem Providencial. É bom lembrarmos que as almas mais fortes são as mais maleáveis, abertas a mudanças e a novas informações.
    Somos membros do Universo em contínua evolução e precisamos aprender a nos adaptar e a nos ajustar a uma visão de mundo passível de transformação, reciclando pensamentos, crenças e ideias, fazendo novas interpretações das circunstâncias e das ocorrências do cotidiano. Não deve­mos ser homens automatizados. Onde não há liberdade para se questionar, não há ética.
    Nossa alma terá firmeza e vigor diante das intempéries se conseguir­mos manter a mesma flexibilidade do "caniço", prontos a ceder diante das renovações, reformulando planos, admitindo novas opiniões, aderindo a convicções baseadas em provas incontestáveis, fazendo associações prazerosas e estimulantes; angariando, assim, energias que fortalecem e alimentam o próprio espírito.
    "Fluir" não quer dizer somente "passar por", "deixar-se conduzir", "percorrer distância”, "circular com rapidez". O fluxo ao qual nos referimos é muito mais do que isso. Na verdade, falamos da ritmicidade cósmica que comanda o Universo e que mantém tudo em perfeita ordem.
    Não existe o caos. Em todas as coisas reina um ciclo, um propósito ou trajetória em completa harmonia. Às vezes, temos a impressão de que a desordem e a confusão mental invadem nosso reino interior, mas, se olharmos num nível mais profundo, perceberemos que tudo está em plena concordância. A dureza, a agitação e o tumulto provêm da postura ególatra da visão humana.
    De modo geral, as pessoas resistentes, podem estar sendo assaltadas por fortes imagens mentais de situações de inflexibilidade vividas no lar. Quando uma criatura associa um fato recente a uma situação registrada anteriormente (ainda que não se dê conta disso), seus sentimentos agem imediatamente como se ela estivesse vivenciando o próprio fato precedente.
    Existe uma ponte entre hábitos e generalização. A existência humana nada mais é do que uma textura de hábitos. Hábitos do pretérito somados aos do presente. Evidentemente, nossa forma costumeira de ser, fazer, sen­tir, individual ou coletivamente, é produto de nossas vivências associadas às mais diversas motivações. Elas determinam ao comportamento uma intensidade, uma direção determinada e uma forma de desenvolvimento individual da criatura.

MORAL DA HISTÓRIA:
                    
    Novas ocorrências requerem novas conclusões. Quando verificamos nossos equívocos ou mesmo mudamos de ideia sobre algo ou alguém e, ainda assim, permanecemos inflexíveis e arrogantes diante de uma tomada de decisão, isso pode ser o caminho certo para atingirmos a infelicidade e as desditas existenciais.

    Não devemos subestimar a voz do coração ou nos julgar frágeis e fracos por mudarmos nossa maneira de sentir, pensar e agir diante das coisas. Sem erro não há conhecimento; sem conhecimento não há evolução: e sem evolução o homem não teria chegado ao estágio em que se encontra.

    Cabe a nós, então, encarar os desacertos como parte integrante do processo evolutivo, como algo a ser repensado. Libertemo-nos das culpas, das eternas queixas, das comoções de irritação, da agressividade e da frustração.

    Tentar parecer forte, enérgico e decidido perante as situações que requerem mudança pode nos levar ao que sucedeu com o carvalho.
    Quebra "a árvore que enfrenta o vento forte e tenta a todo custo manter-se em pé; a cana dobra, inclina a fronte" e permanece ilesa.

(Livro: LA FONTAINE E O COMPORTAMENTO HUMANO. Francisco do Espírito Santo Neto ditado pelo Espírito Hammed)

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

JESUS PARA O HOMEM



 “E achado em forma como homem,
humilhou-se a si mesmo, sendo obediente
até à morte de cruz”.
- PAULO (Fillipenses, 2:8).

    O Mestre desceu para servir.
    Do esplendor à escuridão...
    Da alvorada eterna à noite plena...
    Das estrelas à manjedoura...
    Do infinito à limitação...
    Da glória à carpintaria...
    Da grandeza à abnegação...
    Da divindade dos anjos à miséria dos homens...
    Da companhia de gênios sublimes à convivência dos pecadores...
    De governador do mundo a servo de todos...
    De credor magnânimo a escravo...
    De benfeitor a perseguido...
    De salvador a desamparado...
    De emissário do amor à vítima do ódio...
    De redentor dos séculos a prisioneiro das sombras...
    De celeste pastor à ovelha oprimida...
    De poderoso trono à cruz do martírio...
    Do verbo santificante ao angustiado silêncio...
    De advogado das criaturas a réu sem defesa...
    Dos braços dos amigos ao contacto de ladrões...
    De doador da vida eterna a sentenciado no vale da morte...
    Humilhou-se e apagou-se para que o homem se eleve e brilhe para sempre!
    Oh! Senhor, que não fizeste por nós, a fim de aprendermos o caminho da Gloriosa
    Ressurreição no Reino?

(Livro: ANTOLOGIA MEDIÙNICA DO NATAL –  Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)

RESPEITO À VIDA



            O respeito à vida se fundamenta na lei natural, a lei de amor.
            Em todo lugar onde vige a vida do homem, cumpre o dever de respeitá-la, preservando-a.
            Não somente consideração pela sua existência, como esforço bem dirigido para sustentá-la.
            Respeito à natureza, aos minerais, aos vegetais, aos animais...
*
            A criança, que se acerca de ti, impõe-te o respeito que merece o futuro, nela em gérmen.
            O azedume, a rispidez, a impiedade, a dureza com que a receberes dela farão o cidadão desventurado, que a intemperança moldou.
            Ninguém tem o direito de espezinhar um ser em formação, sem incorrer no grave delito, que a Lei anota, de perturbar-lhe a marcha...
            O jovem, que procura o teu apoio, é digno de respeito, porque em trânsito orgânico e psíquico, nele se insculpem os comportamentos que mais o atinjam.
            As expressões da agressividade com que seja tratado despertarão nele o réprobo que dorme e poderia ser vencido, fossem outras as atitudes com que o recebessem...
            O adulto necessita de respeito.
            O hábito de pensar e falar mal do próximo facilita a deteriorização do conceito em torno das criaturas, facilitando o descrédito e a desconsideração pelos outros.
            Ninguém tem o direito de medir o comportamento de outrem pelas suas reações, nem julgar com os dados que se atribui possuir.
            Aquele que parece censurável está sob injunções que pedem ajuda e caridade, não reprimenda e desrespeito.
            O respeito à pessoa humana é impositivo cristão, dever que toda criatura é convidada a sustentar no relacionamento social.
            Alguém em ignorância espera a claridade do conhecimento; em doença, a dádiva do medicamento; em abandono, o contributo da solidariedade; em qualquer circunstância, a competente ajuda.
            Ajuda sempre!
            O ancião, em combalimento, tem necessidade do respeito pela existência vencida a penates e o apoio que as fracas forças esperam da juventude e da madureza dos homens...
            Respeito sempre!
*
            Coloca-te na situação do outro; procura pensar como o outro; compenetra-te da posição do outro e compreenderás a alta significação do que é o respeito que gostarias de receber, como desejarias ser tratado.
            Faze, então, conforme pretendes que façam contigo.
            Jesus atendeu a uma mulher aturdida, sem sindicar-lhe o passado, nem examinar-lhe o presente; abençoou as criancinhas, sem selecioná-las por casta ou posição social; recebeu os enfermos do caminho sem inquiri-los  quanto às causas das suas mazelas; ouviu o ladrão na cruz sem interroga-lo quanto aos motivos que o tornaram delinquente...
            A todos ajudou, amoroso, valorizando e socorrendo cada um com profundo respeito pela vida, respeito pela criatura.

(Livro: Oferenda. Divaldo P. Franco por Joanna de Angelis)

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

ANO NOVO


    
Serão novos os anos que passam, os séculos e os milênios que se sucedem na ampulheta do tempo?
    Não são. O tempo, qual o concebemos, não passa de uma ilusão. Não há tempos novos, nem tempos velhos. O tempo é sempre o mesmo, porque o tempo é a eternidade. Todas as mudanças que constatamos em nós e em torno de nós são produtos da transformação da matéria. Esta, realmente, passa por constantes modificações. A mutabilidade é inerente à matéria e não ao tempo.
    A matéria é volúvel como as ondas e instável como as nuvens que se movimentam no espaço, assumindo variadas conformações que se sucedem numa instabilidade constante.
    O nosso envelhecimento não é obra do tempo como costumamos dizer. É a matéria que se vai transformando desde que entramos no cenário terreno. Nascemos, crescemos, atingimos as cumeadas do desenvolvimento compatível com a natureza do nosso corpo. Após esse ciclo, as mudanças tornam-se menos rápidas. Há como que ligeiro repouso. Depois, segue-se a involução, isto é, o curso descendente que nos leva à velhice, à decrepitude e à morte, quando esta não intervém acidentalmente, pelas moléstias, cortando o fio da existência em qualquer de suas fases.
    Todos esses acontecimentos nada têm que ver com o tempo. Trata-se de manifestações da evolução da matéria organizada, vitalizada e acionada pela influência do Espírito.
    O Espírito é tudo. Por ele, e para ele, é que as moléculas se agrupam, se associam, tomando forma, neste ou naquele meio, na Terra ou em outras infinitas moradas da casa do Pai, que é o Universo.
    Na eternidade e na imensidade incomensurável do espaço, o Espírito se agita procurando realizar o senso da Vida, que é a evolução. Para consumá-la, percorre as incontáveis terras do Céu. Veste e despe centenas de indumentos, assumindo milhares de formas e aspectos.
    A matéria é seu instrumento, e o meio através do qual ele consegue a sua ascensão ininterrupta.
    Nada significam, portanto, os anos que passam e os anos que despontam nos calendários humanos. O importante na vida do Espírito são as arrancadas para a frente, são as etapas vencidas, o saber adquirido através da experiência, e as virtudes conquistadas pela dor e pelo amor. O que denominamos — passado — é apenas a lembrança de condições inferiores por onde já transitamos. De outra sorte — o futuro não é mais que a esperança que nutrimos de alcançar um estado melhor. O presente eterno, eis a realidade.
    Encaremos assim o tempo e, particularmente, o ano novo que ora se inicia. Façamos o propósito de alcançar no seu transcurso a maior soma possível de aperfeiçoamento.
    É o que, de coração, desejamos aos nossos leitores.

(Livro: Na Seara do Mestre. Vinícius)

NATAL



Natal! Grande bolo à mesa.
A árvore linda em festa.
O brilho da noite empresta;
Regozijo ao coração...
É como se a Natureza
Trouxesse Belém de novo
Para os júbilos do povo
Em doce fulguração.
Tudo é bênção que se enflora,
De envolta na melodia
Da luminosa alegria
Que te beija a segue além...
Mas se reparas, lá fora,
O quadro que tumultua,
Verás quem passa na rua
Sem ânimo e sem ninguém.
Contemplarás pequeninos
De faces agoniadas,
Pobres mães desesperadas,
Doentes em chaga e dor...
E, ajudando aos peregrinos
Da esperança quase morta,
Talvez enxergues à porta
O Mestre pedindo amor.
É sim!... É Jesus que volta
Entre os pedestres sem nome,
Dando pão a quem tem fome,
Luz às trevas, roupa aos nus!
Anjo dos Céus sem escolta,
Embora a expressão serena,
Tem nas mãos com que te acena
Os tristes sinais da cruz.
Natal! Reparte o carinho
Que te envolve a noite santa
Veste, alimenta e levanta
O companheiro a chorar.
E, na glória do caminho
Dos teus gestos redentores,
Recorda por onde fores
Que o Cristo nasceu sem lar.

(Livro: ANTOLOGIA MEDIÙNICA DO NATAL – Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

CARTÃO DE NATAL



    Ao clarão do Natal, que em ti acorda a música da esperança, escuta a voz de alguém que te busca o ninho da própria alma!... Alguém que te acende a estrela da generosidade nos olhos e te adoça o sentimento, quais se trouxessem uma harpa de ternura esconda no peito.
    Sim, é Jesus, o amigo fiel, que volta.
    Ainda que não quisesse, lembar-lhe-ias hoje os dons inefáveis, ao recordares as canções maternas que te embalaram o berço, o carinho de teu pai, ao recolher-te nos braços enternecidos, a paciência dos mestres que te guiaram na escola e o amor puro de velhas afeições que te parecem distantes.
    Contemplas a rua, onde luminárias e cânticos lhe reverenciam a glória; entretanto, vergas-te ao peso das lágrimas que te desafogam o coração... É que ele te fala no íntimo, rogando perdão para os erram, socorro aos que sofrem, agasalho aos que tremem na vastidão da noite, consolação aos que gemem desanimados e luz para os que jazem nas trevas.
    Não hesites! Ouve-lhe a petição e faze algo!... Sorri de novo para os que te ofenderam; abençoa os que feriram; divide o farnel com os irmãos em necessidade; entrega um minuto de reconforto ao doente; oferece numa fatia de bolo aos que oram, sozinhos, sob ruínas e pontes abandonadas; estende um lençol macio aos que esperam a morte, sem aconchego do lar; cede pequenina parte de tua bolsa no auxílio às mães fatigadas, que se afligem ao pé dos filhinhos que enlanguescem de fome, ou improvisa a felicidade de uma criança esquecida.
    Não importa se diga que cultivas a bondade somente hoje quando o Natal te deslumbra!... Comecemos a viver com Jesus, ainda que seja por algumas horas, de quando em quando, e aprenderemos, pouco a pouco, a estar com ele, com todos os instantes, tanto quanto ele permanece conosco, tornando diariamente ao nosso convívio e sustentando-nos para sempre.

(Livro:
 ANTOLOGIA MEDIÙNICA DO NATAL – Francisco Cândido Xavier. por Meimei.)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

RESPOSTAS PARA A VIDA



Todos queremos ser felizes, viver melhor.
Entretanto, ouçamos a experiência.
A felicidade não é um tapete mágico. Ela nasce dos bens que você espalhe, não daqueles que se acumulam inutilmente.
Tanto isto é verdade que a alegria é a única doação que você pode fazer sem possuir nenhuma.
Você pode estar em dificuldade e suprimir muitas dificuldades dos outros.
Conquanto às vezes sem qualquer consolação, você dispõe de imensos recursos para reconfortar e reerguer os irmãos em prova ou desvalimento.
A receita de vida melhor será sempre melhorar-nos, através da melhora que venhamos a realizar para os outros.
A vida é dom de Deus em todos.
E quem serve só para si não serve para os objetivos da vida, porque viver é participar, progredir, elevar, integrar-se.
Se aspirarmos a viver melhor, escolhamos o lugar de servir na causa do bem de todos.
Para isso, não precisa você acondicionar-se a alheios pontos de vista.
Engaje-se na fileira dos servidores que se lhe afine com as aptidões.
Aliste-se em qualquer serviço no bem comum.
É tão importante colaborar na higiene do seu bairro ou na construção de uma escola, quanto auxiliar a a uma criança necessitada ou prestar apoio a um doente.
Procure a paz, garantindo a paz onde esteja.
Viva em segurança, cooperando na segurança dos outros.
Aprendamos a entregar o melhor de nós à vida que nos rodeia e a vida nos fará receber o melhor dela própria.
Seja feliz, fazendo os outros felizes.
Saia de você mesmo ao encontro dos outros, mas não resmungue, nem se queixe contra ninguém. E os outros nos farão encontrar Deus.
Não julgue que semelhante instrução seja assunto unicamente para você que ainda se acha na Terra. Se você acredita que os chamados mortos estão em paz gratuita, o engano é seu, porque os mortos se quiserem paz que aprendam a sair de si mesmos e a servirem também.

Espírito André Luiz (cap 4. Respostas da Vida)

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

ENTRAVES FELIZES


      
    Não enfatizes, em demasia, os obstáculos humanos, porque, em muitos lances da existência, os entraves do caminho se revestem de natureza providencial.
*
        A festa que perdeste foi o meio de que se valeram os benfeitores espirituais para evitar-te o encontro com alguém, cuja influência apenas te envolveria em complicações.
*
        A herança a que tinhas direito e que, por várias circunstâncias, não pudeste receber, terá sido um peso fatídico retirado de teus ombros.
*
        O encontro marcado que não se efetuou decerto te liberou aborrecimentos e prejuízos.
*
        O companheiro que se afastou, conquanto te lastimes, foi o estímulo para que te desvencilhasses de ruinosa dependência.
*
        O órgão doente que, porventura, ainda carregues, é a peça de controle, a fim de que não te percas da ponderação e do equilíbrio.

        Em todos os episódios que te pareçam contrários, guarda serenidade e paciência, porquanto dia virá no qual reconhecerás que todos os obstáculos que te impediram o acesso ao que mais desejavas e não tiveste, foram bênçãos de Deus para que hoje usufruas as vantagens que tens.

(Livro: Jóia. Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

TÓPICOS DA PRECE

    
    Elevemos o nosso coração, sempre que possível, ao Senhor e confiemos em Sua Infinita Bondade!
    Na prece está a nossa força e no serviço do Bem o nosso refúgio!
    Confiemos nosso pensamento à oração e nossos braços ao trabalho com Cristo Jesus.
    E Jesus solucionará os nossos problemas com a bênção do tempo.
    Paz e esperança ao coração! Cada noite, apesar do cansaço, não olvides alguns minutos com a oração, para que se nos refaçam as forças.
    As tarefas seguem intensas, contudo, quanto possível, os Amigos Espirituais procuram amparar-nos as energias e acrescentá-las ainda mais.
    Meus irmãos, muitos Amigos da Espiritualidade sustentam-nos as forças na travessia difícil das horas que passam.
    Através da oração recolheremos, como sempre, a inspiração de que necessitamos na superação das lutas redentoras.
    Guardemos a tranqüilidade mental!
    Através da oração, as tarefas do lar são sustentadas com a bênção do Alto.
    Receberemos, pela oração, o concurso espiritual, rogando a Jesus para que os nossos corações sejam fortificados no caminho de dor e luz em que nos encontramos.
    Agradeçamos a Jesus as bênçãos de cada dia e confiemos na proteção divina, hoje e sempre!
    Cada noite consagremos alguns momentos à oração, momentos esses de que se valerão os Amigos Espirituais que nos amparam, a fim de insuflar-nos novas forças para o desempenho de nossas tarefas.
    Reanimemo-nos e guardemos o bom ânimo na certeza de que a fé viva em Deus é luz que nos auxilia a dissipar todas as sombras.
    Jesus nos abençoe!
    Roguemos a Ele, nosso Eterno Benfeitor, nos abençoe os planos de trabalho e renovação à frente do futuro.

(livro: Apelos Cristãos. Francisco Cândido Xavier por Bezerra de Menezes) 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

JESUS E PACIÊNCIA

         
           Recordemos a paciência do Cristo para exercer no próprio caminho a compreensão e a serenidade.
*
            Retornando, depois do túmulo, aos companheiros assustadiços, não perde tempo com qualquer observação aflitiva ou desnecessária.
*
            Não rememora os sucessos amargos que lhe precederam a flagelação no madeiro.
*
            Não se reporta a leviandade do discípulo invigilante que O entregara à prisão, osculando-Lhe a face.
*
            Não comenta as vacilações de Pedro na extrema hora.
*
            Não solicita os nomes de quantos acordaram em Judas a febre da cobiça e a fome de poder.
*
            Não faz qualquer alusão aos beneficiários sem memória que Lhe desconheceram o apostolado, ante a hora da cruz.
*
            Não recorda os impropérios que Lhe foram atirados em rosto.
*
            Não se refere aos caluniadores que Lhe escarneceram o amor e o sacrifício.
*
            Não reclama reconsiderações da justiça.
*
            Não busca identificar que Lhe impusera às mãos uma cana à guisa de cetro.
*
            Não se lembra da turba que Lhe ofertara vinagre à boca sedenta e pancadas à fronte que os espinhos dilaceraram.
*
            Ressurgindo, da sombra, afirma apenas, valoroso e sem mágoa: —
            — “Eis que estarei convosco até o fim dos séculos...”
            E prosseguiu trabalhando...
            Esse foi o gesto do Cristo de Deus que transitou na Terra, sem dívidas e sem máculas.
*
            Relembremos o próprio dever, à frente das pedradas que no firam a rota, a fim de que a paciência nos ensine a esperar a passagem das horas, porquanto cada dia, nos traz, a cada um, diferentes lições.

(Livro: Abrigo. Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

EM REGIME DE FÉ


        
        O Universo vive em regime de fé.
        Em semelhante sistema, a Terra gira sobre si mesma e avança, a pleno Espaço Cósmico, através de ciclos perfeitos de movimento e vida.
        Automaticamente, os átomos efetuam as transformações que lhes são peculiares, sustentando a economia da natureza.
        De maneira mecânica, a planta se desenvolve na direção do Sol.
        O animal promove a formação do próprio ninho, valendo-se de princípios da inteligência.
        Claramente possível classificar a gravitação como sendo confiança sabiamente orientada; a atração definindo a confiança magneticamente dirigida; o heliotropismo expressando a confiança no impulso, e a inteligência rudimentar exprimindo-se em grau determinado da confiança instintiva.
*
        Paradoxalmente, apenas o homem por vezes se declara sem fé; no entanto, mesmo sem fé, , ele pensa, confiando nos implementos do cérebro; fala, confiando nas cordas vocais; pratica o artesanato, confiando nas mãos; alimenta-se, confiando no engenho gastrintestinal; caminha, confiando nos pés; viaja, confiando naqueles que lhe orientam as máquinas; estuda, confiando nos professores; traça programas de ação, confiando em horários.
        Tudo na vida se harmoniza em recursos de confiança.
*
        Atualmente, porém, a Doutrina Espírita vem acordar as criaturas para a fé raciocinada, que não dispensa a lógica e o discernimento precisos, a fim de que a consciência humana se eduque suficientemente, sem a ingenuidade que a tudo se submete e sem a violência que a tudo aspira dominar.

(Livro: RUMO CERTO. Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O RELÓGIO



   O colégio onde eu estudava, em menina, costumava encerrar o ano letivo com um espetáculo teatral. Eu adorava aquilo, porém nunca fora convidada para participar, o que me trazia uma secreta mágoa.
    Quando fiz onze anos avisaram-me que, finalmente, ia ter um papel para representar. Fiquei felicíssima, mas esse estado de espírito durou pouco: escolheram uma colega minha para o desempenho principal. A mim coube uma ponta, de pouca importância.
    Minha decepção foi imensa. Voltei para casa em pranto. Mamãe quis saber o que se passava e ouviu toda a minha estória, entre lágrimas e soluços. Sem nada dizer ela foi buscar o bonito relógio de pulso de papai e colocou-o em minhas mãos, dizendo:
    - Que é que você está vendo?
    - Um relógio de ouro, com mostrador e ponteiros.
    Em seguida, mamãe abriu a parte traseira do relógio repetiu a pergunta:
    - E agora, o que está vendo?
    - Ora, mamãe, aí dentro parece haver centenas de rodinhas e parafusos.
    Mamãe me surpreendia, pois aquilo nada tinha a ver com o motivo do meu aborrecimento. Entretanto, calmamente ela prosseguiu:
    - Este relógio, tão necessário ao seu pai e tão bonito, seria absolutamente inútil se nele faltasse qualquer parte, mesmo a mais insignificante das rodinhas ou o menor dos parafusos.
    Nós nos entrefitamos e, no seu olhar calmo e amoroso, eu compreendi sem que ela precisasse dizer mais nada.
    Essa pequena lição tem me ajudado muito a ser mais feliz na vida. Aprendi, com a máquina daquele relógio, quão essenciais são mesmo os deveres mais ingratos e difíceis, que nos cabem a todos. Não importa que sejamos o mais ínfimo parafuso ou a mais ignorada rodinha, desde que o trabalho, em conjunto, seja para o bem de todos.
    E percebi, também, que se o esforço tiver êxito o que menos importa são os aplausos exteriores. O que vale mesmo é a paz de espírito do dever cumprido...

(Livro: E para o resto da vida. Wallace Leal Rodrigues)

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

PENSE E NOTE



        Se a cólera está alcançando você, reserve algum canto do cérebro em que você consiga pensar.
        Qualquer raciocínio rápido lhe trará serenidade para reconhecer a inconveniência da irritação.
        Se você pode refletir, perceberá, de pronto, que, ante a pessoa capaz de desequilibrar-lhe os sentimentos, a possibilidade de auxiliar, com mais segurança, está de seu lado.
        Se alguém lhe trouxe prejuízos, esse alguém começou por lesar a si mesmo.
        Se você sofre agressão, o ofensor realmente não sabe que débitos contraiu com isso, sem que haja necessidade de se lhe agravar a situação.
        Azedume é ambiente para perturbação e enfermidade.
        Raiva, em muitos casos, é ponto de apoio a processos obsessivos.
        Intemperança mental é um espetáculo de fraqueza.
        A raiva diminuirá ou extinguirá os seus créditos de confiança.
        Em qualquer ocorrência desagradável, pense e acalme-se porque a cólera não auxiliar a ninguém.

(Livro: Busca e acharás. Francisco Cândido Xavier por André Luiz)

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

NO CORPO



Há quem menospreze o corpo,  alegando com isso honorificar a alma; no entanto, isso é o mesmo que combater escola, sob o estranho pretexto de beneficiar o aprendiz.
          Leve observação, porém, nos fará lembrar a importância da vida física.
Diz-se, muitas vezes, que o corpo é adversário do espírito; contudo, é no corpo que dispomos daquele bendito  anestésico do esquecimento temporário, com que a cirurgia da vida, nos hospitais do tempo, nos suprime as chagas morais instaladas por nós mesmos, no campo íntimo; nele, reencontramos os desafetos de passadas reencarnações, nas teias da consanguinidade ou nas obrigações do grupo de serviço para a quitação necessária de nossos débitos, perante a lei que nos governa os destinos; com ele entesouramos, a pouco e pouco, os valores da evolução e da cultura; auxiliados por ele, perdemos os derradeiros resquícios de herança animal, que carregamos por força da longa vivência nos reinos inferiores da Criação, a fim de que nos elevemos aos topes da inteligência; integrados nele, é que somos pacientemente burilados pelos instrumentos da Natureza, ante a glória espiritual que a todos nos aguarda, no Infinito, na condição de filhos de Deus; e, finalmente, é ainda no corpo que somos defrontados pelos grandes amores, a começar pela abnegação dos anjos maternais da Terra, que nos presidem o estágio no plano físico, habilitando-nos para a aquisição dos mais altos títulos na escola da experiência.
          Meditemos nisso e saibamos ver no corpo a harmonia sublime em que a sabedoria do Senhor nos ensina, século a século, existência a existência e dia por dia, a bendita ciência do crescimento e da ascensão para a Via Imortal.

(De “Instrumentos do Tempo”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

terça-feira, 9 de outubro de 2012

TEU RECOMEÇO



A cada momento podes recomeçar uma tarefa edificante que  ficou interrompida. Nunca é tarde para fazê-lo; todavia, é muito danoso não lhe dar prosseguimento.

    Parar uma atividade por motivos superiores às forças é fenômeno natural. Deixá-la ao abandono é falência moral.

    A vida é constituída de desafios constantes. Sai-se de um para outro em escala ascendente de valores e conquistas intelectos-morais.

    Sempre há que se começar a vida de novo.

    Uma decepção que parece matar as aspirações superiores; um insucesso que se afigura como um desastre total; um ser querido que morreu e deixou uma lacuna impreenchível; uma enfermidade cruel que esfacelou as resistências; um vício que, por pouco, não conduziu à loucura; um prejuízo financeiro que anulou todas as futuras aparentes possibilidades; uma traição que poderia ter-te levado ao suicídio, são apenas motivos para recomeçar de novo e nunca para se desistir de lutar.

    Não houvesse esses fenômenos negativos na convivência humana, no atual estágio de desenvolvimento das criaturas, e os estímulos para o progresso e a libertação seriam menores.

    Colhido nas malhas de qualquer imprevisto ou já esperado  problema aterrador, tem calma e medita, ao invés de te deixares arrastar pela convulsão que se irá estabelecer. Refugia-te na oração, a fim de ganhares força e inspiração divina.

    Como tudo passa, isto também passará, e, quando tal acontecer, faze teu recomeço, a princípio, com cautela, parcimonioso, até que te reintegre novamente na ação plenificadora.

    Teu recomeço é síndrome de próxima felicidade.

(Divaldo P. Franco/Joanna de Ângelis. Livro: Filho de Deus)

CREDORES DIFERENTES



"Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos."
- Jesus. (MATEUS, 5:44.)


    O problema do inimigo sempre merece estudos mais acurados.
    Certo, ninguém poderá aderir, de pronto, à completa união com o adversário do dia de hoje, como Jesus não pôde rir-se com os perseguidores, no martírio do Calvário.
    Entretanto, a advertência do Senhor, conclamando-nos a amar os inimigos, reveste-se de profunda significação em todas as facetas pelas quais a examinemos, mobilizando os instrumentos da análise comum.
    Geralmente, somos devedores de altos benefícios a quantos nos perseguem e caluniam; constituem os instrumentos que nos trabalham a individualidade, compelindo-nos a renovações de elevado alcance que raramente compreendemos nos instantes mais graves da experiência. São eles que nos indicam as fraquezas, as deficiências e as necessidades a serem atendidas na tarefa que estamos executando.
    Os amigos, em muitas ocasiões, são imprevidentes companheiros, porquanto contemporizam com o mal; os adversários, porém, situam-no com vigor.
    Pela rudeza do inimigo, o homem comumente se faz rubro e indignado uma só vez, mas, pela complacência dos afeiçoados, torna-se pálido e acabrunhado, vezes sem conta.
    Não queremos dizer com isto que a criatura deva cultivar inimizades; no entanto, somos daqueles que reconhecem por beneméritos credores quantos nos proclamam as faltas.
    São médicos corajosos que nos facultam corretivo.
    É difícil para muita gente, na Terra, a aceitação de semelhante verdade; todavia, chega sempre um instante em que entendemos o apelo do Cristo, em sua magna extensão.

(Francisco Candido Xavier/Emmanuel. Livro: Vinha de Luz) 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

TEMPO PERDIDO



Certo homem era marceneiro de profissão e possuía extraordinária facilidade para trabalhar com madeira. Era um verdadeiro mestre em seu ofício e todos admiravam seus trabalhos.

         Esse homem tinha um sonho.

         Desejava esculpir na madeira uma imagem de Jesus, a quem ele amava profundamente, em tamanho natural.

         Conversando com um amigo, o marceneiro falou do sonho que acalentava em seu íntimo e o companheiro o incentivou:

         - Então por que você não começa? Com seu talento e habilidade nas mãos, tenho certeza que a escultura será uma obra prima!

         Ao que o marceneiro respondeu:

         - Ah! Meu amigo! Desejo não me falta. Contudo, o trabalho deverá ser perfeito e ainda não resolvi qual a madeira que irei utilizar.

         Sempre em dúvida, o artesão deixava o tempo passar. Uma madeira porque era muito rija; a outra porque não era resistente o suficiente; outra era macia e de fácil manejo, porém a tonalidade não o agradava.

         E assim o tempo foi passando e o marceneiro não se dava conta.

         Alguns anos depois reencontrou o amigo que tinha retornado à cidade e, curioso, perguntou sobre a obra.

         - Já resolvi o tipo de madeira que irei trabalhar. Entretanto, ainda não iniciei porque não estou nas minhas melhores condições íntimas. Creio que para esculpir a figura do Mestre preciso estar bem comigo mesmo e com o mundo. Sabe como é, os fregueses exigem muito da minha atenção e, não raro me irrito, perdendo a paciência. Além disso, não podendo dispensar o serviço da marcenaria, onde ganho o sustento para minha família, só posso dedicar-me ao sonho acalentado pela minha alma nos momentos de folga. E aí, grande parte das vezes, eu sinto-me exausto e sonolento. Contudo — completava tentando aparentar entusiasmo —, pretendo começar minha obra prima dentro em breve.

         Algum tempo depois, voltaram a se encontrar e, questionado pelo amigo que demonstrava interesse pelo assunto, o artesão argumentava:

         - Infelizmente, ainda não iniciei o trabalho porque as condições não permitem. A família exige muito da minha atenção e os filhos requisitam meus carinhos. Você compreende, ainda são pequenos e dependentes. Porém, quando que eles crescerem um pouco mais, poderei trabalhar em paz.

         E assim o tempo foi passando. Muitos anos depois, em visita à cidade, o amigo foi procurar o marceneiro. Encontrou-o velho e doente.

         Após os cumprimentos e a troca de notícias, felizes com o reencontro, o visitante interrogou, curioso:

         - E daí? Estou ansioso para ver o trabalho que você tanto desejava executar. Com certeza deve ter ficado soberbo!

         Os olhos do artesão se apagaram e uma tristeza infinita vibrou em sua voz já trêmula pela idade:

         - Ah, meu amigo! Infelizmente, nem cheguei a iniciar o trabalho que representava o sonho de toda uma vida. As dificuldades foram muito grandes e a necessidade de prover o sustento da família me absorveu. Agora, encontro-me doente e sem forças. A vista está fraca e já não enxergo mais como antes, e as mãos, trêmulas, não me permitem mais trabalhar.

         Penalizado, o visitante amigo viu-o puxar um lenço e enxugar uma lágrima, cheio de arrependimento e amargura.

         - É tarde, meu amigo. Tive todas as condições e não soube aproveitar. Perdi a oportunidade que o Senhor me concedeu.

         Tentando animá-lo, o visitante considerou:

         - Quem sabe? Não desanime. Talvez ainda seja possível.

         O marceneiro fitou o amigo, demonstrando que compreendia toda a extensão da sua inutilidade e da sua cegueira, e respondeu convicto:

         - Não agora; só se for em outra existência!

(Célia Xavier Camargo , na Revista O Consolador)

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

CONVITE À FÉ




"Se tivésseis a fé do tamanho de um
grão de mostarda..." (Mateus, 17:20.)


        Para que a chama arda é indispensável a sustentação pelo combustível.
        A fim de que o rio se agigante, a nascente prossegue sustentando-lhe o curso.
        A mesa enriquecida pelo pão sacrifica o grão de trigo generoso.
        No ministério da vida espiritual, a fim de que o homem sobreviva ao clima de desespero que irrompe de todo lado, com as altas cargas da aflição, do medo, da dúvida, que se generalizam, a fé é imprescindível para a aquisição do equilíbrio.
        Seu milagre, todavia, depende do esforço despendido em prol da sua própria manutenção.
        À fé inata devem ser adicionados os valores da reflexão e da prece de modo a canalizar a inspiração superior que passa a constituir fonte geradora de preservação do necessário capital da confiança.
        Às vezes, para que as sementes que jazem no solo das almas, em latência, se desdobrem em embriões de vida, torna-se imperioso condicionamentos psíquicos, somente possíveis mediante a busca sistemática pela razão, pelos fatos, através da investigação.
        Seja, porém, como seja, o homem não pode prescindir do valioso contributo da fé, a fim de colimar os objetivos da reencarnação.
        Apressado, ante a infeliz aplicação do avião nos jogos da guerra, Alberto Santos Dumont preferiu a fuga, através do autocídio nefário...
        Porque a dinamite fora usada para extermínio de povos Alfredo Nobel amargurou-se até a desencarnação..
        Se tivessem fé, poderiam acompanhar a marcha do progresso, ensejada pelos seus inventos, colocados a serviço mesmo da Humanidade.
        Não obstante houvessem perseverado confiantes no êxito dos seus empreendimentos, faltou-lhes a fé religiosa para sustentá-los nos momentos terríveis que tiveram de considerar, em face da vida física que se extingue e da espiritual que é indestrutível.
        A fé é a flama divina que aquece o espírito e dá-lhe forças para superar tudo: mágoas, desaires, revoltas, traições e até mesmo a morte.
        Alimentá-la para a própria paz é indeclinável dever que não podes postergar.

(Livro: Convites da Vida. Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis)

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

VIVE, AGORA


  
  É necessário viver os exemplos com perfeita integração nos objetivos da vida.
    Amanhã, diz a comodidade, procurando adiar o instante feliz da auto-iluminação.
    Mais tarde, sugere a preguiça habitual, transferindo no tempo o ensejo abençoado de renovação.
    Saber viver o presente com perfeita identificação da valores constitui uma tarefa-desafio, que somente os fortes logram realizar.
    Ontem - recordam as mentes pessimistas - tudo era diferente.
    No passado - fala a acomodação mental - as circunstâncias eram diversas e as oportunidades mais generosas.
    Agora, no entanto, é o instante superior de ganhar o tempo.
    Sem dúvida, o passado caracterizou-se por circunstâncias e oportunidades mui diversas.
    O amanhã se apresentará modificado, alterando o curso dos acontecimentos de hoje.
    Convém considerar que é inevitável a chegada do porvir como efeito da sucessão dos constantes agoras, que devem ser vividos em plenitude.
    Não adies o teu momento de produzir no bem.
    A tarefa transferida reaparece em circunstâncias mais complicadas.
    Propõe-te à ação libertadora da própria consciência.
    O que transfiras para mais tarde, ressurgirá em paisagens diferentes das tuas disposições atuais.
    Desapega-te dos convencionalismos perniciosos e abre-te à beneficência fraternal.
    As aparências que são estruturadas fora da realidade tornam-se pesada canga a afligir e magoar.
   O homem que não identifica a finalidade da vida, na dadivosa oportunidade presente, tomba, irremissivelmente, no sofrimento, que se lhe transformará em benfeitor de que tem necessidade.
    Age, tu, neste dia, fazendo a tua meditação edificante e construindo o teu eu integral, para que nele habite a paz indispensável a tua plenitude.
    Defrontarás os viajores apressados que rumam para lugar nenhum.
    Encontrarás os que estacionaram na ociosidade e se fizeram parasitas.
    Terás diante de ti os pessimistas por acomodação mental, que tentarão envenenar os teus ideais atirando-te clichês deletérios, os quais se comprazem manter.
    Não te detenhas, turbando o teu céu atual com as nuvens perfeitamente dissipáveis da inquietação.
    Quem descobriu o claro sol da fé raciocinada e deixou-se incorporar pela crença libertadora, não dispõe de tempo para a inutilidade nem para a precipitação.
    Frui da felicidade no trabalho, no prazer e no dever.
    A maioria dos homens luta hoje para gozar amanhã. Grande número se esfalfa na busca de férias e entretimentos, que raramente compensam as programações sacrificiais anteriormente elaboradas.
    Vive, tu, em gozo permanente, na ação da auto-renovação, aprimorando os teus sentimentos e encontrando alegria em cada instante, em todas as tarefas que realizes.
    Hoje começa o teu amanhã. Hoje começa o teu passado. Vive, agora!

(Livro: LUZ DA ESPERANÇA. Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis)

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

FÉ EM DEUS


       
 A fé em Deus não te arredará das provas inevitáveis, mas te investirá na força devida para suportá-las;
*
        não te afastará os obstáculos do caminho, entretanto, doar-te-á a significação de cada um deles, para que recebas, em silêncio, a mensagem de que são portadores;
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        não te retirará dos desenganos e decepções que o mundo te propicie, mas auxiliar-te-á a extrair deles mais luz ao próprio discernimento;
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        não impedirá o afastamento dos companheiros a que mais te afeiçoas, nos encargos que te marcam a vida, todavia, conceder-te-á energias e recursos para substituí-los, até que surjam outros cooperadores decididos a apoiar-te;
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        não te livrará da enfermidade de que ainda precises, no entanto, iluminar-te-á o entendimento para que lhe assimiles o recado salutar;
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        não te desligará do parente difícil, porém, ajudar-te-á a aceitá-lo e compreendê-lo em teu próprio benefício;
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        não te proibirá as quedas prováveis nas trilhas da existência, no entanto, ensinar-te-á, através da própria dor, onde se encontram as situações que te cabe evitar, em auxílio a ti mesmo;
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        não te demitirá dos problemas que, porventura, te ameacem a paz, contudo, dar-te-á serenidade para resolvê-los com segurança;
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        não te buscará nos labirintos de ilusão, nos quais talvez hajas penetrado, impensadamente, entretanto, clarear-te-á o raciocínio para te libertares;
*
        a fé em Deus, por fim, não te mudará os quadros exteriores de luta, mas infundir-te-á paciência a fim de que compreendas em todos eles os degraus de elevação, de que necessitas, para escalar os cimos da vida imperecível.

(Livro: Amigo. Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)

REPARAÇÃO



     Na Terra, muitas vezes, aguardamos a passagem da desencarnação para o ingresso ao paraíso, esquecendo na vizinhança a oportunidade de construir o Céu pela implantação da verdadeira fraternidade.
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          Em muitas ocasiões, suspiramos pela presença dos anjos recusando os mais ínfimos exercícios de compaixão e bondade, a benefício de outrem.
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          Habitualmente, rogamos o amparo divino, sem ceder um milímetro de nosso conforto humano e, quase sempre, reclamamos a bênção dos instrutores espirituais cerrando a porta de nossas almas aos que nos suplicam entendimento e perdão.
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          É imprescindível, porém, recordar que ninguém precisa morrer na carne para ressurgir na atitude.
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          O sol renascente, cada manhã, ensina-nos, em silêncio, que a vida começa todos os dias e que em todos os dias é possível refazer o destino pela reparação voluntária de nossos próprios erros.
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          Aprendamos a fazer luz no íntimo de nós mesmos, através do estudo nobre e a corrigir nossos males pelo serviço do bem constante.
*
          Saibamos edificar, segundo o amor claro e simples, e perceberemos, em cada instante, o nosso ensejo de cooperar em favor dos outros.
*
          Dispõe a semelhante mister e não encontrarás no campo em que jornadeias senão companheiros de esperança e de luta, mendigando-te o coração.
          Enxameiam aqui e ali, aflitos e desditosos, ainda mesmo quando se te afigurem dominados de orgulho ou envilecidos na vaidade.
          Não lhe agraves a dor estendendo as sombras que lhes obscurecem as horas.
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          Foge à reprovação que aniquila, evita o sarcasmo que envenena, esquece a exigência que desfigura e abstém-te da acusação que vergasta...
*
          Lembra-te de que a todos nós cabe o dever do auxílio para que sejamos auxiliados.
*
          E, reparando, incessantemente, o mal que outrem provoque, estarás restaurando o próprio caminho que, limpo e renovado, deixará passar, em teu socorro, a luz do bem eterno, de que ninguém prescinde na ascensão para Deus.

(De “Confia e segue”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

VÓS, QUE DIZEIS?

“E perguntou-lhes: E vós, quem dizeis que eu sou?” (Lucas, 9:20)   Nas discussões propriamente do mundo, existirão sempre escrit...