sexta-feira, 13 de junho de 2025

VÓS, QUE DIZEIS?


“E perguntou-lhes: E vós, quem dizeis
que eu sou?” (Lucas, 9:20)
  

Nas discussões propriamente do mundo, existirão sempre escritores e cientistas dispostos a examinar o Mestre, na pauta de suas impressões puramente intelectuais, sob os pruridos da presunção humana.

Esses amigos, porém, não tiveram contacto com a alma do Evangelho, não superaram os círculos acadêmicos e nem arriscam títulos convencionais, numa excursão desapaixonada através da revelação divina; naturalmente, portanto, continuarão enganados pela vaidade, pelo preconceito ou pelo temor que lhes são peculiares ao transitório modo de ser, até que se lhes renove a experiência nas estradas da vida imperecível.

Entretanto, na intimidade dos aprendizes sinceros e fiéis, a pergunta de Jesus reveste-se de singular importância.

Cada um de nós deve possuir opiniões próprias, relativamente à sabedoria e à misericórdia com que temos sido agraciados.

Palestras vãs, acerca do Cristo, quadram bem apenas a espíritos desarvorados no caminho da vida. A nós outros, porém, compete o testemunho da intimidade com o Senhor, porque somos usufrutuários diretos de sua infinita bondade. Meditemos e renovemos aspirações em seu Evangelho de Amor, compreendendo a impropriedade de mútuas interpelações, com respeito ao Mestre, porque a interrogação sublime vem d’Ele a cada um de nós e todos necessitamos conhecê-lo, de modo a assinalá-lo em nossas tarefas de cada dia.

 

 

 

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

quinta-feira, 12 de junho de 2025

O TEU TRABALHO

 

Por mais insignificante, valoriza o teu trabalho.
Nenhuma obra nasce acabada.
Se valorizares o teu esforço, serás valorizado por ele.
Toda tarefa no bem é importante e indispensável.
Aperfeiçoando o que faz, o homem se aperfeiçoa.
Toda ação repercute. Através do que fazes, influencias os que vivem à tua volta...
O teu trabalho é a tua identidade, fornecendo notícias de tua realidade profunda.
Humilde filete d’água tem a graciosidade que o mar não possui.
Débil flor do campo pode causar inveja aos mais bem cuidados jardins.
Alegra-te no que fazes. Quem não se realiza no que faz é infeliz.

 

 

 Carlos A. Baccelli / Irmão José. In: Vigiai e orai

quarta-feira, 11 de junho de 2025

AÇOITANDO O AR


“Eu por minha parte assim corro, não como na incerteza;
de tal modo combato, não como açoitando o ar.”
- Paulo. ( I CORÍNTIOS, 9:26)
 

Definindo o trabalho intenso que lhe era peculiar na extensão do Evangelho, disse o apóstolo Paulo com inegável acerto:  “Eu por minha parte assim corro, não como na incerteza; de tal modo combato, não como açoitando o ar”.

Hoje como ontem, milhares de aprendizes da Boa Nova gastam-se inutilmente, através da vida agitada, asseverando-se em atividade do Mestre, quando apenas simbolizam números vazios nos quadros da precipitação.

Possuem planos admiráveis que nunca realizam.

Comentam, apressados, os méritos do amor, guardando lamentável indiferença para com determinados familiares que o Senhor lhes confia.

Exaltam a tolerância, como fator de equilíbrio no sustento da paz, contudo se queixam amargamente do chefe que lhes preside o serviço ou do subordinado que lhes empresta concurso.

Recebem os problemas que o mundo lhes oferece, buscando o escape mental.

Expressam-se, acalorados, em questões de fé, alimentando dúvidas íntimas quanto à imortalidade da alma.

Exigem a regeneração plena dos outros, sem cogitar de reajustamento a si mesmos.

Clamam, acusam, projetam, discutem, correm, sonham...

Mas, visitados pela crise que afere em cada Espírito os valores que acumulou em si próprio, diante da vida eterna, vacilam, desencantados, nas sombras da incerteza, e, quando chamados pela morte do corpo à grande renovação, reconhecem, aflitos, que em verdade estiveram na carne combatendo improficuamente, como quem passa na Terra açoitando o ar.


 

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel.

In: Palavras de Vida Eterna)

terça-feira, 10 de junho de 2025

CÃES E COISAS SANTAS

 

“Não deis aos cães as coisas santas.”
– Jesus. (Mateus, 7:6)

Certo, o cristão sincero nunca se lembrará de transformar um cão em partícipe do serviço evangélico, mas, de nenhum modo, se reportava Jesus à feição literal da sentença.

O Mestre, em lançando o apelo, buscava preservar amigos e companheiros do futuro contra os perigos da imprevidência.

O Evangelho não é somente um escrínio celestial de sublimes palavras. É também o tesouro de dádivas da Vida Eterna.

Se é reprovável o desperdício de recursos materiais, que não dizer da irresponsabilidade na aplicação das riquezas sagradas?

O aprendiz inquieto na comunicação de dons da fé às criaturas de projeção social, pode ser generoso, mas não deixa de ser imprudente. Porque um homem esteja bem trajado ou possua larga expressão de dinheiro, porque se mostre revestido de autoridade temporária ou se destaque nas posições representativas da luta terrestre, isto não demonstra a habilitação dele para o banquete do Cristo.

Recomendou o Senhor seja o Evangelho pregado a todas as criaturas; entretanto, com semelhante advertência não espera que os seguidores se convertam em demagogos contumazes e, sim, em mananciais ativos do bem a todos os seres, através de ações e ensinamentos, cada qual na posição que lhe é devida.

Ninguém se confie à aflição para impor os princípios evangélicos, nesse ou naquele setor da experiência que lhe diga respeito. Muitas vezes, o que parece amor não passa de simples capricho, e em consequência dessa leviandade é que encontramos verdadeiras maltas de cães avançando em coisas santas.

 

Livro: Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel

segunda-feira, 9 de junho de 2025

CUIDADOS


“Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã,

porque o dia de amanhã, cuidará de si mesmo”.

– Jesus. (Mateus, 6:34)

 

Os preguiçosos de todos os tempos nunca perderam o ensejo de interpretar falsamente as afirmativas evangélicas.

A recomendação de Jesus, referente à inquietude, é daquelas que mais se prestaram aos argumentos dos discutidores ociosos.

Depois de reportar-se o Cristo aos lírios do campo, não foram poucos os que reconheceram a si mesmos na condição de flores, quando não passam, ainda, de plantas espinhosas.

Decididamente, o lírio não fia, nem tece, consoante o ensinamento do Senhor, mas cumpre a vontade de Deus. Não solicita a admiração alheia, floresce no jardim ou na terra inculta, dá seu perfume ao vento que passa, enfeita a alegria ou conforta a tristeza, é útil à doença e à saúde, não se revolta quando fenece o brilho que lhe é próprio ou quando mãos egoístas o separam do berço em que nasceu.

Aceitaria o homem inerte o padrão do lírio, em relação à existência na comunidade?

Recomendou Jesus não guarde a alma qualquer ânsia nociva, relativamente à comida, ao vestuário ou às questões acessórias do campo material; asseverou que o dia, constituindo a resultante de leis gerais do Universo, atenderia a si próprio.

Para o discípulo fiel, agasalhar-se e alimentar-se são verbos de fácil conjugação e o dia representa oportunidade sublime de colaboração na obra do bem. Mas basear-se nessas realidades simples para afirmar que o homem deva marchar, sem cuidado consigo, seria menoscabar o esforço do Cristo, convertendo-lhe a plataforma salvadora em campanha de irresponsabilidade.

O homem não pode nutrir a pretensão de retificar o mundo ou os seus semelhantes de um dia para outro, atormentando-se em aflições descabidas, mas deve ter cuidado de si, melhorando-se, educando-se e iluminando-se, sempre mais.

Realmente, a ave canta, feliz, mas edifica a própria casa.

A flor adorna-se, tranquila; entretanto, obedece aos desígnios do Eterno.

O homem deve viver confiante, sempre atento, todavia, em engrandecer-se na sabedoria e no amor para a obra divina da perfeição.


 

Livro: Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel

domingo, 8 de junho de 2025

MEDIUNIDADE

 
“E nos últimos dias acontecerá, diz o Senhor,
que do meu Espírito derramarei sobre
toda carne; os vossos filhos e as vossas
filhas profetizarão, vossos mancebos
terão visões e os vossos velhos sonharão
sonhos.” (ATOS, 2: 17)

 

No dia de Pentecostes, Jerusalém estava repleta de forasteiros. Filhos da Mesopotâmia, da Frígia, da Líbia, do Egito, cretenses, árabes, partos e romanos se aglomeravam na praça extensa, quando os discípulos humildes do Nazareno anunciaram a Boa Nova, atendendo a cada grupo da multidão em seu idioma particular.

Uma onda de surpresa e de alegria invadiu o espírito geral.

Não faltaram os cépticos, no divino concerto, atribuindo à loucura e à embriaguez a revelação observada.

Simão Pedro destaca-se e esclarece que se trata da luz prometida pelos céus à escuridão da carne.

Desde esse dia, as claridades do Pentecostes jorraram sobre o mundo, incessantemente. Até aí, os discípulos eram frágeis e indecisos, mas, dessa hora em diante, quebram as influências do meio, curam os doentes, levantam o espírito dos infortunados, falam aos reis da Terra em nome do Senhor.

O poder de Jesus se lhes comunicara às energias reduzidas.

Estabelecera-se a era da mediunidade, alicerce de todas as realizações do Cristianismo, através dos séculos.

Contra o seu influxo, trabalham, até hoje, os prejuízos morais que avassalam os caminhos do homem, mas é sobre a mediunidade, gloriosa luz dos céus oferecida às criaturas, no Pentecostes, que se edificam as construções espirituais de todas as comunidades sinceras da Doutrina do Cristo e é ainda ela que, dilatada dos apóstolos ao círculo de todos os homens, ressurge no Espiritismo cristão, como a alma imortal do Cristianismo redivivo.

 


Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Caminho, Verdade e Vida

sexta-feira, 6 de junho de 2025

MEDITA E OUVE


    Nas horas de alegria, quando nobres aspirações atingidas te ampliem os ideais, medita na Divina Providência que te ilumina a alma e deixa que a inspiração da Espiritualidade te auxilie a dividir a própria felicidade com aqueles que te rodeiam.


    Nos dias de aflição quando problemas e provas te esfogueiam o espírito, medita na Bondade Ilimitada do Criador e espera com paciência as soluções desejadas, trabalhando e servindo para que se faça o melhor.

    Nos momentos de tentação, quando a sombra te envolva as construções espirituais, medita no Amparo do Senhor e acende a luz da resistência nos excessos do próprio ser para que te recoloques no rumo da vitória sobre ti mesmo.

    Nos instantes de tristeza, quando dificuldades do sentimento te marquem a estrada, anunciando-te amargura ou desilusão, medita no Socorro Celestial e reconstituirás as próprias energias para que a fé te reajuste a serenidade.

    Nas ocasiões de crises e lágrimas com que a sabedoria da vida te examina a segurança, medita no Apelo de Deus e criarás nova força para vencer os obstáculos do caminho em que segues, buscando a realização dos sonhos mais íntimos.

    Quanto possível, de permeio com o trabalho a que a existência te induz, em teu próprio auxílio – com base na prece – medita e ouve a música que nasce nas fontes do Eterno Bem.

    Ouçamos as melodias da paz e do amor que nos lembrem a harmonia do Universo e qualquer tempo, nos campos da alma, se nos transformará no calor da compreensão e na alegria da bênção.




(Livro: Meditações Diárias. Francisco Cândido Xavier por Meimei)

 

quinta-feira, 5 de junho de 2025

AMAI-VOS


“Não amemos de palavra, nem de língua, mas
por obras e em verdade.” - João. (I João, 3:18)


Por norma de fraternidade pura e sincera, recomenda a Palavra Divina: “Amai-vos uns aos outros.”

Não determina seleções.

Não exalta conveniências.

Não impõe condicionais.

Não desfavorece os infelizes.

Não menoscaba os fracos.

Não faz privilégios.

Não pede o afastamento dos maus.

Não desconsidera os filhos do lar alheio.

Não destaca a parentela consanguínea.

Não menospreza os adversários.

E o apóstolo acrescenta: “Não amemos de palavra, mas através das obras, com todo o fervor do coração.”

O Universo é o nosso domicílio.

A Humanidade é a nossa família.

Aproximemo-nos dos piores, para ajudar.

Aproximemo-nos dos melhores, para aprender.

Amarmo-nos, servindo uns aos outros, não de boca, mas de coração, constitui para nós todos o glorioso caminho de ascensão.

 

 

Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel

quarta-feira, 4 de junho de 2025

OLHOS


“Eles têm os olhos cheios de adultério.”
(II Pedro, 2:14)
 

“Olhos cheios de adultério” constituem rebelde enfermidade em nossas lutas evolutivas.

Raros homens se utilizam dos olhos por lâmpadas abençoadas e poucos os empregam como instrumentos vivos de trabalho santificante na vigília necessária.

A maioria das criaturas trata de aproveitá-los, à frente de quaisquer paisagens, na identificação do que possuem de pior.

Homens comuns, habitualmente, pousam os olhos em determinada situação apenas para fixarem os ângulos mais apreciáveis aos interesses inferiores que lhes dizem respeito. Se atravessam um campo, não lhe anotam a função benemérita nos quadros da vida coletiva e sim a possibilidade de lucros pessoais e imediatos que lhes possa oferecer. Se enxergam a irmã afetuosa de jornada humana, que segue não longe deles, premeditam, quase sempre, a organização de laços menos dignos. Se encontram companheiros nos lugares em que atendem a objetivos inferiores, não os reconhecem como possíveis portadores de idéias elevadas, porém como concorrentes aos seus propósitos menos felizes.

Ouçamos o brado de alarme de Simão Pedro, esquecendo o hábito de analisar com o mal.

Olhos otimistas saberão extrair motivos sublimes de ensinamento, nas mais diversas situações do caminho em que prosseguem.

Ninguém invoque a necessidade de vigilância para justificar as manifestações de malícia. O homem cristianizado e prudente sabe contemplar os problemas de si mesmo, contudo, nunca enxerga o mal onde o mal ainda não existe.

 

 

 

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

terça-feira, 3 de junho de 2025

EM PREPARAÇÃO


Diz o Senhor: Porei as minhas leis no
seu entendimento e em seu coração as
escreverei; e eu lhes serei por Deus e
eles me serão por povo.” Paulo. (Hebreus, 8:10)
  


Traduziremos o Evangelho

Em todas as línguas,

Em todas as culturas,

Exaltando-lhe a grandeza,

Destacando-lhe a sublimidade,

Semeando-lhe a poesia,

Comentando-lhe a verdade,

Interpretando-lhe as lições,

Impondo-nos ao raciocínio,

Aprimorando o coração

E reformando a inteligência,

Renovando leis,

Aperfeiçoando costumes

E aclarando caminhos...

Mas, virá o momento

Em que a Boa Nova deve ser impressa, em nós mesmos,

Nos refolhos da mente,

Nos recessos do peito,

Através das palavras e das ações.

Dos princípios e ideais,

Das aspirações e das esperanças,

Dos gestos e pensamentos.

Porque, em verdade,

Se o Céu nos permite espalhar-lhe

a Divina Mensagem no mundo,

Um dia, exigirá nos convertamos

Em traduções vivas do Evangelho na Terra.

 

 


Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

VÓS, QUE DIZEIS?

“E perguntou-lhes: E vós, quem dizeis que eu sou?” (Lucas, 9:20)     Nas discussões propriamente do mundo, existirão sempre escr...