domingo, 25 de maio de 2025

ELES VIVEM


Ante os que partiram, precedendo-te na Grande Mudança, não permitas que o desespero te ensombre o coração. Eles não morreram. Estão vivos. Compartilham-te as aflições, quando te lastimas sem consolo. Inquietam-se com a tua rendição aos desafios da angústia quando te afastas da confiança em Deus.


Eles sabem igualmente quanto dói a separação. Conhecem o pranto da despedida e te recordam as mãos trementes no adeus, conservando na acústica do espírito as palavras que pronunciaste, quando não mais conseguiram responder as interpelações que articulastes no auge da amargura. Não admitas estejam eles indiferentes ao teu caminho ou à tua dor.

Eles percebem quanto te custa a readaptação ao mundo e à existência terrestre sem eles e quase sempre se transformam em cirineus de ternura incessante, amparando-te o trabalho de renovação ou enxugando-te as lágrima quando tateias a lousa ou lhes enfeitas a memória perguntando porque. Pensa neles com a saudade convertida em oração. As tuas preces de amor representam acordes de esperança e devotamento, despertando-os para visões mais altas na vida.

Quanto puderes, realiza por eles as tarefas em que estimariam prosseguir e tê-los-á contigo por infatigáveis zeladores de teus dias. Se muitos deles são teu refúgio e inspiração nas atividades a que te prendes no mundo, para muitos outros deles és o apoio e o incentivo para a elevação que se lhes faz necessária. Quando te disponhas a buscar os entes queridos domiciliados no Mais Além, não te detenhas na terra que lhes resguarda as últimas relíquias da experiência no plano material…

Contempla os céus em que mundos inumeráveis nos falam da união sem adeus e ouvirás a voz deles no próprio coração, a dizer-te que não caminharam na direção da noite, mas sim ao encontro de Novo Despertar.



Emmanuel
Psicografada por Chico Xavier

sexta-feira, 23 de maio de 2025

NAS PALAVRAS


“Irmãos, não vos queixeis uns dos outros,
para não serdes julgados...”
(TIAGO, 5:9)
 

Mergulhar o divino dom da palavra no vaso lodoso da queixa é o mesmo que inflamar preciosa lâmpada no conteúdo da lata de lixo.

Não transformes a própria frase em lama sobre chagas abertas.

Podes mobilizar a maravilha do verbo, para reajustar o bem, sem necessidade de estender o mal.

Ergue a esperança, ao pé dos que desfaleceram na luta. Exalta a excelência do amor, perante aqueles que o ódio intoxica. Louva as perspectivas da fé, ao lado dos que choram no desencanto. Aponta as qualidades nobres do amigo que caiu em desvalimento. Destaca as possibilidades de auxiliar onde os outros somente encontram motivos para censura.

Desdobra o trabalho restaurador onde o pessimismo condena. Procura o lado melhor das situações para que o melhor seja feito. E, quando os obstáculos morais se agigantem, como se a maldade estivesse a ponto de triunfar em definitivo, se não podes algo dizer em louvor da bondade, cala-te e ora.

Pensa no bem, quando não puderes falar nele.

A semente muda, renova a terra.

A gota silenciosa de sedativo, asserena o corpo martirizado.

Nunca te queixes dos outros, mesmo porque, em nos queixando de alguém, é preciso consultar o próprio íntimo para saber se em algum lugar desse alguém não estaríamos fazendo isso ou aquilo de maneira pior.



 
 
(Francisco Cândido Xavier por
Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna)

quinta-feira, 22 de maio de 2025

FRATERNIDADE



    Mãos que se alongam para auxiliar outras mãos que fraquejam.
    Sentimentos que se engrandecem para apoiar emoções que necessitam de amparo.
    Esforços que se conjugam a fim de amenizar amarguras.
    Vibrações de amor que vencem distâncias, objetivando mudar paisagens tristes
das mentes e dos corações.
    Espíritos valorosos que se dirigem às furnas da aflição, encorajados pelo desejo
de amar aos que desfaleceram nas lutas.
    Preces que se evolam da pira do puro amor, buscando os ouvidos divinos em favor dos que choram, eis a ação da fraternidade vestindo de esperanças os painéis torpes do mundo ou emoldurando de belezas as construções edificantes dos ideais libertadores da Humanidade.
    Fraternidade, vibração do Cristo unindo os homens como verdadeiros irmãos,
    Louvada sejas!




(Divaldo P. Franco por Eros. In: Heranças de Amor)

quarta-feira, 21 de maio de 2025

VÓS, QUE DIZEIS?


“E perguntou-lhes: E vós, quem dizeis
que eu sou?” (Lucas, 9:20)
 

Nas discussões propriamente do mundo, existirão sempre escritores e cientistas dispostos a examinar o Mestre, na pauta de suas impressões puramente intelectuais, sob os pruridos da presunção humana.

Esses amigos, porém, não tiveram contacto com a alma do Evangelho, não superaram os círculos acadêmicos e nem arriscam títulos convencionais, numa excursão desapaixonada através da revelação divina; naturalmente, portanto, continuarão enganados pela vaidade, pelo preconceito ou pelo temor que lhes são peculiares ao transitório modo de ser, até que se lhes renove a experiência nas estradas da vida imperecível.

Entretanto, na intimidade dos aprendizes sinceros e fiéis, a pergunta de Jesus reveste-se de singular importância.

Cada um de nós deve possuir opiniões próprias, relativamente à sabedoria e à misericórdia com que temos sido agraciados.

Palestras vãs, acerca do Cristo, quadram bem apenas a espíritos desarvorados no caminho da vida. A nós outros, porém, compete o testemunho da intimidade com o Senhor, porque somos usufrutuários diretos de sua infinita bondade. Meditemos e renovemos aspirações em seu Evangelho de Amor, compreendendo a impropriedade de mútuas interpelações, com respeito ao Mestre, porque a interrogação sublime vem d’Ele a cada um de nós e todos necessitamos conhecê-lo, de modo a assinalá-lo em nossas tarefas de cada dia.

 

 

 

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Pão Nosso

terça-feira, 20 de maio de 2025

NO CAMPO FÍSICO


“Semeia-se corpo animal, ressuscitará
corpo espiritual.” - Paulo. (I Coríntios, 15:44)

Ninguém menospreze a expressão animal da vida humana, a pretexto de preservar-se na santidade.

A imersão da mente nos fluidos terrestres é uma oportunidade de sublimação que o espírito operoso e desperto transforma em estruturação de valores eternos.

A sementeira comum é símbolo perfeito.

O gérmen lançado à cova escura sofre a ação dos detritos da terra, afronta a lama, o frio, a resistência do chão, mas em breve se converte em verdura e utilidade na folhagem, em perfume e cor nas flores e em alimento e riqueza nos frutos.

Compreendamos, pois, que a semente não estacionou. Rompeu todos os obstáculos e, sobretudo, obedeceu à influência da luz que a orientava para cima, na direção do Sol.

A cova do corpo é também preciosa para a lavoura espiritual, quando nos submetemos à lei que nos induz para o Alto.

Toda criatura provisoriamente algemada à matéria pode aproveitar o tempo na criação de espiritualidade divina.

O apóstolo, todavia, é muito claro quando emprega o termo “semeia-se”. Quem nada planta, quem não trabalha na elevação da própria vida, coagula a atividade mental e rola no tempo à maneira do seixo que avança quase inalterável, a golpes inesperados da natureza.

Quem cultiva espinhos, naturalmente alcançará espinheiros.

Mas, o coração prevenido que semeia o bem e a luz, no solo de si mesmo, espere, feliz, a colheita da glória espiritual.

 

 

Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel

segunda-feira, 19 de maio de 2025

CIÊNCIA E TEMPERANÇA


“E à ciência, a temperança; à temperança,
a paciência; à paciência, a piedade.”
– (II Pedro, 1:6)

 

Quem sabe precisa ser sóbrio.

Não vale saber para destruir.

Muita gente, aos primeiros contatos com a fonte do conhecimento, assume atitudes contraditórias. Impondo ideias, golpeando aqui e acolá, semelhantes expositores do saber nada mais realizam que a perturbação.

É por isso que a ciência, em suas expressões diversas, dá mão forte a conflitos ruinosos ou inúteis em política, filosofia e religião.

Quase todos os desequilíbrios do mundo se originam da intemperança naqueles que aprenderam alguma coisa.

Não esqueçamos. Toda ciência, desde o recanto mais humilde ao mais elevado da Terra, exige ponderação. O homem do serviço de higiene precisa temperança, a fim de que a sua vassoura não constitua objeto de tropeço, tanto quanto o homem de governo necessita sobriedade no lançamento das leis, para não conturbar o espírito da multidão. E não olvidemos que a temperança, para surtir o êxito desejado, não pode eximir-se à paciência, como a paciência, para bem demonstrar-se, não pode fugir à piedade, que é sempre compreensão e concurso fraternal.

Se algo sabes na vida, não te precipites a ensinar como quem tiraniza, menosprezando conquistas alheias. Examina as situações características de cada um e procura, primeiramente, entender o irmão de luta.

Saber não é tudo. É necessário fazer. E para bem fazer, homem algum dispensará a calma e a serenidade, imprescindíveis ao êxito, nem desdenhará a cooperação, que é a companheira dileta do amor.

 


Livro: Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel

domingo, 18 de maio de 2025

PONDERA SEMPRE

 

"E o que de mim, diante de muitas testemunhas,
ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam
idôneos para também ensinarem a outros".
— Paulo. (II Timóteo, 2:2)
 

Os discípulos do Evangelho, no Espiritismo cristão, muitas vezes evidenciam insofreável entusiasmo, ansiosos de estender a fé renovada, contagiosa e ardente. No entanto, semelhante movimentação mental exige grande cuidado, não só porque assombro e admiração não significam elevação interior, como também porque é indispensável conhecer a qualidade do terreno espiritual a que se vai transmiti o poder do conhecimento.
             Claro que não nos reportamos aqui ao ato de semeadura geral da verdade reveladora, nem à manifestação da bondade fraterna, que traduzem nossas obrigações naturais na ação do bem. Encarecemos, sim, a necessidade de cada irmão governar o patrimônio de dádivas espirituais recebidas do plano superior, a fim de não relegar valores celestes ao menosprezo da maldade e da ignorância.
             Distribuamos a luz do amor com os nossos companheiros de jornada; todavia, defendamos o nosso íntimo santuário contra as arremetidas das trevas.
             Lembremo-nos de que o próprio Mestre reservava lições diferentes para as massas populares e para a pequena comunidade dos aprendizes; não se fez acompanhar por todos os discípulos na transfiguração do Tabor; na última ceia, aguarda a ausência de Judas para comentar as angústias que sobreviriam.
             É necessário atentarmos para essas atitudes do Cristo, compreendendo que nem tudo está destinado a todos. Os espíritos enobrecidos que se comunicam na esfera carnal adotam sempre o critério seletivo, buscando criaturas idôneas e fiéis, habilitadas a ensinar os outros. Se eles, que já podem identificar os problemas com a visão iluminada, agem com prudência, nesse sentido, como não deverá vigiar o discípulo que apenas dispõe dos olhos corporais? Trabalhemos em benefício de todos, estendamos os laços fraternais, compreendendo, porém, que cada criatura tem o seu degrau na infinita escala da vida.

 



(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Pão Nosso)

sábado, 17 de maio de 2025

PERANTE A VIDA


       Em verdade, o sistema solar — vasto e sublime edifício, de que somos reduzido apartamento — é um império maravilhoso de luz e de vida, cuja grandeza mal começamos a perceber.

       Basta lembrar que a sede rutilante desse largo domínio cósmico, representada pelo divino astro do dia, detém o volume correspondente a um milhão e trezentas mil Terras reunidas, e basta recordar que Júpiter, o filho mais importante do Sol, é mais de mil vezes maior que o nosso Planeta.

       Mas, não é somente a massa comparada desses gigantes do Espaço, que precisamos examinar para definir, com segurança, a nossa pequenez.

       Reportemo-nos, igualmente, às distâncias, recordando que Marte, o nosso vizinho mais próximo, quando menos afastado do educandário em que estagiamos, movimenta-se a cinquenta e seis milhões de quilômetros de nós, oferecendo-nos justas reflexões quanto aos estreitos limites de nossa casa terrestre.

       Registre-se ainda que o nosso Sistema, ante a amplidão ilimitada, é insignificante domicílio na cidade imensa da Via-Láctea, na qual milhões de sóis, transportando consigo milhões de mundos, tanto quanto nos ocorre, procuram, através do movimento e do trabalho incessantes, a comunhão com a indefinível Majestade de Deus.

       Veja, Sírius, Canopus e Antares, sóis resplendentes, junto dos quais o nosso não passará de ponto obscuro, à maneira de lâmpada humilde no coro da imortalidade, constituem palácios suspensos, onde a beleza e a perfeição adquirem aspectos inabordáveis, ainda, ao nosso campo de expressão.

       Todavia, é preciso calar, de algum modo, o êxtase que nos assalta, ante a magnificência do Universo, para atender às obrigações que o mundo nos exige.

       Somos demasiadamente pequeninos para arrojar ao Cosmo o escalpelo de nossas indagações descabidas.

       Aves implumes no ninho da vida eterna, achamo-nos, ainda, muito longe das asas com que ultrapassaremos nossas justas e compreensíveis limitações.

       Por isso mesmo, embora aguardando a celeste herança que nos é destinada no curso dos milênios, busquemos construir a casa de nossos destinos sobre a Rocha do Amor, — Jesus Cristo, — o Sol Espiritual que nos acalenta e soergue para o grande futuro.

       Antes da ascensão a outras esferas, atendamos à necessidades de nossa própria moradia.

       Melhoremo-nos para que a nossa residência melhore.

       Ajudemo-nos, uns aos outros, para que a vida, em nosso plano, se faça menos dolorosa e menos inquietante..

       E, convertendo nosso mundo, pouco a pouco, no santuário vivo em que Jesus se manifeste, estejamos convictos de que a Terra, hoje escura, amanhã se transformará no espelho divino em cuja face a glória de Deus se refletirá.

  

 

De “Intervalos”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

sexta-feira, 16 de maio de 2025

BUSCANDO A FELICIDADE


A felicidade que pode realmente não existir na Terra, enquanto a Terra padecer a dolorosa influenciação de um só gemido de sofrimento, pode existir na alma humana, quando a criatura compreender que a felicidade verdadeira é sempre aquela que conseguimos criar para a felicidade do próximo.

O primeiro passo, porém, para a aquisição de semelhante riqueza é o nosso entendimento das leis que nos regem, para que o egoísmo e a ambição não nos assaltem a vida.

O negociante que armazena toneladas de arroz, com o propósito de lucro fácil, não poderá ingeri-lo, senão na quantidade de alguns gramas por refeição.

O dono da fábrica de tecidos, interessado em reter o agasalho devido a milhões, não vestirá senão um costume exclusivo para resguardar-se contra a intempérie.

E o proprietário de extensas vilas, que delibera locupletar-se com o suor dos próprios irmãos, não poderá habitar senão uma casa só e ocupar, dentro dela, um só aposento para o seu próprio repouso.

Tudo na existência está subordinado a princípios que não podemos desrespeitar sem dano para nós mesmos, e, por esse motivo, a felicidade pura e simples é aquela que sabe retirar da vida os seus dons preciosos sem qualquer insulto ao direito ou à necessidade dos semelhantes.

Assim, pois, tudo aquilo que amontoamos, no mundo, em torno de nós, a pretexto de desfrutar privilégios e favores com prejuízo dos outros, redunda sempre em perigosa ilusão a envenenar-nos o espírito.

Felicidade é como qualquer recurso que só adquire valor quando em circulação em benefício de todos.

Em razão disso, saibamos dar do que somos e a distribuir daquilo que retemos, em favor dos que nos partilham a marcha, porque somente a felicidade que se divide é aquela que realmente se multiplica para ser nossa alegria e nossa luz, aqui e além, hoje e sempre.

 


Do livro Inspiração", Emmanuel, Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 15 de maio de 2025

CONTA PESSOAL


"Assim pois cada um de nós dará contas
de si mesmo a Deus."
- Paulo. (Romanos, 14.12)

Se te propões à renovação com o Cristo, é imperioso suportes, pacientemente, as opiniões contraditórias em torno da diretriz diferente a que te afeiçoes.

Se algum erro te assinala o passado, muitos te acreditarão de pés chumbados à sombra que, há muito, lá desterraste do espírito; se expressas algum voto de melhoria íntima, não obstante as deficiências naturais que ainda te marquem o início no aprendizado evangélico, há quem te exija espetáculos de grandeza, de um instante para outro; se te dispões a trabalhar no auxílio aos semelhantes. de modo mais intenso, há quem veja desperdício em teus gestos de generosidade e beneficência; se nada mais podes dar ao necessitado além da migalha de tuas escassas reservas materiais, aparece quem te acuse de sovinice; se te corriges decididamente perante a verdade com o propósito de servi-la, há quem te interprete a espontaneidade por fanatismo; se te recolhes à gentileza e à serenidade, na execução da tarefa que o serviço do Senhor te atribui, surge quem te aponte por exemplar de pieguice ou indolência...

Apesar de todos os palpites antagônicos, acerca de teu esforço e conduta, entra no imo da própria alma, observa se a sinceridade te preside as resoluções e os atos, no foro da consciência e, se te reconheces, diante, do Senhor, fazendo o melhor que podes, guarda o coração tranquilo e prossegue, de esforço limpo e atitude reta, caminho adiante, na convicção de que "cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus".

 


Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Palavras de Vida Eterna 

quarta-feira, 14 de maio de 2025

AMOR SEMPRE


       Que faremos da caridade, quando todas as questões econômicas forem resolvidas?

       Esta é a indagação que assinalamos, todos nós, muitas vezes.

       Muitos acreditam que a solução de semelhantes problemas autorizaria a demissão da sublime virtude das empresas e encargos pelos quais se responsabiliza ela no mundo.

       Entretanto, a  cooperação do dinheiro sempre indispensável no sustento das boas obras, é apenas um ângulo de beneficência na Terra.

xxx

       A mais alta percentagem dos nossos companheiros menos felizes não se encontra nos vales da penúria de ordem material.

       Pergunte-se aos povos mais industrializados e mais ricos na cultura da inteligência se conseguiram unicamente com isso erguer a felicidade integral de seus filhos.

       Consulte-se-lhes as estatísticas de suicídio e loucura, na maioria dos casos com vinculação na patologia da alma, e em todos os recantos do Orbe Terrestre indaguemos das classes situadas na frente do conforto e da instrução universitária se com esses tesouros, — aliás necessários e legítimos para todos os filhos da Terra, — lograram consolidar a segurança e a paz de que se reconhecem carecedores.

xxx

       Ouçamos os companheiros relegados à solidão em refúgios dourados; os que a desilusão alcançou, estirando-os em desânimo, apesar das alavancas amoedadas que lhes sustentam a vida; os quase loucos de sofrimento moral, diante de provas ou doenças irreversíveis; as criaturas geniais que não puderam aguentar as dificuldades educativas, indispensáveis ao burilamento do Espírito, e derivaram para os tóxicos que lhes consomem as forças; os que foram abafados pela superproteção no campo do excesso e não mais souberam suportar os problemas da estrada evolutiva; e aqueles outros, semimortos de angústia que tateiam a lousa indagando pelos entes queridos e que dariam, de pronto, a fortuna em que se lhes valoriza a existência em troca de fé na imortalidade.

xxx

       Anotamos os irmãos caídos em desprezo, abandono, desequilíbrio, enfermidade, desalento ou perturbação e, embora louvando o apostolado bendito do dinheiro, a serviço do bem, verificaremos que a caridade em si é sempre amor e que a missão do amor, em todos os mundos e em todas as circunstâncias, é tão infinita quanto infinita em tudo e com todos, é a Bondade de Deus.

 

Emmanuel

 

 

De “Encontro de Paz”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos diversos

terça-feira, 13 de maio de 2025

AMOR SEMPRE


       Que faremos da caridade, quando todas as questões econômicas forem resolvidas?

       Esta é a indagação que assinalamos, todos nós, muitas vezes.

       Muitos acreditam que a solução de semelhantes problemas autorizaria a demissão da sublime virtude das empresas e encargos pelos quais se responsabiliza ela no mundo.

       Entretanto, a  cooperação do dinheiro sempre indispensável no sustento das boas obras, é apenas um ângulo de beneficência na Terra.

*

       A mais alta percentagem dos nossos companheiros menos felizes não se encontra nos vales da penúria de ordem material.

       Pergunte-se aos povos mais industrializados e mais ricos na cultura da inteligência se conseguiram unicamente com isso erguer a felicidade integral de seus filhos.

       Consulte-se-lhes as estatísticas de suicídio e loucura, na maioria dos casos com vinculação na patologia da alma, e em todos os recantos do Orbe Terrestre indaguemos das classes situadas na frente do conforto e da instrução universitária se com esses tesouros, — aliás necessários e legítimos para todos os filhos da Terra, — lograram consolidar a segurança e a paz de que se reconhecem carecedores.

*

       Ouçamos os companheiros relegados à solidão em refúgios dourados; os que a desilusão alcançou, estirando-os em desânimo, apesar das alavancas amoedadas que lhes sustentam a vida; os quase loucos de sofrimento moral, diante de provas ou doenças irreversíveis; as criaturas geniais que não puderam aguentar as dificuldades educativas, indispensáveis ao burilamento do Espírito, e derivaram para os tóxicos que lhes consomem as forças; os que foram abafados pela superproteção no campo do excesso e não mais souberam suportar os problemas da estrada evolutiva; e aqueles outros, semimortos de angústia que tateiam a lousa indagando pelos entes queridos e que dariam, de pronto, a fortuna em que se lhes valoriza a existência em troca de fé na imortalidade.

*

       Anotamos os irmãos caídos em desprezo, abandono, desequilíbrio, enfermidade, desalento ou perturbação e, embora louvando o apostolado bendito do dinheiro, a serviço do bem, verificaremos que a caridade em si é sempre amor e que a missão do amor, em todos os mundos e em todas as circunstâncias, é tão infinita quanto infinita em tudo e com todos, é a Bondade de Deus.

 

Emmanuel

 

 

De “Encontro de Paz”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos diversos

segunda-feira, 12 de maio de 2025

A MULHER ANTE O CRISTO


Toda vez nos disponhamos a considerar a mulher em plano inferior, lembremo-nos dela, ao tempo de Jesus...

Há vinte séculos, com exceção das patrícias do Império, quase todas as companheiras do povo, na maioria das circunstâncias, sofriam extrema abjeção, convertidas em alimárias de carga, quando não fossem vendidas em hasta pública.

Tocadas, porém, pelo verbo renovador do Divino Mestre, ninguém respondeu com tanta lealdade e veemência aos apelos celestiais...

Entre as que haviam descido aos vales da perturbação e da sombra, encontramos em Madalena o mais alto testemunho de soerguimento moral, das trevas para a luz; e entre as que se mantinham no monte do equilíbrio doméstico, surpreendemos em Joana de Cusa o mais nobre expoente de concurso e fidelidade.

Atraídas pelo amor puro, conduziam à presença do Senhor os aflitos e os mutilados, os doentes e as crianças. E, embora não lhe integrassem o circulo apostólico, foram elas — representadas nas filhas anônimas de Jerusalém — as únicas demonstrações de solidariedade espontânea que o visitaram, desassombradamente, sob a cruz do martírio, quando os próprios discípulos debandavam.

Mais tarde, junto aos continuadores da Boa-Nova, sustentaram-se no mesmo nível de elevação e de entendimento.

Dorcas, a costureira jopense, depois de amparada por Simão Pedro, fez-se mais ativa colaboradora da assistência aos infortunados. Febe é a mensageira da epístola de Paulo de Tarso aos romanos. Lídia, em Filipos, é a primeira mulher com suficiente coragem para transformar a própria casa em santuário do Evangelho nascituro. Lóide e Eunice, parentas de Timóteo, eram padrões morais da fé viva.

Entretanto, ainda que semelhantes heroínas não tivessem de fato existido, não podemos olvidar que, um dia, buscando alguém no mundo para exercer a necessária tutela sobre a vida preciosa do Embaixador Divino, o Supremo Poder do Universo não hesitou em recorrer à abnegada mulher, escondida num lar apagado e simples...

Humilde, ocultava a experiência dos sábios; frágil como o lírio, trazia consigo a resistência do diamante; pobre entre os pobres, carreava na própria virtude os tesouros incorruptíveis do coração, e, desvalida entre os homens, era grande e prestigiosa perante Deus.

Eis o motivo pelo qual, sempre que o raciocínio nos induza a ponderar quanto à glória do Cristo — recordando, na Terra, a grandeza de nossas próprias mães —, nós nos inclinaremos, reconhecidos e reverentes, ante a luz imarcescível da Estrela de Nazaré.

 

EMMANUEL

 


(Do livro "Religião dos Espíritos", FCXavier, FEB, Reunião pública de 3/8/59, Questão nº 817)

ELES VIVEM

Ante os que partiram, precedendo-te na Grande Mudança, não permitas que o desespero te ensombre o coração. Eles não morreram. Estão vivos. C...