Talvez que um dos mais belos espetáculos ante a
Espiritualidade Superior, seja o de anotar a persistência dos
companheiros enfaixados na Vida Física, sempre que se mostrem
decididamente empenhados a lutar pela vitória do bem.
Companheiros que, em muitas ocasiões comparecem nas tarefas
do bem, vergados ao peso do sofrimento; que se reconhecem constantemente
visitados por forças contrárias aos compromissos que abraçam a lhes
testarem a resistência; que, não raro, suportam tempestades ocultas na
própria alma: que, às vezes, se sentem espancados por injúrias nascidas
de muitos daqueles aos quais se afeiçoaram com os mais altos valores da
própria vida e, que, no entanto, renovam as próprias forças na oração,
através da qual confiam em Deus e em si mesmos, prosseguindo adiante nos
encargos construtivos que lhes dizem respeito.
Em outras circunstâncias, eles próprios caem no erro, sempre
natural naqueles que ainda caminham sob os véus da existência física, mas
sabem reerguer-se, de imediato, com suficiente humildade para o recomeço
da marcha.
E trabalham. E se esfalfam na própria melhoria, respeitando
a estrada dos outros, da qual recolhem exemplos edificantes, sem
procurarem qualquer motivação à censura, evitando congelar a seara
alheia.
*
Se te propões a colaborar no levantamento do bem de todos,
não desistas de agir e servir.
Momentos sobrevirão em que o teu campo de atividades
parecerá coberto de sombras e sentirás talvez o coração trânsido de lágrimas.
Ainda assim, não te marginalizes.
Chora, mas prossegue lutando e trabalhando pelo bem comum.
Se tropeças, reajusta-te.
Se cais, levanta-te e continua em serviço.
Se desenganos te requisitam, torna ao replantio de
esperanças maiores e segue adiante, amando e auxiliando no melhor a
fazer.
Relacionando as dificuldades que todos trazemos, por
enquanto, nos recessos do ser, é justo considerar que a vitória em nós e
sobre nós ainda nos custará muito esforço de construção e reajuste,
entretanto, para altear-nos ao ideal do bem, fixando energias para
sustentá-lo, recordemos o Cristo de Deus; regressando, depois da morte, à
convivência dos discípulos, Jesus nem de longe lhes assinala as
deficiências e as fraquezas e sim lhes reafirma em plenitude de
confiança: - "Estarei convosco até o fim dos séculos."
(Francisco Candido Xavier. por Emmanuel. In: Amigo)