sexta-feira, 31 de julho de 2020

CONVITE À ALEGRIA



 

“Mas eu vos tornarei a ver e o vosso coração se

encherá de alegria e essa alegria ninguém

vo-la tirará.” (João: capítulo 16º, versículo 22.)

 


A constrição dos muitos problemas a pouco e pouco vem deixando ressaibos de amarguras e tens a impressão de que os melhores planos

traçados nos painéis da esperança, agora são lembranças que a dura realidade venceu.

Tantos esforços demoradamente envidados parecem redundar em lamentáveis escombros.

A fortuna fácil que alguns amigos granjearam e o êxito na ribalta social por outros lobrigado, afirmam o que consideras o fracasso das tuas aspirações.

Na jornada quotidiana “marcas passos”.

Na disputa das posições segues ladeira acima.

No círculo das amizades cais na “rampa do desprezo”.

No reduto da família és um estranho em casa Aguilhões e escolhos surgem, multiplicam-se e estás a ponto de desistir.

Mesmo assim, cultiva a alegria.

Sorri ante a dadivosa oportunidade de ascender em espírito, quando outros estacionam ou decaem.

Exulta por dispores do tesouro que é a oportunidade feliz de não apenas te libertares das dívidas como também granjeares títulos de enobrecimento interior.

Rejubila-te com a honra de liberar-te quando outros se comprometem.

Triunfos e lauréis são antes responsabilidades e empréstimos de que somente poucos, quase raros espíritos conseguem desincumbir-se sem

gravames ou insucessos dolorosos.

O sol que oscula a fonte e rocia a pétala da rosa é o mesmo que aquece o charco e o transforma, em nome do Nosso Pai, como a dizer-nos que o Seu amor nos chega sempre em qualquer situação e lugar em que nos encontremos.

Recorda a promessa de Jesus de voltar a encontrar-se contigo, dando-te a alegria que ninguém poderá tomar.

Cultiva, assim, a alegria, que independe das coisas de fora, mas que nasce na fonte cantante e abençoada do solo do coração e verte linfa abundante como rio de paz, por todos os dias até a hora da libertação — começo feliz da via por onde seguirás na busca da ventura plena.

 

 

Convites da Vida

Divaldo P. Franco

Joana de Ângelis

terça-feira, 28 de julho de 2020

CONVITES DA VIDA


 

Para onde te voltes, onde quer que te encontres, defrontarás os incessantes convites da vida. Uns se dirigem aos fulcros do espírito idealista

estimulando à ascensão; outros gritam nos recônditos do ser atormentado, convocando ao abissal mergulho no sofrimento evitável.

Os arrojos tecnológicos facultam celeremente altas cargas de informações que te pesam constritoramente, debilitando as forças do teu ideal. Simultaneamente alargam horizontes para excelsas cogitações cuja magnitude transcende a tua capacidade de apreender.

A litania do desespero chama-te a atenção.

A balbúrdia sexólatra desperta-te a observação.

O brado de revolta convoca-te ao exame das situações.

As mercadorias do prazer espicaçam-te os sentidos.

A loucura generalizada convida-te à alucinação marginalizante.

O medo envolve-te em angústia injustificável.

Ocorre que a Terra transita de “mundo de expiação” para “mundo de regeneração”, consoante as felizes informações, recolhidas por Allan Kardec, da Espiritualidade Superior.

Concomitantemente a paz necessita da tua cooperação.

A cruzada do amor e da caridade inspira-te passos gigantescos na direção da liberdade plena.

O bem de qualquer denominação abrasa-te, guiando tuas aspirações nos rumos infinitos.

A esperança, embriagando tua alma, conduz as claridades divinas aos teus painéis íntimos.

Convidam-te: a reflexão a sublimes colóquios, a humildade a total desprendimento, a fé a mudança de paisagens, o dever à luta incessante pela sublimação, a paciência a cuidadosas realizações em profundidade, em suma, o Cristo, ao inexcedível serviço da luz.

Ainda ontem homens e mulheres célebres fizeram-se notáveis porque aceitaram os convites da vida, como desafios que aceitaram e dos quais se liberaram com resultados felizes, mediante os quais se engrandeceram, renovaram outros homens, outras mulheres e o mundo.

Milton, cego e pobre, após a morte de Cromwell, de quem era secretário, esqueceu-se da limitação e ditou à esposa e filhas, em poesia de lirismo ímpar, o seu “Paraíso Perdido”.

Steinmetz, não obstante a deformidade física, revelou-se a penosos esforços cientista insuperável.

Roberto Luiz Stevenson, tuberculoso, olvidou as penas e tornou-se esteta da literatura.

Antonio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho”, apesar das dores cruéis que experimentava em face da terrível enfermidade que sofria, esculpiu a pedra com arte primorosa.

Eunice Weaver aceitou o desafio da lepra e, após admiráveis contribuições sociais de outra natureza, levantou os Preventórios para os descendentes sadios dos hansenianos, fazendo baixar a incidência do terrível mal, no Brasil.

Martin Luther King não temeu a discriminação racial e “colored” encabeçou as “marchas da paz”, inspirado na resistência pacífica, logrando inestimáveis conquistas para os irmãos perseguidos pelo vil preconceito.

Estigmatizados por estranhas enfermidades ou livres delas, tocados pelo ideal do amor e da beleza, incontáveis servidores da Humanidade atenderam os convites da vida.

Olha em derredor, aprofunda observações, ausculta as vozes inarticuladas em melodias sublimes em a Natureza e faze algo que te assinale positivamente a passagem pela Terra.

Qualquer contribuição de amor ao próximo e aprimoramento próprio, vale mais do que coisa nenhuma.

Não te escuses.

A vida é um sublime convite. Este livro apresenta-te alguns. (*) Medita neles. É modesta contribuição que te trazemos quando a nacionalidade brasileira evoca o sesquicentenário da sua emancipação política.

Lembra-te de emancipar-te, também, das algemas escravocratas de qualquer natureza.

Liberta-te da opressão do mal, ainda hoje, agora.

Viver na Terra é honra que ninguém pode subestimar.

Um dia, o Rei Estelar, compreendendo a necessidade de elevar o homem às culminâncias da felicidade no Seu Reino, aceitou o convite-desafio do mundo em crescimento e desceu à Terra, erguendo-a, de tal modo que em breve a dor e a miséria baterão em retirada, definitivamente, a fim de que se instalem nela os chegados dias da “Jerusalém libertada” em plenitude de paz.

 


Joanna de Ãngelis

segunda-feira, 27 de julho de 2020

GLÓRIA AO BEM

 

“Glória, porém, e honra e paz a qualquer que

obra o bem.” Paulo (ROMANOS, 2: 10)

 

A malícia costuma conduzir o homem a falsas apreciações do bem, quando não parta da confissão religiosa a que se dedica, do ambiente de trabalho que lhe é próprio, da comunidade familiar em que se integra.

O egoísmo fá-lo crer que o bem completo só poderia nascer de suas mãos ou dos seus. Esse é dos característicos mais inferiores da personalidade.

O bem flui incessantemente de Deus e Deus é o Pai de todos os homens. E é através do homem bom que o Altíssimo trabalha contra o sectarismo que lhe transformou os filhos terrestres em combatentes contumazes, de ações estéreis  e sanguinolentas.

Por mais que as lições espontâneas do Céu convoquem as criaturas ao reconhecimento dessa verdade, continuam os homens em atitudes de ofensiva, ameaça e destruição, uns para com os outros.

O Pai, no entanto, consagrará o bem, onde quer que o bem esteja.

É indispensável não atentarmos para os indivíduos, mas, sim, observar e compreender o bem que o Supremo Senhor nos envia por intermédio deles.

Que importa o aspecto exterior desse ou daquele homem? Que interessam a sua nacionalidade, o seu nome, a sua cor? Anotemos a mensagem de que são portadores. Se permanecem consagrados ao mal, são dignos do bem que lhes possamos fazer, mas se são bons e sinceros, no setor de serviço em que se encontram, merecem a paz e a honra de Deus.

 

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Caminho, Verdade e Vida

domingo, 26 de julho de 2020

A REGRA ÁUREA

 

“Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

Jesus (MATEUS, 22: 39)

 

Incontestavelmente, muitos séculos antes da vinda do Cristo já era ensinada no mundo a Regra Áurea, trazida por embaixadores de sua sabedoria e misericórdia.

Importa esclarecer, todavia, que semelhante princípio era transmitido com maior ou menor exemplificação de seus expositores.

Diziam os gregos: “Não façais ao próximo o que não desejais receber dele.” Afirmavam os persas: “Fazei como quereis que se vos faça.” Declaravam os chineses: “O que não desejais para vós, não façais a outrem.” Recomendavam os egípcios: “Deixai passar aquele que fez aos outros o que desejava para si.” Doutrinavam os hebreus: “O que não quiserdes para vós, não desejeis para o próximo.” Insistiam os romanos: “A lei gravada nos corações humanos é amar os

membros da sociedade como a si mesmo.”

Na antigüidade, todos os povos receberam a lei de ouro da magnanimidade do Cristo. Profetas, administradores, juízes e filósofos, porém, procederam como instrumentos mais ou menos identificados com a inspiração dos planos mais altos da vida. Suas figuras apagaram-se no recinto dos templos iniciáticos ou confundiram-se na tela do tempo em vista de seus testemunhos fragmentários.

Com o Mestre, todavia, a Regra Áurea é a novidade divina, porque Jesus a ensinou e exemplificou, não com virtudes parciais, mas em plenitude de trabalho, abnegação e amor, à claridade das praças públicas, revelando-se aos olhos da Humanidade inteira.

 

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Caminho, Verdade e Vida

sexta-feira, 24 de julho de 2020

TEMPO DE CONFIANÇA

 

“E disse-lhes: Onde está a vossa fé?”

(LUCAS, 8: 25)

 

A tempestade estabelecera a perturbação no ânimo dos discípulos mais fortes. Desorientados, ante a fúria dos elementos, socorrem-se de Jesus, em altos brados.

Atende-os o Mestre, mas pergunta depois:

— Onde está a vossa fé?

O quadro sugere ponderações de vasto alcance. A interrogação de Jesus indica claramente a necessidade de manutenção da confiança, quando tudo parece obscuro e perdido. Em tais circunstâncias, surge a ocasião da fé, no tempo que lhe é próprio.

Se há ensejo para trabalho e descanso, plantio e colheita, revelar-se-á igualmente a confiança na hora adequada.

Ninguém exercitará otimismo, quando todas as situações se conjugam para o bem estar.

É difícil demonstrar-se amizade nos momentos felizes.

Aguardem os discípulos, naturalmente, oportunidades de luta maior, em que necessitarão aplicar mais extensa e intensivamente os ensinos do Senhor. Sem isso, seria impossível aferir valores.

Na atualidade dolorosa, inúmeros companheiros invocam a cooperação direta do Cristo. E o socorro vem sempre, porque é infinita a misericórdia celestial, mas, vencida a dificuldade, esperem a indagação:

— Onde está a vossa fé?

E outros obstáculos sobrevirão, até que o discípulo aprenda a dominar-se, a educar-se e a vencer, serenamente, com as lições recebidas.

  

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Caminho, Verdade e Vida

quarta-feira, 22 de julho de 2020

ENTRA E COOPERA

 

“E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que

queres que eu faça? Respondeu-lhe o Senhor:

— Levanta-te e entra na cidade e lá te será

dito o que te convém fazer.” (ATOS, 9: 6)

 

Esta particularidade dos Atos dos Apóstolos reveste-se de grande beleza para os que desejam compreensão do serviço com o Cristo.

Se o Mestre aparecera ao rabino apaixonado de Jerusalém, no esplendor da luz divina e imortal, se lhe dirigira palavras diretas e inolvidáveis ao coração, por que não terminou o esclarecimento, recomendando-lhe, ao invés disso, entrar em Damasco, a fim de ouvir o que lhe convinha saber? É que a lei da cooperação entre os homens é o grande e generoso princípio, através do qual Jesus segue, de perto, a Humanidade inteira, pelos canais da inspiração.

O Mestre ensina os discípulos e consola-os através deles próprios. Quanto mais o aprendiz lhe alcança a esfera de influenciação, mais habilitado estará para constituir-se em seu instrumento fiel e justo.

Paulo de Tarso contemplou o Cristo ressuscitado, em sua grandeza imperecível, mas foi obrigado a socorrer-se de Ananias para iniciar a tarefa redentora que lhe cabia junto dos homens.

Essa lição deveria ser bem aproveitada pelos companheiros que esperam ansiosamente a morte do corpo, suplicando transferência para os mundos superiores, tão somente por haverem ouvido maravilhosas descrições dos mensageiros divinos.

Meditando o ensinamento, perguntem a si próprios o que fariam nas esferas mais altas, se ainda não se apropriaram dos valores educativos que a Terra lhes pode oferecer.

Mais razoável, pois, se levantem do passado e penetrem a luta edificante de cada dia, na Terra, porquanto, no trabalho sincero da cooperação fraternal, receberão de Jesus o esclarecimento acerca do que lhes convém fazer.

  

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Caminho, Verdade e Vida

segunda-feira, 20 de julho de 2020

PREGAÇÕES

 

“E ele lhes disse: Vamos às aldeias

vizinhas para que eu ali também pregue;

porque para isso vim.” (MARCOS, 1: 38)

 

Neste versículo de Marcos, Jesus declara ter vindo ao mundo para a pregação. Todavia, como a significação do conceito tem sido erroneamente interpretada, é razoável recordar que, com semelhante assertiva, o Mestre incluía no ato de pregar todos os gestos sacrificiais de sua vida.

Geralmente, vemos na Terra a missão de ensinar muito desmoralizada.

A ciência oficial dispõe de cátedras, a política possui tribunas, a religião fala de púlpitos. Contudo, os que ensinam, com exceções louváveis, quase sempre se caracterizam por dois modos diferentes de agir.

Exibem certas atitudes quando pregam, e adotam outras quando em atividade diária. Daí resulta a perturbação geral, porque os ouvintes se sentem à vontade para mudar a “roupa do caráter”.

Toda dissertação moldada no bem é útil. Jesus veio ao mundo para isso, pregou a verdade em todos os lugares, fez discursos de renovação, comentou a necessidade do amor para a solução de nossos problemas.

No entanto, misturou palavras e testemunhos vivos, desde a primeira manifestação de seu apostolado sublime até a cruz. Por pregação, portanto, o Mestre entendia igualmente os sacrifícios da vida.

Enviando-nos divino ensinamento, nesse sentido, conta-nos o Evangelho que o Mestre vestia uma túnica sem costura na hora suprema do Calvário.

  

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Caminho, Verdade e Vida

domingo, 19 de julho de 2020

HONRAS VÃS

 

“Em vão, porém, me honram, ensinando

doutrinas que são mandamentos de

homens.” Jesus (MARCOS, 7: 7)

 

A atualidade do Cristianismo oferece-nos lições profundas, relativamente à declaração acima mencionada.

Ninguém duvida do sopro cristão que anima a civilização do Ocidente.

Cumpre notar, contudo, que a essência cristã, em seus institutos, não passou de sopro, sem renovações substanciais, porque, logo após o ministério divino do Mestre, vieram os homens e lavraram ordenações e decretos na presunção de honrar o Cristo, semeando, em verdade, separatismo e destruição.

Os últimos séculos estão cheios de figuras notáveis de reis, de religiosos e políticos que se afirmaram defensores do Cristianismo e apóstolos de suas luzes.

Todos eles escreveram ou ensinaram em nome de Jesus.

Os príncipes expediram mandamentos famosos, os clérigos publicaram bulas e compêndios, os administradores organizaram leis célebres. No entanto, em vão procuraram honrar o Salvador, ensinando doutrinas que são caprichos humanos, porquanto o mundo de agora ainda é campo de batalha das ideias, qual no tempo em que o Cristo veio pessoalmente a nós, apenas com a diferença de que o Farisaísmo, o Templo, o Sinédrio, o Pretório e a Corte de César possuem hoje outros nomes, Importa reconhecer, desse modo, que, sobre o esforço de tantos anos, é necessário renovar a compreensão geral e servir ao Senhor, não segundo os homens, mas de acordo com os seus próprios ensinamentos.

  

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Caminho, Verdade e Vida

sexta-feira, 17 de julho de 2020

HERESIAS

 

“E até importa que haja entre vós heresias,

para que os que são sinceros se manifestem

entre vós.” Paulo (I CORÍNTIOS, 11: 19)

 

Recebamos os hereges com simpatia, falem livremente os materialistas, ninguém se insurja contra os que duvidam, que os descrentes possuam tribunais e vozes.

Isso é justo.

Paulo de Tarso escreveu este versículo sob profunda inspiração.

Os que condenam os desesperados da sorte não ajuízam sobre o amor divino, com a necessária compreensão.

Que dizer-se do pai que amaldiçoa o filho por haver regressado a casa enfermo e sem esperança?

Quem não consegue crer em Deus está doente. Nessa condição, a palavra dos desesperados é sincera, por partir de almas vazias, em gritos de socorro, por mais dissimulados que esses gritos pareçam, sob a capa brilhante dos conceitos filosóficos ou científicos do mundo. Ainda que os infelizes dessa ordem nos ataquem, seus esforços inúteis redundam a benefício de todos, possibilitando a seleção dos valores legítimos na obra iniciada.

Quanto à suposta necessidade de ministrarmos fé aos negadores, esqueçamos a presunção de satisfazê-los, guardando conosco a certeza de que Deus tem muito a dar-lhes.

Recebamo-los como irmãos e estejamos convictos de que o Pai fará o resto.

 

Emmanuel/Chico Xavier
Livro: Caminho, Verdade e Vida

NO CAMPO FÍSICO

“Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual.” - Paulo. (I Coríntios, 15:44) Ninguém menospreze a expressão animal da vi...