segunda-feira, 31 de março de 2014

A PRECE



A oração não será um processo de fuga do caminho que nos cabe percorrer, mas constituirá uma abençoada luz em nossas mãos, clareando-nos a marcha.

Não representará uma porta de escape ao sofrimento regenerativo de que ainda carecemos, mas expressará um bordão de arrimo, com o auxílio do qual superamos a ventania da adversidade, no rumo da bonança.

Não será um privilégio que nos exonere da enfermidade retificadora, ambientada em nosso próprio templo orgânico pela nossa incúria e pela nossa irreflexão, no abuso dos bens do mundo, entretanto, comparecerá por remédio balsamizante e salutar, que nos renove as energias, em favor de nossa cura.

Não será uma prerrogativa indébita que nos isente da luta humana, imprescindível ao nosso aperfeiçoamento individual, todavia, brilhará em nossa experiência por sublime posto de reabastecimento espiritual, susceptível de garantir-nos a resistência e o valor na tarefa de renunciação e sacrifício em que nos cabe perseverar.

Não será uma outorga de recursos para que os nossos caprichos pessoais sejam atendidos, no jardim de nossas predileções afetivas, contudo, será uma dispensação de forças para que possamos tolerar galhardamente as situações mais difíceis, diante daqueles que nos desagradam, em sociedade ou em família, ajudando-nos, pouco a pouco, a edificar o santuário da verdadeira fraternidade, no próprio coração, em cujos altares amealharemos o tesouro da paz e do discernimento.

Ainda mesmo que te encontres no labirinto quase inextrincável das provações inflexíveis, ainda mesmo que a tua jornada se alongue sob o granizo da discórdia e da incompreensão, em plena sombra, cultiva a prece, com a mesma persistência a que te induzas na procura da água para a sede e do pão para a fome do corpo.

Na dor, ser-te-á divino consolo, na perturbação constituirá tua bússola.

Não olvides que a permanência na Terra é uma simples viagem educativa de nossa alma, no espaço e no tempo, e não te esqueças de que somente pela oração, descobriremos, cada dia, o rumo que nos conduzirá de retorno aos braços amorosos de Deus.
 

(Francisco Cândido Xavier/Emmanuel. Em: À luz da oração)


sexta-feira, 28 de março de 2014

TÓPICOS DA CORAGEM



          Muitos companheiros evidenciam admirável coragem nos momentos de heroísmo.

          O homem que dominou um animal selvagem, colocando-lhe o freio...

          Outro que venceu o campeonato de mergulho em águas perigosas...

          E ainda outro que adquiriu enorme destaque na corrida de pedestres...

          Todos eles, pela disciplina que demonstram são dignos de respeito.

*
          Outro tipo de coragem, porém, existe, característica nos seguidores do Cristo: — a coragem da fé.

Aquela de se calar alguém para  que outros falem mais alto;
de suportar humilhações e agravos sem deteriorar a imagem dos adversários e agressores; de cumprir alegremente as obrigações assumidas no tempo, mesmo quando se transfiguram em desagradável rotina; de auxiliar aos outros, sem esperar qualquer aplauso público; e aquela de se esquecer a criatura, a fim de que outros recolham as vantagens de serviço que empreenderam e sustentaram com imenso esforço, sem perder o sorriso de cordialidade e compreensão.
*
          O heroísmo será talvez mais fácil pelo deslumbramento de uma hora, perante a admiração dos homens; entretanto, a coragem da fé será sempre difícil, porque exige a repetição incessante do cultivo da humildade e da tolerância, da renúncia e da dedicação ao próximo, no desdobramento do dia-a-dia.



(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Espera servindo)

quinta-feira, 27 de março de 2014

GRANJEAI AMIGOS


 

“Também vos digo: granjeai amigos
com as riquezas da injustiça.” 
– Jesus. (Lucas, 16:9).


    Se o homem conseguisse, desde a experiência humana, devassar o pretérito profundo, chegaria mais rapidamente à conclusão de que todas as possibilidades que o felicitam, em conhecimento e saúde, provêm da Bondade Divina e de que a maioria dos recursos materiais, à disposição de seus caprichos, procedem da injustiça.

    Não nos cabe particularizar e, sim, deduzir que a concepções do direito humano se originaram da influência divina, porque, quanto a nós outros, somos compelidos a reconhecer nossa vagarosa evolução individual do egoísmo feroz para o amor universalista, da iniquidade para a justiça real.

    Bastará recordar, nesse sentido, que quase todos os Estados terrestres se levantaram, há séculos, sobre conquistas cruéis.

Com exceções, os homens têm sido servos dissipadores que, no momento do ajuste, não se mostram à altura da mordomia.

    Eis porque Jesus nos legou a parábola do empregado fiel, convidando-nos à fraternidade sincera para que, através dela, encontremos o caminho da reabilitação.

    O Mestre aconselhou-nos a granjear amigos, isto é, a dilatar o círculo de simpatias em que nos sintamos cada vez mais intensamente amparados pelo espírito de cooperação e pelos valores intercessórios.

    Se o nosso passado espiritual é sombrio e doloroso, busquemos simplificá-lo, adquirindo dedicações verdadeiras, que nos auxiliem através da subida áspera de redenção. Se não temos hoje determinadas ligações com as riquezas da injustiça, tivemo-las, ontem, e faz-se imprescindível aproveitar o tempo para o nosso reajustamento individual perante a Justiça Divina.



(Francisco Cândido Xavier/Emmanuel. Livro: Pão Nosso)

quarta-feira, 26 de março de 2014

GRUPO EM CRISE


 

“Se permanecerdes em mim e as minhas
palavras permanecerem em vós, pedireis
o que quiserdes, e vos será feito”.
– Jesus. (João, 15:7).

            Habitualmente, quando as tarefas de uma equipe consagrada ao serviço do bem parecem devidamente estabilizadas a crise explode.

            Desequilibra-se o clima das boas obras e a tempestade ruge.

            Desentendem-se irmãos na sombra da discórdia quando mais necessária se faz a luz da harmonia.

            Edificações que se figuravam consolidadas apresentam brechas arrasadoras.

            Todo o esquema das realizações em andamento se mostra superficialmente comprometido.

            Afastam-se companheiros de posições importantes deixando claros difíceis de preencher.

            Esses são os dias de exame, em que a ventania da crítica esbraveja em torno de nós, experimentando-nos a segurança da construção. E esses são, igualmente, os dias para a serenidade maior. Diante deles nada de irritação, nem desânimo.

            Reunirmo-nos mais estreitamente uns aos outros na fidelidade ao trabalho, a fim de conjurar perigos maiores, é o nosso dever.

            Urge consertar a máquina de ação, como pudermos, dentro de todos os recursos lícitos, à maneira dos ferroviários que restauram a locomotiva descarrilada e, depois de colocá-la em condições de serviços nos trilhos justos, seguir para frente.

            Nem acusações, nem lamentos.

            Trabalhar com mais ardor, esquecendo o mal e relembrando o bem.

            Restabelecer a união e avançar adiante.

            Compreender que as horas para a fé não são aquelas do Sol rutilando no firmamento azul, mas, precisamente, aquelas outras em que as nuvens despejam ameaças de algum lugar do céu.

            Todos encontramos dificuldades no caminho em que transitamos.

            Sempre que chamados a servir é forçoso recordar que estamos carregando encargos que a Divina Providência nos confiou, no bem de todos. E, cuidando de satisfazer os Desígnios de Deus, sejam quais forem os riscos e tropeços com que sejamos defrontados, estejamos convencidos de que Deus cuidará de nós.


(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Segue-me!...)


quinta-feira, 20 de março de 2014

CONFIANDO



“...Tende fé em Deus”. – Jesus.  
(Marcos, 11:22).

            Tendo fé nas descobertas e nas observações conjugadas de físicos, astrônomos e matemáticos, o homem construiu o foguete com que explora vitoriosamente o espaço cósmico; tendo fé nas ondas eletromagnéticas, formou as bases da televisão que hoje transmite a palavra e a imagem em todas as direções; tendo fé nos processos imunológicos, iniciados e desenvolvidos por ele mesmo, criou a vacina, liquidando o problema das moléstias contagiosas que, de tempos a tempos, dizimavam milhares de existências no mundo; tendo fé na escola, dividiu-a em setores múltiplos e estabeleceu cursos específicos, de modo a servir às criaturas, da infância à madureza, afastando a Humanidade dos prejuízos da insipiência e do flagelo da ignorância; tendo fé no motor, inventou o automóvel em que se transporta, à vontade, de região para região, atendendo aos próprios interesses com inestimável ganho de tempo.
            Assim também, confiando nos ensinamentos do Cristo e praticando-os como se faz necessário, a criatura edificará a sua própria felicidade; entretanto, qual acontece ao foguete, à televisão, à vacina, à escola e ao automóvel, que funcionam, segundo os princípios em que se baseiam, a fim de oferecerem os frutos preciosos, no auxílio ao homem, a fé nas lições de Jesus só vale devidamente se for usada.


(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Ceifa de Luz)

sexta-feira, 14 de março de 2014

ADVERTÊNCIA DE AMOR



         Prevê o Evangelho que, em dias futuros, a dor teria dimensões inimagináveis, aturdindo e arrastando multidões ao desespero.

         Vivemos hoje esses dias, sem disfarce.

         Ninguém se engane ou engane aos outros.

         Tenhamos a lucidez do discernimento, a perseverança da convicção e a coragem de lutar.

         Cultiva a paciência, mantendo o ideal da fé.

         Não reajas pelo hábito de reagires; age pela consciência do equilíbrio.

         A consciência de fé proporciona a harmonia da paz, e, nela a felicidade real.

         Não te deixes contaminar pela insânia atual.

         A ação do Bem é sempre discreta e não se entorpece quando não compreendida.

         Não almejando promoções pessoais, ela sempre se renova, persevera e dilui no trabalho quaisquer ressentimento que surjam.

         Jesus é o exemplo máximo. Vincula-te a Ele.

         Não cries novidades que promovam o ego, mas sustenta o belo, o bom e o nobre.

         Assim terás força para vencer as tentações vis e servirás de estímulo aos desalentados caídos.

(Divaldo P. Franco/Joanna de Ângelis. In: Desperte e seja feliz)


quarta-feira, 12 de março de 2014

A MULHER ANTE O CRISTO



Toda vez nos disponhamos a considerar a mulher em plano inferior, lembremo-nos dela, ao tempo de Jesus...
Há vinte séculos, com exceção das patrícias do Império, quase todas as companheiras do povo, na maioria das circunstâncias, sofriam extrema abjeção, convertidas em alimárias de carga, quando não fossem vendidas em hasta pública.
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Tocadas, porém, pelo verbo renovador do Divino Mestre, ninguém respondeu com tanta lealdade e veemência aos apelos celestiais...
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Entre as que haviam descido aos vales da perturbação e da sombra, encontramos em Madalena o mais alto testemunho de soerguimento moral, das trevas para a luz; e entre as que se mantinham no monte do equilíbrio doméstico, surpreendemos em Joana de Cusa o mais nobre expoente de concurso e fidelidade.
Atraídas pelo amor puro, conduziam à presença do Senhor os aflitos e os mutilados, os doentes e as crianças. E, embora não lhe integrassem o circulo apostólico, foram elas — representadas nas filhas anônimas de Jerusalém — as únicas demonstrações de solidariedade espontânea que o visitaram, desassombradamente, sob a cruz do martírio, quando os próprios discípulos debandavam.
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Mais tarde, junto aos continuadores da Boa-Nova, sustentaram-se no mesmo nível de elevação e de entendimento.
Dorcas, a costureira jopense, depois de amparada por Simão Pedro, fez-se mais ativa colaboradora da assistência aos infortunados. Febe é a mensageira da epístola de Paulo de Tarso aos romanos. Lídia, em Filipos, é a primeira mulher com suficiente coragem para transformar a própria casa em santuário do Evangelho nascituro. Lóide e Eunice, parentas de Timóteo, eram padrões morais da fé viva.
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Entretanto, ainda que semelhantes heroínas não tivessem de fato existido, não podemos olvidar que, um dia, buscando alguém no mundo para exercer a necessária tutela sobre a vida preciosa do Embaixador Divino, o Supremo Poder do Universo não hesitou em recorrer à abnegada mulher, escondida num lar apagado e simples...
Humilde, ocultava a experiência dos sábios; frágil como o lírio, trazia consigo a resistência do diamante; pobre entre os pobres, carreava na própria virtude os tesouros incorruptíveis do coração, e, desvalida entre os homens, era grande e prestigiosa perante Deus.
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Eis o motivo pelo qual, sempre que o raciocínio nos induza a ponderar quanto à glória do Cristo — recordando, na Terra, a grandeza de nossas próprias mães —, nós nos inclinaremos, reconhecidos e reverentes, ante a luz imarcescível da Estrela de Nazaré.

EMMANUEL


(Do livro "Religião dos Espíritos", FCXavier, FEB, Reunião pública de 3/8/59, Questão nº 817)


segunda-feira, 10 de março de 2014

MEDIANTE ESFORÇO



            A siderurgia transforma a estrutura dos metais e trabalha-os para finalidades compatíveis com programas adrede estabelecidos.

            Artistas alteram as formas de pedras, do bronze, do cobre, do ouro, da prata, da matéria e transmitem-lhes vida, arrancando-lhes das entranhas, sob inspiração e esforço, a beleza e a utilidade para o enriquecimento da sociedade.

            Débil raiz cravada na frincha de uma rocha, obedecendo ao finalismo da sua existência, fende a pedra rude e sustenta a planta que sobre ela se desenvolve.

            A vida responde de acordo com a ação desencadeada.
            O violento tropeça com a truculência a cada passo.

            A paciência encontra a harmonia quando persiste.

            O sanguinário torna-se vítima da própria impetuosidade.

            O pacifista adquire tranqüilidade enquanto defende os ideais que o dominam.

            O intrigante padece da neurose do medo.

            A lealdade produz confiança.

            A irritabilidade leva às ulcerações gástricas, duodenais e ao desequilíbrio da emoção.

            A concórdia gera harmonia em toda pessoa e lugar.

            O mal é sombra pelo caminho de quem lhe sofre a ação.

            O bem é luz irradiante a produzir alegria.

            Amolda-te ao programa do dever de crescer para Deus, “domando as más inclinações”, a princípio nas imperfeições de pequena monta, mediante cujo exercício te condicionarás para a vitória sobre as paixões mórbidas que procedem do passado delituoso e de que te deves libertar em definitivo.

            O homem torna-se o que se trabalha.

            Não há milagre de transformação moral, em quem não se exercitou nas realizações humanas para a própria sublimação pessoal.

(Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis. Livro: Alegria de Viver)


sexta-feira, 7 de março de 2014

MANSOS DE CORAÇÃO



          Quando Jesus proclamou a felicidade dos mansos de coração, não se propunha, de certo, exaltar a ociosidade, a hesitação e a fraqueza.
          Muita gente, a pretexto de merecer o elogio evangélico, foge aos mais altos deveres da vida e abandona-se à preguiça ou à fé inoperante, acreditando cultivar a humildade.
          O Mestre desejava destacar as almas equilibradas, os homens compreensivos e as criaturas de boa vontade que, alcançando o valor do tempo, sabem plantar o bem e esperar-lhe a colheita, sem desespero e sem violência.
          A cortesia é o primeiro passo da caridade.
          A gentileza é o princípio do amor.
          Ninguém precisa, pois, aguardar o futuro, a fim de possuir a Terra. É possível orientá-la hoje mesmo, detendo-lhe os favores e talentos, entre os nossos semelhantes, cultuando a bondade fraternal.
          As melhores oportunidades de cada dia no mundo pertencem àqueles que melhores de fazem para quantos lhes rodeiam os passos. E ninguém se faz melhor, arremessando pedras de irritação ou espinhos de amargura na senda dos companheiros.
          A sabedoria é calma e operosa, humilde e confiante.
          O espírito de quem ara a terra com Jesus compreende que o pântano pede socorro, que a planta frágil espera defesa, que o mato inculto reclama cuidado e que os detritos do temporal podem ser convertidos em valioso adubo, no silêncio do chão.
          Se pretendes, pois, a subida evangélica, aprende a auxiliar sem distinção.
          A pretexto de venerar a verdade, não aniquiles as promessas do amor. Abraça o teu roteiro, com a alegria de quem trabalha por fidelidade ao Sumo Bem, estendendo a graça da esperança, a benefício de todos, e, um dia, todos os que te cercam e te acompanham entoarão o cântico dos bem-aventurados que o teu coração escreveu e compôs nos teus atos, aparentemente pequeninos de fraternidade e sacrifício, em favor dos outros, em tua jornada de ascensão à Divina Luz.

(Francisco Cândido Xavier/Emmanuel. Livro: Escrínio de Luz)


quinta-feira, 6 de março de 2014

LUZ NO LAR



 Organizemos o nosso agrupamento doméstico do Evangelho. O Lar é o coração do organismo social.

Em casa, começa nossa missão no mundo.

Entre as paredes do templo familiar, preparamo-nos para a vida com todos.

Seremos, lá fora, no grande campo da experiência pública, o prosseguimento daquilo que já somos na intimidade de nós mesmos.

Fujamos à frustração espiritual e busquemos no relicário doméstico o sublime cultivo dos nossos ideais com Jesus. O Evangelho foi iniciado na Manjedoura e demorou-se na casa humilde e operosa de Nazaré, antes de espraiar-se pelo mundo.

Sustentemos em casa a chama de nossa esperança, estudando a Revelação Divina, praticando a fraternidade e crescendo em amor e sabedoria, porque, segundo a promessa do Evangelho Redentor, "onde estiverem dois ou três corações em Seu Nome", aí estará Jesus, amparando-nos para a ascensão à Luz Celestial, hoje, amanhã e sempre.



(Francisco Cândido Xavier por Scheilla In: Luz no Lar)

quarta-feira, 5 de março de 2014

TRANQÜILIDADE



"Tenho-vos dito estas coisas, para
que em mim tenhais paz."
- Jesus. (JOÃO, 16:33.)

A palavra do Cristo está sempre fundamentada no espírito de serviço, a fim de que os discípulos não se enganem no capítulo da tranqüilidade.

De maneira geral, os aprendizes do Evangelho aguardam a paz, onde a calma reinante nada significa além de estacionamento por vezes delituoso.

No conceito da maioria, a segurança reside em garantia financeira, em relações prestigiosas no mundo, em salários astronômicos.

Isso, no entanto, é secundário.

Tempestades da noite costumam sanear a atmosfera do dia, angústias da morte renovam a visão falsa da experiência terrestre.

Vale mais permanecer em dia com a luta que guardar-se alguém no descanso provisório e encontrá-la, amanhã, com a dolorosa surpresa de quem vive defrontado por fantasmas.

A Terra é escola de trabalho incessante.

Obstáculos e sofrimentos são orientadores da criatura.

É indispensável, portanto, renovar-se a concepção da paz, na mente do homem, para ajustá-lo à missão que foi chamado a cumprir na obra divina, em favor de si mesmo.

Conservar a paz, em Cristo, não é deter a paz do mundo.

É encontrar o tesouro eterno de bênçãos nas obrigações de cada dia.

Não é fugir ao serviço; é aceitá-lo onde, como e quando determine a vontade dAquele que prossegue em ação redentora, junto de nós, em toda a Terra.

Muitos homens costumam buscar a tranqüilidade dos cadáveres, mas o discípulo fiel sabe que possui deveres a cumprir em todos os instantes da existência.

Alcançando semelhante zona de compreensão, conhece o segredo da paz em Jesus, com o máximo de lutas na Terra. Para ele continuam batalhas, atritos, trabalho e testemunhos no Planeta, entretanto, nenhuma situação externa lhe modifica a serenidade interior, porque atingiu o luminoso caminho da tranqüilidade fundamental.


do livro VINHA DE LUZ
psicografado por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
pelo espírito EMMANUEL



BUSCANDO A FELICIDADE

A felicidade que pode realmente não existir na Terra, enquanto a Terra padecer a dolorosa influenciação de um só gemido de sofrimento, pod...