quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

ROTA ESPÍRITA



Erguer-se de manhã e bendizer a vida.
Espalhar ao redor a presença do bem.
Escutar calmamente as notícias da hora.
Dar a palavra amiga. Ajudar conversando.
Dispor o coração a servir sem perguntas.
Fazer mais que o dever na tarefa em que esteja.
Suportar sem revolta as provações em curso.
Apagar a discórdia e liquidar problemas.
Estudar e entender. Discernir e elevar.
Render culto à Verdade entre bênçãos de amor.
Ver o direito alheio e respeitá-lo em tudo.
Ser fiel ao trabalho e esquecer as ofensas.
Amar fraternalmente a todas as criaturas.
Acender cada noite as estrelas da paz no abrigo da consciência em preces de alegria.
— Eis a rota ideal na jornada constante do espírita-cristão, à luz de cada dia.


(Livro: Caminho Espírita. Francisco Cândido Xavier por Albino  Teixeira)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

TEU DESTINO

        
  Embora sofras, não pertences ao sofrimento.
          Assim como o rio corre para o mar, tua vida segue o curso natural rumo à plenitude junto a Deus.
          É possível que, agora, experimentes a aflição, como pesados calhaus tentando barrar-te o fluxo para a felicidade.
          Entretanto, não desesperes, nem desanimes.
          Deixa-te levar pela correnteza suave da fé, contornando-os sem alarde, a fim de retomares a direção da paz a que estás destinado.

(De “Novas mensagens de Scheilla para você”, de Clayton B. Levy)

domingo, 27 de janeiro de 2013

TERAPIA DA PACIÊNCIA


       
 A paciência é o passo inicial para o êxito da ação caridosa junto aos sofredores.
        Socorros que se precipitam, sob imposições caprichosas, convertem-se em rebeldias e insensatezes naqueles a quem são dirigidos.
        Esclarecimentos com imperativos apaixonados, e palavras carregadas de reproche, assemelham-se a ácido colocado em feridas abertas em chaga viva.
        A paciência é a grande modeladora dos caracteres.
        O vento e a chuva, incessantemente e através dos tempos, modificam a paisagem terrestre. Trabalham a rocha, modelam as formas variadas, e enquanto o rio silencioso corre abrindo vales e aprofundando o leito, o planeta se altera na sucessão dos milênios.
        A paciência para com os irmãos irritados, vitimados pela perturbação e pela rebeldia, é indispensável para atingir-lhes o âmago da alma.
        Ela constitui um trabalho transformador no terapeuta que se encarrega do esclarecimento, e medicamento abençoado no necessitado que teima por ignorá-la.
        Na ação caridosa de despertamento dos irmãos sofridos do além-túmulo, não seja esquecida a paciência, que sabe trabalhar em favor dos resultados imediatos que sempre cabem a Deus.

(Livro:Suave Luz nas Sombras. Divaldo Pereira Franco por João Cléofas)

DAR RAZÃO



Contraditórios muitas vezes, estamos teimosos contra nós mesmos, quando incapazes de ceder a benefício real dos outros
        Capitulamos diante de sacrifícios e despesas que sobrecarregam de inquietações o tempo e a vida, unicamente para desfrutar atenções louvaminheiras e dificilmente nos rendemos em mesquinhas questões do ponto de vista, apenas para que não sintamos diminuída a nossa reputação num milímetro só.
        Raramente importam os prejuízos advindos da negligência ou da ostentação que adotemos, desde que a vaidade se nos hipertrofie no coração, propiciando-nos sensações de falso conforto e quase nunca nos dignamos examinar as consequências infelizes da resistência ou da rebeldia que esposamos arruinando ou comprometendo realizações da comunidade cuja tranquilidade ou rendimento esperam por nós.
        Decidamo-nos a perder nos prélios da opinião, desde que a lógica e o interesse geral nos peçam isso, tanto quanto é preciso assegurar firmeza de atitude na preservação dos valores essenciais das causas e das cousas.
        Sobretudo, mantenhamos serenidade e desprendimento em todos os sucessos, nos quais a nossa pessoa se encontre em cheque de maneira exclusiva.
        Desculpemos as injúrias de natureza individual, sem a menor indagação, do mesmo modo que é necessário garantir integridade de ação na defesa do bem de todos.
        Abracemos de bom-humor as observações alheias que nos auxiliem a tomar rumo certo. Enderecemos um sorriso de paz aos que enunciem raciocínios mais claros que os nossos.
        Condescendência para as medidas e palavras que nos ajudem a manter a felicidade comum é qualidade que nos torna mais dóceis e mais valiosos nas mãos de Cristo para a edificação do Mundo Melhor.
        Nós que nos interessamos em adestrar os braços na repartição do alimento e do agasalho, do remédio e do socorro, aos que necessitam deles, aprendamos também a ciência de gastar a nós mesmos — a ciência de dar razão.

(Livro: Sol nas Almas. Waldo Vieira pelo Espírito de André Luiz)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

SERVE E ESQUECE



Coração, ouve!... Se queres
A bênção da paz constante,
Trabalha e segue adiante,
Cumprindo o próprio dever...

Para vencer no caminho
Tristeza, treva e pesar,
Muito mais do que lembrar
A vida roga esquecer.

Esquece as mágoas sofridas,
As horas de céu cinzento,
O azedume, o desalento
E os tempos de provação;

Renova-te, dia-a-dia,
Não pares, contando lutas,
Progresso é o lema que escutas
No mundo em transformação.

Tudo procura a vanguarda,
A flor converte-se em fruto,
Do cascalho rijo e bruto,
Eis o diamante a surgir...

O fio forma o agasalho,
A própria noite se esquece
Na aurora que resplandece
Buscando a luz do porvir.

Da própria queda no erro,
Levanta-te e segue à frente,
Servindo incessantemente,
Tudo podes refazer;

Não te detenhas na angústia,
Ante o mal, prossegue e olvida,
As próprias nódoas da vida
A vida pede esquecer.


(Livro: A Vida Conta. Francisco Cândido Xavier por Maria Dolores)

COM FÉ E AÇÃO


     
   Fazendo um balanço dos teus atos, numa tentativa de encontrar as causas do sofrimento, na presente existência e não encontrando razões que as justifiquem, considera a possibilidade das vidas anteriores, nas quais se encontram as gêneses dos teus problemas atuais.
        Grande parte das dores que afligem o homem procede da vida presente, como efeito próximo, imediato, dos seus próprios erros.
        Outras aflições, porém, aparentemente injustificáveis, na sua explosão rude quão severa, resultam de existências passadas, nas quais foram malogrados ou esquecidos os objetivos nobres da vida.
        O trânsito carnal é oportunidade preciosa, que não pode ser desconsiderada, sem graves consequências.
        Todos avançamos, no processo da evolução, mediante a aplicação dos recursos de que dispomos.
        Ninguém marcha a esmo, sem objetivo.
        A tarefa hoje não realizada será retomada à frente; o ministério agora interrompido ressurgirá adiante.
* * *
 Não te entregues à revolta sistemática, quando visitado pela dor de qualquer natureza.
        Procura, nesta vida, as matrizes do sofrimento, a fim de saná-las, e, se não as encontrares, transfere para a paciência e a resignação o mister de anulá-las, pois que vicejam desde reencarnações transatas.
        O que ora sucede teve início antes.
        A árvore que ora vês gigantesca, dormia na semente minúscula.
        O incêndio voraz que agora domina já vibrava na chama insignificante.
        Recorre à calma, quando as tenazes do sofrimento te comprimirem o corpo, o sentimento, a alma...
        Evita o conceito derrotista: "Não tenho forças."
        Libera-te da posição pessimista: "Nunca sairei desta."
        A luta é, também, motivo de progresso, e a dor é o meirinho encarregado de selecionar, ante a cobrança da Vida, os que podem ser promovidos, sem vínculos com a retaguarda.
* * *
        Se descobres os fatores atuais dos teus sofrimentos, não te permitas a lamentação inútil nem o arrependimento inconsequente, aquele que auto-aflige e só desequilibra.
        Consciente dos erros, reabilita-te, recompõe-te.
        Nunca te perguntarão como triunfaste, mas todos te abraçarão quando triunfante.
        Se não identificas as causas anteriores das provações que ora experimentas, entrega-te a Deus e expunge todos os torpes deslizes em que tombaste, erigindo em pranto e prece o altar da tua própria vitória.
        O Pai confia em ti, de tal forma, que te permite a marcha evolutiva.
        Cumpre-te, nEle  confiar, avançando e crescendo, até ao momento da tua libertação com fé e ação dignificadora.

(Livro: Oferenda. Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis)

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

LUZ EM NOSSAS MÃOS!



 "Interrogado pelos fariseus sobre
quando viria o reino de Deus, Jesus
lhes respondeu: Não vem o reino de
Deus  com aparências exteriores".
(Lucas, 17:20)

    A Terra de hoje reúne povos de vanguarda na esfera da inteligência.
    Cidades enormes são usadas, a feição de ninhos gigantescos de cimento e aço, por agrupamentos de milhões de pessoas.
    A energia elétrica assegura a circulação da força necessária à manutenção do trabalho e do conforto doméstico.
    A Ciência garante a higiene.
    O automóvel ganha tempo e encurta distâncias.
    A imprensa e a radiotelevisão interligam milhares de criaturas, num só instante, na mesma faixa de pensamento.
    A escola abrilhanta o cérebro.
    A técnica orienta a indústria.
    Os institutos sociais patrocinam os assuntos de previdência e segurança.
    O comércio, sabiamente dirigido, atende ao consumo com precisão.
    Entretanto, estaremos diante de civilização impecável?
    À frente desses empórios resplendentes de cultura e progresso material, recordemos a palavra dos instrutores de Allan Kardec,
nas bases da Codificação do Espiritismo.
    Perguntando a eles "por que indícios se pode reconhecer uma civilização completa", através da Questão número 793, constante
de "O Livro dos Espíritos", deles recolheu a seguinte resposta:
    "Reconhecê-la-eis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados porque tendes feito grandes descobertas e
obtido maravilhosas invenções; porque vos alojais e vestis melhor do que os selvagens. Todavia, não tereis verdadeiramente o
direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram e quando viverdes,
como irmãos, praticando a caridade cristã. Até então sereis apenas povos esclarecidos, que hão percorrido a primeira fase da civilização".
    Espíritas, irmãos! Rememoremos a advertência do Cristo quando nos afirma que o reino de Deus não vem até nós com aparências
exteriores; para edificá-lo não nos esqueçamos de que a Doutrina Espírita é luz em nossas mãos. Reflitamos nisso.

(Livro: Segue-me!... Francisco Cândido Xavier por Emmanuel) 

CULPA



    A consciência de culpa é um dos algozes mais cruéis daquele que delinque.
    Acompanhando o ser na vida além da vida, estabelece os mecanismos punitivos condizentes à gravidade do delito, a fim de purificar-se, resgatando a culpa mediante sofrimentos indescritíveis.
    A consciência de culpa não permite ao equivocado evadir-se da sua presença, ínsita nele próprio.
    Assoma, aos primeiros instantes após a desencarnação, abrindo espaços a obsessões severas, nas quais as vítimas ressurgem com aspecto deplorável, seja mediante a imaginação que elabora clichês de justiça, ou através da realidade que vincula o endividado ao devedor, estabelecendo os vínculos da aflição sem término.
    Somente quando o ser descobre a necessidade da reparação, utilizando-se dos instrumentos do amor e da edificação íntima, é que luariza a paisagem lúgubre da consciência de culpa, dando lugar a honesta reabilitação propiciadora de paz.
    Elegemos, para o nosso ministério de hoje, os Espíritos portadores de consciência culpada, por serem mais sofridos, mais carentes, batendo às portas de alguém que esteja ungido de compaixão para ajudá-los no trânsito difícil da sua reabilitação e, ao atendê-los, tenhamos todos em mente o ensinamento austero de Jesus advertindo-nos: “Aquele que se encontre isento de culpas atire a primeira pedra.”

(Livro: Suave luz nas sombras. Divaldo Pereira Franco por João Cléofas)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

SABER



“O coração do Sábio é mestre de sua boca,
e aumenta a persuasão nos seus lábios”.
Pv 16, v. 23.

            A sabedoria nos dá motivos para a felicidade; quando se trata de Deus, ela escapa aos nossos mais apurados sentidos; conhecer a Deus, somente o próprio Senhor.
*
            A sabedoria, entre os homens, é grandeza. Conseguir atingir o ponto máximo ainda é problema para o futuro, no entanto, é nosso dever dar os primeiros passos, e é o que estamos empenhados em fazer.
*
            O verdadeiro Sábio, também o é, dos sentimentos. Diz o provérbio que “O coração do Sábio é mestre de sua boca”. O Sábio não só conhece os fundamentos da vida, como vive as leis que asseguram a paz.
            Ele pensa na bondade, e fala com bondade; fala com bondade e é bom. Ele pensa na caridade, e fala da caridade; fala da caridade, e é caridoso; e pensa no amor, e fala de amor; fala de amor e ama.
            A inteligência com o Cristo ilumina, a ponto de aliar-se com o coração. E, nesta aliança, na indução de todos os sentimentos, esplende, na erudição maior.
*
            Trabalhar na beneficência é alcançar o porquê dessa generosidade. É cultivar o perdão, é compreender os seus fundamentos.
            É aprimorar-se na justiça, é ser consciente dessa dignidade.
            Há muita diferença entre a alegria do Sábio e o prazer do bruto.
*
            O raciocínio é conquista milenar nos arraiais da mente. Porém, sem a educação, e por vezes disciplina, deixa perceber agressividade. Os sentimentos são dons inerentes a todas as Almas; todavia, esquecendo a razão, nota-se, por todos os ângulos, o desleixo.
            Dividimos a vida em três estágios, dois extremos e um centro.
            Quem vive de um lado, com facilidade passa para o outro, e quem permanece no meio é porque já conhece os paralelos.
            Podes pensar em circuito fechado, para teres tempo de analisar o que vais falar aos outros. A persuasão da própria língua é exercício de fraternidade.
*
            Já experimentaste falar aos que te ouvem, com um meio sorriso? Se não, pensa, pelo menos, na alegria, para que ela envolva a tua fala. O benefício que causa esse gesto te faz repetir; e a repetição te induz a utilizares de variados meios que o verbo te propicia, para melhor ajudar.
*
            Quando em comunicação com alguém, deixa transparecer a tua humildade, porque ela é prenúncio de amor.
*
            É muito bom saber, e, melhor, é saber como convém saber.

(Livro: Tuas mãos. João Nunes Maia por Carlos)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

PERSEVERANÇA



Perseverança é a capacidade de esforço sustentador.
        É a confirmação do “querer é poder”.
        Sem perseverança tudo tende a se desmoronar, a cair de nossas mãos.
        Quando temos um ideal, o primeiro passo é materializá-lo.
        Começar já é meio caminho andado.
Obstáculos, dificuldades, críticas, isto certamente encontraremos pelo frente. Para o verdadeiro idealista, esses empecilhos são desafios que ele se dispõe a vencer, e lhe servem até de estímulo e convite à luta.
        O idealista é um desbravador por excelência; nunca espera que a situação o favoreça, pois ele mesmo faz a situação surgir, não esperando que ela venha ao seu encontro.
        O entusiasmo dos idealistas lhes confere as nobre liderança dos espíritos que vieram para abrir caminho e marchar à frente dos menos ousados e dos ainda incapazes de perceber a necessidade das transformações e inovações necessárias.
        No entanto, cada um de nós traz uma incumbência que terá de ser executada pelo próprio. Ninguém poderá realizar a tarefa de ninguém. Somos responsáveis por todos os nossos atos, que se tornam o resultado natural das nossas ações; e por estas responderemos, queiramos ou não.
        O líder tem a incumbência de mostrar o caminho, mas quanto aos esforços de abri-lo, é tarefa que compete a todos, bem como a energia para percorrê-lo.
        A perseverança em conseguir deverá nascer em cada viajor. Aquele que parar será esquecido, e cairá em aflição, enquanto os demais avançam e se adiantam em qualidades, mantendo a paz de espírito dos que cumpriram bem os seus deveres. Os negligentes não podem acusar ninguém pelos seus infortúnios.
        Se o cansaço se apossar de nós, se nos faltarem as forças, apelemos para Deus, rogando-lhe ajuda, e um cirineu surgirá, ajudando a erguer-nos e nos incentivando a prosseguir.
        Se permanecermos inertes, lamentando-nos, as oportunidades ficarão perdidas, e só nos restará, com pesar, assistir a vitória dos que perseveraram.
        Quereríamos, acaso, tornarmo-nos vítimas, fazendo dos nossos problemas uma carga para outros carregarem sobre os ombros? E o nosso mérito, onde entraria?
        Perseveremos, caros companheiros, em nossa boa disposição de alcançarmos a meta para que viemos, e a paz será conosco.

(Livro: A VERDADE E A VIDA, de Cenyra Pinto)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

APRIMORAMENTO ÍNTIMO


      
  Muito justo e mesmo recomendável que se recorra à cooperação fraternal do próximo, quando o sofrimento e a dificuldade nos visitem as paisagens íntimas.
        O auxílio desinteressado que recebemos é bênção inestimável de que se constitui a vida nas relações humanas.
        No mundo, tudo são intercâmbios, permutas que se consubstanciam em força e resistência para colimarem os objetivos a que se destinam.
        Não obstante, há tarefas que compete a cada um realizar, integrados no processo evolutivo como nos encontramos.
        Igualmente, não é lícito transferir-se deveres e responsabilidades pessoais, que fazem parte do esquema de iluminação que devemos conseguir, mesmo sob as penosas cargas de aflição e renúncia.
        Dentre os desafios que a vida nos oferece, o que diz respeito ao aprimoramento íntimo ganha prioridade.
        Aprendizes da vida, somos defrontados pelas lições necessárias que nos propiciam o conhecimento e a libertação das peias da ignorância geradora de mil males, e do egoísmo, que é um câncer de alto poder destrutivo.
*
        Ninguém te acompanhará nesse afã de renovação e aprimoramento íntimo.
        Poucos perceberão a luta que travas no campo ignoto dessa batalha importante.
        Alguns criarão dificuldades para o teu cometimento, talvez franqueando-te recursos e meios para a fuga ou a queda.
        Tentarás e repetirás o esforço, não poucas vezes, receando o fracasso ou crendo não alcançar a meta.
        Prossegue, porém, trabalhando o caráter e o sentimento.
        Não te deixes turbar pelas vanglórias, nem te anestesies pelos vapores da violência que infelicita multidões...
        Dulcifica-te e não revides ao mal, não resistas ao mal com o mal, não te negues à bondade, nem à beneficência, à esperança, nem à humildade.
        Essas virtudes a cultivar serão as tuas resistências, e, quando os testemunhos parecerem apresentar-te à noite mais densa e temerosa, elas brilharão no teu céu em sombras, apontando-te o rumo...
*
        Por conhecer a destinação que nos aguarda, no futuro, Jesus nos veio convocar pelo exemplo e pela palavra ao aprimoramento íntimo e à vitória sobre qualquer expressão do mal através da ação correta do bem.

(Livro: Alerta. Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis)

APRENDAMOS A AGRADECER



"Em tudo dai graças." –
Paulo (I Tessalonicenses, 5:18.)

        Saibamos agradecer as dádivas que o Senhor nos concede cada dia:
            a largueza da vida;
            o ar abundante;
            a graça da locomoção;
            a faculdade do raciocínio;
            a fulguração da idéia;
            a alegria de ver;
            o prazer de ouvir;
            o tesouro da palavra;
            o privilégio do trabalho;
            o dom de aprender;
            a mesa que nos serve;
            o pão que nos alimenta;
            o pano que nos veste;
            as mãos desconhecidas que se entrelaçam no esforço de suprir-nos a refeição e o  agasalho;
            os benfeitores anônimos que nos transmitem a riqueza do conhecimento;
            a conversação do amigo;
            o aconchego do lar;
            o doce dever da família;
            o contentamento de construir para o futuro;
            a renovação das próprias forças...
        Muita gente está esperando lances espetaculares da "boa sorte mundana", a fim de exprimir gratidão ao Céu.
        O cristão, contudo, sabe que as bênçãos da Providência Divina nos enriquecem os ângulos mais simples de cada hora, no espaço de nossas experiências.
        Nada existe insignificante na estrada que percorremos.
        Todas as concessões do Pai Celeste são preciosas no campo de nossa vida.
        Utilizando, pois, o patrimônio que o Senhor nos empresta, no serviço incessante ao bem, aprendamos a agradecer.

 (Livro: Fonte Viva. Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

SEGUINDO


        
Não te afastes do bem, ainda mesmo que a estrada se te mostre crivada de obstáculos.
        Não te detenhas.
        Ouvirás aqueles que se instalam na retaguarda a te repetirem, de longe, os sombrios vaticínios que os fizeram parar.
        Falam dos perigos imaginários da frente; relacionam conceitos das inteligências encharcadas de pessimismo; exaltam a filosofia da indiferença; ou destacam erros do passado, apedrejando inutilmente o futuro.
        Entrega ao tempo quantos se fixaram transitoriamente nas margens do caminho, receando calamidades e abismos, e prossegue adiante.
        Não importa encontres aqueles que se revelem capazes de te golpear a esperança.
        Recorda. O espinheiro não nos fere voluntariamente e sim porque ainda se faz conhecer por lâminas agressivas. A  pedra que faz tropeçar na Terra, não tem consciência disso; ela é apenas um calhau fora do lugar de servir.
        Espalha bondade e coragem, suportando com paciência as forças contrárias que, porventura se levantem, buscando barrar-te os passos.
        Caminha, amando e auxiliando e Deus te mostrará que ninguém se eleva, sem suor e sem lágrimas.
        Compreenderás que a lágrima na provação é o suor que purifica e que o suor no trabalho é a lágrima que aperfeiçoa.
        Ainda que experimente, de algum modo, o frio do entardecer, não te amedrontes perante as trevas.
        Acende a lâmpada de tua fé e prossegue servindo sempre.
        Os que caminham com Deus no coração transportam consigo os clarões da alvorada. E por mais espessas se façam as sobras nos cárceres da noite, ninguém consegue prender o esplendor do novo dia.

(Livro: SOMENTE AMOR. Francisco Cândido Xavier por Meimei)

SEM RUÍDOS



"Mas quando vier aquele Espírito de Verdade,
ele vos guiará em toda a verdade". – Jesus - (João, 16:13)

              O caminho de toda a Verdade é Jesus Cristo. O Mestre veio ao mundo instalar essa verdade para que os homens fossem livres e organizou o programa dos cooperadores de seu divino trabalho, para que se preparasse convenientemente o caminho infinito. No fim da estrada colocou a redenção e deu às criaturas o amor como guia.
Conforme sabemos, o guia é um só para todos. E vieram os homens para o serviço divino.
Com os cooperadores vinham, porém, os gênios sombrios, que se ombreavam com eles nas cavernas da ignorância.
            A religião, como expressão universalista do amor, que é o guia, pairou sempre pura acima das misérias que chegaram ao grande campo; mas este ficou repleto das absurdidades. O caminho foi quase obstruído.
            A ambição exigiu impostos dos que desejavam passar, o orgulho reclamou a direção dos movimentos, a vaidade pediu espetáculos, a conveniência requisitou máscaras, a política inferior estabeleceu guerras, a separatividade provocou a hipnose do sectarismo.
            O caminho ficou atulhado de obstáculos e sombras e o interessado, que é o espírito humano, encontra óbices infinitos para a passagem.
  O quadro representa uma resposta a quantos perguntarem sobre os propósitos do Espiritismo cristão, sendo que o homem já conhece todos os deveres religiosos. Ele é aquele Espírito de Verdade que vem lutar contra os gênios sombrios que vieram das cavernas da ignorância e invadiram o campo do Cristo.
  Mas, guerrear como: Jesus não pediu a morte de ninguém. Sim, o Espírito de Verdade vem como a luz que combate e vence as sombras, sem ruídos. Sua missão é transformar, iluminando o caminho para que os homens vejam o amor, que constitui o guia único para todos, até à redenção.

(Livro: Segue-me!... Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

TRANQUILIDADE CONFIANTE


         
 Deixa-te arrastar pelas águas vivas da tranquilidade, certo de que atingirás o abençoado porto da sublime destinação.
            Vence, assim, os calhaus flutuantes em forma de malogro e solicitação inferior, presos aos juncos das enfermidades deprimentes que, muitas vezes, te enleiam a meio da jornada.
            Quanto mais cuidas do mal, mais ele se acentuará.
            A lama valorizada no fundo do poço envilece a água pura que se demora repudiada.
            Da mesma forma, o charco que agasalha doenças e febres, quando drenado, ressurge como terra acolhedora e produtiva a benefício da coletividade.
            Se te deténs a examinar o adubo serás acometido de náuseas ante o fruto que procede dele, através da árvore.
            Observando as dificuldades a transpor, se te atemorizas com elas, não avançarás.
            É indispensável valorizar apenas o bem que esposas, preservando o santuário íntimo contra todas as formas de revolta a desdobrar-se em malquerença com os sequazes que a cercam.
            Amparado pelo comando da fé tranquila, operarás em todo lugar sob modalidade diversa do comum, nas experiências terrenas.
            Sabes por experiência que onde te situavas ontem não impera o crime nem o vício, mas a ignorância e a enfermidade, no jogo das aflições desnecessárias. Divisarás, assim, oportunidades de serviço onde antes vias motivo de nojo e afastamento, cientificado de que, na faixa estreita da observação meramente intelectual, tua apreciação resulta da pretensiosa exigência da maneira de ver.
            Sem te despires da crítica mordaz, improdutiva nos seus resultados, todos os esforços redundarão inúteis nos empreendimentos cristãos.
            Atrela os sentimentos às rédeas dos labores e, conduzido pelo amor, na sua feição pura e simples, recorda Jesus, aprendendo com Ele a realizar incansavelmente, retirando a cegueira dos olhos e extirpando o infortúnio do coração, aprimorando-te e santificando-te, de vez que,  não estando asserenadas as ânsias do Espírito, não estarás capacitado para a experiência da tranquilidade sob o comando da confiança plena.

(Livro: Messe de Amor. Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis)

domingo, 6 de janeiro de 2013

TENDO MEDO



"E, tendo, medo, escondi na Terra o
teu talento..." - Mateus 25-25

    Na parábola dos talentos, o servo negligente atribui ao medo a causa do insucesso em que se infelicita.
    Recebera mais reduzidas possibilidades de ganho.
    Contara apenas com um talento e temera lutar para valorizá-lo.
    Quanto aconteceu ao servidor invigilante da narrativa evangélica!
    Há muitas pessoas que se acusam pobres de recursos para transitar no mundo como desejariam. E recolhem-se à ociosidade, alegando     medo da ação.
    Medo de trabalhar.
    Medo de servir.
    Medo de fazer amigos.
    Medo de desapontar.
    Medo de sofrer.
    Medo de incompreensão.
    Medo da alegria.
    Medo da dor.
    E alcançam o fim do corpo, como sensitivas humanas, sem o mínimo esforço para enlouquecer a existência.
    Na vida agarram-se ao medo da morte.
    Na morte, confessam o medo da vida.
    E a pretexto de serem menos favorecidos pela natureza, transformam-se gradativamente, em campeões da inutilidade e da preguiça.
    Se recebeste, pois mais rude tarefa no mundo, não te atemorizes à frente dos outros e faze dela o teu caminho de progresso e renovação. Por mais sombria seja a estrada a que foste conduzido pelas circunstâncias enriquece-a com a luz do teu esforço próprio no bem, porque o medo não serviu como justificativa aceitável no acerto de contas entre o servo e o Senhor.


(Livro: Relicário de Luz. Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)

sábado, 5 de janeiro de 2013

LEITURA DA CARIDADE


       
 A caridade não será transmitida através da frase que a ensina, embora devamos a melhor veneração ao verbo edificante...
        Não será aprendida tão-somente nas páginas consoladoras da antologia religiosa.
        Será lida, acima de tudo, em nossa própria existência.
        No lar, o esposo conhecer-lhe-á os princípios na renunciação da companheira, tanto quanto a esposa contemplar-lhe-á a excelsitude na correção irrepreensível do homem que preside a casa. Os filhos observar-lhes-ão os ensinamentos na conduta enobrecedora dos pais e, os familiares, no sentido comum, procurar-lhe-ão o tesouro vivo naquele que fala e se movimento em seu nome.
        Nas instituições, os dirigentes identificar-lhe-ão sublimidade na cooperação digna dos subalternos e os que obedecem notar-lhe-ão a grandeza que guardam a autoridade e orientam o serviço.
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        Não nos esqueçamos de que no lar e na vida pública, todos os que nos cercam esperam de nós a mensagem da caridade, através dos nossos mínimos atos de compreensão, afabilidade, carinho e gentileza...
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        Nosso coração é diariamente lido pelos outros na palavra que emitimos, na frase que escrevemos, no compromisso que assumimos ou nos gestos que praticamos.
        É preciso lembrar, na altura de nossos atuais conhecimentos espiritistas, que não mais nos basta a doação do supérfluo para a revelação da divina virtude, na ordem material da vida.
        Recordemos o dever de dar de nós mesmos, com esforço, sacrifício pessoal, disciplina e suor, em nosso relacionamento com os semelhantes, se desejamos assimilar a lição que Jesus nos legou.
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        Façamos de nossa experiência um livro aberto de amor puro, em que nossos irmãos de caminho possam ler a fraternidade e a cooperação, em todas as nossas obrigações bem cumpridas e a caridade será fulgurante estrela em nosso coração, brilhando para os que convivem conosco e clareando-nos o caminho para a glória da vida eterna.

(Livro: Mãos Marcadas. Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

JUSTIÇA E AMOR


           
 Enquanto alimentamos o mal em nossos pensamentos, palavras e ações, estamos sob os choques de retorno das nossas próprias criações, dentro da vida.
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            As dores que recebemos são a colheita dos espinhos que arremessamos.
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            Agora ou amanhã, recolheremos sempre o fruto vivo de nossa sementeira.
            Há plantas que nascem para o serviço de um dia, quais os legumes que aparecem para o serviço da mesa, enquanto outras surgem para as obras importantes do tempo, quais as grandes árvores, nutridas pelos séculos, destinadas à solução dos nossos problemas de moradia.
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            Assim também praticamos atos, cujos reflexos nos atingem, de imediato, e mobilizamos outros, cujos efeitos nos alcançarão, no campo do grande futuro.
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            Em razão disso, enquanto falhamos para com as Leis que nos regem, estamos sujeitos ao tacão da justiça.
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            Só o amor é bastante forte para libertar-nos do cativeiro de nossos delitos.
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            A Justiça edifica a penitenciária.
            O amor levanta a escola.
            A justiça tece o grilhão.
            O amor traz a bênção.
            Quem fere a outrem encarcera-se nas consequências lamentáveis da própria atitude.
            Quem auxilia adquire o tesouro da simpatia.
            Quem perdoa eleva-se.
            Quem se vinga desce aos despenhadeiros da sombra.
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            Tudo é fácil para aquele que cultiva a verdadeira fraternidade, porque o amor pensa, fala e age, estabelecendo o caminho em que se arrojará, livre e feliz, à alegria da Vida Eterna.
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            Quem deseje, pois, avançar para a Luz, aprenda a desculpar, infinitamente, porque o céu da liberdade ou o inferno da condenação residem, na intimidade de nossa própria consciência.
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            Por isso mesmo, o Mestre Divino ensinou-nos a pedir na oração dominical: — Pai, perdoa as nossas dívidas, assim como devemos perdoar aos nossos devedores.”

(Livro: Indulgência. Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)

BUSCANDO A FELICIDADE

A felicidade que pode realmente não existir na Terra, enquanto a Terra padecer a dolorosa influenciação de um só gemido de sofrimento, pod...