segunda-feira, 30 de setembro de 2024

UNIÃO


        Compadece-te e ajuda, a fim de que possas servir na união para o bem.

 

        Não fosse a bondade do lavrador que ampara a semente seca, não receberias na mesa o conforto do pão.

 

        Não fosse o trabalho do operário que assenta tijolo por tijolo, não disporias de segurança no alicerce do próprio lar.

 

        Isso acontece nos elementos mais simples.

 

-x-

 

        Repara, porém, a atitude da vida para que ninguém falte à comunhão do progresso.

 

        Não condena ela o paralítico porque não ande.

 

        Dá cadeira de rodas.

 

        Não malsina os olhos enfermos.

 

        Brune lentes protetoras.

 

        Não relega os mutilados à própria sorte.

 

        Faz recursos mecânicos.

 

        Não se revolta contra os ignorantes que lhe torcem as diretrizes.

 

        Acende a luz da escola.

 

        Não aniquila os loucos que lhe injuriam as leis.

 

        Acolhe-os generosamente no regaço do hospício.

 

-x-

 

        Imitando o sentimento na vida, sejamos, uns para os outros, quando preciso, a muleta e o remédio.

 

        Olvidemos os defeitos do próximo, na certeza de que todos nos encontramos sob o malho das horas, na bigorna da experiência.

 

        Tolerância é o cimento da união ideal.

 

        E só a união faz a força.

 

        Entretanto, há força e força.

 

        Reúnem-se os milhões de gotas e criam a fonte.

 

        Congregam-se milhões de fagulhas e formam o incêndio.

 

        Pensa um pouco e entenderás que é sempre muito fácil ajuntar os interesses da Terra e fazer a união para o bem da força, mas apenas entesourando as qualidades do Cristo na própria alma é que nos será possível, em verdade, fazer a união para a força do bem.

  

 

Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Seara dos Médiuns

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

POR QUE DESDENHAS?


“Examinai tudo. Retende o bem.”
– Paulo. (I Tessalonicenses, 5:21) 

O cristão não deve perder o bom ânimo, por mais inquietantes se apresentem as perplexidades do caminho, não somente no que diz respeito à dor, mas também no que se reporta a costumes, acontecimentos, mudanças, perturbações...

Há companheiros excessivamente preocupados com a extensão dos erros alheios, sem se precatarem contra as próprias faltas. Assinalam casas suspeitas, fogem ao movimento social, malsinam fatos ou reprovam pessoas, antes de qualquer exame sério das situações. E nesse complexo emocional que os distancia da realidade, dilatam desentendimentos com pretensas atitudes de salvadores improvisados, que apenas acentuam a esterilidade do fanatismo.

Longe de prestarem benefícios reais, constituem material neutralizante do movimento renovador.

O Evangelho do Cristo, contudo, não instituiu cubículos de isolamento; procura estabelecer, aliás, fontes de Vida Abundante, em toda parte.

Examinar com imparcialidade é buscar esclarecimento.

Por que a condenação apressada ou a crítica destrutiva? Quando Paulo dirigiu a célebre recomendação aos tessalonicenses não se reportava apenas a livros e ciências da Terra. Referia-se a tudo, incluindo os próprios impulsos da opinião popular, com alusão aos fenômenos máximos e mínimos do caminho vulgar.

Em todas as ocorrências dos povos e das personalidades, em todos os fatos e realizações humanas, o aprendiz fiel da Boa Nova deve analisar tudo e reter o bem.

Por que te afastares do trabalho e da luta em comum? Por que desencorajar os que cooperam na lide purificadora com o teu impensado desdém? Se te sentes unido ao Cristo, lembra-te de que o Senhor a ninguém abandona, nem mesmo os seres aparentemente venenosos do chão.


 Vinha de Luz. Francisco C. Xavier por Emmanuel

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

ORAÇÃO

 

Senhor!

Os homens reúnem-se no mundo para pedir, reclamar, maldizer; legiões humanas devotadas à fé entregam-se para que as comandes; multidões sintonizam Contigo buscando servir-Te.

Permite-nos agora um espaço para a gratidão por estes dias de entendimento fraternal que vivemos na Casa que nos emprestastes para o planejamento das atividades evangélicas do futuro.

Como não estamos habituados a agradecer e louvar sem apresentar o rol das nossas súplicas permite-nos fazê-lo de forma diferente.

Quando quase todos pedem pelos infelizes, nós nos atreveremos a suplicar pelos infelicitadores; quando os corações suplicam em favor dos caídos, dos delinquentes, dos que se agridem, nós nos propomos a interferir em benefício dos que fomentam as quedas, os delitos e a violência; quando os pensamentos se voltam para interceder pelos esfaimados, os carentes, os desiludidos, nós nos encorajamos a formular nossas rogativas por aqueles que respondem por todos os erros que assolam a Terra, estabelecendo a miséria social, a falência moral e a derrocada nas rampas éticas do comportamento.

Não Te queremos pedir pelas vítimas de todos os matizes, senão, pelos seus algozes, os que entenebreceram os sentimentos, a consciência e a conduta, comprazendo-se, quais chacais sobre os cadáveres dos vencidos.

Tu que és o nosso Pastor e prometeste apoio a todas as ovelhas, tem misericórdia deles, os irmãos que se cegaram a si mesmos e, ensandecidos, ateiam as labaredas do ódio na Terra e fomentam as desgraças que dominam no Mundo.

Tu podes fazê-lo, Senhor, e é por isto que, em Te agradecendo todas as dádivas da paz que fruímos, não nos podemos esquecer desses que ardem nas labaredas cruéis da ignorância, alucinados pelos desequilíbrios que os tornam profundamente desditosos.

Retira dos nossos sentimentos de amor a cota melhor e canaliza-a para os irmãos enlouquecidos na volúpia do prazer, que enregelaram o coração longe dos sentimentos de humanidade e que terão que despertar, um dia, sob o látego da consciência que a ninguém poupa.

Porque já passamos, em épocas remotas, por estes caminhos, é que Te suplicamos por eles, os irmãos mais infelizes que desconhecem a própria desdita.

Quanto a nós, ensina-nos a não fruir de felicidade enquanto haja na Terra e na Pátria do Cruzeiro os que choram, os que se debatem nos desvãos da perturbação, e, consciente ou inconscientemente, Te negam a sabedoria, o amor e a condução de ternura como Pastor de nossas vidas.

Quando os Teus discípulos, aqui reunidos, encerramos esta etapa, damo-nos as mãos, e, emocionados, repetimos como os mártires do passado: - Ave Cristo! Em Tuas mãos depositamos nossas vidas, para que delas faças o que Te aprouver, sem nos consultar o que queremos, porque só Tu sabes o que é de melhor para nós.

Filhos da alma: que vos abençoe o Pai de Misericórdia e que Jesus permaneça conosco são os votos do servidor humílimo e paternal de sempre.

 

 

Divaldo Pereira Franco. Pelo Espírito Bezerra de Menezes. Psicofonia de Divaldo Pereira Franco, na manhã de 18.11.1990, no encerramento da reunião do Conselho Federativo Nacional, em Brasília, DF.

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

SIGA FELIZ

 

Viva em paz com a sua consciência...

Sempre que você se compare com alguém, evite orgulho e desprezo, reconhecendo que em todos os lugares existem criaturas, acima ou abaixo de sua posição.

Consagre-se ao trabalho que abraçou realizando com ele o melhor que você possa, no apoio ao bem comum.

Trate o seu corpo na condição de primoroso instrumento, ao qual se deve a maior atenção no desempenho da própria tarefa.

Ainda que se veja sob graves ofensas, não guarde ressentimento, observando que somos todos, os espíritos em evolução na Terra, suscetíveis de errar.

Cultive sinceridade com bondade para que a franqueza agressiva não lhe estrague belos momentos no mundo.

Procure companhias que lhe possam doar melhoria de espírito e nobreza de sentimentos.

Converse humanizando ou elevando aquilo que se fala.

Não exija da vida aquilo que a vida ainda não lhe deu, mas siga em frente no esforço de merecer a realização dos seus ideais.

E, trabalhando e servindo sempre você obterá prodígios, no tempo, com a bênção de Deus.

 

 

André Luiz/ Francisco C. Xavier, Livro “Momentos de Ouro”

terça-feira, 24 de setembro de 2024

OBREIRO SEM FÉ

 


“... e eu te mostrarei a minha fé pelas

minhas obras.” (Tiago, 2:18)


Em todos os lugares, vemos o obreiro sem fé, espalhando inquietação e desânimo.

Devota-se a determinado empreendimento de caridade e abandona-o, de início, murmurando:

– “Para quê? O mundo não presta.”

Compromete-se em deveres comuns e, sem qualquer mostra de persistência, se faz demissionário de obrigações edificantes, alegando:

– “Não nasci para o servilismo desonroso.”

Aproxima-se da fé religiosa, para desfrutar-lhe os benefícios, entretanto, logo após, relega-a ao esquecimento, asseverando:

– “Tudo isto é mentira e complicação.”

Se convidado a posição de evidência, repete o velho estribilho:

– “Não mereço! sou indigno!...”

Se trazido a testemunhos de humildade, afirma sob manifesta revolta:

– Quem me ofende assim?”

E transita de situação em situação, entre a lamúria e a indisciplina, com largo tempo para sentir-se perseguido e desconsiderado.

Em toda parte, é o trabalhador que não termina o serviço pelo qual se responsabilizou ou o aluno que estuda continuadamente, sem jamais aprender a lição.

Não te concentres na fé sem obras, que constitui embriaguez perigosa da alma, todavia, não te consagres à ação, sem fé no Poder Divino e em teu próprio esforço.

O servidor que confia na Lei da Vida reconhece que todos os patrimônios e glórias do Universo pertencem a Deus. Em vista disso, passa no mundo, sob a luz do entusiasmo e da ação no bem incessante, completando as pequenas e grandes tarefas que lhe competem, sem enamorar-se de si mesmo na vaidade e sem escravizar-se às criações de que terá sido venturoso instrumento.

Revelemos a nossa fé, através das nossas obras na felicidade comum e o Senhor conferirá à nossa vida o indefinível acréscimo de amor e sabedoria, de beleza e poder.

 

 

Fonte Viva. XAVIER, Francisco Cândido, pelo Espírito Emmanuel

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

SÚPLICA DO NATAL


Na noite santificada,

Em maravilhas de luz,

Sobem preces, cantam vozes

Lembrando-Te, meu Jesus!

 

Entre as doces alegrias

De Teu Natal, meu Senhor,

Volve ao mundo escuro e triste

Os olhos cheios de amor.

 

Repara conosco a Terra,

Angustiada e ferida,

E perdoa, Mestre Amado,

Os erros de nossa vida.

 

Onde puseste a alegria

Da paz, da misericórdia,

Desabam tormentas rudes

De iniquidade e discórdia.

 

No lugar, onde plantaste

As árvores da união,

Vivem monstros implacáveis

De dor e separação.

 

Ao longo de Teus caminhos

Sublimes e abençoados,

Surgem trevas pavorosas

De abismos escancarados.

 

Ao invés de Teus ensinos

De caridade e perdão,

Predominam sobre os homens

A sombra, o crime, a opressão.

 

Perdoa, Mestre, aos que vivem

Erguendo-Te a nova cruz!

Dá-nos, ainda, a bonança

De Tua divina luz.

 

Desculpa mundo infeliz

Distante das leis do bem,

Releva as destruições

Da humana Jerusalém...

 

Se a inteligência dos homens

Claudicou a recaiu,

A Tua paz não mudou

E ao Teu amor não dormiu.

 

Por isso, ó Pastor Divino,

Nos júbilos do Natal,

Saudamos a Tua estrela

De vida excelsa e imortal.

 

Que o mundo Te guarde a lei

Pela fé que nos conduz

Das sombras de nossa vida

Ao reino de Tua luz!...

 


Fonte: Livro Antologia Mediúnica do Natal

Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Espírito: Casimiro Cunha

domingo, 22 de setembro de 2024

SOCORRE A TI MESMO


“Pregando o Evangelho do reino e curando
todas as enfermidades.” (Mateus, 9:35)

Cura a catarata e a conjuntivite, mas corrige a visão espiritual de teus olhos.

Defende-te contra a surdez, entretanto, retifica o teu modo de registrar as vozes e solicitações variadas que te procuram.

Medica a arritmia e a dispnéia, contudo, não entregues o coração à impulsividade arrasadora.

Combate a neurastenia e o esgotamento, no entanto, cuida de reajustar as emoções e tendências.

Persegue a gastralgia, mas educa teus apetites à mesa.

Melhora as condições do sangue, todavia, não o sobrecarregues com os resíduos de prazeres inferiores.

Guerreia a hepatite, entretanto, livra o fígado dos excessos em que te comprazes.

Remove os perigos da uremia, contudo, não sufoques os rins com os venenos de taças brilhantes.

Desloca o reumatismo dos membros, reparando, porém, o que fazes com teus pés, braços e mãos.

Sana os desacertos cerebrais que te ameaçam, todavia, aprende a guardar a mente no idealismo superior e nos atos nobres.

Consagra-te à própria cura, mas não esqueças a pregação do Reino Divino aos teus órgãos.

Eles são vivos e educáveis. Sem que teu pensamento se purifique e sem que a tua vontade comande o barco do organismo para o bem, a intervenção dos remédios humanos não passará de medida em trânsito para a inutilidade.

 
 
Livro: Pão Nosso
Francisco C. Xavier

FRATERNIDADE

    Mãos que se alongam para auxiliar outras mãos que fraquejam.     Sentimentos que se engrandecem para apoiar emoções que necessitam de a...