sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

A CARIDADE NUNCA FALHA


“A caridade nunca falha.” — PAULO. (I CORINTIOS, 13:8)

 

          Quem escolhe intenções elevadas no desempenho de suas atividades, jamais esbarra em fracasso.


          Quem perdoa de coração qualquer ofensa, não aloja o arrependimento no íntimo.


          Quem se vê incompreendido ao elaborar o ato digno, recebe em seu favor a compreensão da Misericórdia de Cima.


          Quem visa o interesse do próximo na obra em curso, somente descobre motivos para confiar no próprio êxito.


          Quem estuda para ajudar a outrem com o facho do conhecimento, invariavelmente alcançará o aprendizado.


          Quem se sacrifica para minorar o sofrimento daqueles que lhe rodeiam a marcha, demanda novos domínios da felicidade essencial.


          Quem se esforça por viver o amor puro sob qualquer aspecto, acerta sempre no instante de definição.


          Eis, por que, assevera o Apóstolo aos irmãos de Corinto: 
          - "A caridade nunca falha".


          Realmente, a caridade expressa a perfeição dentre as manifestações da criatura e dimana, em seus fundamentos, do Amor Infinito de Deus.


          Um ato de caridade traz em si a argamassa indestrutível da Eterna Perfeição, composta de sabedoria e justiça, trabalho e solidariedade, confiança e paz.


          O erro torna-se inexeqüível ao espírito quando o coração perdoa sem condições, estuda com dignidade ou trabalha desinteressadamente.


          Assim, a luz da caridade jamais de extingue.


          Onde surge, as controvérsias transformam-se em colóquios fraternais, a tristeza rende-se à alegria, o desânimo perde a razão de ser e as almas aceleram o vôo na esteira evolutiva.


          Muitos aprendizes da Verdade pesquisam sofregamente a fórmula ideal para a vitória na Vida, no entanto, ela aí brilha à mão de qualquer um, estruturada na gradação infinita da caridade.


          Busquemos, pois, prosseguir sem falhas.


          Volta o olhar para o cosmo interior e procede à avaliação da própria conduta segundo o câmbio único da virtude sublime e estarás vivendo, em ti mesmo, a batalha sem derrotas, o itinerário sem desvio, a luta sem quedas e a luz sem sombras, sob o beneplácito d'Aquele que é Todo-Amor e Todo-Justiça.

 


(Francisco Cândido Xavier/Emmanuel. Livro: IDeal Espírita)

 

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

CONTRA O PERIGO



“E digo-vos que todo aquele que me confessar,

diante dos homens, também o filho do homem

o confessará, diante dos anjos de Deus”.

– Jesus. (Lucas, 12:8)

 

Muitos companheiros de labor evangélico supõem que confessar o Mestre se resume tão-somente numa profissão de fé por intermédio das palavras. Para a demonstração de que aderimos, sinceramente, a Jesus bastará subir a uma tribuna ou discutir, acaloradamente, com alguns amigos que ainda não nos conseguem compreender?

 

Semelhante confissão tem sido o objetivo da maioria dos discípulos através dos tempos; mas essa atitude desassombrada é uma das faces da realização, sem constituir, entretanto, o seu precioso conjunto. Confessar o Cristo, diante dos homens, é revelar-lhe a luz e o poder em ações de amor e desprendimento, que os homens vulgares ainda não conhecem. Não será instituir convicções apressadas nos outros, mas pautar a vida em plano diferente e superior, de sorte que os espíritos mais frágeis ou levianos possam encontrar, junto de nossa alma, algo de mais elevado que não sentem noutros lugares e situações do mundo.


            Não é fácil confessar a Jesus entre as comunidades terrestres quando sabemos que ele próprio foi por elas conduzido à cruz do martírio; mas é dessa confissão que a sua palavra persuasiva nos fala no Evangelho da Verdade e do Amor.


            É preciso se precate o discípulo contra o perigo de uma adesão verbal, sem a participação de suas energias salutares.


            O Senhor deseja ser confessado pelos seus continuadores nas estradas do mundo; mas esse ato não se pratica apenas por palavras e sim por todas as demonstrações vivas do coração.

 


(Francisco Cândido Xavier/Emmanuel. Livro:Segue-me!...)


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

CONVITE À EDUCAÇÃO


“Porque só um é vosso Mestre, o Cristo.”

(Mateus: capítulo 23º, versículo 10)

 

Tarefa de todos nós — a educação.

Ajusta-se a peça na engrenagem a benefício do conjunto.

Harmoniza-se a nota musical em prol do poema melódico.

Submete-se o instrumento ao mister a que se destina.

O esforço pela educação não pode ser desconsiderado. Todos temos responsabilidades no contexto da vida, nas realizações humanas, nas atividades sociais, membros que somos da Família Universal.

Ninguém consegue realizar-se isolado.

Ignorância representa enfermidade carecente de imediata atenção.

O labor educativo, por isso mesmo, impõe incessantes contribuições, exigindo valiosos investimentos de sacrifício a benefício do conjunto.

Educa-se sempre, quer se pense fazê-lo ou não.

Da mesma forma que a imobilidade seria impossível a inércia humana e a indiferença são apenas expressões enfermiças. Mesmo nesses estados criam- se condicionamentos que geram hábitos, educando-se mal, em tais circunstâncias os que se fazem nossos cômpares.

A anarquia que destila vapores alucinantes conduzindo à estroinice, fomenta estados de vandalismo educação perniciosa.

A ordem dispõe à disciplina que promove a equidade, atendendo à justiça — educação edificante.

A educação, assim examinada, traslada-se dos bancos escolares para todos os campos de atividade, fazendo que todos nos transformemos em educadores, vinculados, sem dúvida, àqueles que se nos transformam em seguidores conscientes ou não, aprendizes conosco dos recursos de que nos fazemos portadores.

Jesus, o Educador por Excelência deu-nos o precioso legado vivo da Sua vida que é sublime lição de como ensinar sempre e incessantemente produzindo saúde, harmonia e esperança em volta dos passos.

E o Espiritismo, que nos concita a incessante exame educativo de atitudes e comportamentos. conscientiza-nos sobre a responsabilidade de que, mediante a educação correta, chegaremos ao fanal da caridade perfeita.

 

  

Convites da Vida

                                                                                    Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis

domingo, 21 de fevereiro de 2021

CONVITE À DISCIPLINA


“Somos servos inúteis, fizemos o que devíamos fazer.”

(Lucas: capítulo 17º, versículo 10)

 

Os néscios não conseguem entendê-la.

Os preguiçosos supõem marginalizá-la.

Os ingratos desconsideram-na.

Os frívolos transferem-na no tempo e na oportunidade.

Os atormentados teimam por evitá-la.

Os vândalos corrompem-na.

Os pervertidos pensam mudar-lhe a estrutura, confundindo o teor em que se apresenta.

Mas, incorruptível, a disciplina traça linhas diretivas e vigorosas, trabalhando o diamante bruto do espírito, a fim de expungí-lo de toda jaça e torná-lo de real lavor.

Enxameiam em todo lugar os homens que a conspurcam, enlouquecidos pela tirania do “eu” ou amesquinhados sob o peso da irresponsabilidade.

Nos dias modernos, muitas pessoas acreditam que manter disciplina em relação a si mesmas, como ao próximo e à comunidade, — bases que são da Humanidade —, é esforço vão, tendo em vista a vitória dos usurpadores, das facções poderosas que se utilizam da força e da astúcia dos donos dos monopólios, como da impiedade...

No entanto o mentiroso a si mesmo se engana; o tirano a si próprio se prejudica; o avaro constrói; o presídio dourado da loucura pessoal; o criminoso jugula-se à hediondez; o explorador condiciona-se à insaciabilidade.

Ninguém engana, realmente, ninguém.

É da Lei Divina que somente sofre o que o homem deve. Desde que se apresente em condição de vítima expunge, enquanto o algoz adquire débito para ulterior aflição.

Face a isso, disciplina-te no exercício dos pequenos labores para fruíres as alegrias que te conduzirão aos eloquentes deveres que libertam e acalmam.

Disciplina é impositivo de alevantamento moral fomentador do progresso, base da paz, de que ninguém pode prescindir.

Se as tuas disciplinas morais por enquanto se apresentam como pesada canga, persevera e insiste nelas até que te chegue o instante liberativo em que se transformarão em prazer de plenitude e gozo de harmonia pessoal decorrente do júbilo de todos pelo que hajas produzido e conseguido.

  

Convites da Vida

Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis

sábado, 20 de fevereiro de 2021

CONVITE À DEFINIÇÃO


“Eis agora vós que dizeis... amanhã.”

(Tiago: capítulo 4º, versículo 13.)

 

O desânimo exsuda tóxico deprimente e destruidor.

A indiferença é o anestésico da desdita.

A dúvida pode ser comparada à fumaça que perturba a visão.

A incerteza produz distonia perniciosa à paz.

A suspeita dilata a insegurança, estabelecendo contágio perigoso e molesto.

No entanto, o convite do Evangelho à definição é claro:

“Eia agora!” — proclama Tiago.

Não somente hoje, mas seguramente, agora. Agora é o instante azado da definição de propósitos.

O convite para a resolução libertadora das paixões ultrajantes é ensancha que merece reflexão, sem dúvida, todavia, é, também, diretriz irreversível a ser seguida.

Por toda parte pululam aflições e desaires, multiplicando se, complexas, as desditas mas a edificação moral nas linhas austeras do Cristianismo que jaz à margem, tem regime de urgência, é inadiável. Define-te cristão, e, se possível, espírita, atestando-o através dos atos salutares.

Decidido à superação das imperfeições e resolvido à sublimação, começa, agora, a programática renovadora partindo dos pequenos compromissos negativos a que te vinculas, de modo a prosseguires, seguro, pela senda feliz, — a do dever reto nobremente exercido — a única que produz alegria e paz reais.

Definição é atitude de maturidade espiritual.

Realiza-a, agora.

  

Convites da Vida.

Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis

 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

CONVITE AO BEM


“Assim como quereis que vos façam

os homens, assim fazei vós também a eles.”

(Lucas: capítulo 6º, versículo 31)

 

A problemática do sofrimento humano, na atualidade, pouco difere das velhas injunções que vêm anatematizando o homem, e por cujo meio o espírito expunge os equívocos e ascende a pouco e pouco na direção do Infinito.

Enxameiam em todo lugar multidões de padecentes experimentando amarguras sem nome, sob o guante de inenarráveis condições de miséria orgânica, social e moral.

Não apenas nas colossais metrópoles modernas, em que se aglutinam milhões de criaturas, mas também, nas pequenas cidades, nos insignificantes burgos, nos campos...

Palácios suntuosos e choças misérrimas diferem na paisagem arquitetônica, igualando-se frequentemente nas estruturas daqueles que os habitam. Isto porque o sofrimento independe das condições externas sempre transitórias e de pouca valia.

As necessidades reais, que engendram a dita como o infortúnio, sempre decorrem do espírito.

Por essa razão, sem descuidar dos auxílios ao corpo e ao grupo humano com o indispensável sustento imediato para a vida honrada em condição de dignidade, o convite ao bem nos impele à iluminação da consciência, sobretudo, de modo a erradicar as questões constringentes que fomentam a miséria e os desajustes de toda ordem.

Esparze misericórdia pela estrada por onde segues, estendendo o socorro geral, simultaneamente esclarece e consola para que a semente do bem que consigas plantar numa vida se transforme em gleba feliz pelo tempo futuro a fora.

  

Convites da Vida

Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

EVITA CONTENDER


“Ao servo do Senhor não convém contender.”

– Paulo. (2ª Epístola a Timóteo, 2:24)

 

     Foge aos que buscam demanda no serviço do Senhor.

   Não estão eles à procura de claridade divina para o coração. Apenas disputam louvor e destaque no terreno das considerações passageiras. Analisando as letras sagradas, não atraem recursos necessários à própria iluminação e, sim, os meios de se evidenciarem no personalismo inferior. Combatem os semelhantes que lhes não adotam a cartilha particular, atiram-se contra os serviços que lhes não guardam o controle direto, não colaboram senão do vértice para a base, não enxergam vantagens senão nas tarefas de que eles mesmos se incumbem. Estimam as longas discussões a propósito da colocação de uma vírgula e perdem dias imensos para descobrir as contradições aparentes dos escritores consagrados ao ideal de Jesus. Jamais dispõem de tempo para os serviços da humildade cristã, interessados que se acham na evidência pessoal. Encontram sempre grande estranheza na conjugação dos verbos ajudar, perdoar e servir. Fixam-se, invariavelmente, na zona imperfeita da humanidade e trazem azorragues nas mãos pelo mau gosto de vergastar. Contendem acerca de todas as particularidades da edificação evangélica e, quando surgem perspectivas de acordo construtivo, criam novos motivos de perturbação.

   Os que se incorporam ao Evangelho Salvador, por espírito de contenda, são dos maiores e dos mais sutis adversários do Reino de Deus.

   É indispensável a vigilância do aprendiz, a fim de que se não perca no desvario das palavras contundentes e inúteis.

   Não estamos convocados a querelar e, sim, a servir e a aprender com o Mestre; nem fomos chamados à entronização do “eu”, mas, sim, a cumprir os desígnios superiores na construção do Reino Divino em nós.

  

 

Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel

 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

LEVANTANDO MÃOS SANTAS

 

“Quero, pois, que os homens orem em todo lugar,

levantando mãos santas, sem ira nem contenda.”

– Paulo. (1ª Epístola a Timóteo, 2:8)

 

Neste trecho da primeira epístola de Paulo a Timóteo, recebemos preciosa recomendação de serviço.

Alguns aprendizes desejarão lobrigar no texto apenas uma exortação às atitudes de louvor; no entanto, o convertido de Damasco esclarece que devemos levantar mãos santas em todo lugar, sem ira nem contenda.

Não se referia Paulo ao ato de mãos-postas que a criatura prefere sempre levar a efeito, em determinados círculos religiosos, onde, pelo artificialismo respeitável da situação, não se justificam irritações ou disputas visíveis. O apóstolo menciona a ação honesta e edificante do homem que colabora com a Providência Divina e reporta-se ao trabalho de cada dia, que se verifica nas mais recônditas regiões do Globo.

Lendo-lhe o conselho, é razoável recordar que o homem, no esforço individualista, invariavelmente ergue as mãos, na tarefa diuturna. Se administra, permanece indicando caminhos; se participa de labores intelectuais, empunha a pena; se opera no campo, guiará o instrumento agrícola. Paulo acrescenta, porém, que essas mãos devem ser santificadas, depreendendo-se daí que muita gente move os braços na obra terrestre, salientando-se, todavia, a conveniência de se ajuizar da finalidade e do conteúdo da ação despendida.

Se desejas aplicar o raciocínio a ti próprio, repara, antes de tudo, se a tua realização vai prosseguindo sem cólera destrutiva e sem demandas inúteis.

  

 

 

Livro: Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

NO PARAÍSO

 


“E respondeu-lhe Jesus: Em verdade te

digo que hoje estarás comigo no

Paraíso.” – (Lucas, 23:43)

 

À primeira vista, parece que Jesus se inclinou para o chamado bom ladrão, através da simpatia particular.

Mas, não é assim.

O Mestre, nessa lição do Calvário, renovou a definição de paraíso.

Noutra passagem, Ele mesmo asseverou que o Reino Divino não surge com aparências exteriores. Inicia-se, desenvolve-se e consolida-se, em resplendores eternos, no imo do coração.

Naquela hora de sacrifício culminante, o bom ladrão rendeu-se incondicionalmente a Jesus-Cristo. O leitor do Evangelho não se informa, com respeito aos porfiados trabalhos e às responsabilidades novas que lhe pesariam nos ombros, de modo a cimentar a união com o Salvador, todavia, convence-se de que daquele momento em diante o ex-malfeitor penetrará o céu.

O símbolo é formoso e profundo e dá ideia da infinita extensão da Divina Misericórdia.

Podemos apresentar-nos com volumosa bagagem de débitos do passado escuro, ante a verdade; mas desde o instante em que nos rendemos aos desígnios do Senhor, aceitando sinceramente o dever da própria regeneração, avançamos para região espiritual diferente, onde todo jugo é suave e todo fardo é leve. Chegado a essa altura, o espírito endividado não permanecerá em falsa atitude beatífica, reconhecendo, acima de tudo, que, com Jesus, o sofrimento é retificação e as cruzes são claridades imortais.

Eis o motivo pelo qual o bom ladrão, naquela mesma hora, ingressou nas excelsitudes do paraíso.

 

 

 

Pão Nosso. Francisco C. Xavier por Emmanuel

ORAÇÃO

“Perseverai em oração, velando nela com ação de graças.” Paulo (Colossenses, 4:2) Muitos crentes estimariam movimentar a prece, qu...