quinta-feira, 28 de junho de 2018

OUÇAMOS




“E logo os chamou.” – (Marcos, 1:20)

Em alguns círculos do cristianismo, semelhante passagem, alusiva ao encontro do Senhor com os discípulos, interpretada simplesmente como sendo um apelo do Cristo ao ministério religioso.
Todavia, podemos imprimir-lhe significado mais amplo.
Em cada situação do caminho, é possível registrar o chamamento celeste.
No templo familiar, onde surgem problemas difíceis...
Ante o companheiro desconhecido, que pede cooperação...
À frente do adversário, que espera entendimento e tolerância...
Ao pé do enfermo, que aguarda assistência e carinho...
À face do ignorante, que reclama socorro e ensinamento...
Junto à criança, que roga bondade e compreensão...
Por onde formos, Jesus, Mestre Silencioso, nos chama ao testemunho da lição que aprendemos.
Nas menores experiências, no trabalho ou no lazer, no lar ou na via pública, eis que nos convida ao exercício incessante do bem.
Nesse sentido, o discípulo do Evangelho encontra no mundo o santuário de sua fé e na Humanidade a sua própria família.
Assinalando, pois, a norma cristã, como inspiração para todas as lides cotidianas, ouçamos a palavra do Senhor em todos os ângulos do caminho, procurando segui-lo com invariável fidelidade, hoje e sempre.



Fonte Viva. Francisco C. Xavier por Emmanuel



quarta-feira, 27 de junho de 2018

VEM!




“E quem o ouve, diga: – Vem. E quem tem
sede, venha.” – (Apocalipse, 22:17)

A Terra é a grande escola das almas em que se educam alunos de todas as idades.
Se atingiste o nível das grandes experiências, não te inquiete a incessante extensão do trabalho.
Não enxergues inimigos nos semelhantes de entendimento imperfeito. Muitos deles não saíram ainda do jardim de infância espiritual.
Dá sempre o bem pelo mal, a verdade pela mentira e o amor pela indiferença.
A inexperiência e a ignorância dos corações que se iniciam na luta fazem, frequentemente, grande algazarra em torno do espírito que procura a si mesmo.
Por isso, padecerás muitas vezes aflição e desânimo.
Não te perturbes, porém.
Se as ilusões e os brinquedos da maioria não mais te satisfazem, é que a madureza te inclina a horizontes mais vastos.
Recorda que somente Jesus é bastante sábio e bastante forte para acalmar-te.
Ouve-lhe o apelo divino, formulado nas derradeiras palavras do seu Testamento de Amor: – “Vem!”
Ninguém te pode impedir o acesso à fonte da luz infinita.
O Mestre é o Eterno Amigo que nos rompe as algemas e nos abre portas renovadoras...
Entretanto, é preciso saibas querer.
O Senhor jamais nos fará violência.
Sofres? Estás fatigado? Tropeças sob os fardos do mundo?
Vem!
Jesus reserva-te os braços abertos.
Vem e atende ainda hoje! É verdade que sempre alcançaste ensejos de serviço, que o Mestre sempre foi abnegado e misericordioso para contigo, mas não te esqueças de que as circunstâncias se modificam com as horas e que nem todos os dias são iguais.


Fonte Viva. Francisco C. Xavier por Emmanuel



terça-feira, 26 de junho de 2018

MALEDICÊNCIA




“Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem
fala mal de um irmão, fala mal da lei e julga a lei;
e, se tu julgas a lei, já não és observador
da lei, mas juiz.” (Tiago, 4:11)

Nem todas as horas são adequadas ao rumo da ternura na esfera das conversações leais.
A palestra de esclarecimento reclama, por vezes, a energia serena em afirmativas sem indecisão; entretanto, é indispensável grande cuidado no que concerne aos comentários posteriores.
A maledicência espera a sinceridade para turvar-lhe as águas e inutilizar-lhe esforços justos.
O mal não merece a coroa das observações sérias. Atribuir-lhe grande importância nas atividades verbais é dilatar-lhe a esfera de ação. Por isso mesmo, o conselho de Tiago reveste-se de santificada sabedoria.
Quando surja o problema de solução difícil, entre um e outro aprendiz, é razoável procurem a companhia do Mestre, solucionando-o à claridade da sua luz, mas que nunca se instalem na sombra, a distância um do outro, para comentários maliciosos da situação, agravando a dor das feridas abertas.
“Falar mal”, na legítima significação, será render homenagem aos instintos inferiores e renunciar ao título de cooperador de Deus para ser crítico de suas obras.
Como observamos, a maledicência é um tóxico sutil que pode conduzir o discípulo a imensos disparates.
Quem sorva semelhante veneno é, acima de tudo, servo da tolice, mas sabemos, igualmente, que muitos desses tolos estão a um passo de grandes desventuras íntimas.




Fonte Viva. Francisco C. Xavier por Emmanuel



segunda-feira, 25 de junho de 2018

A ORAÇÃO DO JUSTO




“A oração feita por um justo pode muito
em seus efeitos.” – (Tiago, 5:16)

Considerando as ondas do desejo, em sua força vital, todo impulso e todo anseio constituem também orações que partem da Natureza.
O verme que se arrasta com dificuldade, no fundo está rogando recursos de locomoção mais fácil.
A loba, cariciando o filhotinho, no imo do ser permanece implorando lições de amor que lhe modifiquem a expressão selvagem.
O homem primitivo, adorando o trovão, nos recessos d'alma pede explicações da Divindade, de maneira a educar os impulsos de fé.
Todas as necessidades do mundo, traduzidas no esforço dos seres viventes, valem por súplicas das criaturas ao Criador e Pai.
Por isso mesmo, se o desejo do homem bom é uma prece, o propósito do homem mau ou desequilibrado é também uma rogativa.
Ainda aqui, porém, temos a lei da densidade específica.
Atira uma pedra ao vizinho e o projétil será imediatamente atraído para baixo.
Deixa cair algumas gotas de perfume sobre a fronte de teu irmão e o aroma se espalhará na atmosfera.
Liberta uma serpente e ela procurará uma toca.
Solta uma andorinha e ela buscará a altura.
Minerais, vegetais, animais e almas humanas estão pedindo habitualmente, e a Providência Divina, através da Natureza, vive sempre respondendo.
Há processos de solução demorada e respostas que levam séculos para descerem dos Céus à Terra.
Mas de todas as orações que se elevam para o alto, o apóstolo destaca a do homem justo como sendo revestida de intenso poder.
É que a consciência reta, no ajustamento à Lei, já conquistou amizades e intercessões numerosas.
Quem ajunta amigos, amontoa amor. Quem amontoa amor, acumula poder.
Aprende, assim, agir com justiça e bondade e teus rogos subirão sem entraves, amparados pelos veículos da simpatia e da gratidão, porque o justo, em verdade, onde estiver, é sempre um cooperador de Deus.



Fonte Viva. Francisco C. Xavier por Emmanuel



quinta-feira, 21 de junho de 2018

NO CULTO À PRECE




“E, tendo eles orado, tremeu o lugar onde
estavam reunidos e todos ficaram cheios
de Espírito Santo.” – (Atos, 4:31)

Todos lançamos em torno de nós forças criativas ou destrutivas, agradáveis ou desagradáveis ao círculo pessoal em que nos movimentamos.
A árvore alcança-nos com a matéria sutil das próprias emanações.
A aranha respira no centro das próprias teias.
A abelha pode viajar intensivamente, mais não descansa a não ser nos compartimentos da própria colmeia.
Assim também o homem vive no seio das criações mentais a que dá origem.
Nossos pensamentos são paredes em que nos enclausuramos ou asas com que progredimos na ascese.
Como pensas, viverás.
Nossa vida íntima – nosso lugar.
A fim de que não perturbemos as leis do Universo, a Natureza somente nos concede as bênçãos da vida de conformidade com as nossas concepções.
Recolhe-te e enxergarás o limite de tudo o que te cerca.
Expande-te e encontrarás o infinito de tudo o que existe.
Para que nos elevemos, com todos os elementos de nossa órbita, não conhecemos outro recurso além da oração, que pede luz, amor e verdade.
A prece, traduzindo aspiração ardente de subida espiritual, através do conhecimento e da virtude, é a força que ilumina o ideal e santifica o trabalho.
Narram os Atos que, havendo os apóstolos orado, tremeu o lugar em que se encontravam e ficaram cheios do Espírito Santo: iluminou-se-lhes o anseio de fraternidade, engrandeceram-se-lhes as mentes congregadas em propósitos superiores e a energia santificadora felicitou-lhes o espírito.
Não olvides, pois, que o culto à prece é marcha decisiva. A oração renovar-te-á para a obra do Senhor, dia a dia, sem que tu mesmo possas perceber.



Fonte Viva. Francisco C. Xavier por Emmanuel


quarta-feira, 20 de junho de 2018

O HERDEIRO DO PAI



“A quem constitui herdeiro de tudo,
Por quem fez também o mundo.”
– Paulo. (Hebreus, 1:2)

Cede aos poderes humanos respeitáveis o que lhes cabe por direito lógico da vida, mas não te esqueças de dar ao Senhor o que lhe pertence.
Esta forma conciliadora do Evangelho permanece, ainda, palpitante de interesse para o bem-estar do mundo.
Não convém concentrar em organizações mutáveis do plano carnal todas as nossas esperanças e aspirações.
O homem interior renova-se diariamente. Por isso, a ciência que lhe atende as reclamações, nos minutos que passam, não é a mesma que o servia, nas horas que se foram, e a do futuro será muito diversa daquela que o auxilia no presente. A política do pretérito deu lugar à política das lutas modernas. Ao triunfo sanguinolento dos mais fortes ao tempo da selvageria sem peias, seguiu-se a autocracia militarista. A força cedeu à autoridade, a autoridade ao direito. No setor das atividades religiosas, o esforço evolutivo não tem sido menor.
Em vista de semelhantes realidades, por que te apaixonas, com tanta veemência, por criaturas falíveis e programas transitórios?
Os homens de hoje, por mais veneráveis, são herdeiros dos homens de ontem, empenhados na luta gigantesca pela redenção de si mesmos. Poderão prometer maravilhosos reinados de abastança e paz, liberdade e harmonia, entretanto, não fugirão ao serviço de corrigenda dos erros que herdaram, não só daqueles que os antecederam, no campo dos compromissos coletivos, mas igualmente de suas próprias experiências passadas, em tenebrosos desvios do sentimento.
A civilização de agora é sucessora das civilizações que faliram.
As nações que se restauram aproveitam as nações que se desfizeram.
As organizações que surgem na atualidade guardam a herança das que desapareceram na voragem da discórdia e da tirania.
Examinando a fisionomia indisfarçável da verdade, como hipertrofiar o sentimento, definindo-te, em absoluto, por instituições terrestres que carecem, acima de tudo, de teu próprio auxílio espiritual?
Como pode a casa sem teto abrigar-te da intempérie? A planta do arranha-céu, inteligentemente traçada no pergaminho, ainda não é a construção mantenedora da legítima segurança.
Não existem, pois, razões que justifiquem os tormentos dos aprendizes do Cristo, angustiados pelas inquietudes políticas da hora que passa. Semelhante estado d'alma é simples produto de inadvertência perigosa, porque todos devemos saber que os homens falíveis não podem erguer obras infalíveis e que compete a nós outros, partidários do Mestre, a posição de trabalhadores sinceros, chamados a servir e cooperar na obra paciente e longa, mas definitiva e eterna, daquele a quem o Pai “constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo”.



Fonte Viva. Francisco C. Xavier por Emmanuel



terça-feira, 19 de junho de 2018

DEUS TE ABENÇOA




"Também, irmãos, vos fazemos conhecer a
graça de Deus..." – Paulo (II CORÍNTIOS, 8:1)


Acreditas-te frágil, mas Deus te suprirá de energias.
Reconheces a própria limitação, mas Deus te conferirá crescimento.
Afirmas-te sem ânimo, mas Deus te propicia coragem.
Declaras-te pobre, mas dispões das riquezas infinitas de Deus.
Entendamos, porém, que o processo de assimilar os recursos divinos será sempre o serviço prestado aos outros.
Não alegues, assim, fraqueza, inaptidão, desalento ou penúria para desistir do lugar que te cabe no edifício do bem.
Pela hora do otimismo com que amparas o trabalho dos companheiros, Deus te abençoa.
Pelo gesto silencioso com que escoras o equilíbrio geral, Deus te abençoa.
Pela frase caridosa e esclarecedora com que asseguras o entendimento fraterno, Deus te abençoa.
Pela migalha de socorro ou de tempo despendes no apoio aos necessitados, Deus te abençoa.
Pela atitude de tolerância e serenidade, à frente da incompreensão, Deus te abençoa.
Convivemos, sem dúvida, com almas heróicas, habilitadas aos mais altos testemunhos de fé em Deus, através do sacrifício pela felicidade dos semelhantes, mas Deus que abençoa o rio capaz de garantir as searas do campo, abençoa também a gota de orvalho que ameniza a sede da rosa.
Se erros e desacertos nos marcaram a estrada até ontem, voltemo-nos para Deus com sinceridade, refazendo a esperança e suportando sem mágoa, as acusações do caminho.
O homem, às vezes, passa enojado, à frente do charco, sem perceber que Deus alentou no charco os lírios que lhe encantam a mesa.
A face disso, se alguém te censura ouve com paci6encia. Se existe sensatez na repreensão, aproveita o conselho; se for injusto o reproche, conserva a alma tranquila, na limpeza da consciência.
Em qualquer dificuldade, arrima-te a confiança, trabalhando e servindo com alegria, na certeza invariável de que Deus te vê e te abençoa.


Francisco Cândido Xavier por Emmanuel
In: Palavras de Vida Eterna

segunda-feira, 18 de junho de 2018

GUARDAI-VOS DOS CÃES



“Guardai-vos dos cães.” – Paulo. (Filipenses, 3:2)

Somos imensa caravana de seres, na estrada evolutiva, a movimentar-se, sob o olhar do Divino Pastor, em demanda de esferas mais altas.
Em verdade, se prosseguimos caminho afora, magnetizados pelo devotamento do Condutor Divino, inegavelmente somos também assediados pelos cães da ignorância, da perversidade, da má-fé.
Referindo-se a cães, Paulo de Tarso não mentalizava o animal amigo, símbolo de ternura e fidelidade, após a domesticação. Reportava-se aos cães selvagens, impulsivos e ferozes. No rebanho humano, encontraremos sempre criaturas que os personificam. São os adversários sistemáticos do bem.
Atassalham reputações dignas.
Estimam a maledicência.
Exercitam a crueldade.
Sentem prazer com a imposição tirânica que lhes é própria.
Desfazem a conceituação elevada e santificante da vida.
Desarticulam o serviço dos corações bem-intencionados.
Atiram-se, desvairadamente, à substância das obras construtivas, procurando consumi-las ou pervertê-las.
Vomitam impropérios e calúnias.
Gritam, levianos, que o mal permanece vitorioso, que a sombra venceu, que a miséria consolidou o seu domínio na Terra, perturbando a paz dos servos operosos e fiéis.
E, quando o micróbio do ódio ou da cólera lhes excita a desesperação, ai daqueles que se aproximam, generosos e confiantes!
É para esse gênero de irmãos que Paulo solicita de nós outros a conjugação do verbo guardar.
Para eles, pobres prisioneiros da incompreensão e da ignorância, resta somente o processo educativo, no qual podemos cooperar com amor, competindo-nos reconhecer, contudo, que esse recurso de domesticação procede originariamente de Deus.




Fonte Viva. Francisco C. Xavier por Emmanuel



BUSCANDO A FELICIDADE

A felicidade que pode realmente não existir na Terra, enquanto a Terra padecer a dolorosa influenciação de um só gemido de sofrimento, pod...